expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

terça-feira, 30 de julho de 2013

São Tomé - SOCFINCO - AGRIPALMA - Grupos externos devastam Obó e a sua biodiversidade - Na Serra Leoa, fortemente contestados - Urgente declarar zona envolvente do Cão Grande, Património da Humanidade

Jorge Trabulo Marques - Jornalista  e investigador 

Aí temos os novos colonialistas - Como um gigantesco polvo espalhado pelos terrenos mais férteis do Globo -  O que  não lograram através da pirataria das caravelas, expulsando o colonialismo português, estão agora a consegui-lo através dos meios mais engenhosos, subvertendo os protocolos assinados - Possivelmente com alguma ingenuidade de quem foi no engodo das suas promessas. 

Depois de devastarem várias zonas florestais, se apropriarem das  terras mais férteis e privilegiadas,  em vários países da região centro africana, com apoio do depredador  ex-presidente Francês Sarkozy e outros altos representantes do colonialismo e liberalismo selvagem,   voltaram os seus tentáculos para as pequenas Ilhas de S. Tomé e Príncipe - 

É verdade que houve ali plantações de alguns palmares - Trata-se de uma cultura que se dá bem com solos húmidos e os ventos marítimos.  Pessoalmente, ainda participei nalgumas dessas plantações, junto à Praia Grande,  no tempo em que trabalhei como empregado de mato na Roça Ribeira Peixe e Novo Brasil  -  Mas não foram além de uma área restrita  -  Pois não se compare a cultura do coco ou do dendém  com a do cacau, que requer  árvores de sombra, preservando a floresta, com as plantações dos palmares, que exigem céu aberto e, sobretudo, áreas do litoral.

Então porque não o fazem em Fernão Dias?.. Zona onde, no tempo colonial, existiam excelentes palmares e é a mais adequada, preservando, assim, aquele magnífico parque arqueológico? – Espero, desejo, ardentemente, que o bom senso prevaleça 

Em 1988, os cientistas classificam as florestas de São Tomé e Príncipe como a segunda mais importante em termos de interesse biológico em 75 florestas da África, a maioria das espécies encontradas nas ilhas são encontradas no parque nacional. [1] O WWF tem listado nas florestas do parque nacional como entre os Global 200 , as 200 mais importantes áreas biológicas do planeta e da floresta de Obo está listado como uma Important Bird Area (IBA) da África. (..)As florestas tropicais contêm 100 orquídeas únicas e mais de 700 espécies de flora.  fauna do parque inclui o peixe-boi Africano , bem como Grassland Newton Frog, São Tomé gigante Treefrog, São Tomé Caecilian, Frog Moller do Golfo, e Peters 'Sapo do rio"

Fact finding expedition to São Tomé & Principe puts biodiversity ........Floresta de São Tomé e Príncipe é paraíso biológic

São Tomé e Príncipe  -  "um país insular localizado no Golfo da Guiné, na costa equatorial ocidental da África Central, é provavelmente um dos últimos focos de biodiversidade desconhecidos em África. Florestas do país são o lar de 28 espécies de aves endêmicas, um número extraordinário considerando o tamanho do país (Galápagos, que é oito vezes maior, tem 22).

A destruição do habitat, juntamente com a ausência de um censo ou sistemas de monitorização, são as maiores ameaças do país.



"O governo de São Tomé e Príncipe assinou um contrato com a Agripalma, cedendo-lhes 5000 ha, ou seja, terra suficiente para que o negócio de venda de óleo de palma se torne rentável. O problema é que a decisão foi inegavelmente mal pensada e agora parece que não há maneira de voltar atrás... Toda a zona corresponde ao local onde se pode encontrar o Ibis, uma das três espécies de aves Criticamente Ameaçadas de São Tomé, e provavelmente a que corre maior perigo de desaparecer para sempre devido à destruição de habitat e caça descontrolada. E como se o Ibis e as outras aves endémicas presentes na zona não fossem suficientes para parar o abate descontrolado de árvores, é aqui que se pode observar o fantástico Pico do Cão Grande que, só por si, poderia e devia ser explorado como um foco de atracção turística importantíssimo para São Tomé e Príncipe! Mas não, em vez disso o governo decidiu que seria mais proveitoso para o país trocar toda a sua biodiversidade única no mundo por umas quantas toneladas de óleo...!São Tomé e Príncipe: Agripalma: A Vergonha de São Tomé

PICO CÃO GRANDE – Em forma de agulha, com mais de 300 metros (980 pés) acima do terreno circundante e da cúpula é 663 metros (2.175 pés ) acima do nível do mar"

Está localizado na parte sul-central do parque, na ilha de São Tomé  – Já foi comparado à Torre do Diabo, ao Monumento Nacional Devils Tower nos Estados Unidos, Lakota, outro imponente monólito vulcânico, que se projeta para fora da pradaria ao redor das Black Hills, considerado sagrado pelos índios das Planícies do Norte e pelos indígenas – Sublinhando que, Devils Tower, nos convida a aprender mais, explorar mais e definir nosso lugar no mundo natural e cultura

 Cão Grande  -  Um Pico Gigante em Permanente metamorfose 

O mais singular falo Equatorial e do Mundo! - Devia ser considerado Monumento Nacional de S. Tomé e área protegida, tal como já foi classificada a  biosfera da Ilha do Príncipe, Património Mundial da UNESCO – Com visitas guiadas e pagas, não deixando as escaladas ou visitas ao local, apenas à mercê de oportunistas aventureiros, que nem sequer dão conhecimento às autoridades do que ali vão fazer - Se tiverem um acidente, como eu já tive no Pico Cão Pequeno, em 2016, quem os vais socorrer?

EVARESTE – Fonte de turismo de aventura – Só para quem tem boas finanças ou grandes apoios - Quem quiser escalar o Evereste, tem que desembolar uns milhares de dólares. E cumprir certas regras – “Aumentan los precios para subir al Everest – É o que diz o jornal aventura - El mínimo para escalar la cima más alta del mundo son 30.000 dólares, aunque la mayoría de la gente paga alrededor de 45.000, ¡y algunos pagan hasta 160.000!”

Sem dúvida, belo motivo para juntar a investigação, a arte e as letras, o desporto,  ao convívio da mais bela natureza e do meio ambiente, preservando-o, sem o agredir  - Para que não suceda o mesmo que na montanha maior da terra:  Um Everest de lixo

Atendendo à sua extraordinária singularidade,  e ao  facto de  erguer-se numa das florestas mais exuberantes da Ilha de São Tomé, onde se desenvolve um património natural endémico riquíssimo, uma biodiversidade com espécies vegetais únicas no mundo, que muito podem contribuir para o enriquecimento da medicina,  bem como a existência de uma fauna que nela se abriga e  dela depende, igualmente importantíssima - .porque não propor às competentes instituições internacionais (UNESCO) que seja declarado Património Natural  da Humanidade?  - Pois, o  Pico Cão Grande, é como que o guardião,  o testemunho fidelíssimo dessa valiosa herança natural


 Levando ali estudiosos, amigos da natureza,  numa saudável convivência com a arte e outras disciplinas do saber e do desporto. Creio que não seria nenhum exagero pugnar pela salvaguarda desse múltiplo património e aprofundar o seu conhecimento: pois nunca se sabe se, um dia qualquer, na esteira do petróleo, do oiro negro das profundidades do solo,  não vai também o oiro vegetal da superfície - Vi lá tantos atentados à natura! - Veja-se o que acontece na Amazónia e como agora estão as roças. - Compreendo que a herança colonial, era de muito má memória. E que a grande propriedade não podia continuar  com o mesmo feudalismo que dantes. À margem das populações.  Servindo apenas os grandes senhores. Havia que dar  um novo rumo. E ter a coragem de devolver as terras que foram roubadas ao povo. Ao que parece a experiência não resultou lá muito bem. Não era de estranhar... Alguma vez, algum natural das ilhas, foi chamado para empregado de mato, feitor geral ou administrador? Além da condição de capataz ou de mero escravo?!... Não é tarefa fácil.  Alguém se importou de o preparar para o futuro?!...

De facto,  há necessidade de aproveitar o solo desta ilha, sendo certo que mais de 2/3 estão por cultivar. Mas de modo algum nos moldes intensivos que demonstra o famigerado projeto. Sem o o mínimo respeito pela biodiversidade, pese as afirmações  em contrário  e as consequências futúras que, os tais 4000 hectares, cedidos à sociedade franco-belga  Agripalma, poderão vir a ter  no futuro imediato e a longo prazo  numa das áreas mais belas e privilegiadas do Parque Natural de S. Tomé  - 

Agripalma, poderão vir a ter  no futuro imediato e a longo prazo  numa das áreas mais belas e privilegiadas do Parque Natural de S. Tomé  -

(atualização) Movimento cívico quer ver esclarecida a legalidade das actividades de desflorestação em São Tomé  - Foi alertado  pela Quercus, que já lançou uma petição pública, que “ a empresa Agripalma tem desflorestado vastas áreas no sul da ilha de São Tomé, com o objectivo de aí instalar uma plantação de palmeira-dendém.https://quercus.pt/2021/03/12/peticao-contra-desflorestacao-em-sao-tome-2



PROJETOS ENGANOSOS -SERRA LEOAEm 2011, Socfin Companhia Agrícola Serra Leoa Ltd. (Socfin SL) selou um acordo de 100 milhões dólares para garantir 6.500 hectares de terras agrícolas para a borracha e plantações de dendezeiros em Malen chiefdom no distrito de Pujehun no sul de Serra Leoa. O investimento Socfin, no entanto, não tem apoio da população local. Em outubro de 2011, 40 moradores foram presos após um protesto pacífico.A luta dos pequenos agricultores e donos de terras em Serra Leoa é um David contra Golias. As queixas feitas por Serra Leoa de agricultores sobre as plantações de óleo de Socfin são praticamente idênticas às das comunidades agrícolas de todo o mundo sobre os investimentos feitos pelas subsidiárias da outra Socfin". Agricultural Investment or Land Grab in Sierra Leone?

maio de 2011 – “Nicolas Sarkozy, Presidente da França, e seu amigo pessoal Vincent Bolloré, proprietário do Grupo Bolloré. Socfin é uma subsidiária do Grupo Bolloré.

O negócio da terra Socfin perdendo as melhores práticas: Relatório de missão de investigação para Malen Chiefdom, Pujehun District, Serra Leoa

(...) Cenário Verde realizou um inquérito em Malen chefia na Pujehun Distrito 22-24 abril de 2011 para investigar as alegações das partes interessadas em torno da quantidade de Socfin Agriculture Company Ltd Serra Leoa (Socfin SL) terra. Questões levantadas relacionado com a transparência, consultas, reassentamento e pressão sobre os proprietários de terra a assinar acordos.- excerto de The Socfin land deal missing out on best practices - Farmlandgrab


A

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Auto Floripes e Tchiloli - A Património Imaterial da Humanidade – Sugestão do Musicólogo Carlos Almeida, na “conversa sobre o dicionário santome- português, com o linguista Tjerk Hagemeijer, que decorreu na ASCOSP, evento integrado nas comemorações do 38º aniversário da independência de S. Tomé e Príncipe



O auto Floripes  e Tchiloli a Património da Humanidade  -  Sugestão  lançada pelo musicólogo são-tomense, Carlos Almeida, atual quadro da Sociedade Portuguesa de Autores, durante a “ Conversa sobre o “Dicionário Santome – Português” - Um dos vários eventos  com que a  diáspora  assinalou os 38 anos sobre a  proclamação da independência  - Teve lugar na sede ACOSP -  Associação da Comunidade de S.Tomé e Príncipe em Portugal, tendo contado com a presença do Prof. Tjerk Hagemeijer, do Centro linguístico da Universidade Nova de Lisboa, responsável do  livlu-nglandji, “santome-portugêji,  em coautoria  com Gabriel Antunes de Araújo, da Universidade de São Paulo.

"Embora sendo uma peça de origem europeia, o Tchiloli é hoje património cultural são-tomense. Pois, após ter sido introduzido em S.Tomé, passou a ser praticado por são-tomenses e com algumas alterações conforme a percepção do mesmo povo. Temos na obra influências europeias e africanas, que fizeram com que tivéssemos o Tchiloli que hoje temos. O Tchiloli constitui um dos testemunhos da história de S. Tomé e ao mesmo tempo, traço da presença e dominação europeia no nosso país. - See more Património de S. Tomé.: Tchiloli

"Anualmente no dia 15 de Agosto, a ilha do Príncipe é invadida por milhares de visitantes que para ali se dirigem a fim de assistir a festa de São Lourenço e o Auto de Floripes. Atracção cultural que preenche o cartaz turístico da ilha do Príncipe, é um teatro de rua cujo argumento retrata o conflito entre cristãos e mouros. Auto de Floripes - 


HÁ QUE PRESERVAR E VALORIZAR O PATRIMÓNIO CULTURAL

O fado é português e já foi classificado como Património Imaterial da Humanidade. Amália Rodrigues, com a sua voz inconfundível, deu-lhe a projeção internacional que merecia.  A morna é  única e tipicamente cabo-verdiana –  E teve na interpretação de Bana, falecido recentemente, em Lisboa, a grande figura que mais projetou pelos quatros cantos do mundo a doce melodia das Ilhas de Cabo Verde. 

O Governo deste país,  ao mesmo tempo que prestava homenagem a um dos seus mais admirados filhos,   fez  aprovar uma resolução da morna como Património Histórico e Cultural Nacional – Um passo importante para a sua candidatura à UNESCO a  Património da Humanidade. Ora, aí está também o momento do Governo de S.. Tomé, valorizar e promover, a nível mundial, duas das suas mais singulares expressões artísticas de cariz etnográfico, histórico e teatral.

DEBATE HUMORADO E ACALORADO


Se alguém quer ver dois ou mais são-tomenses a dialogarem, gracejando, fazendo humor, divertirem-se, é ouvi-los falar no seu crioulo, mais conhecido por forro, fôlô, lungwa santome – Claro, que este hábito é mais usual com as pessoas mais velhas: as novas gerações, vão-se acostumando ao português, havendo mesmo muitos jovens  que, além de não o falarem, dificilmente já o entendem, ou, pelo menos,  com o mesmo à-vontade e fluência dos seus pais – Porém, o lançamento de um valioso dicionário, vai certamente contribuir para dar novo fôlego à segunda língua mais falada em toda a ilha de São Tomé, exceto na ponta sul.

SÃO OS MAIS VELHOS QUE FALAM FLUENTEMENTE O SANTOME MAS HÁ GENTE NOVA E SIMPÁTICA QUE DÁ CARTAS E NÃO LHES FICA ATRÁS


Depois da apresentação da obra em várias instituições, em Portugal, no Brasil e em S. Tomé    (Lançamento do Dicionário Livre Santome-Português/Livlu-nglandji santome-putugêji em São Tomé e Príncipe ) essa honra coube também à ACOSP -  Associação da Comunidade de S.Tomé e Príncipe em Portugal


Falou-se da referida obra, como surgiu e dos vários contributos e colaboradores, assim como da  importância que assumem os 8500 vocábulos  (verbetes) para “os falantes nativos, estudantes e interessados nas línguas crioulas  de base portuguesa.” – Considerada a mais completa obra de referência  da principal língua autóctene  da República de São Tomé e Príncipe. Produzido a partir de fontes orais e escritas, cada verbete em santome traz a transcrição fonética e a equivalência em português, incluindo nomes científicos de plantas e animais. O leitor encontrará também uma lista de palavras correspondentes em Português..


 



S. Tomé e Príncipe ainda continua a ser um país com enormes carências. As roças já não são o que eram mas há fábricas de cacau – um dos mais apreciados do mundo e antes não existiam. E há sobretudo menos mortalidade infantil e uma notável conquista sobre o analfabetismo. Ora, ao promover-se a sua língua crioula, é indubitavelmente um valioso ato cultural.


VEJA AS SEMELHANÇAS ORAIS DO Fá d'Ambô com o Santome




OPORTUNIDADE 
PRESENÇA DO PROF.FRANCISCO ZAMORA SEGORBE,  DE ANO BOM, SURPREENDEU A ASSISTÊNCIA PELA SEMELHANÇA DO SANTOME  COM O FALAR DE ANO BOM

“Fá d'Ambô, Fla d'Ambu, annabonense, annobonés ou annobonense (em lingua portuguesa)  chamado falar de Ano Bom e língua anobonenseou anobonesa) é um crioulo Portugu~es falado na Ilha de   Ano BomGuiné Equatorial, estima-se que existam até 9 mil falantes deste dialeto.

Segundo estudiosos, o crioulo de Ano Bom, é  baseado em   82%,  do forrro, enquanto que uns 10% de seu léxico se baseia no castelhano. É falado por descendentes de mestiços entre africanos, portugueses e espanhóis; devido à similaridade entre o português e o castelhano não se sabe que origem têm certas palavras. Fá d'Ambô – Wikipédia, a enciclopédia livre




Livlu-Nglandji é como se chama o primeiro dicionário do crioulo 


Lê-se na apresentação do dicionário santome-putugêli, que “O santome, também conhecido como forro, fôlô, lungwa santome, dialeto ou são-tomense, é uma língua crioula de base lexical portuguesa que surgiu no século XVI, na ilha de S. Tomé, fruto do contacto entre o português  e diversas línguas do continente africano. Depois do português, língua oficial, o santome é a segunda língua mais falada na República de s. Tomé e Príncipe, mas não goza, actualmente, de estatuto oficial, embora tenha sido declarada uma das línguas nacionais, ao lado do angolar (ngola) e do principense (lung’ie).

A primeira referência histórica ao santome data de 1627, altura em que o Padre Alonso de Sandoval, a partir de Cartagena,  (Colômbia), menciona a existência de  da lengua de  San Thomé. Já  o século XVIII, mais precisamente em 1766, Gaspar Pinheiro da Câmara também faz alusão a esta língua ao escrever  que he de saber que a gente natural destas ilhas tem língua sua e completa, com pronúncia labeal, mas de que não consta  haver inscrição alguma (...) (apud Espírito Santo 1998:59, nota 1). a língua escrita só apareceria pela primeira vez  na segunda metade do século XIX, quando autores como Francisco Stockeler e António Lobo de Almada Negreiros, bem como os pioneiros dos estudos crioulos , Hugo Schuchardt e Adolpho Coelho, nos dão a conhecer os primeiros fragmentos da língua” - excerto

 

 
Jerk Hagemerijer – Um investigador dedicado aos vários crioulos do Golfo da Guiné – Com Nélia Alexandre é coautor de  um estudo bastante aprofundado, publicado na Internet, subordinado ao título “ Os crioulos da Alta Guiné e do Golfo da Guiné: uma comparação sintáctica”, do qual  - seguidamente - tomamos a liberdade de  transcrever um excerto, dada a sua importância  para melhor compreensão do dicionário santome-putugêji





Os crioulos de base lexical portuguesa da Alta Guiné (CAG) e do Golfo da Guiné (CGG) constituem duas famílias linguísticas independentes cuja formação remonta aos séculos XV  e XVI, num contexto de escravatura, tendo resultado do contacto entre o Português (arcaico  e regional) e diferentes línguas africanas de diversas famílias do Níger-Congo. Os CAG incluem o Kabuverdianu (CCV), o Kriyol (CGB) e o crioulo de Casamansa1; os CGG  abrangem o Santome (ST), o Angolar (ANG), o Principense (PR) e o Fa d’Ambô (FA).  Não obstante os progressos alcançados na crioulística ao longo das últimas  décadas, continua aceso o debate sobre a formação destas línguas e sobre a sua afiliação  genética e tipológica. Em particular, diversos autores têm proposto que os crioulos formam  uma classe de línguas tipologicamente distinta de outras línguas. A mais antiga hipótese de  que os crioulos constituiriam uma classe genética (ou uma família linguística) devido a um  conjunto aparente de semelhanças traduz-se na chamada monogénese, uma teoria que  advogava que todos os crioulos teriam na sua origem um único pidgin Português (Sabir ou  West-African Pidgin Portuguese), que foi relexificado por outras línguas. Esta hipótese foi  entretanto refutada, mas dela reteve-se, até hoje, a ideia bastante difundida de que os  crioulos descendem de pidgins diversos que, no curso do tempo, se transformaram em  línguas naturais (nativização), através de um processo de aquisição de L2 com restrições de  acesso à Língua-Alvo (o Português, nos contextos em questão). O facto de se ter  abandonado a monogénese não significa que não exista uma relação genética entre  subconjuntos de crioulos, de que os CAG e os CGG são exemplos, mas também os crioulos  de base lexical francesa das Caraíbas ou os crioulos de base lexical portuguesa na Índia – Excerto Os crioulos da Alta Guiné e do Golfo da Guiné.p


Investigador do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, desde 2008 e colaborador do Atlas of Pidgin and Creole Structures, Max Planck Institute, Leipzig, desde 20

Do seu currículo fazem parte numerosos trabalhos

Output - The Origins and Development of Creole Societies in the


Tjerk Hagemeijer - Books and Journals

As línguas de STomé e Príncipe

OUTROS LINK DE INTERESSELin Língua e Música de S. Tomé e Príncipe - SlideShare

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Milhares de São-tomenses na Grande Festa da Comunidade das duas Ilhas (gastronomia, músicas e danças) na Quinta das Conchas – Com atuação da Banda MV4 - Celebração do 38º aniversário da Independência organizada pela ASCOSP e Associação Men Non

















Domingo, dia 14, o Parque da Quinta das Conchas, no Lumiar, em Lisboa, não era a Praia das Conchas, em S. Tomé, nem nenhuma das florestas tropicais da roça do mesmo nome, contudo, dado tratar-se de um espaço amplo e arborizado, não ficou muito longe dos antigos fundões naquelas ilhas. Até porque, o tempo quente e húmido, que se fez sentir, com um céu cinzento, cor do chumbo, quase em nada ficava a dever-se a muitos dos dias em que sol do equador se esconde acima de um teto nublado, antes ou depois das chuvas.


Estávamos um bocado pessimista, que a crise que tem afetado a sociedade portuguesa, por via da austeridade e dos erros dos políticos (que, aliás,  não tem sido poucos, tanto lá como cá), pudesse desmotivar os são-tomenses, que não puderam comemorar na Sexta-feira, por ser dia de trabalho (embora não faltassem alguns eventos),   a participarem na efeméride, alusiva  ao acontecimento  mais especial do seu país - Pelo contrário, a tarde foi mesmo de arromba - Santomenses consideram que a Independência e a liberdade conquistada é ainda um dos maiores valores que não podem deixar de celebrar. 





  

Música, muitos sorrisos, muita diversão e  alegria, convívio fraterno, muita juventude, muitos são-tomenses de todas as idades. Criancinhas ao colo das mães, nos carrinhos ou atrás das costas à boa maneira africana. Tendas com pratos típicos para quem não levasse farnel mas também muitos piqueniques, aqui e além, sentados na relva ou junto a uma qualquer árvore, em torno de um palco, a lembrar o coreto do Parque do Água Grande (1º de Maio) ou mesmo  as diversões de um qualquer fundão, quixipá ou terraço.

 Sim, milhares de pessoas e nem um único incidente – Se fosse noutra capital europeia,  era impossível conceber uma festa africana, sem um único agente policial. Mas estávamos em Portugal e a festa era dos são-tomenses, gente pacífica, que não tem hábitos de conflitualidade








O 38º aniversário de S. Tomé e Príncipe, ocorreu no dia 12, na passada Sexta-Feira. com uma cerimónia solene no Palácio dos Congressos, com discursos  do Presidente da República Manuel Pinto da Costa e do presidente da Assembleia Nacional Alcino Pinto. Houve ainda outros eventos, desportivos e culturais, nesse mesmo dia e fim-de-semana.. Em Portugal, tão importante efeméride, foi igualmente assinalada com várias iniciativas, levadas a cabo, em conjunto pelas principais associações  são-tomenses, designadamente a Associação das Mulheres de São Tomé e Príncipe –Men Non;  ACOSP -  Associação da Comunidade de S.Tomé e Príncipe em Portugal








O fim da festa não podia ser mais feliz para Madide, que, por um euro, ganhou uma viagem de avião para S. Tomé  – No sorteiro de rifas, foi a feliz contemplada.  Deixou S. Tomé  há 3 anos. onde foi secretária, durante 10 anos. Veio tentar a sua chance em Lisboa, onde é empregada de café. Tem uma filha  - Agora vai poder matar saudades da sua terra, em Agosto. Até porque, embora ganhe mais de que na sua ilha distante, a vida aqui também não é fácil na restauração.


NÃO HÁ POVO TÃO AMÁVEL

Não é só nas aldeias portuguesas que ainda persiste o hábito se de cumprimentarem as pessoas com as quais se cruza: os santomenses ainda não perderam esse costume na sua terra. Mesmo em Portugal – Um dia, encontramos um santomense, que nos desabafou, muito desapontado: “sabe, Sr. Jorge, eu cumprimento as pessoas mas não me cumprimentam”. Como não há reciprocidade, lá terão que se adaptar à indiferença da sociedade de consumo. Todavia, a amabilidade dos santomenses, está-lhes nas veias,  talvez única  no mundo. Não há povo tão amável como este. 


É natural que, em todas as comunidades africanas, residentes em Portugal, os seus filhos, aqueles que aqui nascem, percam alguns traços das raízes que tiveram os seus pais. O mesmo acontece aos filhos dos portugueses, nascidos em África, na Europa, na América ou noutra parte do mundo – Gerando, por vezes, conflitos quer com a sua própria família, quer com o meio onde nasceram. São os chamados inadaptados: que nem se identificam com o país de origem dos seus progenitores, nem com aquele podiam sentir como sendo a sua pátria  – Em todo o caso, no que respeita aos são-tomenses, nascidos em  Portugal, as estatísticas define-os como sendo os mais adaptados e pacíficos.




Sim, é  realidade, não é ficção - Os são-tomenses (e o termo aplica-se também aos habitantes da ilha do Príncipe) fazem parte de um povo gentil - com uma longa herança de sacrificios e adversidades mas amável e optimista.  Podem barafustar, criticar, maldizer (é com que mimam os seus políticos, quando se sentem desapontados, e têm tido bastas razões para o fazer), mas não costumam ir a vias de facto. 


Carlos Nobre, da organização do Mega-Piquenique, no Parque das Quinta das Conchas, no Lumiar, nas palavras que proferiu, no encerramento da festeja comemorativa dos 38 anos, sobre a independência, lembrou que “Criticar é bom mas criticar com positivo e não  negativo. Embora positivo e negativo estejam sempre juntos mas puxando sempre pelos dois para podermos equilibrar as coisas. Por isso, eu gostaria de ressaltar que é sempre bom quando nós nos encontramos, seja com quem for, que nós nos aproximemos e falemos uns com outros, livremente sem qualquer tipo de problemas – E, de facto, foi o que ali sucedeu – Cada um viveu a festa à sua maneira e no maior espírito de conivência e fraternidade.

EM S.TOMÉ (ONDE OS POLITICOS TEM TIDO ALGUMA DIFICULDADE EM DAR CUMPRIMENTO ÀS SUAS PROMESSAS) A MENSAGEM DO PRESIDENTE PINTO DA COSTA, TAMBÉM FOI NO SENTIDO CONCILIADOR DE AMOR AO SEU PAÍS, DE  SE UNIREM ESFORÇOS

 (...)”Nesta data solene, de mais um aniversário da independência, saibamos todos, com dignidade, honrar esta terra mãe que nos viu lutar por um ideal.

Um ideal de progresso, concórdia e paz entre todos os Santomenses. Um ideal de liberdade, fraternidade e igualdade e solidariedade, valores que estiveram na génese da nossa luta pela independência.São ideais que persistem até aos nossos dias e que a todos devem comprometer.

Ideais em que se funda “o amor à nossa pátria” em nome dos quais vos interpelo como Presidente da República, apelando a que saibamos dar de novo as mãos uns aos outros. Unidade é mensagem que ecoou no seio da sociedade são-tomense no dia da independência...















LÁ PELA ILHA DE S. TOMÉ, A BOA NOTÍCIA QUE POR POUCO NÃO SE TRANSFORMARIA NUMA TRAGÉDIA 


Depois de uma noite de festa, assinalando os 38 anos da independência,  permitindo a possibilidade da aterragem dos voos noturnos, ao devolver a iluminação ao Aeroporto Internacional de S. Tomé 

O inimaginável aconteceu: depois de um acontecimento há muito desejado, finalmente posto em prática, dois dias depois culminaria numa situação verdadeiramente inesperada - Mas haverá já gente dessa - cega pelo ódio, vingança ou ressentimento - capaz de chegar a tais extremos?!... É que, os incêndios, dificilmente deflagraram sem intervenção humana “Caos” ameaçou o aeroporto internacional de São Tomé...

POR CÁ, QUEM TERIA SIDO O ARTISTA DE MAU GOSTO QUE DESLIGOU O FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA AO PALCO? – PRIVANDO OS MILHARES SANTOMENSE DE SE DIVERTIREM

Situações destas não surgem por acaso - Por cá, curiosamente, também parece ter havido um qualquer habilidoso (mal intencionado) que provocou um problema na ligação elétrica ao palco, tendo impedido que os seus compatriotas pudessem desfrutar de um excelente espetáculo mais amplo e divertido - Já que, devido a essa estranha anomalia, só bastante mais tarde foi possível repará-la e possibilitar a atuação da banda musical.