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domingo, 8 de junho de 2025

Dia Mundial dos Oceanos! Livres e despoluidos! LIBERTOS DA ESCRAVATURA ANTIGA E ATUAL Não lhes privatizem as praias! Amordaçem ou agridam como fizeram aos escravos







Recordo as agressões nos mares e rios e meu drama de náufrago e dos escravos acorrentados ou impiedosamente lançados ao mar -Até 2050 os oceanos poderão conter, por peso, mais plástico do que peixe.





Recordo a viagem em canoa, de S. Tomé ao Principe, a que dei o titulo "Viagem Clandestina ao Paraiso - tendo recebido como prémio a prisão e os espancamentos pela PIDE_DGS nos seus calabouços em S. Tomé - A 1ª das três travessias- Esta de 3 dias; a segunda de 13 e a 3ª de 38 dias


.Alerto de que a elevação do nível do mar por via da poluiçao e a consequente desruiçao da fauna marinha

Todos os anos, cerca de 13 milhões de toneladas de lixo plástico são despejadas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Isso sem contar com a poluição dos rios.

Estima-se que somente o plástico mate 100.000 animais marinhos todos os anos. Isso geralmente ocorre devido ao emaranhamento em redes de pesca e até mesmo em sacolas plásticas. Entretanto, isso também inclui itens menos considerados, como canudos e embalagens plásticas.


LANÇADOS AO MAR SEM DÓ NEM PIEDADE

Lívidos de angústia,
esmagados pelo terror,
esfomeados e esfarrapados,
sedentos de compaixão e de amor,
e, ainda por cima, oh! pobres desgraçados,
acorrentados e lançados vivos ao mar!...

Acreditai irmãos!..Se nesta mesma hora - ainda de escombros! -,
o vosso espírito vagueia por este odioso mar de assombro,
e me estais vendo e ouvindo, acreditai-me que as lágrimas
que agora choro, são também as vossas!
- É ainda o eco alarmante,
claro e nítido, incessante,
daquela hora grave - maldita !
Que vos roubou as vidas!

Vindo dos insondáveis espaços!
Vindo do fundo das trevas! Vindo do tumulto do mar!
Vindo do fundo dos abismos e da superfície
lívida e contorcidas das águas!

Ainda reverberando em ecos de estranha violência!
Bramindo fatídicos sons de álgida insensível crueza.
Errando e ecoando por um céu denso, raiado e negro,
que se desfaz em húmida fuligem,
em novelos de denso fumo
e parda nuvem negra!...

SOU UMA DAS ANTIIGAS MANCHETES DO JORNAL NIGERIAN CHRONICLE - De Calabar - Uma dando a notica de quando aportei de canoa, numa praia de Calabar, na Nigéria,, após 13 dias desde S. Tomé à Nigéria - Em Março de 1975, -tive que fugir de canoa para evitar ser massacrado por um grupo de colonos por divulgar, na revista angolana Semana Ilustrada, de que era corespondente, as manifestações pró-independência. e as imagens do massacre do Batepá, de 3 de Fev de 1953, bem como de entrevistas a sobreviventes.-
Mas, depois de ter sido repatriado, a Portugal, voltaria a S. Tomé para tentar a travessia oceânica, que haveria de se saldar por 38 longos dias e a prisão na Guiné Equatorial. por suspeita de espionagem.
A outra Manchete do jornal Nigerian Chronicle, de Calabar, de 12 de janeiro de 1976:, diz, que,"cerca de 30.000 nigerianos foram evacuados da Guiné Equatorial, escapando à prisão, tortura e assassinato de um dos déspotas mais cruéis de África.
Durante o regime brutal de Francisco Macias Nguema, os trabalhadores nigerianos nem sempre recebiam os seus salários e eram reprimidos com força bruta, o que levava a assassinatos.
Entre 1970 e 1971, pelo menos 95 nigerianos foram mortos na Guiné Equatorial, a maioria por exigirem os seus salários
Também, eu, nesse país, em finais de Novembro de 1975,enfrentei uma situação muto dramática.
Depois de ter voltado a S. Tomé, quis tentar a a travessia oceânica, em canoa, tendo ido acostar à Ilha de Bioko, da Guiné Equatorial, após 38 dramáticos dias à deriva,.
Nesse dia à noite, fui conduzido para os calabouços de uma esquadra, onde passei a noite conjutamente com vários trabalhadores nigerianos, suas mulheres e filhos, todos estendidos no chão, sobre uuma vulgar esteira
.No dia seguinte, sou conduzido algemado à cadeia Blak Beack, considerada a cadeia mais sinistra de África, onde fui submetido a um intenso interrogatório, espancado e metido numa estreitissima cela, por me suporem espião.
Felizmente, cinco dias depois, no dia em que me estavam arrastar algemado para a forca, a meio do corredor, um inesperado telefonema do então comandante Obiang, atual Presidente, sobrinho do ditador Francisco Macias, ordena ser levado ao seu gabinete e acaba por acreditar nos meus argumentos e me concede a libertação., graças a uma mensagem, carimbada do MLSTP, destinada ao Povo Brasileiro,, a que já me referi numa das anteriores postagens


Em resumo, direi que sou autor de várias travessias em pequenas pirogas primitivas, nos mares do Golfo da Guiné, por força de muitos treinos, sempre que me era possível, de praia em praia, nas frágeis canoas dos corajosos pescadores de São Tomé, aos quais desejo aqui expressar um abraço de reconhecimento e de admiração, não apenas pela dureza e risco das suas vidas, em que se expõem, sempre que partem para o mar, como também pelos ensinamentos que me prestaram, já que foram eles os meus melhores mestres.

Depois de me sentir suficientemente preparado, que simplesmente a empreender as habituais saídas de canoa, na praia Maria Emília ou ir até à Fortaleza S. Jerónimo, na piroga que ali comparara a um velho pescador por 200$00, decidi fazer um teste um pouco mais ousado, indo de canoa desde a Baía Ana de Chaves até à praia de Anambô. Este é o local onde se encontra o padrão que assinala a chegada dos primeiros navegadores portugueses, justamente no ano em que se realizavam as comemorações do V centenário do seu desembarque, em destemidas e frágeis caravelas, filhos de um pequeno país, mas que, graças à sua notável valentia, à grande gesta destes e de outros navegadores portugueses, haveriam de mudar a história e a geografia do mundo, em admiráveis epopeias marítimas, cantadas nos épicos versos de Luís de Camões, corajosas façanhas que muito admiro, contrariamente a vários aspetos da colonização, cuja dura realidade também a senti no corpo e no espírito. A viagem de ida e volta, foi bem sucedida, não me oferecendo grandes dificuldades, concluindo que estava habilitado a outros desafios mais arriscados.

Um mês depois, aí estava eu, tal como aqueles intrépidos navegadores, e à semelhança dos arrojados pescadores destas maravilhosas ilhas, quando o tornado os arrasta para o desconhecido, a desafiar a vastidão do mar, num simples madeiro de ocá escavado.

Larguei à meia-noite, clandestinamente, pois sabia que se pedisse autorização esta me seria recusada, dada a perigosidade da viagem, levando comigo apenas uma rudimentar bússola para me orientar. No regresso de avião a São Tomé, fui preso pela PIDE, por suspeita de me querer ir juntar ao movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, no Gabão, o que não era o caso. Levei três dias e enfrentei dois tornados. À segunda noite adormeci e voltei-me com a canoa em pleno alto mar. Esta era minúscula e vivi um verdadeiro drama para me salvar, debatendo-me como extrema dificuldade no meio do sorvedouro denegrido das águas.

Cinco anos depois, numa piroga um pouco maior, fiz a ligação de São Tomé à Nigéria. Uma vez mais parti sem dar a conhecer os meus propósitos, ao começo da noite, servindo-me apenas de uma simples bússola. Ao cabo de 13 dias chegava a uma praia ao sul deste país africano, tendo sido detido durante 17 dias por suspeita de espionagem, após o que fui repatriado para Portugal. Os jornais nigerianos destacaram em primeira página o feito.

Os objetivos destas travessias visavam demonstrar a possibilidade de antigos povos africanos terem povoado as ilhas, situadas no Golfo da Guiné, muito antes dos outros navegadores ali terem chegado, contrariamente ao que defendem as teses coloniais, que dizem que as ilhas estavam completamente desabitadas. E a verdade é que, entretanto, já foram encontradas antigas cartas em arquivos, com nomes árabes que testemunham esses contactos. Contributos esses que, de modo algum, poderão pôr em causa o mérito dos ousados feitos dos navegadores portugueses.

Regressado a São Tomé, ainda no mesmo ano, e já com São Tomé e Príncipe independente, tentei empreender a travessia ao Brasil, com o propósito de reforçar a minha tese, evocar a rota da escravatura através da grande corrente equatorial e contribuir para a moralização de futuros náufragos, à semelhança de Alan Bombard. Segundo este investigador e navegador solitário, a maioria das vítimas morre por inação, mais por perda de confiança e desespero, do que propriamente por falta de recursos, que o próprio mar pode oferecer. Era justamente o que eu também pretendia demonstrar. Navegando num meio tão primitivo e precário, levando apenas alimentos para uma parte do percurso e servindo-me, unicamente, de uma simples bússola, sem qualquer meio de comunicar com o exterior, tinha, pois, como intenção, colocar-me nas mesmas condições que muitos milhares de seres humanos que, todos os anos, ficam completamente desprotegidos e entregues a si próprios. Porém, quis o destino que fosse mesmo esta a situação que acabasse por viver.


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