
…- Imagens e apontamentos de 2014

Recordando, uma festa de convívio de antigos alunos, a quem expresso aqui o meu abraço amigo - De facto, há certos lugares que são como que inspiradores, que convidam a um certo relaxamento, interiorização e a uma certa serenidade ou espiritualidade. Não sou eu apenas que o digo, são todos os alunos que por ali passam, e, à medida que os anos vão passando, mais se acentua a saudade

A abertura acontecerá às 21h00 do dia 31 de maio (sábado) e dia 1º de junho (domingo), proporcionando aos visitantes a oportunidade de conhecer e explorar os espaços culturais e pedagógicos da escola, que são um reflexo do legado de uma instituição centenária dedicada à educação.A Festa das Rosas é mais do que festa, é sim uma oportunidade para vivenciar momentos de partilha, encontros e construção de memórias futuras.
SANTO TIRSO E SÃO TOMÉ - CIDADES DE NOMES SANTOS - E COM PROTOCOLOS DE COOPERAÇÃO.

O nome de Santo Tirso não é (ou pelo menos não devia ser) desconhecido para muitos habitantes da Ilha de S. Tomé - As geminações têm um cunho social e não deviam ser mera formalidade. - Santo Tirso, está geminada com Santana (região de Cantagalo), Porto (com Neves), Guimarães (com Mé-Zochi, cidade da Trindade) e Seixal (com região de Lobata, cidade de Guadalupe) -
ESCOLA AGRÍCOLA COM REGULAMENTO MAIS RIGIDO MAS A QUINTA ESTAVA UM BRINCO - 2014

Maio e Junho, meses das rosas, por excelência - Nunca vi tantas rosas floridas, em canteiros - e também tantas rosas bonitas expostas - e das mais diversas cores e matizes - Está de parabéns a direção da Escola Profissional Agrícola, Conde São Bento, em Santo Tirso.


Hortas e campos bem cuidados, caminhos limpos, alunos sorridentes, mostrando, com os seus professores, o melhor do que fizeram ao longo do ano letivo - A Festa das Rosas, além de convívio e diversão, em boa parte é isso mesmo: servir de montra e de abertura à comunidade - Alguns fontanários estavam secos, mas esse problema prende-se com obras e reparações dos mesmos.


Ao vir do comboio, após atravessar a ponte sobre o Rio Ave, detendo-me, absorto, com os olhos presos naquele nostálgico e magnifico cenário sobre as duas quintas da Escola, era-me impossível não me aproximar da minha querida escolinha. Antes de me dirigir à parte alta da cidade, foi das primeiras visitas que fiz.

E não tardou que ouvisse os sinos da velha torre da igreja matriz - O mesmo som de sempre.
- Nesse aspeto, parece que nada mudou. O som continua a ecoar da mesma maneira, como se o seu eco, além de medir o tempo, em todas as gerações que o escutaram, o quisesse eternizar. 

Deixei esta Escola Agrícola, aos 18 anos - Sim, sou antigo aluno e foi, justamente, o curso que frequentei nesta Escola – o antigo curso Agente Rural – que me levaria a fazer um estágio nas Roças em S. Tomé – Mas não só, a viver as experiências de vida, únicas, as mais diversas, muitas das quais na vastidão dos mares ou em escaladas, ditas impossíveis.
– A Escola Profissional, Conde S. Bento, situada ao lado da emblemática Igreja Matriz, com edifícios e terrenos que se estendem por duas quintas, que, noutro tempo, faziam parte de um convento beneditino, para quem a frequente ou a simplesmente a visite, seja em tempo normal de aulas, nas férias ou nas suas festas, deixa sempre emoções muito calorosas, sempre algo para recordar.


De facto, há certos lugares que são como que inspiradores, que convidam a um certo relaxamento, interiorização e a uma certa serenidade ou espiritualidade. Não sou eu apenas que o digo, são todos os alunos que por ali passam, e, à medida que os anos mais nos distanciam dessa despedida, mais vincada se sente a empatia, a ternura herdada desse persistente e indelével vínculo.
ENTREI MAS TIVE DE SAIR…

Os últimos dias de Maio dias de Junho são longos e, às 21 horas, já não há sol mas ainda existe muita claridade. Quando ali cheguei, por volta das oito e meia, vindo da parte alta da cidade, o ambiente era sereno, ainda não muito concorrido, dir-se-ia, relaxante, com um grupo de alunos sentados em volta de um pelourinho, outros, ex-alunos,entre eles ou com amigos e familiares, convivendo e esperando, calmamente pela hora da entrada - As frondosas árvores que por existem, sobretudo, em tempo quente, perfumavam e suavizam a atmosfera. A igreja, aquela hora, mergulhava em silêncio - O mesmo sucedia, ao lado, com o edifício do Museu Abade Faria, no piso de cima, e, no rés do Chão, adega e queijaria da Escola Agrícola - De volta e meia o portão da Escola abria-se mas as entradas eram muito restritas.
Curiosamente, momentos antes, chegava a Diretor Carlos Frutuosa – Estava distraído e é precisamente a delegada da Associação dos Pais dos alunos, com quem conversava, que me diz: “olhe, acabou de chegar, o Sr. Diretor. Vá falar com ele para o deixar entrar” – Assim fiz, a que ele acedeu amavelmente, dando-me o prazer de o acompanhar ao seu lado. Só que, lá dentro, mal transpus a porta, de imediato, uma voz me diz: “tenha paciência, só depois das nove”

De facto, há muito que andava à espreita desta belíssima oportunidade
- Finalmente, pude desfrutar desse privilégio. Já, por várias vezes, ali me desloquei mas nunca coincidiu com o calendário de uma das mais vivas e antigas tradições desta Escola. Mas eis que, – depois de tantos anos – lá voltei a reencontrar-me com a lindíssima festa que o Diretor Rossi - louco pelas rosas, tal como sua esposa – haveria de conceber.. Oh, e quanta memória me veio à lembrança!....

Video - Excerto da coreografia dos alunos da Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento, alusiva às viagens, aos grandes nomes da literatura nacional e mundial -- Antecedida por uma breve charge à polémica venda dos quadros de Miró - "35 milhões é muito dinheiro!" - Exibida na noite da Festa das Rosas, tendo como cenário um gracioso fontanário em granito, também ele coberto de rosas, ladeado pelos claustros, de antigo mosteiro beneditino -- Num local onde as rosas das mais diversas cores e matizes, faziam as honras da casa: isoladas ou em lindos raminhos ou mesmo em grinaldas, nos mais diversos e surpreendentes suportes -- Obviamente, ante a presença de centenas de pessoas, desde atuais a antigos alunos, corpo docente, pais e amigos, a muita gente da cidade de Santo Tirso ou vinda dos concelhos limítrofes ou até de mais longe, para se associar ao espírito da festa e celebrar as mais belas Rosas do Mundo, num evento bianual, com uma tradição que já conta mais de meio século, numa escola também ela centenária, com pergaminhos e com história digna de passado e de nome .

Restaurante Rosae, com mesa posta, bonita decoração, com os pratos, os copos e os talheres no seu lugar. Noutro tempo, eram camas e mesinhas de cabeceira, lado a lado. Também não se iam ali servir refeições -- pois essa oportunidade estava disponível, no refeitório, justamente no piso debaixo. Mas serviam-se bebidas, cocktails e aperitivos e mostravam-se as performances dos alunos, sempre muito simpáticos e prestáveis, fazendo prova pública dos seus conhecimentos e méritos, já como nas vestes de excelentes bons técnicos -- De poderem desempenhar, profissionalmente, a atividade que abraçaram, no mais exigente hotel ou restaurante, que lhe ofereça uma oportunidade de trabalho -- E, pelo que pude depreender, têm sido muito solicitados os alunos que frequentam os diversos cursos da Escola Profissional Conde São Bento, em santo Tirso.


No nosso roteiro pelos diversas mostras da Festa das Rosas, na Escola Profissional Agrícola, Conde São Bento, em Santo Tirso, passámos também pela sala de transformação dos cereais em pão. E fomos gentilmente recebidos pela Profª. Ana -- Que ali mostrava e dava a saborear algumas das habilidades operadas pelos seus alunos. Sim, havia sorrisos e havia pão - Sobretudo, gostosos pedacinhos, de vários tipos de pão, alguns condimentados com ervas aromáticas. Mas não era uma padaria nem uma sala de panificação mas de transformação. Uma variante dos cursos dos Técnicos de Produção Agrária -- Que consiste em aplicar conhecimentos fundamentais do processo produtivo (preparação e transformação de produtos agroalimentares e respetivo embalamento) assim como de tecnologia específica do subsector agroalimentar (princípios de funcionamento e de programação, conservação e manutenção, riscos e regras de segurança

Na imagem é a Prof. Paula Areal, de economia e gestão, que nos recebe, na mostra do empreendedorismo. Ela e uma aluna que quis aprender a arte de transformar as rosas em produtos comestíveis -- compotas e caramelos cristalizados - ou deliciosos licores bebíveis. Nos recebeu a nós e, também, com o mesmo sorriso e disponibilidade, a todos quantos por ali passaram - Sim, as Rosas são o motivo emblemático da Festa - e muitas e variadas são as rosas que se puderam admirar nos claustros de um antigo convento e nas diversas salas de aulas teóricas e práticas, colhidas dos hortos da Escola -- Para já não falar na oportunidade de admirar os aprazíveis campos, jardins e retiros da quinta. Mas, a festa, além de uma exposição num já por si magnífico cenário, é sobretudo muita alegria e convívio, entre alunos, atuais e antigos, pais e professores e outros visitantes -- Pretexto de abertura da escola à comunidade, mostra do que melhor se faz na Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento. E, de facto, muitas foram as pessoas que a visitaram nesses dois dias - Na noite do dia 31 de Maio para 1 de Junho -- E. depois, a partir do meio da tarde. Vivendo momentos, que, certamente, tão cedo esquecerão Oh, e quanta memória não ressuscitou do fundo do tempo!

Sim, vivendo momentos muito agradáveis - Interiorizando-os, como que imerso por uma espécie de nostalgia ou silêncioso recolhimento introspetivo – Só quase, já próximo a ir-me deitar, é que acabei por soltar um pouco mais a fala, falando de São Tomé, da minha passagem de doze anos por aquela Ilha.

Pois era impossível deixar de associar o verde daquele formoso arquipélago ao de Santo Tirso – Há, realmente, algo em comum: não apenas pelo nome dos santos mas também pelos seus verdes intensos.
Por outro lado, deparei também com um excelente conversador, outro apaixonado pelo mar, tal como eu! Que, em companhia de seu pai, um antigo comandante da Marinha, viajou pelas sete partidas dos oceanos. Um jovem, na casa dos trinta, que, embora não sendo aluno, gostou de fazer companhia a um grupo de alunos, seus amigos, que trouxeram para ali uma maquineta, pronta a fotografar e dar a foto na hora! – Um artefacto tecnológico que fez as delícias da rapaziada – Aliás, a todas as idades: desde os pequerruchos aos mais graúdos, que não paravam de disprar e de soltar risadas e risotas frente à misteriosa objetiva.
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