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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pepetela - Em “O Tímido e as Mulheres” , a Liberdade de Expressão em Angola– Esteve na feira do Livro de Lisboa para autografar a sua última obra

Pepetela, diz que nunca viveu totalmente da escrita mas ele é seguramente um dos escritores africanos de língua portuguesa mais conhecidos, tendo recebido , em 1997,  o Prémio Camões.- Esteve na Feira do Livro de Lisboa – Junho 2014 -  para uma sessão de autógrafos ao seu mais recente livro O Tímido e as Mulheres  - Uma obra que fala de uma Luanda atual, com os seus contrates, as  suas desigualdades sociais, os seus amores e desamores. Acredita no futuro de Angola, mas   a longo prazo, porque ainda há uma certa pobreza e confusão entre crescimento económico e desenvolvimento – Mesmo assim, reconhece que a situação é muito diferente do colonialismo – À pergunta que lhe fizemos, como coexiste  a literatura e do jornalismo,  num país onde há ainda algumas criticas à liberdade de expressão,  respondeu-nos que, em relação à literatura, não há problemas, nunca houve, o resto, é “outra história”




A obra de Pepetela (seu nome de “guerra”, que foi buscar ao Quibondo angolano), reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra , Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com  MPLA para libertação da sua terra natal. O seu romance, Mayombe, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra.Yaka segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Mundial 2014 – “Se o Brasil não ganhar, que ganhe Portugal”! Diz, Franklin Maxado - O mais prolífero poeta brasileiro de literatura de cordel, fã de Cristiano Ronaldo, que andou pela feira do livro de Lisboa, ao jeito de cauteleiro para mostrar o que a gente publica e sai vendendo – Desde "Pessoa que está coaxando no Umbanda da Bahia” ao " horóscopo dos paneleiros!.". "historinhas para crianças", que também trazia nas mãos, ao peito e num saco a tiracolo pelo ombro"






Isto é Pessoa que está coaxando no Umbanda da Bahia… Está aqui também!... É o Cordel Brasileiro!... E tem também o horóscopo dos paneleiros!... E tem historinha para as crianças, também!...

- Sim, para um autor genuíno de “Cordel”, não há palavrões, nem limites de idade  – E quanto mais puxar ao vernáculo, mais força expressão têm os versos – Só deste modo, todo ouvido entende. E, melhor ainda, se forem cantados com  voz de pregoeiro - Tal é o que faz, Maxado Franklin, o Nordestino  - Um fascinante trovador que parece ressuscitado dos tempos medievos, mas com linguagem  atual, terra a terra, altisonante, sem papas na língua.

Veio do Brasil para participar na Feira do Livro de Lisboa – carregando as suas últimas novidades pelo ombro, vendê-las de mão em mão, em jeito de cauteleiro, cantando seus versos e ainda para dar  conferências na Faculdade de Letras e no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa 

E, quem o ouça, cremos que não dá seu tempo por perdido  - Ele sabe comunicar, ouvir e partilhar - Homem culto, versátil,   indo  ao encontro de todos os segredos das mais diferentes expressões literárias e artísticas, conhecedor de muitas histórias de vidas e da vida - Além disso,  afável, expressivo, bom comunicador, simples, destituido de "peneiras",   sem meias palavras e mais delas ditas em verso. Pessoas destas, do género de Agostinho da Silva, vão sendo muito raras.




A literatura de Cordel  louva  seleção Portuguesa! Parece que os portugueses não estão com fé na sua seleção. Pois eu brasileiro, estou dizendo: Se o Brasil não ganhar, que ganhe Portugal! Porque eu sou como Pessoa – A minha Pátria é a Língua Portuguesa! 

Que bela expressão (aliás, merecedora de palmas) ouvida a viva voz num fim de tarde de verão, numa das áleas do Parque Eduardo XVII, na feira do Livro de Lisboa 

– Na verdade, um brasileiro genuíno é por natureza amante do futebol – O gosto da pelota, vem-lhe de garoto, corre-lhe  nas veias, oprime-lhe ou dilata-lhe o coração.– 

É o caso do poeta e escritor,   Franklin Maxado, o  Nordestino – Verdadeiro compêndio da história e autêntico tratado na arte de versejar  - Dominando, como poucos, a narrativa poética em versos simples, com o seu pendor, ora erudito, ora popular,  que lhe brotam do coração ou da imaginação, como água da mais pura fonte, com ritmos e rimas que, tanto podem agradar aos mais graúdos, como serem capazes de surpreender e seduzir a  atenção dos mais maduros.

Autor de mais de 400 folhetos de literatura de cordel –  Poeta por vocação e andarilho por paixão, veio a Lisboa proferir conferências na Faculdade de Ciências e no Instituto de Ciências Sociais – Como bom mestre, que sabe do seu oficio –  do autor que escreve, edita e vende por sua conta – não podia deixar de passar pela Feira do Livro de Lisboa – O maior bazar de livros ao ar livre – E, de facto, lá o encontramos, quase ao estilo do Padre António Vieira, a apregoar os seus sapientes e acalorados sermões pelos sertões brasileiros. 





“A GENTE PUBLICA E SAI VENDENDO…”


«FRANKLIN MAXADO é considerado um divisor de águas na arte do Cordel. Formado em Jornalismo e Direito, dedicou-se exclusivamente ao ofício do verso popular, vendendo folhetos e xilogravuras por todo o país. Seus livros “O que é a literatura de cordel?” e “Cordel, xilogravura e ilustrações”, ambos publicados pela Pasquim/Codecri e hoje esgotados, já são considerados leitura obrigatória para pesquisadores do gêneros» Franklin Machado - Literatura de Cordel


 E quem ali o seguia, atentamente, até com uma câmara de vídeo, era Simion Doru Cristea ,  licenciado  em Línguas e Literaturas Romena 



"Eu sou o Franklin Maxado. Conhecido como Maxado Nordestino – Maxado com x,  como  os portugueses antigos, escreviam o nome"


Não há tema que não domine e não lhe estimule  a inspiração – Além de alguns livros, soma quatro centenas de folhetos, que vendia a um euro.  Mas a sua arte é mesmo a de cordel. 

E temática é coisa que nunca lhe falta – desde a mais antiga à moderna ou da atualidade. Poetas, que ele mais admira, não escapam ao seu versejar. Camões, Bocage, Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, que anda espiritualizando, como alma  penada, lá pelos  exorcismos do  Umbanda da Bahia, estes, entre outras figuras  que lhe servem de fonte inspiração,  para dar largas à arte de os sublimar ou satirizar e nunca para os plagiar. 
Terra por onde passe, ele lá descobre o nome de pessoas ou de lugares, com histórias desconhecidas ou esquecidas para contar - Que ele depois conta em versos sedutores.  Agora, a  Copa do Mundial de futebol, versejando sobre o ”Portugal de grandes feitos, que vai defrontar a Alemanha, a tal “que manda no Mercado com argúcia e patranha”, ficando entregue “nas mãos de Deus, nos pés de Cristiano e seus pares e nos braços do Zé Povinho”-
--  Faz uma catadupa de versos, com singular fluência e mestria, onde dá passe e métrica a  todos os artistas da nossa seleção  


ALMA DE PESSOA BAIXA UMBANDA DA BAHÍA

Novo Cordel  nordestino
Vai além dos seus sertões.
Veio de Portugal ibérico
Em caravelas, galeões
Já contou  o Malazartes
E mais Luiz de Camões.

Também, já cantou Bocage
E histórias Lusitanas.
Aqui, cantou Castro Alves,
Outras figuras baianas,
Nordestinas, brasileiras
E até heróis sacanas.

Contudo, neste folheto,
Eu vou é mostrar um cara
Que nenhum dos meus colegas
Até então o cantara
Para o povão o conhecer
Sua vida e seara.

É o Fernando Pessoa,
Maior poeta moderno
Antes de Carlos Drummond,
E que será sempre eterno

Foi com alma penada
Que me baixou na Bahía,
Querendo dar entrevista
E falar sua poesia.
Terminou dando uma dica
Prá sua biografia.

- Excerto de “Alma de Pessoa Baixa Umbanda da Bahía
Franklim Maxado, o Nordestino