LEÕES COM OS TURCOS PARA MANTER
OU SUPERAR A VITÓRIA EM ALVALADE? – 3-1 Veio saber-se, depois do jogo, que, afinal, a equipa leonina desperdiçou a oportunidade de seguir em frente - Perdeu por
4-1 em Istambul e está fora da Liga Europa. Um penálti já perto do fim do prolongamento deu a vitória
ao Basaksehir. Com um resultado agregado de 5-4, o Sporting está fora da prova
europeia
Diziamos, nós; Sporting defronta esta tarde, a equipa turca, que é um adversário arespeitar –– Basaksehir, lidera agora o campeonato de
futebol do seu pais, depois do triunfo diante do Rizes por, por 2-1 –
Espera-se, pois, que os leões mantenham a juba bem levantada para passar aos
oitavos da final da liga da Europa mas a tarefa
JORGE TRABULO MARQUES - EM
MEMÓRIAS DE UM REPÓRTER DA EXTINTA RÁDIO COMERCIAL-RDP-
-
Entrevista
ao Embaixador Brasileiro, Alberto da Costa e Silva, que me concedeu, em 1990, na Embaixada do Brasil, em Lisboa, para
a Rádio Comercial-RDP, que hoje aqui recordo, com muito gosto, embora nalguns
minutos finais, a cassete, dada a sua antiguidade, denote alguns sinais de sobreposições
anteriores, sim, em mais uma das várias
centenas de registos sonoros, com várias figuras públicasportuguesas e dos PALOP, além de muitas outras
a pessoas anónimas, bem como entrevistas
a presidiários, assim como inumeros
apontamentos de rua
“Albertoda Costa e Silva nasceu
em São Paulo no dia 12 de maio de 1931, além da sua carreira diplomática
de 38 anos e da sua vasta obra literária, representou o Brasil em numerosas
reuniões internacionais, tendo sido delegado do Brasil na reunião da Comissão Económica das
Nações Unidas para a África, em Adis Abeba, em 1961; representante pessoal do
Ministro das Relações Exteriores nos encontros ministeriais, realizados em São
Domingos, em 1984, pela Organização dos Estados Americanos, para a preparação das
comemorações do V Centenário do Descobrimento da América; e representante
pessoal do Ministro das Relações Exteriores na Reunião dos Ministros das
Relações Exteriores do Mecanismo Permanente de Consulta e Concertação Política
(Grupo do Rio), em 1991”.
Alberto Costa e Silva – "Não é fácil
conciliar a vocação de poeta a nada!.. Acho que o mais difícil que há
é a gente ser poeta!.. Qualquer poeta precisa de ócio! E, a vida profissional,
o mundo contemporâneo, pouco ócio nos dão! Por isso é que eu tenho
uma admiração, muito grande pelos poetas que conseguem escrever decentemente -
Declarou-me, entre outras confissões, numa honrosa e amável entrevista, que me concedeu, em
1990, no seu gabinete da Embaixada do Brasil, em Lisboa, no termo da sua
missão, em Portugal, antes de partir para a Bogotá, Colômbia -
Questionado sobre se não receava ir para um
pais de conflitos,
onde há problemas com os narcotraficantes, começou por me declarar ter tido
“uma grande alegria! Uma grande felicidade de passar estes quatro anos e meio
em Portugal! Está terminando este período: um embaixador brasileiro,
só pode ficar, por li, cinco anos num determinado pais. De uma maneira
geral, até ficam menos tempo, três quatro anos: Eu tive
a felicidade de ficar quatro anos e meio.
Eu estou indo para a Colômbia! E não é isso o que Sr. está dizendo: a Colômbia é um pais belíssimo! É uma das paisagens mais belas do mundo! A sua capital de Bogotá, sempre foi considerada, desde o século XIX, a capital mais culta do continente americano! É a cidade com mais livrarias, depois de Londres! É uma cidade com extraordinárias tradições culturais! A Bogotá é considerado Atenas das Américas!
É um país extremamente culto com uma tradição artísticas, literária e filosófica extremamente importante! É um país muito rico! É um país que tem 80 relações com o Brasil! Relações que nós temos procurado, nos últimos anos, ampliar, acrescentar! É um pais que faz fronteira com o Brasil, com o qual nós temos um importantíssimo programa densamente fronteiriço !Um país muito importante para o Brasil e, quero querer, também para o continente americano
Referindo-se
depois às relações do Brasil com Portugal, disse que as relações entre os dois países cresceram muito! Basta dizer que, nos últimos anos, o Brasil, se tornou
um grande investidor em Portugal: o ano passado, nós fomos o 4º país investidor
em Portugal! É possível que, no decorrer deste ano, alcancemos o terceiro
lugar: nós estamos consolidando uma posição económica importante e Portugal
também no Brasil!
Os investimentos em Portugal, que, tradicionalmente já eram altos, já eram
importantes, têm também crescidos! E
também o crescimento do comércio! Embora o nosso comércio ainda seja modesto
para a intensidade das nossa relações, na realidade, o ano passado
experimentou um crescimento de quase 100%! O que é um crescimento muito considerável!
JTM – Como
é que explica a vida de muitos brasileiros para a Europa,e especialmente para
Portugal? A que é que se deve esse facto?
Costa e
Silva - Na realidade, o Brasil se está
internacionalizando:o Brasil, até há uns poucos anos, era um país fechado sobre si mesmo! Mas, de
há uns cinco seis anos para cá, objetivamente, as empresas brasileiras foram
conquistando espaço, no mundo internacional! Nos negócios, nos investimentos!
Na indústria, em tudo isso! E também os brasileiros começaram a viajar e a instalar-se no estrangeiro.
O Brasil
atravessa um processo de internacionalização, muito semelhante àqueles pelo qual
passaram os Estados Unidos nos anos 10 e nos anos 20 deste século
JTM –
Ainda em relação a esta situação, digamos, à chamada crise económica com que se tem debatido o
Brasil, eu gostaria de me referir aqui a uma afirmação do Sr. Embaixador, que
diz – já o afirmou algum tempo – que a crise
económica no Brasil é perfeitamente explicável! Diz que é conjetural! Diz que o
Brasil é a 7ª potência económica do
mundo! E que, os números do envelhecimento são espantosos! – Concorda com isso?
Costa e
Silva - O Brasil continua a crescer! A crise
do Brasil é mais financeira que propriamente económica! É mais uma crise monetária de que de produção! A produção brasileira continua a crescer O Brasil continua a desenvolver novos espaços!
O Brasil é
o segundo país exportador de alimentos do mundo! Nós continuamos a ter o 3º super
habite comercial do mundo! E nós somos os primeiros produtores de uma séria de
artigos! E os segundos produtores de outra série de artigos! Os terceiros
produtores mundiais numa série de artigos!
Nós hoje produzimos aviões, desde os produtos tradicionais, como o café, o açúcar, o algodão Até aviões! Até computadores! Até produtos industriais da
mais completa sofisticação!
JTM – Sr. Embaixador! Tudo isso é muito
bonito mas fala-se de uma grande inflação, que afecta nomeadamente as classe s
mais desfavorecidas! Como é que explica isso? – E já agora gostaria também que
me desse a sua opinião do atual Presidente da República.
Costa e Silva – Acho que o Governo está
fazendo todo o esforço para conter a
inflação! A inflação é o grande problema brasileiro e não é um problema novo!
É um problema que já se arrasta há mais de 25 anos! E que, nestes últimos anos, tomou contornos
de realmente alarmante! O problema brasileiro é realmente o problema
inflacionário! E que nós estamos procurando fazer todos os esforços para conter! Mas isso não quer dizer que,
pelo facto do Brasil ter uma grande inflação, o Brasil deixe de ter uma grande
produção! Pelo contrário: a produção brasileira continua muito grande! E o
Brasil continua a ser um país, economicamente muito importante no mundo! E um
pais com quem se tem, necessariamente, de contar.
JTM – Que influência considera ter recebido de seu pai, também ele um diplomata e um grande poeta?
Costa e
Silva – Não. Meu pai não foi diplomata: meu pai foi um grande poeta! Meu pai
quis ser diplomata! Mas não foi diplomata porque ele era muito feio! Ele era
tão feio, que, o Barão do Rio Brando, naquela época de declínio, não dava para
representar os diplomatas brasileiros em lugar algum! Nem dormindo!...
(...) Então
por causa dessa recusa do Barão do Rio Branco, acabei-me vingando, duplamente, do Barão do Rio Branco: não sou apenas o filho
do poeta e diplomata, como também o meu filho é diplomata!
De maneira, que nós nos vingámos duplamente! Tirámos uma desforra dupla do Barão
do Rio Branco!
JTM – O Sr
Embaixador já escreveu vários livros! Neste momento, disse-me que tem pronto a
entregar um livro no prelo!
Costa e
Silva - Eu entreguei, há dez dias, à “Nova
Fronteira” do Rio de Janeiro, um longo livro meu que se chama “A Enxada e a Lança” e que tem por fim o
título A África e os Portugueses – Foi um livro que eu comecei a escrever quando
era Embaixador do Brasil , em Lagos na Nigéria e pude, nos meus sábados e
domingos, quando me era permitido, e terminar de redigir aqui em Lisboa.
É um livro
no qual eu me demorei dez dez anos! Eu não tenho muito tempo para escrever;
sempre levei muito a sério as minhas atividades diplomáticas! Procurei cumprir
sempre o melhor que posso! De maneira que, por causa disso, tive muito pouco
tempo para ir escrevendo lentamente este livro, que entreguei há dez dias à
editora Nova Fronteira, no Rio de Janeiro.
JTM – O Sr.
Embaixador: então não uma tarefa muito fácil conciliar a escrita, a devoção de
poeta às obrigações diplomáticas?
Costa e
Silva – Olha não é fácil conciliar a vocação de poeta a nada!.. Acho que o mais difícil que há é a gente ser poeta!.. Qualquer poeta precisa de ócio! E, a vida
profissional, o mundo contemporâneo, pouco ócio nos dão! Por isso é que eu tenho
uma admiração, muito grande pelos poetas que conseguem escrever decentemente!
Porque, realmente, são pessoas extraordinárias! Que conseguem cumprir o seu
dever, com uma devoção, com um devotamento mesmo nos momentos de grande
cansaço! E que, às vezes, pessoas mais fracas, como é o meu caso, não
conseguem.
JTM – Uma última
pergunta: E então é chegada altura do diplomata dar tranquilidade ao poeta!
Deixar de sofrer! E, depois de muitos
anos de exílio fora do seu pais,
continuar adiar o sonho? - Eu digo isto,
porque li num poema seu”Aqui estou enterrado! Jamais sinto morrer longe de
casa! Mas sofri muitos anos de exílio simultâneo! Gastei-me noutras terras! Fui de
mim uma sombra emigrada! Rogo um sonho!" - Será que
esse sonho vai continuar adiado?
Costa e
Silva – Eu creio que sim! Por mais uns três ou quatro anos!... Depois, quem
sabe!... Se ainda há tranquilidade, o poeta renasce com mais força ou, então,
simplesmente descubro que toda essa minha faina pelo trabalho, meu gosto pelo
trabalho, não era uma maneira natural, desde de passar uma fraqueza natural do
poeta! E não ficar tão triste comigo mesmo, por causa disso!
JTM – “Vida
cigana! De embaixada em embaixada! “ – Disse Vergilio Ferreira a seu respeito,
receando, com isso, o risco de se perder
o grande poeta! – Será que, essa sua ida para a Colômbia, é o acumular de uma
experiência enriquecedora ou o fracasso do Poeta? Ou, enfim, será também uma oportunidade do poeta de se enriquecer ou, realmente, a altura do poeta
ter o seu palco?
Costa e
Silva – Não sei se o poeta se vai enriquecer! Eu sei que o homem, tem ao longo
da sua vida de diplomata, enriquecido muito! Tem visto novas paisagens! Novas maneiras
de viver! E conhecido novas pessoas! E eu tenho a impressão que nós vivemos
para vivermos a experiência do homem!... E eu acho que essa experiência do
homem, que eu tenho vivido. Eu tenho buscado viver intensamente! – Muito obrigado
BIOGRAFIA
AlbertoVasconcelos da Costa e Silva nasceu em São Paulo no dia 12 de maio de 1931, filho de António Francisco da Costa e Silva e Creusa Vasconcelos da Costa e Silva. É poeta, historiador e membro da Academia
Brasileira de Letras. Um dos mais importantes intelectuais brasileiros e
especialista na cultura e na história de África. Publicou diversos livros sobre
o assunto, como A enxada e a lança (1992), A manilha e o libambo (2002), Um rio chamado Atlântico (2003) e Francisco Félix de Souza, mercador de escravos (2004).
Escreveu Castro Alves, um poeta sempre jovem (2006), para a coleção Perfis Brasileiros, da Companhia
das Letras. Também é autor de livros infantojuvenis, como Um passeio pela África (2006) e A África explicada aos meus
filhos (2008). Em
2009, publicou O quadrado amarelo, que reúne textos sobre arte e literatura, cruzando
referências populares e eruditas, recorrendo à memória e às suas experiências
de viagem. Além dos Poemas reunidos (2000), publicou dois volumes de memórias, Espelho do Príncipe (1994) e Invenção do desenho (2007). Entre
os prémios e distinções que recebeu estão os títulos de doutor honoris causa
pela Universidade Obafemi Awolowo (ex-Universidade de Ifé, Nigéria, 1986) e
pela Universidade Federal Fluminense (2009) e o prémio Juca Pato de Intelectual
do Ano (2003) da União Brasileira de Escritores. Ao lado de Lilia Moritz
Schwarcz, desde 2008 dirige a coleção das obras completas de Jorge Amado para a
Companhia das Letras. Foi distinguido com
o Prémio Camões de 2014https://www.wook.pt/autor/alberto-da-costa-e-silva/11446
Carreira
diplomática -Secretário na Embaixada do Brasil em Lisboa (1960-63) e na
Embaixada de Caracas (1963-64); Cônsul em Caracas (1964-67);Auxiliar do
Secretário-Geral de Política Exterior (1967-69); Secretário na Embaixada em
Washington (1969);Oficial de Gabinete e Assessor de Coordenação do Ministro das
Relações Exteriores (1970-74);Ministro-Conselheiro na Embaixada em Madri
(1974-76); Ministro-Conselheiro na Embaixada em Roma (1977-79); Embaixador em
Lagos, Nigéria (1979-83) e cumulativamente em Cotonu, República do Benim
(1981-83); Chefe do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores
(1983-84); Subsecretário-Geral de Administração do Ministério das Relações
Exteriores (1984-86); Embaixador em Lisboa (1986-90);Embaixador em Bogotá
(1990-93); Embaixador em Assunção (1993-95); Inspetor-Geral do Ministério das
Relações Exteriores (1995-98).https://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/alberto-vasconcelos-da-costa-e-silva
Obras
do autor - Como poeta O parque e outros poemas, 1953; O tecelão, 1962; Alberto
da Costa e Silva carda, fia, doba e tece, 1962; Livro de linhagem, 1966; As
linhas da mão, 1978 (Prémio Luísa Cláudio de Souza, do Pen Club do Brasil); A
roupa no estendal, o muro, os pombos, 1981 Consoada, 1993; Ao lado de Vera,
1997 (Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro)
Como
historiador e africanólogo - A enxada e a lança: a África antes dos Portugueses.
Edições 2110/82; As relações entre o Brasil e a África Negra, de 1822 a 1°
Guerra Mundial. Ed.3577; A manilha e o Libambo: A África e a Escravidão, de
1500 a 1700. Ed.2002.; Um Rio Chamado Atlântico, 2012; Francisco Félix de
Sousa, Mercador de Escravos. Ed.2004
Como
ensaísta -O vício da África e outros vícios, 1989; Guimarães Rosa, poeta, 1992,
Mestre Dezinho de Valença do Piauí, 1999; Castro Alves: um poeta sempre jovem,
2006; Como memorialista; Espelho do Príncipe, 1994.
Como
organizador de antologias - Lendas do índio brasileiro , 1957, 1969, 1980 e
1992 ; A nova poesia brasileira, Lisboa, 1960 Poesia concreta, Lisboa, 1962; Da
Costa e Silva, 1997
Poemas
de amor de Luís Vaz de Camões, 1998; Antologia da poesia portuguesa
contemporânea, com Alexei Bueno,1999 dirigiu e foi o principal redator da parte
brasileira da Enciclopédia Internacional Focus, Lisboa, 1963-1968
Nasci
numa biblioteca. Sou como Baudelaire, meu berço ficava na biblioteca. Sou um
homem de letras. Um poeta. Cresci entre livros. De certa maneira, o mundo
sempre me chegou pelos livros. Desde menino, tive duas paixões: a Poesia e a
História. E tenho a impressão de que o poeta ajuda o historiador. O poeta intui
esse muito de imaginação que você necessita para tentar restaurar um tempo que
já passou." Trecho de uma entrevista de Alberto da Costa e Silva para a
Revista de História da Biblioteca Nacional. O africanista, poeta, diplomata,
historiador e membro da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva
é o autor entrevistado neste Ciência e Letras, dividido em dois programas.
Programa exibido em 18 de novembro de 2013.
OUTRAS CITAÇÕES - Nasci
numa biblioteca. Sou como Baudelaire, meu berço ficava na biblioteca. Sou um
homem de letras. Um poeta. Cresci entre livros. De certa maneira, o mundo
sempre me chegou pelos livros. Desde menino, tive duas paixões: a Poesia e a
História. E tenho a impressão de que o poeta ajuda o historiador. O poeta intui
esse muito de imaginação que você necessita para tentar restaurar um tempo que
já passou." Trecho de uma entrevista de Alberto da Costa e Silva para a
Revista de História da Biblioteca Nacional. O africanista, poeta, diplomata,
historiador e membro da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva
é o autor entrevistado neste Ciência e Letras, dividido em dois programas.
Programa exibido em 18 de novembro de 2013..https://www.youtube.com/watch?v=-bPNCLm4jHo&t=279s
NOS ÚLTIMOS DIAS de
minha infância li, como tantos meninos de meu tempo, As minas do rei Salomão e
os romances de Edgard Rice Burroughs, e acompanhei as fitas de cinema e as
histórias em quadrinhos de seu herói, Tarzã, e também as de Jim das Selvas e de
Tim e Tom na África Oriental. Confesso que ainda guardo no centro da alma essa
África onde eram possíveis todas as fantasias da aventura. Mas a outra, aquela
em que se viciaram a minha curiosidade e imaginação, eu a descobriria, a
caminho dos meus 16 anos, incompleta e fragmentada pela distância e pelo tempo,
dentro de mim e ao meu lado, ao ler pela primeira vez Casa grande e senzala.
Terminado o livro, que me parecia sem ponto final, voltei ao seu começo e o
reli inteiro, num deslumbramento sem bordas. Quando contei a um professor,
Herbert Parentes Fortes, o meu entusiasmo e como havia corrido para Sobrados e
mocambos, esse piauiense formado na Bahia me recomendou Nina Rodrigues e Manuel
Querino. Foi com esses três autores, e com Arthur Ramos, que, adolescente, me
convenci de que a escravidão fora o processo mais importante de nossa história
e que, como o escravo não nascia no navio negreiro, se impunha conhecer a
África, se queríamos entender o Brasil. De Os africanos no Brasil, eu repetia
para mim mesmo alguns parágrafos que me contavam, ademais, que as A África e eu
AL http://www.scielo.br/pdf/ea/v16n46/v16n46a16.pdf
O Presidente, Obiang Nguema
Mbasogo recebeu, nesta última terça-feira, o Primeiro Ministro, Chefe do Governo da
República de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus.
A imprensa oficial da Guiné Equatorial, destaca as audiência, sublinhando que“ambas
as personalidades discutiram as estreitas relações de fraternidade e cooperação
que unem suas nações em diferentes setores.
Em declarações à imprensa oficial, Jorge Bom Jesus agradeceu
a política do governo que dirige com sucesso SE Obiang Nguema Mbasogo e
reconheceu o apoio do Chefe de Estado na construção da sede da CISSA (Comissão
de Serviços de Inteligência e Segurança) da África), graças ao espírito
pan-africanista que o caracteriza.
Por sua vez a Agência STP-Presse, também dá largo destaque à visita, referindo, que, "além de encontro com o Presidente Obieng
Nguema, o chefe do governo são-tomense Jorge Bom Jesus foi também recebido por
seu homólogo equato-guineense, Francisco Pascual Obama, tendo ainda, na
qualidade do líder do MLSTP-PSD, visitado a sede do Partido Democrático da
Guiné-Equatorial, PDGE, onde foi recebido por seu secretário-geral, Jerónimo
Osa Osa Ecoro.
Quanto a questão de exploração conjunta,
Jorge Bom Jesus disse a imprensa que “ nós temos uma fronteira comum que
vai-nos permitir trabalhar para que através dos blocos de petróleo, possamos em
conjunto fazer esta exploração para o bem dos dois Países”.
“ Na
área de transporte aéreo, estamos a conversar com a Guiné-Equatorial para que a
Ceiba possa entrar no capital da STP-Airways de forma que possamos formar esse
consórcio” disse Jorge Bom Jesus, tendo defendido também a criação de uma linha
marítima entre São Tomé, Malabo e Santo António do Príncipe através de
investimento equatoguineense público e, ou privado
.
O
primeiro-ministro sustentou ainda que “ a nível do transporte, isto permitiria
o desenvolvimento do turismo de forma que possamos criar pacotes nesta
perspectiva, triangular entre São Tomé e Príncipe, Guiné-Equatoria, Europa e
outros continentes. Temos que potencializar relação sul-sul”.
Quanto a questão de exploração conjunta,
Jorge Bom Jesus disse a imprensa que “ nós temos uma fronteira comum que
vai-nos permitir trabalhar para que através dos blocos de petróleo, possamos em
conjunto fazer esta exploração para o bem dos dois Países”.
“ Na
área de transporte aéreo, estamos a conversar com a Guiné-Equatorial para que a
Ceiba possa entrar no capital da STP-Airways de forma que possamos formar esse
consórcio” disse Jorge Bom Jesus, tendo defendido também a criação de uma linha
marítima entre São Tomé, Malabo e Santo António do Príncipe através de
investimento equatoguineense público e, ou privado.
O
primeiro-ministro sustentou ainda que “ a nível do transporte, isto permitiria
o desenvolvimento do turismo de forma que possamos criar pacotes nesta
perspectiva, triangular entre São Tomé e Príncipe, Guiné-Equatoria, Europa e
outros continentes. Temos que potencializar relação sul-sul”.
Audiência de Jerónimo Osa Osa com o Primeiro Ministro de São Tomé e
Príncipe
Neste
dia e a horas altas e do alto destes penedos, cinzentos e de granito, penso e
medito nos Sem Amor, Sem Carnaval, Sem Fé e Sem Abrigo, Com Fome e Frio – Mais
uma noite igual a tantas outras, ante a indiferença dos pândegos, dos políticos
e bem postados na vida
Jorge Trabulo Marques- Jornalista e
antigo repórter da Rádio Comercial-RDP - Mais
um registo sonoro - este gravado em 1981 - das várias centenas que ainda guardo
no meu arquivo, que aqui recordo com muito gosto, de entre as mais diversas
figuras portuguesas, além de muitos apontamentos de rua, nas cadeias e nas mais
diferentes situações
Ator António
Vilar - Noites poéticas e inesquecíveis do Botequim da Liberdade de
Natália Correia -Contracenou com Brigitte Bardot-
31-10- 1912 -15-08-1995 - Ao som do piano do maestro Vitorino de Almeida
- O canto e a Voz de um dos mais famosos atores portugueses do século XX
Lisboa – 1981 - Ao
som do piano do maestro Vitorino de Almeida - O canto e a Voz de um dos mais
famosos atores portugueses do século XX - António Vilar numa das alegres
tertúlias do Botequim de Natália Correia – Registo gravado
espontaneamente num gravador de cassetes e agora recuperado para
vídeo – Do ator mais célebre do cinema português dos anos
50 - Actor português, nascido em 1912 em Lisboa e falecido em
Madrid em 1995. Contracenou com Brigitte Bardot, no
filme La Femme et le Pantin de Julian Duvivier (1959). Mais
nenhum português pode dizer que teve a Bardot nos braços. . Foi
um dos actores mais famosos do seu tempo, trabalhando tanto no país como no
estrangeiro (nomeadamente em Espanha, França, Itália, Argentina e Brasil), com
uma projecção
internacional, numa carreira nunca igualada.
CONSIDERAVA-SE
PROFUNDAMENTE CONSERVADOR - VEIO AO BOTEQUIM PARA "CONVERSAR COM A
NATÁLIA, TOMAR UMA COPO E DEPOIS SE IR DEITAR" - O ator português que
mais anos passou fora do seu país.
"Foi o mais internacional galã do cinema
português. Estreou-se nos palcos em 1931 na peça Romance, no
Nacional e, no mesmo ano conseguiu um pequeno papel no primeiro filme sonoro
português, Severa, de Leitão de Barros."
Não foi fácil arrancar-lhe algumas
palavras. A voz soltava-se-lhe facilmente para cantar mas não para ser
entrevistado – Não vinha ali para entrevistas: “Vim ao Botequim da
Natália para conversar um pouco com ela, tomar uma copa e depois
vou-me deitar” –Declarou-me, entre outras coisas, que poderá ouvir
no vídeo.
“Quando eu era pequenina
“Quando eu era pequenina"
“Quando eu era pequenina/ Acabada de nascer”-
Composição popular, imortalizada pela Amália Rodrigues, que, o actor António
Vilar, cantou naquela noite, entre outras cações populares e fados de coimbra,
acompanhado ao piano pelo maestro António Vitorino, com quem ia acertando o tom
do piano com o da sua voz.
As tertúlias no boletim eram habitualmente musicadas.
Os sons não perturbavam o convívio e as conversas. Bem pelo contrário, era um
condimento desejável. Por isso, não faltavam improvisações musicais: umas vezes
para harmonizar o ambiente, outras para acompanhar quem se sentisse
dotado ou inspirado no momento. Foi o que sucedeu na noite em
que ali encontrei o famoso ator António Vilar, expondo os seus dotes
musicais , que, nalguns dos filmes e peças de teatro onde participou, também
chegou a revelar o seu talento de cantor e tocador de guitarra e viola.
Com um pequeno gravador à mão, com que
habitualmente fazia vários registos no exterior para a reportagem de um
programa matinal na Rádio Comercial (sim, muitas das vezes, quase nem dormia,
quer na procura de motivo, quer depois, em casa, nas horas gastas com
a seleção das faixas e redação dos textos), pois, ao ver cantar,
António Vilar, ao lado do piano, aproveitei a oportunidade (depois de ter feito
uma divertidíssima entrevista, ao Mestre Martins Correia,
sobre a reencarnação, que ainda cobservo), sim, de juntar mais um
apontamento à minha reportagem dessa noite. .
“Você abusou, tirou partido de mim” – esta
dedicada no final ao repórter
Já me tinha apercebido que ele não gostava
de dar entrevistas a ninguém, e, chegou mesmo a dizer-me, que não aceitava
estar a “toureá-lo, ou mesmo é dizer, a fintá-lo; a lograr os meus intentos,
porém, lá o fui conseguindo, com alguma persistência e tato, ora
gravando-o a cantar ora dialogando com ele, acabando, no fim, por ser prendado
com a popular cantiga brasileira, de Toquinho: Você abusou, tirou
partido de mim, abusou / Você abusou / Tirou partido de mim,
abusou / Tirou partido de mim, abusou / Tirou partido de mim, abusou!
A última grande tertúlia de Lisboa - que marcou cultural e
politicamente várias décadas portuguesas - teve lugar no Botequim, bar do Largo
da Graça criado e projetado por Natália Correia. Tive o prazer de ter sido um
dos frequentadores – Quer na qualidade de repórter de rádio (onde é gravado
este apontamento, entre outros), quer pela admiração que tinha pela personagem
de Natália e pelo, gosto das noites que ali se viviam
“Nele fizeram-se, desfizeram-se
revoluções, governos, obras de arte, movimentos cívicos; por ele passaram
presidentes da República, governantes, embaixadores, militares, juízes,
revolucionários, heróis, escritores, poetas, artistas, cientistas, assassinos,
loucos, amantes em madrugadas de vertigem, de desmesura.
A magia do Botequim tornava-se, nas noites
de festa, feérica. Como um iate de luxo, navegava-se delirantemente em demanda
de continentes venturosos, de ilhas de amores a encontrar. O futuro foi ali,
como em nenhuma outra parte do País, festivamente antecipado. Nunca houve, nem
por certo haverá, nada igual entre nós “ – Fernando Dacosta, na contracapa do referido livro sobre o
Botequim
A magia do Botequim tornava-se, nas noites de festa,
feérica. Como um iate de luxo, navegava-se delirantemente em demanda de
continentes venturosos, de ilhas de amores a encontrar. O futuro foi ali, como
em nenhuma outra parte do País, festivamente antecipado. Nunca houve, nem por
certo haverá, nada igual entre nós “ – Fernando Dacosta, na contracapa do referido livro sobre o Botequim
Biografia de António Vilar
"Ator português, de seu nome completo
António Vilar Justiniano dos Santos, nascido a 13 de outubro de 1912, em
Lisboa, e falecido em Madrid a 16 de agosto de 1995. Foi um dos atores mais
famosos do seu tempo, trabalhando tanto no país como no estrangeiro
(nomeadamente em Espanha, França, Itália, Argentina e Brasil). Nos anos 50,
tornou-se a par de Virgílio Teixeira, num dos atores nacionais com maior
projeção internacional. Com apenas 18 anos, tornou-se ator amador, até que foi
descoberto pelo realizador Leitão de Barros que o convidou para um pequeno
papel em A Severa (1931), o primeiro filme sonoro português.
Continuou a conciliar a sua carreira teatral com a cinematográfica, tendo
desempenhado pequenos papéis em Feitiço do Império (1940) e Pão
Nosso (1940). Mas o seu rosto só se tornou familiar do público português
com a sua prestação em O Pátio das Cantigas (1942), onde
desempenhou o papel do guitarrista Carlos Bonito e contracenou com Laura Alves,
António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho. Gradualmente, tornou-se num dos
galãs mais requisitados do cinema nacional: foi Simão Botelho em Amor
dePerdição (1943), onde fez par romântico com Carmen
Dolores, e em Inês de Castro (1944) encarnou D. Pedro, o
Justiceiro. Personificou Luís Vaz de Camões em Camões (1946),
antes de assentar arraiais em Espanha, onde viveu até ao fim dos seus dias.
Entre 1946 e 1978, protagonizou perto de 40 filmes castelhanos, dos quais se
destacam La Mantilla de Beatriz (A Mantilha de Beatriz,
1946), Reina Santa (A Raínha Santa, 1947), Una
Mujer Cualquiera (1949), Don Juan (1950), Alba
de América (1951), El Redentor (1957), Muerte
Al Amanecer (1959), Comando de Asessinos (Fim-de-Semana
Com a Morte, 1967) e Disco Rojo (Sinal Vermelho,
1973). Nesse período, trabalhou também no Brasil, em Guarany (1948),
em Itália, onde protagonizou Santo Vermelho, 1973). Nesse período,
trabalhou também no Brasil, em Guarany (1948), em Itália, onde
protagonizou Santo Disonore (Honra e Sacrifício, 1949)
e Il Padrone Delle Ferriere (1959), regressou a Portugal para
encabeçar o elenco de O Primo Basílio (1959) de António Lopes
Ribeiro e filmou esporadicamente em França, participando ao lado de Brigitte
Bardot em La Femme et lePantin (1959). O seu
último filme foi Estimado Señor Juez (1978). Nos anos
seguintes, perseguiu o sonho de produzir, realizar e protagonizar um épico
sobre Fernão de Magalhães, tendo gasto a sua fortuna pessoal na pré-produção do
filme, após as recusas de subsídios governamentais por parte de Portugal e de
Espanha. Para esse efeito, conseguiu construir uma réplica duma nau da frota de
Magalhães, que foi oferecida à Comissão Nacional dos Descobrimentos
Portugueses, após a sua morte.