expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Deus, o Diabo e Eu - Livro de Luis Pereira de Sousa –.A história real e emocionante narrada na primeira pessoa do Jornalista, Escritor e Navegador de Veleiro, que esteve entre a vida e a morte e voltou à vida: a fantástica experiência de quem esteve quase afogado na água salgada e foi salvo. "Deixei de ser o mesmo. Agora lanço um profundo, longo e estridente grito de revolta e insatisfação”…- Telefonema de felicitações de Marcelo Rebelo de Sousa, surpreende e sensibiliza o autor .

Jorge Trabulo Marques - Jornalista                         


 "Em Abril de 2013, uma viagem romântica num veleiro terminou da pior forma. Luís Pereira de Sousa caiu ao mar. Ninguém assistiu à queda, tendo sido salvo no último minuto, quando apenas restava oxigénio num décimo do pulmão esquerdo.

Entre a vida e a morte, entre Deus e o Diabo, sobreviveu para revelar a mais impressionante experiência por que um ser humano pode passar. Sem filtros nem tabus, conta todos os pormenores da sua luta. Preso à vida por um fio, passou dias e noites de tormento no hospital, com outros moribundos, numa guerra que se tornou colectiva. Desesperado, entre o bem e o mal e o confronto consigo próprio e com os outros, deparou-se com revelações difíceis de imaginar noutras circunstâncias.
Mas ter tratado Deus e o Diabo por tu foi meio caminho andado para encontrar a porta da consciência entreaberta e se deparar com um objecto de valor incalculável e ainda com novos amigos, um novo amor, uma outra morada e um novo destino” – Lê-se na contracapa do livro DEUS, O DIABO E EU


"Confesso-vos, que, entre Deus e o Diabo, não vejo grande diferença : vejo até que o mundo está a ser dominado pelo Diabo… Se não fosse isso não estaríamos assistir a este turbilhão de mortes!... À violência que nos assalta!...

Uma coisa que eu conclui: é que de facto vale a pena viver. E porquê? … Porque aquilo que levamos para o lado de lá, é  o que fizemos no mundo do lado de cá.


TELEFONEMA DE FELICITAÇÕES DE MARCELO – SURPREENDE E SENSIBILIZA O AUTOR  "Este homem tem o dom da comunicação"... "Depois dele … Só Deus.!...”

Luís Pereira de Sousa, confessou-me ter ficado muito sensibilizado com um telefonema de Marcelo Rebelo de Sousa – A informação foi-me dada, numa troca de mensagens, com o autor de “Deus, o Diabo eu Eu”, nestes termos: 
"Imagine! Recebi ontem à noite um telefonema do  Marcelo. Sim, do PR. Julgava que era brincadeira mas era ele mesmo que tinha a acabado de ler o livro. Lera-o mesmo! Fez uma análise etc. Como é possível!...  Este homem tem o dom da comunicação. Não dorme. Acorda as pessoas….Depois dele … Só Deus.!...”

Em resposta a boa noticia, que pessoalmente também me surpreendera, perguntei-lhe se não se importava que fizesse referência ao seu gesto, tendo.me respondido” -  Devo referir... Onde?!... No Facebook? Parece -me ridículo… Eu próprio vou fazê-lo mas reconheço que a atitude dele é simpática e reveladora de ser um homem incansável e atento. E merece ser conhecida.

Não acredito que o PR telefonasse à espera de aplausos.  Não estava a falar para a plateia, mas apenas grato e amigo. Isto é raro nesta sociedade de invejosos e traiçoeiros. A  verdade é que eu jamais me candidatarei a PR e ele a romancista.

Eu jamais esperaria que ele depois de me ler me telefonasse. Disse que teve dificuldade em encontrar o meu número mas depois conseguiu.  


Pensei  que era um colega ou amigo a imitá-lo  e a brincar comigo. Mandei - o amistosamente dar uma volta, até eu cair na realidade; era ele mesmo. Pus-me de pé a procurara como deveria trata - lo. Jamais esquecerei.
"DEIXEI DE SER  O MESMO"   - EPISÓDIO QUE LHE REFORÇOU A SENSIBILIDADE E O AJUDOU A COMPREENDER MELHOR OS MISTÉRIOS DA VIDA E DA MORTE - O MUNDO - DE FORMA AINDA MAIS ATENTA E PROFUNDA

"Deixei de ser o mesmo. Agora lanço um profundo, longo e estridente grito de revolta e insatisfação para que cada ser humano pare um instante e me ouça, me olhe nos olhos, me segure as mãos outrora trémulas, agora convictas a arderem de pressa e dor.
   
“O ter conhecido, vivido e sentido o estranho prenúncio da morte que me envolveu, que me abriu as portas e convidou a entrar, trouxe ao meu espírito a mais violenta e inimaginável alteração cinzelada no cérebro, como baixos relevos medievais em pedra, tridimensionais, que transformaram o meu pensamento num molde rígido e, até agora, indestrutível.

Como num filme de ficção, deixei de ser o mesmo. Passei a ser um homem com outras convicções, a quem os ideais foram suprimidos por obrigações imediatas e inadiáveis, e as palavras «amor», «ódio», «medo», «vida», «sociedade», «liberdade» ganharam outro significado. A escuridão permite-nos olhar mais longe - Diz o autor de DEUS, O DIABO E EU, no preâmbulo da sua obra 

Prof. Francisco Queiroz, na apresentação da obra
Luís Pereira de Sousa, meu amigo e antigo camarada na Rádio Comercial, jornalista e ex-apresentador de televisão da RTP (onde esteve trinta anos),  acaba de lançar um livro onde conta, na primeira pessoa, a impressionante  experiência, que viveu em Abril de 2013.

Então, com 72 anos, tinha tropeçado no pontão do porto de Recreio de Olhão quando tentava sair do seu veleiro, bateu com a cabeça e caiu desmaiado na água. Em risco de vida foi internado no hospital de Faro, no Algarve. Esteve morto e voltou à vida. E é justamente essa incrível ressurreição, que serviu de mote   à admirável obra literária DEUS, O DIABO E EU" que a editora  A Guerra e Paz Editores,  lançou, recentemente, na Bertrand Picoas Plaza, em Lisboa, com apresentação do Prof. Francisco Queiroz  e presença de um atento auditório de familiares, amigos e admiradores, a que me associei, com muito gosto e prazer, dados os afetuosos laços de amizade que nos ligam desde os tempos em que, pela sua mão, retomei o regresso à rádio e ao jornalismo, que havia conhecido em S. Tomé - 

Trata-se, com efeito, de uma obra extraordinária, que se lê, num quase fôlego, que estou certo, consagrará  definitivamente  o autor  para o justo reconhecimento nos difíceis  caminhos da literatura, com estilo e mestria, simples, solto e sedutor, onde a sua larga experiência jornalista, há muito prestigiada e firmada, acaba também por  enriquecer o talento do escritor  - E então,  agora, com uma editora mais a sério que a disparatada Chiado Editora, mais orientada no mercenarismo de que, seriamente, a servir as letras e os autores. 






As várias viagens que  levam o leitor a ser dúplice com  autor  “Deus, o Diabo e Eu, de Luis Pereira de Sousa , analisadas  pelo Prof. Francisco Queiroz, durante a  apresentação da obra  




Depois do êxito de “Pânico à Beira- Mar  - pese a deficiente a promoção e distribuição (sem exemplares  nas livrarias depois do seu lançamento) -  livro de testemunho e denúncia, misto de realidade e de ficção, sim, mais fruto do olhar atento e observador do jornalista de que propriamente dos apelos à imaginação, ou não fosse, nas câmaras de televisão, onde as imagens desnudam e falam mais que as palavras, sim, nas centenas de  entrevistas que fez para a redação ou nos  programas que realizou que o ajudaram a conhecer melhor o mundo e os homens, os seus conceitos e valores - eis, pois,  a razão pela qual, agora, Luís Pereira de Sousa,  não precisa de falar do que  que observou mas do insólito drama que ele viveu, que quase o lançava  para o lado do além.

Em “Pânico à Beira-Mar”, o  autor descreve os ambientes e as pessoas (como, de resto, também o faz em “Deus, o Diabo e Eu”,  com o  pormenor e a fidelidade de uma câmara  televisiva.  E com a linguagem marítima adequada: pois a  náutica sempre lhe interessara. Por mais que procurasse saber, via nas suas manobras de vela quão sabedores e corajosos eram os navegadores portugueses e outros que começaram a sulcar mares.


IRONIA DO DESTINO... – Curiosamente, até parece que o destino de uma das personagens de Pânico à Beira-mar, viria a confundir-se com a do escritor no livro seguinte.  em  "Deus, o Diabo e Eu “….Um veleiro e um dia levanta ferros deste pequeno país à beira mar plantado mas prestes a naufragar  e vai de  fazer várias derivas pelos litorais dos mares do mediterrâneo - Por fim, faz-se  aos mares do sul, passa pelas Canárias,  desce até a Cabo Verde, sempre com olho no Antalya, onde sobrevive a um violento temporal – (...) e ao fim do sexto dia a entrar na noite, a viagem sofrera um acidente que poderia ter-lhe sido fatal”. 




Este livro: se nós o podemos classificá-lo, como uma catarse para o Luis Pereira de Sousa, o que está aqui é a necessidade de alguém dizer a todos nós - que ainda não passamos por uma situação destas - , quão importante é a vida em cada minuto! Em cada segundo!   - Palavras do Prof. Francisco Queiroz, durante a  apresentação da obra   - A que se seguiu a leitura de um poema de autoria de Manuel Gaspar


"DESTINO SEM FIM"  de "DEUS, O DIABO E EU"


 Retomando o fio à meada de "Deus, o Diabo e Eu" - Naquele dia de Abril, o barco fundeara, no local do costume,  num dos Pontões de Olhão, reservados aos veleiros, com as bênçãos  e a paz de Neptuno, com as operações antecedidas e precedidas das  manobras da praxe, dos cabos ou amaras que se soltam ou prendem, trabalhos  executados, sem sobressaltos e dificuldades, com a experiência  de quem já domina os segredos da  náutica e é possuidor  das sucessivas cartas da arte de navegar, desde a costa ao alto mar  - Tudo parecia  indicar um justificado  e merecido descanso: -  Depois de uma bela viagem marítima romântica, mas sempre desgastante, pois a navegação no  mar requer sempre muito esforço e atenção, mesmo quando o mar se apresenta como uma vasta planície calma e pacifica, pelo que se justificavam, momentos de relaxe, de amorosa descontração e até de assinaláveis brindes, partilhados com a entrega e a generosidade da sempre prestável e dedicada Sofia, a companheira – dos bons e maus momentos - que haveria  de ser também a voz e o braço salvador naquele que poderia ser realmente um fatídico destino sem fim,.


“Tiráramos da garrafeira sob a mesa do salão um vinho alentejano de 2009. Enchemos os dois únicos copos de cristal que tenho na embarcação.
Gosto de rodear pequenos momentos com a cerimónia que os grandes exigem. Era isso que ela admirava também e era essa admiração que me fazia carinhoso e incansável, transbordando do copo até ao olhar meigo, o sorriso delicado, o toque suave como uma carícia dos deuses ante o mais simples acto da Natureza e da vida.
Bebemos sentados no beliche da popa, com o olhar a brilhar, alguma emoção e uma escondida preocupação. Mas o mar unira-nos de uma forma tão profunda que, aos poucos, tudo foi substituído pela magia emprestada pela aventura do corpo. Então a matéria diluía-se, deixava de existir para nos fundir naquilo que cada um esperaria do outro
Sem uma palavra, encostámos os olhares, a respiração e, por fim, os corpos que sentimos fugir ao mesmo tempo que os seguíamos como se fossem eles a comandar os seus gestos, actos e raciocínio. Fizemos amor de forma diferente, como se estivéssemos a dar um ao outro o que de mais íntimo possuíamos, nem que para isso tivéssemos toda a força humana e a eternidade à nossa frente.

Adormecemos enlaçados no pequeno espaço para acordarmos quando o Sol já se escondia sob o molhe de oeste.
Aquele fugir discreto do Sol fez-me pensar em menos um dia, em menos uma noite, na ida daquela mulher, que tinha tão junto a mim, para longe, sem saber se regressaria. Na verdade, dentro de duas semanas, ela partiria para um local incerto, numa viagem de trabalho a iniciar uma nova fase profissional. Era o sonho da Sofia a bater-lhe à porta e nada poderia fazer para a amarrar. Quem sabe se…

 QUEM HAVERIA DE IMAGINAR....

E, de facto, nem o Luís  nem a Sofia, iam imaginar, que depois daqueles momentos de ternura e carinho, tão agradavelmente vividos, o destino pudesse reservar  uma grande partida a um deles - "Destino sem fim", é, pois, um dos doze capítulos da narrativa do livro, DEUS, O DIABO E EU, aquele que poderia também ter servido de título à obra ou mesmo para a memória do autor vir ser recordada à posteridade – se a sorte não protegesse a audácia dos   que ousam enfrentar as inconstâncias e humores do mar, mesmo quando estes são de aparente acalmia e repouso, como parecia ser aquela tarde de Abril, , num .”porto de abrigo”, que  “estava tranquilo e praticamente deserto”, em que “a maioria ou ainda não regressara da faina do estaleiro ou balouçava junto à praia próxima”, mas aproveitada, nas  rochas do molhe, pelas crianças que brincavam  “com o chilrear característico”, talvez como as aves que sobrevoavam o local - Estas algumas pinceladas do ambiente que antecede a  queda de Luis Pereira de Sousa, seguida desmaio, a  que “ninguém assistiu nem ao afogamento” 

NO ENTANTO, DE PERTO RONDAVA  REALMENTE  UM  MALFADADO  "DESTINO SEM FIM" 

(…) “No desenrolar das tarefas, de vez em quando quedava-me pela vigia, a saborear ainda o doce fruto meio desnudado que acabara de colher e cujo gosto agitara há pouco cada célula do meu ser. Como era divinamente bela esta mulher que me oferecera cada centímetro de pele como o invólucro de um bem supremo, dádiva que procuraria merecer até ao último momento.
 Subi os seis degraus. Estava sobre o convés, desviei a retranca da vela grande, fixei melhor as defensas, afinei o piloto automático, procurei e fixei melhor os cabos, nos suportes as manivelas dos molinetes, reforcei a fixação do ferro e desenrolei a bandeira nacional, que se havia engalfinhado na boia de salvamento.
Para dar por terminadas as tarefas, resolvi observar a embarcação do exterior, para me aperceber da linha d’água e preparar para baixar o bote de apoio suspenso nos turcos

(… ) “A Sofia voltou a pousar o poema e olhou para si. Viu-se só por instantes e sentiu um arrepio pelo corpo, que tapou com uma toalha de praia, sobre a qual antes se deitara.
Apenas um imperceptível som seco e confundível com o bicar de uma gaivota ou o salto de uma tainha assinalara o desastre que se avizinhava fatal.
Há segundos, eu, ao bater com a cabeça, perdera os sentidos e o corpo inerte mergulhara de imediato como um peso nas águas quase paradas.
A Sofia apenas ouviu um baque, que imaginou ser um simples acto de preparação, uma amarra a ser esticada, uma defensa a retesar-se, um puxar de qualquer cabo, um centímetro da corrente do ferro a roçar ou a suster a âncora. Segurou no livro e voltou a ele:

"Além daquele homem que amou em ti a alma peregrina
E as tristezas que alteravam o teu rosto;"
O submerso não via, não pensava, não sentia. Num instante, transitara para um outro lado, onde nada existe e nada é proposto, onde o homem passa a objecto, sem espírito, sem alma, sem sentidos, sem passado nem presente e onde o futuro se discute ou não no instante seguinte.
Inanimado, comecei a afundar-me num tranquilo embalar, enquanto os pulmões, com um suave ruído, engoliam a água salgada que ocupava o lugar do oxigénio a rarear. O primeiro a encher-se foi o pulmão direito. O esquerdo, tranquilamente, sem agitação do moribundo, seguia o mesmo percurso na mesma tarefa, da substituição do oxigénio pela água, o caminho da morte.
 Ninguém assistiu à queda nem ao afogamento.

(…)  A Sofia parou para prestar atenção ao encher de uma garrafa, ou garrafão, ou a uma das várias válvulas de fundo a funcionar mal, que ouvia.

– Luís? Luís? Que barulho é esse?
Não obteve resposta. Tentou voltar ao texto.
– Luís? Onde estás? – Levantou-se, subiu as escadas e desceu para a plataforma exterior ao barco.

De pé, enrolada apenas na toalha, no passadiço de madeira continuou intrigada, a ouvir o gorgolhar estranho. Procurou descobrir no mar e reparou que o som vinha de sob as madeiras. Perscrutou com mais atenção. Descobriu, então, um corpo a afundar-se a cerca de um metro da superfície.
Gritou por socorro com o máximo da sua voz e força, enquanto se lançava sobre as travessas flutuantes e a toalha revelava o seu corpo de mulher jovem. Antes que o corpo inerte se afastasse para fora do seu alcance, pegou num cabo que havia em excesso na amarra da popa e atirou-o de modo a enlaçar o afogado pelo pescoço e a axila, o que conseguiu in extremis, à terceira tentativa. Eu expelia o último ar que me restava e, para os pulmões, entrava mais água.

– Socorro, ajudem-me! Meu Deus! Socorro!

Os miúdos, que brincavam sobre um pequeno paredão a 80 metros de distância, aperceberam-se de que algo de grave ali se passava. Também eles tentaram chamar a atenção de dois homens que se encontravam na manutenção de um motor auxiliar de uma lancha na entrada do porto de abrigo. Estes, que pensavam ser brincadeira de crianças, sempre barulhentas e incomodativas, só despertaram para o acidente quando, apurando o ouvido, detectaram o pedido de socorro da Sofia, que continuava a gritar e que, já a muito custo, mantinha agora a cabeça do afogado fora de água.
Correram a ajudar.
Dois homens precipitaram-se pelo labirinto dos passadiços. Ajudaram a Sofia a erguer-me e a colocar-me estendido sobre o madeiramento. Um procurava massajar-me o peito enquanto o outro alertava pelo telemóvel o 112 e tentava tomar-me o pulso.
Uma dor violenta acompanhou um tremendo vómito de água que me inundava a garganta, a boca e o nariz. Estivera na escuridão, sem dor nem conhecimento, por um tempo indeterminado. Agora, a vergastada era intensa e as entranhas eram sacudidas como se um animal feroz me arrancasse as vísceras.

Na mais profunda escuridão, comecei por ouvir, vindos do infinito, os brados da Sofia, como se despertasse ou estranhamente acabasse de nascer já homem. 
Tentei abrir os olhos. Aos poucos, com o corpo e o rosto pousados no passadiço, como um cadáver de um peixe acabado de pescar, apercebi-me de que tinha à frente do olhar, entreaberto com dificuldade, uma montanha de vómito, espuma que expelia e dois pares de botas pretas, enquanto umas mãos de homem me colocavam de lado e me impulsionavam o peito.

– Luís, Luís! Ouves-me?

Reconheci a voz da Sofia e quis, sem conseguir, dizer:
"Onde estou? O que aconteceu?"

Foi um dos homens quem respondeu:
– Tenha calma. Tenha calma. Afogou-se e esta senhora salvou-o. Já avisámos o 112. Tenha calma, Luís. Tente respirar. Respire. Respire." - Excerto


MAR- O MISTERIOSO E IMENSO CENÁRIO QUE TEM PROJETADO OS MAIORES VULTOS DA LITERATRURA MUNDIAL - Desde o grande  poeta Luís de Camões, aos escritores Hemingway a Garcia Marques


 Camões não teria escrito a epopeia de Os Lusíadas, senão tivesse embarcado nas caravelas para as índias. Mas, de um modo geral, as obras de muitos autores, são mais fruto do que leram, observaram ou imaginaram de que nas suas vivências – Não é o caso de Luis Pereira de Sousa,  que junta à sensibilidade dos seus dotes literários, a  experiência de jornalista e  de marinheiro . E, então, ainda por cima, de quem sentiu no elemento liquido – água salgada -  a afronta do afogamento, a  proximidade dos estertores da morte – Mesmo  que  nele se precipitasse desamparadamente e num estado inconsciência, é drama que despertará para o resto da vida, profundas reflexões, nomeadamente para os mistérios da vida e da morte – Que é, no fundo,  o que nos oferece o extraordinário livro Deus, O Diabo e Eu – Pois, no seu caso,, a quem atribuir as culpas de tal provação?

 EXCERTOS DAS PRIMEIRAS LINHAS DE  OUTROS CAPÍTULOS 


Capitulo III – As paixões
Desde sempre senti três paixões na vida: o mar, a arquitectura e o jornalismo.
Vivi de olhos postos nas ondas. Em qualquer época do ano, a qualquer hora do dia ou da noite, olhar o seu movimento, ouvir-lhe o sussurrar ou o estoirar contra os rochedos era a forma mais milagrosa que encontrara para esconjurar os maus presságios e os medos que surgem atrás da porta. Habitara ao lado da praia de Carcavelos, aliás, a apenas 100 metros, até me transferir para próximo de outra praia não menos bela e até mais selvagem e natural, o Guincho.
Em criança, quando merecia um prémio, a mãe levava-me a passar umas horas em Pedrouços ou Belém, onde se balouçavam no Tejo barcos de recreio ou de pesca. Levava papel e lápis e desenhava-os.
Quando os via a enfrentar as ondas, admitia que eles tinham alma e vontade própria, pois só assim umas cascas

Capitulo IV – Férias com Sofia

Há três anos, programei umas merecidas férias com a Sofia, a mulher que amava.
Acabara de enviar a resposta ao meu anterior editor sobre a revisão final do Pânico à Beira-Mar. A missão estava cumprida.
Preparámo-nos para fazer rumo a novas paragens, cortar ondas, bolinar, sentir o chape-chape do casco e o assobiar das velas, subir e descer ondas como numa montanha-russa ou quedarmo-nos a vogar calmo a perscrutar as profundezas oceânicas, repletas de perigos e segredos.
Quando tivéssemos filhos, se a Sofia, por moto-próprio, regressasse da missão da sua vida, haveríamos então de sentir em uníssono uma resposta ao fascínio do mar e do vento. Entretanto, havia prioridades a cumprir, metas impostas nas nossas vidas. A Sofia, enfermeira de profissão e paixão, inscrevera-se para uma missão humanitária no estrangeiro, na esperança de satisfazer um sonho que lhe

Capitulo V – A Viagem

Foi fácil e deu pouco trabalho aparelhar o Áries. Por «amor à profissão», não liguei o plotter. Sobre as cartas, marquei a rota que incluiria, se necessárias, uma ou duas paragens antes de dobrar o cabo de S. Vicente, o mais a sul do país. Com o compasso, a nova carta náutica e a bússola, tracei uma rota próxima da costa e outra entre continentes. Fiz previsões. O tempo estaria de feição: onda pequena, aí de 1 a 1,5 metros, e vento noroeste de 15 nós, que exigiria 3 ou 4 bordos de 6 a 8 horas até à ponta de Sagres, onde tudo mudaria com correntes e ventos vindos do Norte de África. Sairíamos de madrugada. O Sol nasceria às 6h54 e seria então nessa altura que nos faríamos ao Sul.
Levantámos ferro seguros de que tudo havia sido preparado «como os bons marinheiros fazem», repetia a Sofia, com o sorriso que tanto admirava: «aviam-se em terra e não descuram o mais ligeiro pormenor».

Capitulo VI – Destino sem fim  (já atrás descrito)
O princípio da tarde prometia ali ainda um pouco de Sol tímido. O porto de abrigo estava tranquilo e praticamente deserto. Era local para pequenos barcos de pesca e de recreio. A maioria ou ainda não regressara da faina do estaleiro ou balouçava junto à praia próxima. Sobre urnas rochas, brincavam crianças com o chilrear característico.

 Capitulo VII – No Hospital

Manuel Gaspar - Depois do poema, o abraço amigo
Nas urgências do hospital, nu, apenas sob uma bata verde não abotoada, fui-me apercebendo da agitação coordenada dos médicos e enfermeiros a enfiarem-me tubos pelo nariz, garganta, veias e pénis.
Antes de adormecer, ainda ouvi um médico espanhol a dizer a uma enfermeira:
- Es un hombre lleno de suerte. Murió y resucitó. Es un ahogado. Tiene una segunda vida.
- Não é um afogado, não. Eu conheço-o bem, já há muitos anos, desde miúda ... Agora é um de-sa-fo-ga-do  respondeu a enfermeira a marcar bem as sílabas, com uma gargalhada jovial a aconchegar os lençóis frescos que me abraçavam aquele corpo dorido e estranho, em que a cabeça as faces enegreciam minuto a minuto, enquanto uma doce calma voltava a envolvê-lo e a mesma voz de mulher, mesmo tempo que uma mão apertava suavemente a minha, me segredou:
-Vá, descanse, Luis. Ainda não foi desta. Era muito cedo para si.
Foi então que adormeci. Mas ainda pensei: “Será um anjo?”

Capitulo VIIII -  Entre Anjos e demónios

Era a primeira vez que estava na condição de internado num hospital. O meu estado não me permitia  ter a mínima curiosidade. Era uma peça a ser objecto reparação e disso nada percebia nem me interessava. A panóplia de apetrechos clínicos que me amarravam aos ais variados aparelhos de auxílio intensivo e monitorização apenas me avisava que era aquilo que me ligava à vida.
Respiração assistida, radiografias, TAC, electrocardiogramas e encefalogramas, avaliadores de temperatura, oxigénio no sangue, ritmo cardíaco, introdução de sedativos, antibióticos para minorar a pneumonia dupla que seria inevitável e soro e água para lavar o interior, enquanto outros tubos extraíam e contabilizavam a água que era pulsa. Tudo exercia a sua função enquanto, num profundo torpor, levitava pelo tecto da enfermaria dos cuidados intensivos, onde mais meia dúzia de sobreviventes iam ou deixavam que alguém fizesse pelas suas vidas.

Capitulo IX – O adeus a Sofia

Ela parou à entrada da unidade de cuidados intensivos, com a porta entreaberta.
A poucos metros de distância, ali estava para exprimir a essência de um sentimento já a transparecer o que lhe ia na alma e que eu tanto apreciava: uma amizade profunda e indestrutível.
Com um embrulho nas mãos e uma expressão profundamente triste, tentava descobrir-me entre as várias marsas onde estavam depositados enfermos, na maioria as com o rosto visível, por entre apetrechos médicos.
Uma enfermeira jovem de bata verde, que entrara uns momentos antes e depois voltara a sair, acompanhava-a. Encaminhou-a até à marquesa onde eu entendia que viver ia custar muito. Aquela mulher morena de cabelos e negros era a responsável por isso. Quando ela se debruçou com lágrimas nos olhos para deixar um beijo na minha testa, senti vagamente o seu cheiro, um cheiro que me fora familiar. Ao olhá-la, cerrei os lábios, como a querer dizer um “obrigado” por ela me ter salvo e arrancado à morte, mas, ao mesmo tempo, um reprimenda por me ter arrebatado a uma morte que afinal me garantiria paz e tranquilidade para sempre.
A Sofia  tocou-me a mão devagar, para depois imprimir nela uma certa força

Capitulo X – Depois das 48 horas

As informações que chegavam eram boas. Haviam passado as 48 horas. O maior perigo, o mais grave e determinante, afastara-se e as reacções físicas eram tranquilizadoras. O traumatismo encefálico, que me desfigurara, não apresentava preocupações de maior. A pneumonia dupla que se anunciara galopante pusera-se em fuga frente à dose feroz de antibióticos. Os valores sanguíneos regressavam à normalidade. Até o processo de respiração induzida fora substituído por um suporte respiratório mais leve e menos intenso.
Apenas apresentava um senão aparentemente ultrapassável, a reacção psicológica ao trauma, mas, segundo o médico espanhol que me seguiu nos primeiros dias, esta só passaria com o tempo. Com efeito, posteriormente soube que a expressão triste, a profunda interiorização dos sentimentos, a dificuldade em comunicar e reagir a manifesta~ exteriores de carinho ou ternura, transformaram-me

Capitulo XI – O purgatório


Três camas, três mesas-de-cabeceira metálicas e, ao lado de cada uma delas, um sofá; dois fixos e um articulável. Uma casa de banho interior, uma janela  e um televisor. Foram as melhorias materiais que observei ao acordar na enfermaria.
Numa das camas, um homem idoso enrolado nos lençóis. Vi-o num relance. Cabelos brancos numa cabeça meio calva, bigode branco e patilhas. Era tamanho S, porque o lençl cobria-o todo facilmente. Suspirava frequentemente, então ressonava, mesmo com a parafernália de tubos lhe iam até ao interior.
Junto à outra cama, num dos sofás articuláveis, homem mais novo, sentado como se estivesse numa esplanada, de cabelo curto, olhos muito abertos. Sorria, uma boca onde à partida faltavam três ou quatro dentes na frente e, talvez por isso, os que lhe restavam eram tão ostensivos. No peito, um fio de ouro com qualquer coisa  pendurada. Na mão , o telecomando. Na TV, sem som, um programa igual a muitos. “Do mal, o menos”, pensei. Estava por tudo, menos para ver televisão.

Capitulo XII – O jogo
Naquele esconderijo, os dias não contavam. Quem ali entrava sabia que participava num jogo fraudulento entre a vida e a morte. Teria de protagonizar um papel num dos lados, que, por capricho, não poderia escolher. Eu próprio fora o escolhido sem que pudesse intervir. Esse lado era o do vencedor, mas, como num encontro em que se medem forças e estratégias, ninguém sabe quem vai vencer.
Estava nas mãos dessas duas forças que, a todo o momento, se digladiam disputando seres vivos. Porquê eu? Era a pergunta que formulava a mim próprio a todo o momento.

Capitulo XIII -  O Trono e o poder

Dormir tornara-se difícil, porque uma meia vigília empurrava-me para zonas de sofrimento. Fechava os olhos e, pouco depois, partia à aventura, em perseguição de estranhas ideias, a viver situações inexplicáveis, incoerentes, abismos, animais ferozes, torturas, gente disforme, gritos que me atormentavam ao ponto de entrar em ico até acordar sem me recordar do que me levara até À média luz em que permanecia permanentemente, ante dia e noite, procurava não voltar a adormecer. A sucessão dos dramas vividos pelo subconsciente fazia ar correrias loucas de sono com vigilas tensas, em que as interrogações sacudiam a lógica e os sentidos como, noite de tempestade, os ventos sacodem as árvores.
Nessa noite tivera um sonho de que procurara, sem resultado, tirar algum significado: tivera a sensação de que me cheirava mal; as roupas, os alimentos, os objectos vulgares e até os livros. Andava na rua e as pessoas olhavam-me  cm surpresa e olhar enjoado

Capitulo XIV – o Assalto

Levantei-me quando as auxiliares da limpeza invadiram o local. Tive de interromper o assalto que aguardava e adiei a conquista. Peguei no conjunto de alha e pijama que me fora atribuído, e que ainda incluía a esponja, um sabonete, uma escova de dentes, uma minipasta dentífrica e um copo de papel plastificado anco, Entrei na casa de banho. Surpreendi-me com as minhas novas capacidades; havia procedido às higienes sem grandes tormentos. Aproveitei e vi na nudez ao espelho que a barriga que tanto me afligia antes havia quase desaparecido. Uma nódoa negra rodeava-me ainda o pescoço como cachecol escuro, mas as manchas circundantes dos olhos haviam esmorecido, apesar de ainda inchadas. Enchi o peito de ar como sempre fazia quando um espelho me olhava, mas uma dor forte no tórax aconselhou-me a desistir. Por último, com algum receio, consegui vestir-me sem entornar  o suporte dos soros. 

Capitulo XV -  A recuperação

A recuperação tornara-se evidente. Os valores médicos, ao lado de uma nova disponibilidade para tudo o que importava, afastavam a hipótese de complicações.
Apenas as noites se haviam tornado diferentes. Acordava ainda com mais frequência. A atenção estava desperta para o estado dos meus companheiros de quarto. Um arfava instantemente, com alternância nos lamentos e apagamentos preocupantes. O outro tossia quase que permanentemente, de uma forma jamais ouvida. Quando parecia que crise chegava ao fim, era a tosse substituída por um cantar brônquico, que mais parecia o refrão de uma canção interminável

Capitulo XVI -  Regresso a casa

Pouco depois, deixava o hospital. Fiz questão de voltar só, ao trânsito, ao barulho, às notícias, aos conflitos, aos néones, às montras, aos discursos às guerras, às beneficências, à competição desenfreada. E, no meio de tudo isto, senti uma estranha e paradoxal dor a crescer-me na alma. Dor a que se chama vulgarmente «solidão», numa vida que, em movimentos desconexos, não passa de utópica.

Capitulo XVII – Rumo ao Sul 

A manhã não tardou. Fiz-me ao caminho.
Apertei a capota do MG verde clássico, olhei de relance para os pneus, acreditei no óleo e na água.
Foram mais de três horas de viagem a ver nascer o Sol.
Começou no meu bombordo e manteve-se depois frontal e caloroso. Os raios incidiam sobre o destino. De um lado, o mar tranquilo, do outro, o envolvente dorso das colinas do Alentejo e Algarve. 
Entre a profusão urbanística, lá estava o hospital. Depois de mais de três centenas de quilómetros, bem cedo ainda, dirigi-me ao local onde se programa a vida. O único onde se ganha ou se perde numa lotaria insana.
Antes ainda, encostei o carro junto a uma pastelaria que, naquele momento, abria as portas. Esperei que a agua da máquina italiana aquecesse para beber um café cheio como fazia antigamente, quando a vida era e deixara de O ser, no dia em que partira para o mar. Reli a carta da Sofia,  desta vez  sem a dor que me dilacerara . Recordei a sua voz meiga e decidida na missiva que terminava:
“Meu amor, vendo bem,  cada um tem uma missão na vida. Não duvido que a minha foi salvar-te. Mesmo longe, a vida que tiveres também te pertence  como a  minha a ti. Quero-te bem. Sê feliz.”


 Resenha Biográfica: Luís Pereira de Sousa trabalhou  em diversos órgãos de comunicação social portugueses e estrangeiros, ao longo de quatro décadas.

Como locutor e realizador, fez programas  de rádio nos Emissores Associados de Lisboa, Emissora Católica de Angola, Rádio Clube de Moçambique e Souht África Broadcasting Corporation, da África do Sul. Foi também correspondente  de várias estações em África e na América, e ainda autor, realizador e apresentador de programas na RDP e na Rádio Comercial.
Em simultâneo , escreveu em vários jornais e outras publicações periódicas. No cinema , coordenou e deu a voz a inúmeros jornais de actualidades e documentários.
Permaneceu  30 anos na RTP, como jornalista, autor e apresentador de vários programas de entretenimento   e de informação. Foi pivô  do telejornal e grande repórter.
Actualmente, dedica-se em exclusivo à escrita, tendo publicado o porreiro romance, Pànico à Beira-Mar, em 2013. 

 "Luís Pereira de Sousa nasceu a 1 de Janeiro de 1940, na Casa de Saúde da Boavista, no Porto,  local onde sua mãe, residente em Lamego,  se vira obrigada a deslocar–se para dar à luz um casal de gémeos. Esta era professora primária, natural de Lamego, e seu pai, um oficial de finanças, era natural de Olhão. Pouco tempo depois, a família foi viver para a Parede e, mais tarde, Sassoeiros, locais onde a mãe desempenhou a função de professora. Acabaram por se fixar em Carcavelos,  junto ao mar, elemento preponderante nos gostos da família."

PAI CEGOU APÓS A LICENCIATURA MAS FOI TAL A SUA FORÇA DE VONTADE E O GÉNIO SOBRE-HUMANO, HERÓICO, QUE CHEGOU  A DAR EXPLICAÇÕES DE MATEMÁTICA  - A NUNCA SE RENDER AO FATALISMO DAS TREVAS QUE SE ABATERAM SOBRE A LUZ DOS SEUS  OLHOS   - DA LUZ DO SOL E DO MUNDO

Tive o prazer de conhecer pessoalmente o seu pai - Mas que magnífica tenacidade  e coragem ao saber sobrepor-se, de forma tão surpreendente, às adversidades de tão profundas limitações! - Às que resultam da mais negra cortina sobre os olhos, a cegueira absoluta! - Possuidor, pois, de uma invulgar sensibilidade, e, digamos, de uma memória prodigiosa, vi-o rodeado de alunos a quem dava diariamente explicações. 

Nem queria acreditar naquele fantástico prodígio! - Sim, só esse maravilhoso exemplo, dava um belo romance! - Pois  "o facto de o seu pai, um estudioso  da matemática e de economia e finanças, ter cegado quando terminava um curso superior, obrigou Luís Pereira de Sousa, tal como sua irmã, (gémea) ainda no período escolar, a lerem–lhe sobre várias matérias, durante algumas horas diárias. Esse exercício forneceu–lhe uma experiência que iria determinar a sua vida profissional, em paralelo com o desejo de vir a ser  jornalista – 
Mais pormenores do seu extenso currículo em Luís Pereira de Sousa – Wikipédia,

sábado, 18 de fevereiro de 2017

São Tomé – Doença des(conhecida) e tempestade tropical geram angústia na população - Úlcera de Buruli (flagelo já bem conhecido nos trópicos) continua alastrar e a inquietar: - Autoridades sanitárias evitam esclarecimentos públicos - Chuvas e ventos de tornado encalham catamarã que faz levantar acesas calemas sobre os misteriosos negócios nas constantes viagens de um governante que volta a estar ausente do país

Este é o maior risco
(Algumas actualizações) Por Jorge Trabulo Marques - Jornalismo, informação e investigação(Atualização )  Relatório de Biopsia de especialista em doenças infecionas a pedido da Sociedade Internacional de Doenças Infeciosas, diz tratar-se da ÚLCERA DE BURRULI - BURULI ULCER - Veja os pormenores atualizados em http://www.odisseiasnosmares.com/2017/02/s-tome-confirmada-doenca-desconhecida.html

Razão pela qual, os turistas,que queiram passar aqui uns dias de férias, podem visitar as ilhas à vontade, a doença não é contagiosa e maravilharem-se com as suas belezas, conquanto se banhem só nas águas quentes e azuis do mar e evitem comer mariscos ou peixes, que não sejam de água salgada 


A misteriosa úlcera - que tanto tem abalado a tranquilidade dos santomenses - tem nome (úlcera de Burulie) e não é tão desconhecida quanto isso e as autoridades sanitárias, já estão suficientemente informadas da origem da enfermidade e dos conselhos e cuidados que devem prestar à população e às pessoas afetadas – Se não o fazem é porque não querem . E deviam fazer uma campanha pública dos cuidados a ter. - A negligência de cuidados sanitários e a alterações feitas pelo homem para o ambiente poderão ser a causa da virulência da referida bactéria

ORA DIZEM UMA COISA ORA DIZEM OUTRA 

(atualizaçao) As informações contraditórias: de úlcera de Burruli a Necrotizante  - Persiste, a incongruência da dança das estatísticas e das informações contraditórias, pelo Ministério da Saúde de S. Tomé e dos seus porta-vozes, com o objetivo de ocultar uma enfermidade que foi negligenciada -  Em d25 de Fev, dizia-se:  que, só, numa semana, se haviam registado 42 novos casos e que a enfermidade alastrava por todos os distritos do país .Uns dias  depois, vêm afirmar que as principais vítimas são pescadores e agricultores dos distritos de Lembá e Loba -Durante vários meses, ignoraram-se os alarmes das muitas pessoas que se queixavam dos mesmos padecimentos e só passou ao conhecimento público quando a bronca tinha mesmo que rebentar

As autoridades sanitárias, que até já admitiram, tratar-se da úlcera de Burulie, agora dão-lhe outra versão: que passou de desconhecida à designação da doença dos dois pés ou úlcera de Buruli –Agora chamam-se úlcera Necrotizante  - Se se tratasse desta doença, já tinha morrido muita gente As infecções cutâneas necrotizantes, incluindo celulite necrosante e fascite necrotizante, são formas graves de celulite caracterizada pela morte de pele e tecidos infectados (necrose). (…) A taxa global de mortalidade é de cerca de 30%. 


SE FOSSE ESTA DOENÇA - TERIA HAVIDO MUITAS MORTES “As infecções cutâneas necrotizantes, incluindo celulite necrosante e fascite necrotizante, são formas graves de celulite caracterizada pela morte de pele e tecidos infectados (necrose). (…) A taxa global de mortalidade é de cerca de 30%. As pessoas mais velhas, aqueles que têm outras doenças médicas e aqueles em quem a doença atingiu um estágio avançado têm um resultado mais pobre. Um atraso no diagnóstico e tratamento e insuficiente remoção cirúrgica de tecido morto pioram o prognóstico Necrotizing Skin Infections - Skin Disorders 


As autoridades santomenses, pelos vistos, não pensam em combater  a doença mas ocultá-la, que resto foi a  preocupação que manifestaram ao longo de vários meses.


Por esse facto,  até chegaram a tentar impedir que os deputados da oposição pudessem visitar o hospital, o que era uma barbaridade  Ministro Varela condena visita de deputados ao Hospital

COMO AS AUTORIDADES SANITÁRIAS SANTOMENSE SE CONTRADIZEM

31/01/2017 Uma doença de origem ainda desconhecida está a afetar São Tomé e Príncipe, tendo as autoridades sanitárias diagnosticado já 1.994 casos e quatro óbitos "associados à doença", indicou fonte hospitalar. http://www.dn.pt/mundo/interior/doenca-de-origem-desconhecida-afeta-quase-2000-pessoas-em-sao-tome-e-principe-5639098.html


Fossas de saneamento a céu aberto
Povo pequeno, negligenciado  pelas autoridades ,apela a Deus 

ORA DIZEM UMA COISA, ORA DIZEM OUTRA - Voz da América
-03/02/2017 Óscar Medeiros Em cerca de oito meses, 1094 pessoas foram internadas na maior unidade hospitalar do país vítimas da doença, “até agora desconhecida pelas autoridades sanitárias” como disse à VOA a directora dos cuidados de saúde, Maria Tomé o Ministério da Saúde do arquipélago acredita tratar-se de uma úlcera de buruli -Doença rara em São Tomé e Príncipe continua por identificar


Voz da América-10/02/2017 Óscar Medeiros A doença que tem estado a afectar centenas de são-tomenses não é úlcera de buruli como suspeitavam as autoridades sanitárias do país. (…)Maria de Jesus Trovoada revelou que, até ao momento, a doença já afectou mais de mil pessoas no país, mas garantiu que não causou qualquer vítima mortal, como disse o principal partido da oposição, o MLSTP-PSD. Doença rara em São Tomé e Príncipe continua por identificar

10/02/2017 São Tomé et Principe, les autorités sanitaires de l'archipel ont notifié depuis le mois d'octobre 2016 un total de 1094 cas d'ulcère de Buruli sur une population de moins de 200 000 habitants.NOTICIAS  -  Ulcère de Buruli à São Tomé et Principe -

"Aumentam novos casos de Úlcera de Buruli em São Tomé e Príncipe" (..) Em cerca de oito meses, 1094 pessoas foram internadas na maior unidade hospitalar do país vítimas da doença, “até agora desconhecida pelas autoridades sanitárias” como disse à VOA a diretora dos cuidados de saúde, Maria Tomé. (..)  o Ministério da Saúde do arquipélago acredita tratar-se de uma Úlcera de Buruli. Aumentam novos casos de Úlcera de Buruli em São Tomé e Príncipe



Águas pantanosas -Álfobre de doenças
23 Fev 2017 Maia Tomé Palmer, fez saber que até este momento, o número de casos não ultrapassa os 1350. «(…)As investigações ainda não determinaram a origem da doença (... ) mas os estudos já realizados confirmam que não se trata da úlcera de buruli. A Direcção dos Cuidados de Saúde, define a doença como sendo celulite necrotizante http://www.telanon.info/sociedade/2017/02/23/23844/doenca-desconhecida-cresce-e-a-oms-acciona-sistema-de-alerta/

25-02-2017 - - DN - Hospitais em São Tomé registam esta semana 42 novos casos da "doença desconhecida" Autoridades sanitárias são-tomenses dizem que ainda não descobriram uma cura para a 'celulite necrotizante' que já infetou quase 2.000 pessoas desde outubro do ano passado, altura em que começaram a surgir os primeiros casos. Hospitais em São Tomé registam esta semana 42 novos casos da "doença desconhecida" http://www.dn.pt/mundo/interior/hospitais-em-sao-tome-registam-esta-semana-42-novos-casos-da-doenca-desconhecida-5691255.html

Que se faça luz ver de não o mesmo que fez a equipa dos técnicos judiciais que foram contratados para fazer um frete ao Governo e, com a sua cobertura,  dispensar os juízes que não eram da sua confiança politica – Pois, no governo apoiado pela atual maioria parlamentar, não se pode minimamente confiar: instrumentalizam a rádio e a televisão pública e dificultam a oposição de se pronunciar. . 
VEJA AS DIFERENÇAS ENTRE A FASCIITE NECROSSANTE E A ÚLCEIRA DE BURULI
 EMBORA COM EFEITOS NAS FERIDAS  MUITO PARECIDOS   - Mas uma é mais devastadora e fulgurante que a outra
 
 FASCIITE NECOROSSANTE -  É uma infeção bacteriana que progride rapidamente A mortalidade neste grupo é muito elevada, aproximando-se de 50 % a 70 % .4 - É rara, com apenas 3 a 4 casos em cada milhão de habitantes por ano nos EUA e Canadá, ou seja, cerca de 1000 casos por ano nos EUA. É mais comum em adultos e idosos com doenças crônicas , doenças cardíacas, doença vascular periférica, doenças pulmonares, insuficiência renal e diabetes mellitus), abuso de álcool, condições imunossupressoras (uso de corticosteróides sistêmicos, doenças do colágeno, infeção pelo HIV, transplantes de órgãos sólidos e doenças malignas em tratamento), uso de drogas endovenosas, cirurgias, varicela em crianças, úlceras isquêmicas e de decúbito, psoríase, contato com pessoas infectadas por Streptococcus e traumas cutâneos penetrantes e fechados ou até mínimos.2,10-14iabet

ÚLCERA DE BURULI -  É  uma doença que pode ser tratada com sucesso quando diagnosticada mais cedo. A maior dificuldade para resolver é a detecção precoceAo contrário lepra ou tuberculose, a infeção bacteriana não é transmitida por contágio humano para humano - A úlcera de Buruli (BU) é uma doença tropical negligenciada causada por Mycobacterium ulcerans . que afeta particularmente as populações dos países do Golfo da Guiné. Causada por uma micobactéria  transmitida por insetos aquáticos, destrói a pele, os músculos e pode até mesmo tocar o osso. É a terceira doença micobacteriana mais comum após tuberculose e hanseníase em pessoas imunocompetentes em Bénin. A doença tem sido relatada em mais de 30 países do mundo, mas a maior carga de pacientes está na África Ocidental - Estima-se que atualmente cerca de 20.000 pessoas por ano estão infectados com úlcera de Buruli e tratada. O número de casos não é alto. Mais de metade dos afetados são crianças menores de 15 anos.

É IMPORTANTE A INFORMAÇÃO JUNTO DAS POPULAÇÕES – ATRAVÉS DA RÁDIO E DA TELEVISÃO. E DA PARTICIPAÇÃO DE EQUIPAS DE SAÚDE NO TERRENO OU MESMO DO TRABALHO DE VOLUNTÁRIOS E  DESEMPREGADOS - Naturalmente com o indispensável apoio logístico e alimentar, uma justa gratificação estimuladora. 

Veja-se o que é dito num relatório sobre os cuidados da doença no Benim, donde veio o especialista que se encontra atualmente em S. Tomé - De que traduzimos algumas passagens



A úlcera de Buruli (BU) é uma doença tropical negligenciada causada por Mycobacterium ulcerans .Normalmente, o número de pacientes com úlceras em estágio avançado é alto. Isso complica o tratamento e aumenta o risco de deficiência. A doença é endêmica principalmente na África Ocidental. A principal estratégia para o controle é a detecção precoce usando voluntários da comunidade. Em Bénin, foram coletados dados para compreender o papel dos diferentes sistemas de referência no estágio da doença na apresentação no hospital ea precisão diagnóstica. Cerca de um quarto dos pacientes foram encaminhados ao hospital pelos voluntários da comunidade. Voluntários de saúde da comunidade encaminharam pacientes mais freqüentemente em um estágio anterior da doença. A taxa de confirmação de PCR entre os pacientes encaminhados pelos voluntários de saúde comunitária não foi sistematicamente menor do que nos pacientes encaminhados por outros sistemas. Descobrimos que os voluntários de saúde comunitária desempenharam um papel importante no sistema de referência de pacientes com UB em Bénin. Esta informação é relevante para programas de cuidados de saúde que tentam controlar a UB, mas também pode ser relevante para programas de cuidados de saúde que trabalham em outras doenças em áreas com recursos restritos.

Peixes e ratos são contaminados


A úlcera de Buruli (BU), causada por
 Mycobacterium ulcerans , é uma doença tropical negligenciada emergente. É a terceira doença micobacteriana mais comum após tuberculose e hanseníase em pessoas imunocompetentes em Bénin. A doença tem sido relatada em mais de 30 países do mundo, mas a maior carga de pacientes está na África Ocidental 

Normalmente, a UB começa como um nódulo, placa ou edema indolor, acabando por se tornar uma úlcera.O elevado número de pacientes com úlceras em estágio avançado é um grande problema, pois o tratamento da doença avançada é complexo e frequentemente tem incapacidades de longa duração como conseqüência  . A apresentação tardia às instituições de saúde é comum e é influenciada por questões práticas, tais como custos de viagem, visitas aos curandeiros tradicionais e percepção da doença por parte do paciente


O tratamento consiste em tratamento antibiótico com estreptomicina e rifampicina durante oito semanas, combinado com tratamento de feridas até que a lesão cicatrize  . As lesões levam muito tempo para curar; Em um ensaio clínico sobre o tratamento com antibióticos em Gana, o tempo médio de cura foi de 18 semanas para lesões de categoria I. O tempo médio de cura é maior para lesões de categoria II e III - 30 semanas [ . A cirurgia pode ser necessária. O tamanho da lesão foi o principal fator associado à cirurgia 


A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a detecção precoce de casos e o tratamento precoce das lesões para o controle da UB. A detecção precoce é importante porque a apresentação tardia para tratamento médico está correlacionada com a evolução das lesões pré-ulcerativas com a forma ulcerativa, aumento do risco de osteomielite, intervenção cirúrgica mais extensa e enxerto de pele  , internação hospitalar prolongada e limitação funcional grave  . As estratégias utilizadas para a detecção precoce de pacientes com UB são a busca ativa de casos e a educação nas áreas rurais com a assistência de voluntários de saúde da comunidade. Os voluntários de saúde da comunidade podem ser definidos como indivíduos leigos treinados em um papel específico de fornecer cuidados curativos ou preventivos ou controle em sua própria comunidade . Os voluntários da saúde da comunidade têm demonstrado desempenhar um papel importante no controle de várias doenças endêmicas, como oncocercose e dracunculose.- Excerto de Contribution of the Community Health Volunteers

UM MAL NUNCA VEM SÓ  - ANTES DE AVANÇARMOS COM MAIS PORMENORES - VEJA ISTO:

Tempestade Tropical assolou a Baía Ana Chaves, encalhando um catamarã e arrasando a  doca de pesca  -Chuva torrencial, com forte ventania,  assolou, numa recente madrugada,   a Ilha e São Tomé, tendo arrasado a passadeira de acesso à  Doca de Pesca, que, segundo informações, que obtivemos,  teria sido vendida a Gaboneses por Patrice Trovoada,  por  2 milhões no ano 2011, obra  oferecida e executada pelo Governo de  Taiwan,  na qual foram investidos cerca de  5 milhões de dólares – Constando-se, que, parte do equipamento existente, teria sido  retirado   e distribuído para negociatas e ofertas aos  privilegiados da Tribo.

Tudo isto numa atura, em que se levanta a polémica, de uns negócios, mal esclarecidos, pelo atual Governo, acerca da compra  de dois luxuosos catamarãs, que, em vez de ficarem ao serviço do país, teriam sido levados para o Gabão - .Um dos quais está agora encalhado, em S. Tomé, na sequência da fracassada visita de Mohammed VI 

É referido nas redes sociais, que, um desses barcos, que estava no porto de Libreville (para servir não se sabe quem interesses privados), era para ser usado na visita do Rei de Marrocos à Ilha do Príncipe, afim de ali se encontrar com o dirigente gabonês, Ali Bongo, num encontro mais tranquilo e confidencial. – O Rei não gostou que o segredo fosse quebrado e  não apareceu – E o Governo, lá teve que desfazer tendas e fazer regressar, a S. Tomé,  as viaturas ministeriais e outras que alugara a particulares   – O mesmo sucedeu com o catamarã, que acabou por fazer transbordo  por esta Ilha,  estando agora encalhado perto do “Super-Mercado CEKADO, junto da passadeira destruída pelo vendaval – Facto que voltou de novo a trazer à ribalta os negócios misteriosos do nativo gabonês – Sim, porque, foi o país onde Patrice Trovoada, foi parido  e cresceu - Longe dos afectos e das raízes, na qual é atual Primeiro-Ministro


NEGLIGENCIARAM E OCULTARAM A GRAVIDADE DA DOENÇA 

Um dos hospedeiros


As autoridades sanitárias santomenses, além de terem negligenciado a doença, durante vários meses, têm procurado ocultar informação dos pormenores da mesma, que  designam por desconhecida, mas há noticias a correr no estrangeiro que  lhe apontam o nome de  úlcera de Buruli, que, de resto, vai ao encontro das  biopsias, que já terão sido realizadas pelo especialista beninense Ghislain Emmanuel, a pedido do OMS, as quais foram enviadas para o laboratório em Yaondé, Camarões

Eis a tradução – 10/02/2017  Em São Tomé e Príncipe, as autoridades de saúde notificaram no arquipélago desde o mês de outubro 2016, um total de 1094 casos de úlcera de Buruli em uma população de menos de 200 000 habitantes. A úlcera de Buruli é uma doença crônica da pele e tecidos moles causando grandes úlceras geralmente nas pernas ou braços e pode causar deformidades e incapacidades permanentes. 

É causada pela bactéria Mycobacterium ulcerans, que produz uma toxina original, micolactona , o que provoca danos nos tecidos e inibe a resposta imunitária. Ulcère de Buruli à São Tomé et Principe | Mon Partenaire Santé

Declarações de  Emmanuel Ghislain  03/02/2017 "Meu trabalho é fazer biópsias serão analisadas em laboratórios internacionais para a compreensão da origem da doença", disse ele. As amostras foram enviadas para o laboratório em Yaoundé, Camarões. Sao Tomé : un maladie ulcérante d'origine inconnue 


Nem tudo é cacau...


A úlcera de Buruli é uma doença terrivelmente dolorosa e debilitante que afeta particularmente as populações dos países do Golfo da Guiné. Causada por uma micobactéria  transmitida por insetos aquáticos, destrói a pele, os músculos e pode até mesmo tocar nos ossos.  http://www.afrik.com/article7428.html

AS TERRÍVEIS MAZELAS DA  ÚLCERA DE BURULI NÃO SÃO  TÃO DESCONHECIDAS QUANTO ISSO


  
A misteriosa úlcera de Bureli  é uma doença antiga, difundida no mundo, mas especialmente nos países quentes e húmidos. Um dos agentes para o alastramento dessa enfermidade é feito através da picada de insetos em zonas muito húmidas e pantanosas, sobretudo na época das chuvas, entre os quais o da picada de certas aranhas – Que podem transmitir uma micobactéria, suscetível de provocar úlceras na pele extremamente profundas e dolorosas, destruindo a pele, o tecido subcutâneo, músculos, podendo mesmo atacar o osso, sendo as populações que vivem em áreas pantanosas em países tropicais, as mais vulneráveis, nomeadamente nas pernas e braços. . Devendo, por isso, evitarem entrar descalças nessas águas chocas e salobras, autênticos viveiros de agentes infeciosos, pois as chagas não se transmitem de pessoa para pessoa, senão através de uma microbactéria Pois, como dizem os entendidos, "mordendo o homem, o inseto injeta as bactérias Mycobacterium ulcerans, a única que pode ser transmitida por um insecto e o única capaz de produzir uma toxina

Foi na Austrália, há quase 70 anos que o Professor Peter MacCallum e seus colegas descreveram pela primeira vez em detalhe uma nova entidade doença ulcerosa entre os seis pacientes da área de Bairnsdale perto de Melbourne. E também os primeiros a isolar o agente causador, Mycobacterium ulcerans Em seguida, na década de 1960, observaram-se muitos casos desta doença em Buruli County (agora Nakasongola District) em Uganda. É por isso que esta doença é conhecido, uma vez que, sob o nome de Buruli. "Ele rapidamente se tornou evidente em muitas partes do mundo desde 1980, particularmente na África Ocidental, o que nos levou a agir, de 1998, diz um da OMS. Dada a crescente dispersão geográfica, consequências graves e limitado conhecimento que temos da doença, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou uma resolução em 2004 para melhorar o monitoramento e controle, bem como para acelerar pesquisa para desenvolver melhores ferramentas para lutar

úlcera de Buruli
"Ao contrário lepra ou tuberculose, a infeção bacteriana não é transmitida por contágio humano para humano, é o resultado de uma transmissão feita com um modelo semelhante ao de uma doença parasítica tal como a malária ou virais como Nilo Ocidental. Esta descoberta é esperado para desenvolver meios mais eficazes de proteção contra esta doença.
(…) recomendações de tratamento atuais são: combinação de rifampicina e estreptomicina / amicacina durante oito semanas como tratamento de primeira linha para todas as formas da doença ativa. Podem ser tratados como pacientes ambulatórias nódulos e casos simples; cirurgia para remover o tecido necrosado, cobrir defeitos da pele e deformidades; Intervenções para minimizar ou prevenir deficiências.
Foi relatado úlcera de Buruli em trinta países da África, das Américas, da Ásia e do Pacífico Ocidental, principalmente em regiões tropicais e subtropicais. Na Costa do Marfim, havia cerca de 24.000 casos entre 1978 e 2006, o Benin quase 7.000 casos entre 1989 e 2006 e em Gana mais de 11 000 casos desde 1993. Na Austrália, um aumento recente, com 25 casos são relatados em 2004, 47 em 2005 e 72 em 2006. Ele notifica mais e mais casos em Camarões, Congo, Gabão, Sudão, Togo e Uganda.
Epidemiologia também ensina que a úlcera de Buruli é mais frequentemente observada em comunidades rurais que vivem perto dos lagos, fluxo lento rios, lagoas, pântanos e lagos. Casos também ocorreram depois da inundação. "As atividades perto da água, como a agricultura, são um fator de risco e parece que usar roupas para proteger qualquer um desfile, foi explicado há pouco ainda à OMS. As razões para o aumento da propagação desta doença ainda não são claros. Se nós pode ser afetada em qualquer idade e independentemente do sexo, a maioria dos pacientes não deixam de ser crianças com menos de quinze anos. Em geral, não existe nenhuma diferença entre os rapazes e raparigas na taxa de infeção. A doença pode afectar qualquer parte do corpo, mas em 90% dos casos, as lesões são nos membros, com cerca de 60% para as pernas. Não há evidência de que até à data, a doença pode ser transmitida a partir de uma pessoa para outra. Há pouca variação sazonal na incidência ". https://www.revmed.ch/RMS/2008/RMS-152/Ulcere-de-Buruli-vecteur-identifie

MUITO ESTUDADA MAS AINDA ALGO MISTERIOSA 




Ghislain Emmanuel,- Ni Benin
"A úlcera de Buruli, uma doença infecciosa causada pela Mycobacterium ulcerans (M. ulcerans),é a terceira micobacteriose em ocorrência, após a hanseníase e a tuberculose. 

Essa micobacteriose atípica tem sido relatada em mais de 30 países, principalmente, nos que têm climas tropicais e subtropicais, mas a sua epidemiologia permanece obscura. 

Recentemente, os primeiros casos autóctones do Brasil foram relatados, fazendo com que dermatologistas brasileiros estejam atentos a esse diagnóstico. O quadro clínico varia: nódulos, áreas de edema, placas, mas a manifestação mais típica é uma grande úlcera, que ocorre, em geral, nas pernas ou nos braços. Apesar do amplo conhecimento quanto ao seu quadro clínico em países endêmicos, nas outras áreas, esse diagnóstico pode passar despercebido. Assim, médicos devem ser orientados quanto à úlcera de Buruli, pois o diagnóstico precoce, o tratamento específico e a introdução de cuidados na prevenção de incapacidades são essenciais para uma boa evolução.

(...) Dados mais recentes da Austrália sugerem que os mosquitos de pântanos de água salgada apresentam teste positivo para DNA de M. ulcerans, apesar de a transmissão por esse tipo de mosquito ainda não ter sido comprovada. Há outras pesquisas em andamento para estabelecer o papel exato de insetos e outros fatores na transmissão da doença aos seres humanos. Se houver confirmação, a UB será a única doença conhecida por micobactérias transmitida por insetos.

A contaminação da pele pode resultar da exposição direta a água estagnada, a gases provenientes de lagoas ou superfícies de pântanos ou a objetos contaminados. Também parece ocorrer por meio de vários tipos de trauma,27 desde leve, como com uma injeção hipodérmica, a grave, como ferida de minas terrestres, picada de cobra ou, até mesmo, mordida humana. Dois casos registrados mostram a possibilidade da transmissão homem-homem, através de trauma por mordidas.

Uma mudança na epidemiologia da UB tem sido atribuída a inundações, crescimento populacional, mineração, extração de madeira das florestas tropicais e represamento de rios, mas não há comprovação dessa associação causal. Há hipóteses de que a M. ulcerans seja introduzida em novas regiões por insetos, seres humanos ou outros animais. Alternativamente, o organismo já pode estar amplamente distribuído no ambiente, em baixo número, mas amplificado a níveis significativos após acontecimentos como desmatamentos ou inundações.16
4. que são os problemas associados com a doença? úlcera de Buruli é uma doença que pode ser tratada com sucesso quando diagnosticada mais cedo. A maior dificuldade para resolver é a detecção precoce. Muitas vezes, as crianças e os adultos vêm tarde demais para ser tratada, para que danos irreversíveis já apareceram, e o surto da doença pode ser eliminada através de cirurgia de grande porte.

Medicina tradicional - o recurso do "povo peqeno"
A taxa de recaída elevada em pacientes de Buruli - até 30% - é também um problema sério.
5. Quantas pessoas sofrem de úlcera de Buruli hoje? É difícil determinar o número de pacientes, pois em muitos países, as pessoas afectadas nem sempre são tratadas de forma adequada e não são identificados. Estima-se que atualmente cerca de 20.000 pessoas por ano estão infectados com úlcera de Buruli e tratada. O número de casos não é alto. Mais de metade dos afetados são crianças menores de 15 anos.
6. Em que países é que nós úlcera de Buruli? A úlcera de Buruli está presente em África, no oeste da América do Pacífico e Latina. Na África, os países afetados sontles: Angola, Benin, Burkina Faso, Congo, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Gana, Guiné, Camarões, Libéria, Nigéria, Serra Leoa, Sudão, Togo e Uganda. No oeste do Pacífico, são eles: Austrália, China, Índia, Indonésia, Japão, Malásia e Papua Nova Guiné. Na América Latina, a úlcera de Buruli está presente na Bolívia, Guiana Francesa, México, Peru e Suriname.

7. úlcera de Buruli é curável? Quando Buruli é diagnosticado suficientemente cedo, o agente patogénico pode ser eliminado por uma pequena operação cirúrgica. Numa fase avançada, o tratamento com antibióticos também pode dar bons resultados. Numa fase posterior, que muitas vezes permanece a possibilidade de tratar cirurgicamente grandes superfícies e, em seguida, prosseguir com enxertos de pele. Como último recurso, devemos amputar o membro afetado. Numa fase tardia da doença, os antibióticos não são eficazes.

8. Podemos fazer algo contra a incapacidade causada pela doença? Para recuperar sua mobilidade após uma grande cirurgia e enxerto de pele, os pacientes devem fazer ginástica médica e acompanhar a reabilitação por um longo tempo. A cirurgia reconstrutiva e ajudas técnicas, muitas vezes permitem que as pessoas afetadas para retomar a vida normal.

9. Existe um risco de infecção, por exemplo, para os viajantes? Pessoa para pessoa contágio tem, até à data, não foi estabelecida. Durante uma estadia em uma área afetada por úlcera de Buruli, existe o risco de infecção, especialmente se você compartilhar as condições de vida dos indígenas (que vivem e trabalham em áreas pantanosas ou perto de rios nas regiões subtropicais, onde a doença é endêmica). http://bra-ales.org/lepra/c/3_faqBuruli.html

- Um paraíso equatorial de lindas praias, quentes, transparentes e azuis, de verdes, belas e luxuriantes paisagens, enfrenta extrema pobreza e uma doença de origem desconhecida, a que os santomenses chamam "doença dos pés" - Já afetou quase 2000 pessoas e continua a gerar enorme inquietação e ansiedade geral

O POVO JÁ REZA AO SANTO PADROEIRO ORAÇÕES DE DESESPERO E DE ESPERANÇA  
Ghislain Emmanuel, - Em S. Tomé - Téla Nón



É típico dos governos autoritários e das ditaduras, que, ao invés  de  contribuírem para  mostrar o pais real, em buscarem soluções para  resolverem os seus problemas,  enveredem por defender a sua pele,  em fabricar a imagem de que tudo vai bem, de mostrarem um pais ficcional através  da falsa propaganda dos órgãos de comunicação social, na qual detêm o controlo absoluto - O Povo Santomense é pacifico e ordeiro mas tem dirigentes políticos despudoradamente corruptos, arrogantes e incompetentes, aos quais - e pela primeira vez - o ato eleitoral havia declarado (através da fraude, compra de votos) a maioria parlamentar
ELIMINAR A DOENÇA OU SILENCIAR OS QUE QUEREM VEREM-NA ESCLARECIDA E ERRADICADA? 
"Povo Pequeno" sem dinheiro e sem assistência pronta e eficaz socorre-se da medicina tradicional, que neste caso, perpetua ou agrava mais e não resolve

Enfermaria de Água Izé - 1916
Numa altura em que, o país se debate com uma grave doença, que devia requerer esforços políticos e sociais colectivos, Governo abre guerra contra a oposição e procura  silenciar a sua voz - Senão  atente-se no exemplo recente da prepotência e arrogância do Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Afonso Varela,  a segunda figura  mais poderosa do   Governo, responsável pela Comunicação Social e pelas relações com o Parlamento, quando se dá ao desplante de abrir um telejornal para se atirar contra  a visita de deputados da oposição ao Hospital Dr. Ayres Menezes. Diz Olegário Tiny:” Ele que estava cioso (zeloso) do seu poder de aparente superministro, zangou, barafustou, vergastou, esgrimiu argumentos pouco claros e nada convincentes para a sua causa, e até prometeu castigo (palmatórias???) aos deputados da oposição. Estes que se cuidem, pois “eles serão responsabilizados por isso”, asseverou o ministro, queerendo, com isto, asfixia-los política e economicamente e dar cabo deles, por todos os meios e a todo o custo.

 Excerto de AFONSO VARELA – ministro descarrilado! |

 Noutro artigo de Abel  Veiga - Segundo Afonso Varela, a visita dos deputados, foi forçada e selvagem. «Nós compreendemos a razão e o timing em que essa visita forçada e indisciplinada é feita. É que há uma manifestação amanhã (9 de Fevereiro), que o MLSTP e o PCD convocaram, mas não são capazes de assumir a autoria de uma manifestação», denunciou o ministro.  – Excerto de Ministro Varela condena visita de deputados ao Hospital Ayres de ...

 ÚLCERA QUE DESCARNA E AVERMELHA- SEJA QUAL FOR RAÇA, COR DA PELE  OU CREDO RELIGIOSO

 Sempre as maiores vitimas  - Web
Ghislain Emmanuel,

«Tudo quanto sabemos é que é uma úlcera que denominamos de úlcera necrosante. Não conhecemos até hoje o agente patológico», declarou, Maria Tomé Palmer.(...) Actualmente a doença que abre chagas enormes nos membros inferiores dos são-tomenses é responsável por importante ocupação das camas nos hospitais do país. «Um grande número de doentes interna e fica por muito tempo. Há doentes internados desde Outubro e vêm de todos os cantos do país», frisou a Directora dos Cuidados de Saúde. http://www.telanon.info/sociedade/2017/02/01/23691/doenca-de-origem-desconhecida-ja-afectou-1094-sao-tomenses/
MINISTRA DA SAÚDE DIZ QUE A DOENÇA NÃO É CONTAGIOSA  - MAS A VERDADE É QUE A DOENÇA ALASTRA E GERA ENORME INTRANQUILIDADE E INQUIETAÇÃO 


Ministra da Saúde, diz  que que  não é contagiosa e que ainda não causou qualquer vítima mortal mas outras fontes afirmam que foram detetados quase 2000 casos de graves enfermidades -  Segundo Maria Trovoada, « é uma situação preocupante. Estudos têm sido desenvolvidos. A nível do país realizou-se inquéritos, análises a água ao ambiente. Foram enviadas amostras para o Instituto Ricardo Jorge em Portugal, para o Instituto Pasteur em Yaoundé. O agente etiológico não conhecemos. Sabemos que é uma micro-bactéria que está a causar este problema», declarou.

É referido que "A investigação em curso no Instituto Ricardo Jorge em Portugal, deu a Ministra da Saúde, algumas pistas.  «Neste momento o que podemos aferir é que podemos estar perante um agente microbiano que seja produtor de alguma toxina. Neste momento ainda não se conhece este agente. Mas posso dizer que estamos perante uma doença infecciosa e não contagiosa», assegurou Maria Trovoadahttp://www.telanon.info/politica/2017/02/09/23756/ministra-da-saude-doenca-dos-pes-e-uma-infeccao-nao-contagiosa/

DOENÇA DESCONHECIDA OU JÁ BEM CONHECIDA DESDE HÁ VÁRIOS MESES? A maioria dos casos são curados. A cura é difícil. Há pacientes que estão no hospital desde Outubro" - Diz o Director dos Serviços de Saúde, Maria Tomé Palmer.

Eng. Henrique Pinto da Costa - Estudioso cientista da Biodiversidade

Doença de origem desconhecida? Ou a “A úlcera de Buruli (BU), causada por Mycobacterium ulcerans” há muito conhecida na zonas mais pobres e húmidas de África e com  sintomas de idêntica tipologia? 

Doença dos Pés”, esta  a designação que os são-tomenses dão à doença de origem desconhecida que, desde há vários meses  está a alastrar-se no país. 

típica de zonas tórridas e quentes


úlcera de Buruli
Pelos vistos, nem  é recente nem desconhecida das  autoridades sanitárias: pois, se assim não fosse, não se sabia que tratamento lhe aplicar - Pelo menos a quem o fazem - Preferindo estar sintonizadas com o obscurantismo, descontrolo e a corrupção governamental, em insistir nas falsas  aparências  de uma Ilha paradisíaca (mas só na paisagem que n-ao na extrema precaridade  da vida das populações, com ordenado mínimos de 45 euros mensais, e quem os  tem), sim,  do que fazer frente à gravíssima enfermidade e serenar a  enorme ansiedade geral

GOVERNO FORÇADO  A FALAR 

É assim que se promove o turismo e a saúde dos santomenses?
Constou-se-me que, se não tivesse atingido umas crianças de  uma personalidade, próxima da confiança   do Governoque se esforçou por saber junto  de alguns médicos a origem das chagas que lhes atormentavam as pernas, - sim, a qual não mais descansou enquanto não soube o que se passava com as chagas, muito vivas, que, inesperadamente, lhes provocavam abrasivas dores e um grande mal-estar, certamente que ainda não seria tão cedo que a gravidade da enfermidade era publicamente divulgada


Pelos sintomas, lograram identificar a   provável origem das chagas, e, com medicação adequada,  acabaram por devolver a saúde às duas crianças. No entanto,  quando os pais se aperceberam que, na ilha, já havia muitos casos idênticos e confrontando os médicos com o problema, foi então, que,  receando-se eventual escândalo, alguém,  nos meios sanitários, começou por levantar publicamente a questão, nomeadamente, devido à pressão dos partidos da oposição, obrigando o Governo a tomar medidas e a pronunciar-se

Escreve, Abel Viega, no jornal on line Téla Nón – que atualmente a doença que abre chagas enormes nos membros inferiores dos são-tomenses é responsável por importante ocupação das camas nos hospitais do país. «Um grande número de doentes interna e fica por muito tempo. Há doentes internados desde Outubro e vêm de todos os cantos do país», frisou a Directora dos Cuidados de Saúde.

Roça Ribeira Peixe 
As autoridades sanitárias já pediram ajuda da OMS, que enviou um especialista em úlceras de buruli, para investigar o caso são-tomense. Ghislain Emmanuel especialista de nacionalidade beninense, está no terreno a colher amostras que deverão ser analisadas no laboratório de referência africana, em mais uma tentativa para descobrir a origem da doença.
Segundo a Directora dos Cuidados de Saúde, pacientes com imunidade baixa, ou que padecem de diabetes são potenciais vítimas mortais da doença que se alastra pelo país e que ainda não se conhece a sua origem.
No entanto, a maioria dos cidadãos são-tomenses, sobretudo os que habitam a capital São Tomé e os seus arredores, registam dia a dia e com preocupação grande ameaça latente à saúde pública. Nunca antes a capital e os arredores estiveram congestionados de lixo e de toda espécie de imundice como nos últimos tempos. - Excerto http://www.telanon.info/sociedade/2017/02/01/23691/doenca-de-origem-desconhecida-ja-afectou-1094-sao-tomenses/
CONTRADIÇÕES – MINISTRA DA SAÚDE USA O TERMO “DOENÇA DOS PÉS” PELO QUAL  JÁ É CONHECIDA PELO POVO – OUTROS MINISTROS RECUSAM ASSOCIÁ-LA À ÚLCERA DE BURULI  - Mas a verdade é que está em S. Tomé um dos maiores especialistas neste tipo de doenças 

Águas pantanosas - ótimos hospedeiros
Constroem-se grandes centros comerciais e palácios: O Povo?
 A Ministra reforçou que os estudos continuam até se saber qual é o agente etiológico, que está a causar a designada “Doença dos Pés”.
Maria Trovoada, anunciou que um especialista português do Instituto Ricardo Jorge esteve no país, e orientou um protocolo terapêutico que está a ser seguido no Hospital Ayres de Menezes.
Por outro lado na conferência de imprensa os dois ministros, esclarecerem que foi descartada a hipótese da dita “Doença dos Pés” (porque ataca sobretudo os membros inferiores), ser a Ulcera de Buruli. A OMS enviou para São Tomé, o cidadão beninense Ghislain Emmanuel, especialista em Ulcera de Buruli. Os estudos feitos pelo especialista da OMS, provaram segundo o Governo, que o que está a acontecer no país não tem nada a ver com a Ulcera de Buruli, uma doença comum em alguns países africanos. Ministra da Saúde – “Doença dos Pés” é uma infecção não ... - Téla Nón

AFINAL QUE TIPO DE DOENÇA É A ÚLCERA DE BURULI

Não escolhe idade ou cor da pele - Web

O agente da úlcera de Buruli é uma bactéria chamada M.ulcerans. M. ulcerans pertence à família de bactérias que causa lepra e tuberculose. M. ulcerans fica sob a pele de uma ferida ou mordida de inseto e, ocasionalmente, atinge os ossos. M. ulcerans produz uma toxina chamada mycolactone, que destrói o tecido celular e prejudica o sistema imunológico. Embora a via de infecção não tenha sido confirmada, acredita-se que os insetos aquáticos, mosquitos e artrópodes mordedores / picantes (insetos, crustáceos, aranhas, centopéias, etc.) sejam o hospedeiro ou vetor. http://atm.eisai.co.jp/english/ntd/buruli.html

Caberá aos investigadores a conveniente resposta – Mas que não fique no domínio dos segredos, como parece acontecer ao propalado inquérito mandado instaurar pela morte do malogrado piloto da TAP. A doença manifesta-se como uma úlcera que deixa grandes feridas abertas na pele. "Esta úlcera só atacam as pernas, os pés", disse Maria Tomé Palmer. - As autoridades solicitaram o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou um especialista Benin úlcera de Buruli. São Tomé E Príncipe - Doença de origem desconhecida afeta quase

COM A POBREZA A CRESCER EM STP, CRESCE TAMBÉM A CRIMINALIDADE E OS RISCOS DE DOENÇAS  - NÃO SE PODE EXIGIR QUALIDADE DE SAÚDE COM ORDENADO MISERÁVEIS E LIXEIRAS A CONSPURCAREM O AMBIENTE

É citado que "A realidade dos profissionais da saúde em São Tomé e Príncipe é mesmo difícil. Conversamos com enfermeiros do hospital Dr. Ayres de Menezes, que preferiram não serem identificados por medo de represálias dentro da instituição. Todos foram unânimes ao afirmar a falta de material para o tratamento dos pacientes, a falta remédios, e que a infraestrutura do único hospital do país está completamente sucateada. “Realmente não temos condições para fazer um bom atendimento da população”, assegurou uma das profissionais que conversou conosco.

Urge fazer mais que no tempo colonial
Para além dos problemas estruturais no Dr. Ayres de Menezes, os enfermeiros e médicos ainda precisam lidar com o baixo salário pago às categorias.  O salário de um enfermeiro, por exemplo, pode variar entre 1 a 2 milhões de Dobras, o equivalente a 40 e 80 euros, respectivamente. Este é o valor pago por mês para aqueles que seguirem a carga horária normal de 9 horas diárias. Para conseguir ganhar um pouco mais, os profissionais precisam esforçar-se ainda mais e fazer pelo menos 8 ou 10 plantões todos os meses, e aí conseguem ganhar mais 400 mil Dobras por turno realizado. “Isto acaba por transformar a nossa carga horária em algo desumano e que às vezes nem compensa tanto assim, pois temos muitos descontos no nosso salário”, revela um enfermeiro.

A Estratégia de Luta Contra a Úlcera de Buruli da OMS Incidirã na Detecção e Tratamento Precoces

A úlcera de Buruli, uma doença tropical negligenciada que pode ser tratada, é causada pela Mycobacterium ulcerans,da família das bactérias que causam a tuberculose e a lepra. A doença caracteriza-se por lesões cutâneas que persistem, sem cicatrizarem

Doença de Buruli - Web


úlcera de Buruli
(..) Na Região Africana foram confirmados casos de úlcera de Buruli em 12 países: Benim, Camarões, República Centro-Africana, República do Congo,  Côte d’Ivoire, República Democrática do Congo, Gabão, Gana, Guiné, Nigéria, Togo e Uganda.  Foram assinalados casos suspeitos em 10 países: Angola, Burkina Faso,  Chade, Guiné Equatorial, Libéria, Malawi, Mali, Serra Leoa, Tanzânia e Zâmbia. A Estratégia de Luta Contra a Úlcera de Buruli da OMS Incidirã 

Mais de cem pessoas morrem no Benim de doença desconhecida 28 Maio 2013, 15:2 Mais de 100 pessoas com idade entre 4 e 17 anos morreram no Benim de uma doença desconhecida, divulgou hoje a televisão local. -De acordo com jornalistas, os cientistas ainda não identificaram a doença, cujo surto começou há cerca de um mês.   https://br.sputniknews.com/portuguese.ruvr.ru/news/2013_05_28/Mais-de-cem-pessoas-morrem-no-Benim-de-doen-a-desconhecida-5014/
POBREZA E AS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS  

Angola

As avaliações (WHO) da Organização Mundial de Saúde mostram que um bilhão pessoas em 149 países sofrem de umas ou várias doenças tropicais negligenciadas. Estes incluem a dengue, o tracoma, a filariose e o leishmaniasis, e são causados por vírus, por bactérias, por parasita ou por helminthes.

Estes são chamados negligenciados porque não recebem muita atenção. Ocorrem o mais frequentemente nos países em vias de desenvolvimento do mundo que sofrem do saneamento deficiente, da falta da água potável e do acesso deficiente dos cuidados médicos. A importância destas doenças é médica e sócio-económicahttp://www.news-medical.net/health/What-are-Neglected-Diseases-(Portuguese).aspx

"NINGUÉM DÁ SEM RECEBER - FILOSOFIA DO EGOÍSMO QUE SÓ ESPERA RECEBER E NÃO DAR NADA EM TROCA - E ENTÃO QUE DÁ COM O APOIO EXTERNO? Faz precisamente o contrário do que afirma - Diz que “Nas relações de cooperação ninguém dá sem receber mas o astuto empresário  é caloteiro, só quer receber e fazer desaparecer 

EM QUE PÉ FICOU O BADALADO INQUÉRITO DA TAP? - Claro, como era suposto, em águas de bacalhau - Nunca mais se falou no caso de toda a conveniência - para segurança dos santomenses - que  se apurassem os resultados



Um tripulante de cabine da TAP Portugal com 27 anos, morreu na madrugada de 25 de Dezembro vítima de paludismo cerebral, a forma mais grave da malária. - Segundo as informações disponíveis, a infeção terá sido contraída durante uma viagem de trabalho a São Tomé e Príncipe com uma paragem técnica em Acra, no Gana.” 
Esta noticia já correu mundo e, além de dramática  para os familiares da vitima, se as causas não forem devidamente aprofundadas e esclarecidas,  poderá tornar-se num duro golpe para  o turismo nas maravilhosas Ilhas Verdes do Equador, de consequências gravíssimas, dificilmente  reparáveis nos próximos tempos

Conforme referimos neste site Guiné, Togo, Mali, Moçambique, Burkina Faso, Gana, Costa do Marfim, Uganda, Nigéria e República Democrata do Congo são os dez países africanos que albergam 87,1% da população (159,9 em 183,5 de milhões de pessoas) que vive em regiões com uma probabilidade alta ou muito alta de contraírem o parasita mais mortal da malária, apesar do financiamento para o seu combate ter aumentado nove vezes”.