Mais uma aventura dos novos tempos da era do vazio e do hedonismo desbragado - para exibicionismo
circense e promoção publicitária - Numa embarcação de 6 metros de comprimentos e pouco mais de meia tonelada de peso
Não é a primeira vez
que pequenas embarcações, atravessam o oceano atlântico, e algumas até ainda mais pequenas e com recursos técnicos
bem mais modestos, que a sofisticadaembarcação - em forma de prancha, mas com o arsenal de navegação mais avançado da actualidade - , do sul-africano Chris Bertish: - Não me causa a mínima admiração, nem tão pouco se trata de um caso inédito e extraordinário
No mar as correntes são
verdadeiros rios, que atravessam oceanos ou circulam no meio deles, que
arrastam tudo quanto encontrem no seio delas e que assumem relevante
importância, quer na sobrevivência das espécies marinhas, quer na definição e
influência dos climas Basta seguir a sua direção, ir armado de piloto
automático, quando se descansa ou se dorme, com patilhão no fundo do costado,
dispor de bons remos para evitar que os ventos afastem a embarcação do seu
percurso, sim, dar de vez em quando umas remadas para não sair do seu rumo, que
a embarcação, lá segue o seu destino e não se perde
Com a pela bem tratada - Não passou fome nem dormiu mal
No meio de
algumas destas proezas, mostra-se apenas o lado superficial, a publicidade que vai
estampada nos barcos e que precisa de ser promovida – Estes são os heróis da atualidade
e da superficialidade
Referem as notícias, que Bertish começou a sua jornada há 93 dias, na cidade
marroquina de Agadir. Na quinta-feira (9), ele completou a tarefa, chegando à
Ilha de Antigua no Mar do Caribe às 8h32, horário local.” – E, naturalmente, a
corrente, lá o levava – Mas, a avaliar por algumas imagens, que foram
mostradas, com vigilância e apoio à ilharga.
Nos treinos - para a travessia de 3 dias e 3 noites 150Km
Gostaria de o ver numa canoa, como a que eu
usei, num tronco de árvore - Não deixa de ser admirável a sua façanha e de
merecer o meu aplauso - Mas, se se vir bem, hoje dia, com a sofisticação existente da naútica, nem é o tamanho da embarcação que
pode causar admiração mas a qualidade da mesma e os meios de que dispõe - Até pode
ser muito grande e ir mal equipada. Pois quanto maior é a nau, também maior
poderá ser a tormenta. Creio que, se não foi ele, já outro aventureiro, se
gabara da mesma proeza – Só que a memória das noticias, é efémera – E muita gente pensa apenas pelo que lhe mostra o lado sensacionalista das noticias no dia a dia
Naturalmente que, feitos destes, são mais para
meros exibicionismos circenses e promoções publicitárias de que para fazer ver as
possibilidades humanas ou de as superar - Vá lá, pelo menos demonstrou que estas pequenas
balsas, auto-abastecem-se de energia solar e são funcionais. Quem dera que as houvesse no dramático naufrágio do
Titanic
Há 42 anos, tal como já o descrevi neste site, andei à deriva, 38 dias, numa frágil piroga de S. Tomé,
nos mares do Golfo da Guiné - Sem desprimor para o feito do jovem sul-africano, creio que. numa canoa, apenas munido de uma bússola e sem quaisquer outros meios de
orientação ou de comunicação com o exterior, duvido que haja muito quem se arrostasse a este tipo de aventura. Mas, antes desta aventura, já tinha feito outras
travessias: uma das quais de S. Tomé ao Príncipe, numa minúscula piroga de 40cm
de altura por 60cm de largura- Foram apenas 150 Km em linha reta (claro, muito
mais a navegar), porém, na companhia constante de perigosos tubarões maiores de
que a própria canoa Enfrentando violentos tornados. A segunda travessia foi de S. Tomé à Nigéria - A canoa era maior e levou-me 12 dias - Seja como for, cada um faz o
que pode - E o feito de Bertish. não deixa de ser notável - Eu realizei essas viagens com
intuitos científicos: quis demonstrar a possibilidade das Ilhas do Golfo da Guiné, - à semelhança
do que sucedeu com as remotas ilhas do pacífico - terem sido povoadas, através de canoas primitivas, anteriores à colonização, com ligações da costa africana, e creio que o demonstrei – O sul-africano, fê-lo para se
exibir e ganhar umas croas – Está no seu direito: os heróis dos novos tempos,
têm que acompanhar as leis do consumismo
e da publicidade selvagem, que nos forçam a vê-la mesmo que não a desejemos. PELOS VISTOS, TAMBÉM JÁ HAVIA SIDO DEMONSTRADO QUE AS CANOAS FAZIAM GRANDES TRAVESSIAS EM OCÁ . ENTRE S. TOMÉ E O PRINCIPE E O GABÃO – Diz investigador português - Ocá – Eriodendron anfractuosum -Colosso. Lá no alto, nos seus frutos, dá-nos a lã d’óca, boa para almofadas e colchões. A madeira é utilizada na construção de gamelas. Chegam a medir15X2x1x1,50 metros - Era nestas embarcações, leves de d’ocá, que, ainda em 1860, se viajava de S. Tomé para o Príncipe e para o Gabão– Eng. Egydio Inso - 1922
Outubro de 2014 - Mesmo aos 70 anos . ainda preparado para outras aventuras
OUTRAS FAÇANHAS SOLITÁRIAS - TALVEZ MAIS ARROJADAS E DESAPOIADAS QUE A DO SUL-AFRICANO
Amyr Khan Klink, nasceu em 1955, em São
Paulo. O primeiro contato com o mundo aquático foi aos 10 anos, quando comprou
uma canoa.
Em 1984 realizou a primeira travessia solitária a remo pelo
Atlântico Sul, com um barco construído por ele no ano anterior. No total foram
percorridas 3.700 milhas em 100 dias.
Zé do Pedal, um dos
cicloturistas mais experientes do Brasil, está saindo para uma aventura
incrível: pedalar num barco movido a pedal de Nova York ao Rio de Janeiro.
Serão 23.000km pedalando pelas águas do Oceano Atlântico. A viagem terá uma
duração aproximada de dois anos. Fazer uma viagem desta natureza pode parecer
uma tarefa impossível. Mas não para este mineiro natural de Viçosa, que já
percorreu o mundo todo de bicicleta. O objetivo do cicloturista é divulgar a
importância da preservação das águas no mundo.
O barco da empresa americana Prophish (www.prophish.com) possui
dois flutuadores que são feitos de fibra de vidro e o seu interior traz uma
armação de alumínio naval, recheado de esponja de poliuretana, mede 4.50mde
comprimento por 2.10m de largura com um peso total de 70kg que suporta 286kg de
carga. A velocidade de cruzeiro do barco, é 10km/h, permitindo um deslocamento
limpo e não poluente para que possa ser usado de forma ecologicamente correta.
O barco também tem um teto de lona, para proteger ao ciclista das intempéries.
Zé do Pedal pretende pedalar cerca de 50km por dia. Durante a noite, o ciclista
dormirá em barraca de camping armada nas praias.
O projeto Paraguaçú
começou a tomar forma em 2007. Desde a aquisição do barco a remos, em 2011,
passaram 4 anos de intenso envolvimento nas questões de
logística, planeamento, preparação, execução e divulgação do projeto (sem falar
em contatos, aquisições, viagens, suplicas, pragas, sustos, dificuldades,
improvisações, remediações, alegrias, esforço, algum sofrimento e suficiente
desconforto…).
Para além do desafio pessoal (o
geográfico e o literário) e da homenagem aos navegadores quinhentistas e ao
espirito pioneiro dos lusitanos de outrora, estava o alerta para a
destruição da floresta em geral, e da Amazónia em particular.
Este
projeto, destina-se “a divulgar a temática da «eco-eficiência» e
desenvolvimento sustentável, assumindo a forma de uma arriscada travessia
oceânica com o potencial de criar um forte impacto mediático”. José Tavares, o homem que vai remar até ao Brasil
quer alertar para o problema crescente das alterações climáticas e a
necessidade de proteger as florestas, em especial a Amazónia, “incitando ao
recurso a energias alternativas em substituição das fósseis, ao estabelecimento
de políticas mais firmes de sustentabilidade e conservação e à implementação de
formas mais eficientes e racionais de exploração de recursos”. Além de três livros já publicados, dois deles
sobre exploradores e aventuras, Tavares é o único português a ter descido em
esquis de uma montanha de mais de 8 mil metros de altitude.
José Diogo Giraldes Tavares, licenciado em
Organização e Gestão de Empresas e pós-graduado em Marketing Internacional,
dirigiu o departamento de grupos e incentivos na Portitours, em Portimão, e foi
consultor de desenvolvimento organizacional na EgorConsulting. http://pt.trekearth.com/gallery/Europe/Portugal/photo1384472.htm
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador- "Quando os primeiros navegadores portugueses chegavam a uma terra até então desconhecida costumavam gravar nalguma grande árvore ou pedra «este motto do Infante, Talent de Bien Faire» diz o historiador Armando Cortesão
Atual Presidente da República, Evaristo Carvalho
A pedra foi encontrada por mim e pelo santomense Cosme Pires dos Santos, em Agosto, de 2015, num dia em que, ambos, percorremos, várias áreas da orla marítima, com o objetivo de encontramos eventuais vestígios arqueológicos – Tanto anteriores à colonização, como a partir desse período.
Já nos referimos a este importante achado, no site Odisseias Nos Mares e no Facebook, porém, só agora o atualizámos com a publicação de dois vídeos, editados no Youtube, - Todavia, entendemos abrir novo post, dada a importância das opiniões que então pudemos recolher– Quer da sua experiência, em contato com a realidade local, quer com os cuidados de saúde prestados à população" – E, naturalmente, da surpresa que tiveram com o achado que lhe mostrámos
Com o Cosme Pires dos Santos
O referido achado, que na altura me deixou bastante intrigado, por se tratar de uma inscrição antiga mas com letras do nosso alfabeto, só passou a dar-me algumas pistas da sua origem, quando, ao ler, um estudo de Armando Cortesão, ali se faz referência à divisa do Infante
Daí admitir poder tratar-se de uma antiga inscrição (parcial), da divisa do Infante D. Henrique, atual divisa da Escola Naval “TALANT DE BIEN FAIRE” –– A pedra, em basalto, já está muito esboroada e desgastada, faltam-lhe alguns pedaços, pelo que, a inscrição, já não está completa – Mas, atendendo ao aspeto antigo da inscrição, depreende-se que seja a celebre divisa do Infante Dom Henrique - De momento, achou-se prudente não identificar publicamente o local
Entrevistas - a alunas de medicina da Universidade da Beira Interior, Covilhã, que se encontravam em S. Tomé, numa ação de intercâmbio, deram-nos a sua opinião sobre a inscrição numa pedra, que poderá ter sido gravada pelos Navegadores Portugueses, há V séculos, quando aportaram pela primeira vez nesta Ilha - Na mesma altura, recolhemos também outros testemunhos que agora editámos em video
A descoberta de antiga inscrição numa pedra, na orla marítima, poderá ter sido gravada por navegadores portugueses das caravelas, atendendo às excelentes condições de aportagem do local - Outros achados em pedra poderão também relançar a origem do povoamento ancestral da Ilha através de canoas ou por outras embarcações – “Angolares” os temerários do mar, vindos nas suas canoas do sul do Reino do Congo?
Depois de algumas imagens - Ouça as suas declarações
“Talant de Bien Faire - A célebre divisa do Infante Dom Henrique, que era gravada nas pedras ou nos troncos de árvores, pelos navegadores portugueses das caravelas, quando chegavam a uma terra até então desconhecida- Esta frase está inscrita no túmulo do Infante D. Henrique, que era o seu lema e que hoje serve de divisa à Escola Naval – E significa desejo ou vontade de bem fazer, exortando a um esforço pessoal e coletivo de perfeição. – E poderá ter sido inscrita numa rocha que eu e o santomense, Pires dos Santos, encontramos, em Agosto de 2015, num local
Curiosamente, quase com o mesmo significado, “QUERER E FAZER”, este o tema do projeto, de intercâmbio, que, em Março de 2016, há precisamente um ano, um grupo de alunos de Medicina da Universidade da Beira Interior, Covilhã, procurou levar a cabo durante um mês, com o intuito de colaborarem no trabalho das unidades de medicina de S. Tomé e Príncipe.
Quis um feliz acaso, que nos encontrássemos, com algumas jovens desse grupo, numa bela tarde de de domingo, numa das visitas que efetuávamos, ao sitio da nossa descoberta, com o coronel Victor Monteiro, Diretor do Gabinete do então Presidente da República. Manuel Pinto da Costa, ou seja, a um dos recortes mais maravilhosos da costa santomense - Às simpáticas jovens, que por ali andavam a passear, aproveitámos para lhe mostrar a referida pedra e de lhe perguntarmos a sua opinião.
Pelo que pudemos depreender pelas suas palavras, tratou-se de uma bela surpresa, a juntar-se “à experiência enriquecedora" que já vinham tendo junto da população.
Posteriormente, tomámos conhecimento de que, o dinamizador do projeto, denominado "Querer e Fazer", em declarações à Lusa, citou o contributo para a promoção da saúde neste país, bem como o facto de os estudantes contactarem com uma realidade diferente, referindo que alguns dos alunos aproveitaram a oportunidade para fazerem recolha de dados a incluir nas respetivas teses de mestrado.https://www.diariodigitalcastelobranco.pt/detalhe.php?c=14&id=3366
OUTRAS OPINIÕES - Olinda Lima , uma jovem, santomense, que vive em Portugal, onde é gestora de uma grande empresa, foi passar uns dias de férias, à sua maravilhosa Ilha, com o namorado, o Alexandre, natural de Alcobaça, e, encontrando-se no local em passeio, deram-nos o seu testemunho numa das visitas que, posteriormente à nossa descoberta, ali fizemos, acompanhado pelo coronel Victor Monteiro. Diretor do Gabinete do então Presidente da República. Manuel Pinto da Costa. Curiosamente, o mesmo achado, nessa mesma tarde, também foi mostrado a um grupo de estudantes de medicina daUniversidade da Beira Interior, cujas opiniões apresentamos no video anterior e que igualmente ali também passeavam.
De sublinhar que, uns dias antes, na mesma pedra, pousaria Evaristo Carvalho, antes de ser eleito Presidente da República de STP, durante um agradável passeio que por ali fazemos, com o propósito de lhe revelar a descoberta - E o mesmo sucedera, com o meu amigo Teodoro Ela Ngui, Secretário da Embaixada da Guiné Equatorial, em STP, que também mostrara curiosidade em ir conhecer a pedra, de que lhe falara, num dos encontros numa conhecida esplanada da cidade
Por último, antes do nosso regresso a Portugal, quem ali nos acompanhou foi o Diretor Geral da Cultura, Nelson Campos, para conhecer o achado e proceder às diligências, que forem necessárias - segundo nos prometeu - para o preservar e estudar mais detalhadamente - Vamos, pois, esperar que sejam convidados especialistas que possam comprovar a antiguidade da inscrição e a sua autenticidade
PORVENTURA, O ACHADO HISTÓRICO QUE FALTAVA - Descoberta de antiga inscrição numa pedra, na orla marítima de S. Tomé, que poderá tratar-se da célebre divisa do Infante Dom Henrique, gravada pelos navegadores portugueses das caravelas, quando aqui aportaram, há mais de V séculos, atendendo às excelentes condições naturais da pequena baía, junto à qual se ergue uma colina, onde o testemunho parece ter sido registado para a posteridade – A inscrição, denota ser muito antiga, tal como o comprovam as observações das pessoas às quais foi mostrada a pedra - Embora lhe faltem algumas letras, mas as que existem denotam configurar a lendária expressãoTALANT DE BIEN FAIRE desejo ou vontade de bem fazer, exortando a um esforço pessoal e coletivo de perfeição.Esta frase está inscrita no túmulo do Infante D. Henrique, que era o seu lema e que hoje serve de divisa à Escola Naval
Depois de um antiga espada e um antigo punhal, eis alguns carateres da famosa divisa do Infante D. Henrique - Não é a lendária “Pedra de Dighton”, com inscrições atribuídas a Corte Real, nas costas da Nova Inglaterra, em 1511, mas poderá vir a sê-lo no futuro.
38 dias nesta canoa
Se bem que a confirmação da descoberta, só uma análise laboratorial da rocha o poderá permitir, porém esta minha convicção baseia-se na gravação das letras (duplo traço, denotando ser inscrição muito antiga) e pelo facto desta se situar numa colina sobranceira ao mar e num local de águas calmas e profundas, propícias à aproximação e acostagem de embarcações de grande porte.
Embora lhe faltem algumas letras, mas as que existem denotam configurar a
lendária expressãoTALANT DE BIEN FAIRE desejo ou vontade de bem
fazer, e exorta a um esforço pessoal de perfeição.Esta frase está inscrita no
túmulo do Infante D. Henrique, que era o seu lema e que hoje serve de
divisa à Escola Naval
A DIVISA DO INFANTE D. HENRIQUE GRAVADA PELOS NAVEGADORES PORTUGUESES NOS TRONCOS DAS ÁRVORES E NAS ROCHAS
Como é reconhecido, a tendência do homem deixar sinais da sua presença, através de gravuras ou outro tipo de inscrições, é tão velha, como a natureza humana - Os animais (cães e lobos) urinam junto das árvores ou pedras para ali marcarem o seu território – No fundo, é uma tendência dir-se-ia instintiva da preservação da espécie
A ideia de que, os portugueses, levantavam padrões, nas terras que descobriam, tal não corresponde inteiramente à verdade – Esses marcos, vieram posteriormente às descobertas e ao inicio da colonização - Eles usavam outras formas mais simples para indicarem a sua passagem: inscrições nos troncos de árvores ou nas rochas
Quando se aborda esta questão apenas se faz alusão a árvores, esquecendo-se de que a gravação numa pedra – tal é o caso da famosa pedra de Corte Real, - é bem mais duradoura.
Foto de Jorge Trabulo Marques
Desde as primeiras expedições dos catalães e portugueses, tinham os navegantes o costume de gravar os seus nomes em árvores, destacando as espécies baobá (Adansônia digitata) e a dracena (Dracaena draco), que, obviamente, não é o conhecido arbusto ornamental. Nem sempre o faziam por veleidade ou vão desejo de glória; muitas vezes a inscrição era para eles uma espécie de marco, algo como um símbolo de posse, um meio de assegurar à sua pátria os direitos de primeiro colonizador. Os navegantes portugueses escolheram, com freqüência, para este fim, a bela divisa do infante D. Henrique, duque de Vizeu: Talent de bien faireb.as inscrições feitas nas cascas das árvores"ue, duque de Vizeu: Talent de bien faireb.as inscrições feitas nas cascas das árvores
CANOAS FAZIAM GRANDES TRAVESSIAS
EM OCÁ . ENTRE S. TOMÉ E O PRINCIPE E O GABÃO – Diz investigador português - Ocá – Eriodendron anfractuosum -Colosso. Lá no alto, nos seus frutos, dá-nos
a lã d’óca, boa para almofadas e colchões. A madeira é utilizada na construção de gamelas. Chegam
a medir15X2x1x1,50 metros - Era nestas embarcações, leves de
d’ocá, que, ainda em 1860, se viajava de
S. Tomé para o Príncipe e para o Gabão– Eng. Egydio Inso - 1922
A HISTÓRIA NÃO PODE DISTANCIAR-SE DOS ESTUDOS ARQUEOLÓGICOS
Dezembro de 1969
Nas ilhas do Golfo da Guiné, ainda há muitos mistérios por revelar num passado ancestral, ainda mergulhado nos escombros do tempo, mas que, com persistente sentido de crença algum sentido instintivo, cientifico,quiçá messiânico,poderão propiciar valiosas e surpreendentes descobertas – E revelarem-seaos olhos daqueles espíritos que não hesitam em ir ao seu encontro, cientes de que a origem dos homens, em qualquer parte do mundo, mesmo nas mais remotas e isoladas ilhas, tem atrás de si milénios de gerações, que não advêm somente da subjugação dos tempos do ignóbil esclavagismo – Sim, não coube apenas ao homem do continente europeu a primazia ou privilégiodo seu povoamento. Velho preconceito criado por uma civilização europeia, que,ao longo dos séculos, se habitou a subjugar outras, julgando-as bárbaras e inferiores.
“O descobrimento das ilhas do Golfo da Guiné está mal referenciado na documentação antiga e tem-se sugerido que ocorreu no contexto da exploração realizada por João de Santarém e Pêro de Escobar no golfo da Guiné, durante a qual se destacou a já referida descoberta da costa da Mina em Janeiro de 1471. Perante as dificuldades em ajustar a cronologia do descobrimento das três ilhas aqui em causa afigura-se-nos mais credível a aceitação da hipótese de os descobrimentos das ilhas de São Tomé e Príncipe terem ocorrido respectivamente em 21 de l Dezembro de 1478 e 17 de Janeiro de 1479, Tendo esta última ilha sido denominada inicialmente por a Santo António (Abade) ou Santo Antão, dia deste santo, passando depois a ser designada por «Príncipe», visto ter sido descoberta sob a égide do então príncipe D. João e futuro rei D. João II (desde 1481), pois desde Maio de 1474 era ele quem estava encarregado dos Descobrimentos. A fundamentar a verosimilhança da proposta destas datas, que foi avançada por Viriato Campos, está a circunstância de tais ilhas terem sido por certo aquelas que são mencionadas no Tratado de Alcáçovas assinado entre Portugal e Castela em 4 de Setembro de 1479. Neste documento tais ilhas estarão referidas, sem menção dos seus nomes"
Ao longo da costa africana, já haviam navegado fenícios e árabes e o Infante D. Henrique, estava bem informado. A história nem sempre é um relato fidedigno dos factos. "Se o Infante D. Henrique e os dirigentes portugueses que se lhe seguiram proibiram a venda de caravelas ao estrangeiro, mandava a lógica que se opusessem igualmente à saída de capitães, pilotos, cosmógrafos(...) e com eles dos roteiros para as novas terras, das cartas de marear e de tudo que ensinasse a nova ciência da posição e da direcção do navio e, mais que tudo, da do sol ao meio dia." - In "DÚVIDAS E CERTEZAS NA HISTÓRIA DOS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES" Luís de Albuquerque
EXPLICAÇÃO DADA PELA MARINHA PORTUGUESA QUE FAZ DA DIVISA DO INFANTE D. HENRIQUE,TAMBÉM O SEU GLORIOSO LEMA
O “talant de bien faire” ficou gravado no túmulo do Infante, no Mosteiro da Batalha, e popularizou-se, sobretudo, quando em 1839, Ferdinand Denis encontrou na Biblioteca Nacional de Paris um códice encabeçado pelo título Cronica dos feitos notavees que se passarom na conquista de Guinee por mandado do Iffante dom Henrique [Crónica da Guiné]. No meio dos respetivos fólios, encontrava-se uma imagem dobrada representando um homem de chapelão, que se identifica habitualmente com o Infante D. Henrique, e, na parte inferior da folha, pode ler-se a referida expressão “talant de bië faire” (com o sinal de nasalação do “e” que hoje se substitui pela inclusão do “m” final). Divisa - Talant de Bien Faire - Escola Naval - Marinha
Teodoro Ela Ngui,- Secretário da Emb. Guiné Equatorial
A palavra francesa “talent”, que se traduz em português por talento, tem origem numa expressão grega (tálantom) que indica “prato da balança”, peso ou valor. Assumiu a versão em latim de talentum, com sentido semelhante, e passou para o português para designar valores ou méritos intrínsecos de alguém. “Talant”, por outro lado, é uma palavra que existiu no dialeto provençal com um sentido de “desejo” ou “vontade”. Entrou na língua francesa e confundiu-se durante alguns séculos com “talent” (usado com duplo sentido), mas perdeu o significado provençal a partir do século XVII e desapareceu do uso corrente ( Èmile Littré).
CONTRIBUTO QUE PODERÁ AJUDAR A RELANÇAR A HISTORIOGRAFIA DESTAS ILHAS "A História das Navegações Portuguesas tem pecado por ter sido escrita, por vezes, por quem desconhecia Arte Náutica - dizia Gago Coutinho (…) por estranhos às «coisas do mar» como eram quase sempre, cronistas e historiadores . Incapazes de se imaginarem a navegando dentro dos navios antigos. Eles fiavam-se nas versões que corriam, contadas por mareantes românticos, que acrescentavam um «ponto» ao seu «conto».
Descobrimento e Cartografia das Ilhas de S. Tomé e Príncipe – Comunicação feita pelo Prof Doutor Armando Cortesão - no Grupo de Estudos de História Marítima, Lisboa, em 15 de Maio de 1970"Todos os historiadores que se ocupam do «descobrimento das ilhas de S. Tomé e Príncipe» concluem que não se sabe ao certo quem foram os descobridores nem a data da descoberta; parece que ninguém se sente à vontade ao tratar do assunto - o que quase sempre acontece com o descobrimento das ilhas da parte oriental do Atlântico." -
DESCOBERTAS PORTUGUESAS - OMISSÕES E ABSURDOS
(...) "o tope comercial dos descobrimentos, em 1466, era a Serra Leoa. Comercial. E não de forma alguma geográfico (...) Da Serra Leoa por diante e até ao Rio Lago, da actual Nigéria, os aspectos da geografia humana mudavam inteiramente. Entre o Senegal e a Serra Leoa dominava o urbanismo flúvio-marítimo. Dali por diante, ao contrário, a população encontrava-se disseminada ao largo do litoral em pequenas aldeias; depois do Cabo das Palmas e por toda a Costa do Ouro era muito densa, mas fraccionada em unidades mínimas, que não obedeciam a qualquer organização política, como a dos mandigas. Enquanto aquele império se desenvolvera numa zona de estepes e savanas, propícia ao deslocamento de grupos humanos, ao contrário, desde a Serra Leoa por diante e ao largo de quase todo o Golfo da Guiné a grande floresta tropical bordava as costas, impondo a disseminação dos homens, cortando-lhes os movimentos em terra e impelindo-os para o mar" - Diz o historiador Jaime Cortesão Volume II - In "Os Descobrimentos Portugueses r" - Diz o historiador Jaime Cortesão Volume II - In "Os Descobrimentos Portugueses
As viagens marítimas são talvez tão antigas como os mares.Os fenícios, entre 1200 a 600 a.c., foram os maiores marinheiros do mediterrâneo - Mas não só: transpondo as Colunas de Hércules, entraram no Atlântico e navegaram para sul. - O Periplus Hannonis - É disso um extraordinário exemplo e talvez o primeiro massacre das Ilhas do Golfo da Guiné
"Em data indeterminada da primeira metade do século VI a. C. (apontam-se datas que vão de 560 a 425 a.C.), quando Cartago estava no seu apogeu, foram organizadas expedições destinadas a conhecer e colonizar as costas atlânticas. Foram encarregues dessas tarefas Hanão, que deveria explorar as costas africanas para sul do Estreito de Gilbraltar e Himílico que deveria explorar as costas europeias para norte daquele estreito. Seriam irmãos, embora tal possa ser em sentido não literal.
Quando os europeus demandaram a costa de África, já os africanos, há muito mais tempo, haviam sulcado o litoral marítimo, subido e descido os rios e ligado as ilhas limítrofes com as suas pirogas talhadas em enormes troncos de árvores - Pessoalmente pudedemonstrar, essa possibilidade, através das várias ligações solitárias, que efetuei: o teste desde a cidade de S. Tomé a Anambô, 1970, onde se encontra o Padrão dos descobrimentos - Depois, as travessias, ente S. Tomé ePrincipie (3 dias); S. Tomé-Nigéria 12 e, mais tarde, de Ano Bom a Fernando Pó (mais à deriva que a navegar, devido à falta deequipamento (remos) que perdera por ação de um violento tornado, ao pretender regressar a S. Tomé, por não ter sido largado na corrente equatorial que me arrastaria, inevitavelmente, para oeste. Claro que qualquer destas viagens, se fosse feita acompanhado, não teria levado tantos dias
A GRANDE EPOPEIA AFRICANA NÃO PODE SER IGNORADA - - O continente africano é o berço da humanidade: foi daí que irradiou o Homo sapiens . Os seus homens e mulheres, povoaram lugares nunca dantes povoados; atravessaram continentes, criaram civilizações, culturas e formaram reinos - E, mesmo os que nunca dali partiram para a grande aventura da Diáspora, tinham os seus costumes, as suas tradições e as suas hierarquias - Eram livres à sua maneira.
A FUGA DE ESCRAVOS NAS CANOAS –Referida por Gerhard
Seibert, numa conferência, em 2009
(tradução) …..escravos fugidos de São Tomé ou do Príncipe, realizaram em suas canoas pelas correntes marinhas ligações à ilha de Fernando Pó. Em 1778, o ano da transição do domínio Português ao da Espanha, um grupo de ex-escravos de São Tomé e Príncipe viveu no sul de Fernando Pó. (..)Após a abolição da escravatura em 1875, trabalhadores contratados africanos fugidos respetivamente, foram frequentemente devolvidos pelas Autoridades espanholas para os seus senhores em São Tomé e Príncipe. Outros foram simplesmente entregues aos empregadores locais.
Um século mais tarde, em 1975, Jorge Trabulo Marques, partiu sozinho desta ilha numa canoa em uma tentativa de atravessar a Atlântico. Em vez disso, depois de uma odisseia de 38 dias, ele desembarcou em Fernando Pó. Ele era detido e interrogado pelas autoridades locais e depois repatriado - Excertos de]Equatorial Guinea's External Relations: São Tomé e ..
ALGUNS DOS LINKES DO ARTIGOS QUE PUBLIQUEI NESTE SITE
DESCOBERTAS DE GRAVURAS RUPESTRES E UMA ESPADA E UM PUNHAL, ANTIGOS – EM ANAMBÓ – JUNTO AO PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS – ACHADOS DE INTERESSE ARQUEOLÓGICO
Não sendo arqueólogo, estou, desde há vários anos, ligado à descoberta dos calendários pré-históricos dos Tambores, nos arredores da minha aldeia, cujas imagens já correram mundo. Além disso, jána década de noventa, contribuí para descoberta de algumas gravuras rupestres do Vale do Côa -Isto para já não falar das várias travessias solitárias que empreendi em frágeis pirogas para comprovar a possibilidade do povoamento inicial ter sido realizado por canoas, à semelhança das remotas ilhas do Pacífico
ACHADOS DE INTERESSE ARQUEOLÓGICO QUE NÃO SURGEM POR MERO ACASO
Tal como é reconhecido, muitos dos importantes achados arqueológicos, são descobertos até por simples curiosos e posteriormente estudados. – Ora, é justamente esta a minha intenção – que, tanto as gravuras, que localizei, nas proximidades do Padrão do Descobrimentos, em Anambó, em Novembro de 2014, na presença de dois jornalistas santomenses, assim como o punhal e a espada, que também ali foram resgatadas do fundo da orla da praia, em Agosto de 2015, e entregues no Ministério da Educação, Cultura e Ciência, possam vir a ser objeto de estudo aprofundado por especialistas. – E, naturalmente, também a da antiga inscrição,a que atrás me referi, descoberta noutro ponto da costa e na mesma altura.
Ag 2015 espada descoberta submersa
Sem dúvida, uma interessante descoberta, a juntar à das gravuras rupestres em Anambô e de um antigo punhal e espada, resgatados do fundo das águas daquela orla mas agora noutro local - Como documentam as imagens, trata-se de uma inscrição de reduzidos carateres latinos e maiúsculos, alguns dos quais irreconhecíveis, pelo que não é fácil decifrar a sua leitura ou significado, porém, denota ser muito antiga e não ter sido escrita por mero acaso - E a minha convicção é de que trate, realmente, da famosa divisa, a que atrás me referi.
antigo punhal resgatado do mar
Foi localizada, na manhã do dia 8 de Agosto de 2015, no topo de uma colina, por mim e por um santomense, sobranceira a uma baía de águas calmas e profundas, propícia à acostagem, não apenas de canoasmas também de embarcações maiores ou mesmo de caravelas ou navios – Por uma questão de proteção do achado, enquanto a descoberta não for revelada às autoridades competentes, o que penso fazê-lo ao deslocar-mede novo a S. Tomé, pelo que consideroprudente não se revelar a localização exata
NÃO ESTÁ PROVADO QUE, ANAMBÓ, TIVESSE SIDO O LOCAL ONDE DESEMBARCARAM PELA PRIMEIRA VEZ OS NAVEGADORES PORTUGUESES – NEM SE SABE ONDE TERÁ SIDO – MAS FOI AQUI QUE A COLONIZAÇÃO COMEÇOU
Em virtude de contrariedades ou vicissitudes de vária ordem, somente, anos mais tarde, após o primeiro desembarque dos navegadores portugueses, em 1493, as ilhas começaram a ser colonizadas a partir de um local a que chamaram de Água-Boa, que, com o tempo passou a ser designado Água-Ambó, por ali passar uma ribeira de água potável e de fácil acostagem, embora povoado por uma orla pedregosa e sem areia, mas que se estendia por uma superfície plana, das poucas existentes na costa voltada a norte e noroeste -Mais tarde mudaram-se para a Baía Ana de Chaves, formando ali uma pequena povoação, com aproveitamento das terras vizinhas, justamente onde se situa actualmente a cidade de S. Tomé
NAQUELA ÉPOCA A PALAVRA DESCOBRIR, SIGNIFICAVA EXPLORAR O QUE JÁ ERA CONHECIDO
Ermelinda de Jesus Lima, - 20-02-2016
Não haja, pois, ilusões, quando o Infante D. Henrique fundou a Escola de Sagres, ele já tinha recolhido abundante informação de uma grande parte da costa de África: pelo menos, até ao Golfo da Guiné.
Não há certezas quanto à data exata da descoberta das ilhas - Diz também Luís de Albuquerque: Sabe-se por exemplo que João de Santarém, Pêro Escobar, Fernão do Pó, Lopo Gonçalves e Rui Sequeira estiveram ao serviço de Fernão Gomes. Mas não há registos que nos permitam dizer com segurança qual deles, em que ano, descobriu o quê." - Admite-se, no entanto, que, a Ilha de S. Tomé, teria sido descoberta em 21 de Dezembro de 1471, e, um ano depois, em 17 de Janeiro, a Ilha do Príncipe – Por outro lado, também já, o Almirante Gago Coutinho, em “A Náutica dos Descobrimentos, aludia à palavra “descobrir”, acerca dos “factos náuticos que procederam à Viagem de ´Álvares Cabral, ao Brasil, citando o livro “Esmeraldo”, referindo que naquela época, a palavra descobrir, tem o sentido de explorar uma costa que já fora achada antes de 1948”, de “uma exploração, confiada a Duarte Pacheco.
Coronel Victor Monteiro - Gravuras rupestres
De um modo geral, salvo os historiadores, que não se limitam a transcrever a tese oficial colonial, que entendeu, arrumar factos históricos ao seu jeito, “todos os historiadores que se ocupam do «descobrimento das ilhas de S. Tomé e Príncipe» concluem que não se sabe ao certo quem foram os descobridores nem a data da descoberta; parece que ninguém se sente à vontade ao tratar do assunto - o que quase sempre acontece com o descobrimento das ilhas da parte oriental do Atlântico. – Diz Armando Cortesão em “Descobrimento e Cartografia das Ilhas de S. Tomé e Príncipe
“Convém notar”- refere o mesmo investigador - “ que desde já e sempre que se aborde tão delicado e controverso assunto, qual o significado a dar à palavra descobrimento, quando se trata de novas terras e em especial no século XV. Já vários historiadores se têm referido ao problema e dele me ocupo mais de espaço no vol. III da minha História da Cartografia Portuguesa, que estou a escrever e cujo vol. II (…)”
“A meu ver as palavras descobrimento e suas derivadas de princípio significavam que a terra respectiva foi reconhecida, provavelmente redescoberta, tornando-se conhecida de todo o Mundo, estabelecendo-se entre ela e a Europa relações normais, isto é, viagens frequentes, povoamento, colonização, relações comerciais, etc. É aquilo a que se pode chamar descobrimento oficial, como sugeriu o saudoso Com. Fontoura da Costa.
Gravura em rocha na orla marítima de S.Tomé
De tudo ou quase tudo o que foi descoberto, isto é, descoberto oficialmente, se pode dizer que foi redescoberto. João de Barros, cronista sério e quase sempre fidedigno, diz «terem os nossos mais terras descobertas no tempo de D. Afonso V do que achamos na escritura de Gomes Eanes de Zurara», e que quando os nossos primeiros navegadores chegavam a terra até então desconhecida costumavam gravar nalguma grande árvore «este motto do Infante, Talant de Bien Faire por outros navegadores depois encontrado ao longo da costa africana, que julgavam atingir pela primeira vez. Depois de ter mencionado os descobrimentos das ilhas de S. Tomé, Ano Bom e Príncipe, refere-se o cronista a propósito a uma ilha que em 1438 havia sido descoberta pelos Portugueses e de que se perdeu memória. Conta Barros cotão que quando em 1525 uma armada castelhana sob o comando de Garcia de Loiasa se dirigia do golfo da Guiné para a costa do Brasil, depois de ter encontrado um navio português que vinha da ilha de S. Tomé, descobriu uma ilha desabitada, dois graus a sul do equador, chamada S. Mateus, «e em duas árvores estava escrito que havia 87 anos que nela estiveram portugueses». Alguns autores têm identificado esta ilha com a de Fernão de Noronha, que de facto fica em dois graus de latitude sul, perto da costa do Brasil. A primeira vez que encontro esta ilha de S. Mateus é na carta Anónimo-Jorge Reinei, de e. 1519, por conseguinte antes da referência de Loiasa, note-se bem, na verdade uns dois graus a sul do equador mas a meio do Atlântico ou na parte ocidental do golfo da Guiné, de facto nesta parte oriental do Atlântico, mais perto da África que da América. Depois a ilha de S. Mateus ainda continua a aparecer muitas vezes na cartografia quinhentista e seiscentista.
Antigo encaixe do mastro
O que importa é esta indicação do descobrimento duma ilha atlântica em data remota e a que durante muitos anos não houve qualquer referência. Vários casos semelhantes poderia citar, não só dos descobrimentos das ilhas e costas atlânticas, da América, da circum-navegação do continente africano, da lnsulíndia, da Austrália, do Japão, etc., de cuja existência já havia conhecimento, por vezes muito vago, antes do seu redescobrimento ou «descobrimento oficial». Muitos casos se podem também citar de referências mais ou menos veladas a navegações e descobrimentos portugueses de que não nos chegaram informações concretas..
EM 2011 - HÁ CINCO ANOS - JÁ EU ALERTAVA PARA A POSSÍVEL EXISTÊNCIA ACHADOS ARQUEOLÓGICOS QUE PODERIAM CONTRIBUIR PARA UM MAIOR ESCLARECIMENTO HISTÓRICO DO POVOAMENTO DESTAS ILHAS
Outubro de 2014 - Mesmo aos 70 anos . ainda preparado para outras aventuras
Os portugueses foram grandes navegadores -E talvez dos maiores navegadores daqueles épicos tempos. Um país, tão pequeno e com tão fracos recursos económicos, ter feito o que fez, foi realmente uma verdadeira odisseia. Há, pois, que enaltecer a coragem daqueles bravos pilotos e marinheiros. – Todavia, uma coisa é essa coragem e bravura, outra a verdade história – E está não deve ser ocultada ou pervertida.http://www.odisseiasnosmares.com/2011/07/2-sao-tome-e-principe-as-antigas-ilhas.html
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A ORIGEM DO POVOAMENTO DAS ILHAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, É POIS MUITO MAIS ANTIGA DO QUE A DESCRITA PELA VERSÃO COLONIAL - AINDA CONTINUA A SER REFERIDA, NÃO OBSTANTE AMBAS CONSTITUÍREM UM PAÍS SOBERANO E INDEPENDENTE, VOLVIDAS MAIS DE TRÊS DÉCADAS São Tomé e Príncipe...Hist.Descobrimentos e Exp.Portug.....
Dizia eu, há cinco anos, neste site - É certo, que, até hoje, não foram descobertos monumentos ou vestígios arqueológicos perenes em qualquer das ilhas do Golfo da Guiné, que pudessem dar-nos indicações para a existência de antigas civilizações. Não porque não possam existir, mas talvez mais pelo facto de nunca ter sido encarado a sério um estudo aprofundado.
NÃO ME ENGANEI AO REFERIR que essa investigação deveria fazer-se. Acredito que não faltariam surpresas interessantes. Porém, existe uma prova que continua igual há de milénios atrás: a sua tradição marítima. Haverá elo mais genuíno, com as suas antigas origens, que a arte de navegar em tão frágeis meios primitivos? ....- Canoas frágeis e toscas, é um facto, mas capazes de resistirem aos mais violentos vendavais
Em S. Tomé Agosto 2015
Primeira roda de pedra - Internet
Demonstrei-o, por três vezes, ao ligar as ilhas com o continente. E assim o haviam igualmente demonstrado as enormes canoas que foram utilizadas para transporte de escravos, nomeadamente do Gabão, mesmo depois da alforria, cuja lei muito custou a aceitar aos proprietários nas grandes roças.
1964- Empregado de Mato
Pessoalmente, ainda vi o fundo de uma dessas enormes canoas, junto ao velho cais da Praia Fernão Dias , quando trabalhei como empregado de mato na Roça Rio do Ouro, da Sociedade Agrícola Vale Flor. Pois, em São Tomé não se construíam canoas daquele tamanho. As grandes árvores estão pouco acessíveis às praias e estavam sob o domínio das roças. A costa africana está mais ao nível das praias e oferece mais vastas possibilidades. De resto, depois da independência, muitos nigerianos faziam comércio, com São Tomé, servindo-se de grandes pirogas.
Um manto de verdura reveste completamente a orla das praias até aos cumes das mais altas montanhas e picos, dando a impressão de se aportar a uma terra de ninguém.
Quem, de bom senso, acredita que os povos, que lá viviam, mal avistavam os invasores, corriam imediatamente para junto deles?!.. Fizeram-no, mais tarde, mas com persistentes e violentos ataques: é porque estavam organizados e tinham o sentimento de posse da sua terra; queriam bater-se pela sobrevivência das suas vidas, do que lhes eram querido e estava ameaçado.
A MINHA MAIOR DÚVIDANEM SERÁ TANTO EM SABER SE AS ILHAS DO GOLFO DA GUINÉ ERAM OU NÃO JÁ CONHECIDAS E HABITADAS,MAS QUEM FORAM OS MARINHEIROS PORTUGUESES QUE APORTARAM, PELA PRIMEIRA VEZ, NUMA DAS SUAS ENSEADAS OU BAÍAS Tudo não passa de pressupostos - O único relato fidedigno existente, foi escrito por um piloto português (século XVI), que descreve a Viagem de Lisboa à Ilha de São Tomé. Noutra postagem, farei a sua transcrição. Para já, eis um dos excertos sobre a descoberta das duas ilhas, que extraí da antologia,"Presença do Arquipélago de S. Tomé e Príncipe na Moderna Cultura Portuguesa", de autoria de Amândio César.
"Ignora-se, ao certo a data do descobrimento da ilhas de São Tomé e Príncipe e o nome dos seus descobridores.Julga-se, porém, que devem ter sido descobertas pelos anos de 1471-1472, quando da viagem de João de Santarém e Pedro Escobar às costas da Mina, de Benim e do Gabão, aí enviados por Fernão Gomes que obtivera, em 1469, do Rei D. Afonso V o arrendamento do comércio da Guiné, por cinco anos, sendo uma das condições o descobrimento de novas terras. Pedro de Sintra atingira, entre os anos de 146o-1463, o bosque de Santa Maria, avanço máximo dos portugueses até aquela data. João de Barros (Ásia. Década I, Liv.II, cap.II) associa a esta viagem o nome de Soeiro da Costa"
"Começou por se chamar de Santo Antão. A designação do Príncipe ligou-se primeiro a D. João, filho primogénito de D. Afonso V, o futuro D. João II. D. Afonso V foi o primeiro filho mais velho dos réis que se chamou Príncipe"
"A Ilha de São Tomé começou a ser povoada em 1486 pelos colonos de João de Paiva, aos quais o Rei D. João II, concedera privilégios, no ano anterior; porém a era da sua prosperidade começou em 1493, quando foi criada a capitania da ilha e dada a Álvaro de Caminha" - Mas esta ou outras versões do género, podem ser igualmente consultadas na Internet .História de São Tomé e Príncipe
O SENTIMENTO GERAL DAS POPULAÇÕES DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE CREIO QUE SEMPRE FOI O DE QUE A SUA TERRA É ÁFRICA E POVOADA POR AFRICANOS O facto da situação ainda ter piorado, em certas circunstâncias, depois dos povos acenderem à independência (dizem que as roças estão irreconhecíveis) , isso deve-se, em boa parte, à pesada herança colonial: ao facto de não se haver apostado na cultura e não se terem preparado quadros.
E não se ter começado por reconhecer (sem qualquer espécie de conflito ou subterfúgio)o seu direito à independência. Claro que tem havido erros, qualquer país os comete - Mas é a tal coisa, como diz a letra de uma canção do cantor angolano, Rui Mingas, as novas gerações têm também que começar aprender como se conquista a liberdade e uma bandeira