Recordo as agressões nos mares e rios e meu drama de náufrago e dos escravos acorrentados ou impiedosamente lançados ao mar -Até 2050 os oceanos poderão conter, por peso, mais plástico do que peixe.
Recordo a viagem em canoa, de S. Tomé ao Principe, a que dei o titulo "Viagem Clandestina ao Paraiso - tendo recebido como prémio a prisão e os espancamentos pela PIDE_DGS nos seus calabouços em S. Tomé - A 1ª das três travessias- Esta de 3 dias; a segunda de 13 e a 3ª de 38 dias
.Alerto de que a elevação do nível do mar por via da poluiçao e a consequente desruiçao da fauna marinha
Todos os anos, cerca de 13 milhões de toneladas de lixo plástico são despejadas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Isso sem contar com a poluição dos rios.
Estima-se que somente o plástico mate 100.000 animais marinhos todos os anos. Isso geralmente ocorre devido ao emaranhamento em redes de pesca e até mesmo em sacolas plásticas. Entretanto, isso também inclui itens menos considerados, como canudos e embalagens plásticas.
LANÇADOS AO MAR SEM DÓ NEM PIEDADE
esmagados pelo terror,
esfomeados e esfarrapados,
sedentos de compaixão e de amor,
e, ainda por cima, oh! pobres desgraçados,
acorrentados e lançados vivos ao mar!...
Acreditai irmãos!..Se nesta mesma hora - ainda de escombros! -,
o vosso espírito vagueia por este odioso mar de assombro,
e me estais vendo e ouvindo, acreditai-me que as lágrimas
que agora choro, são também as vossas!
- É ainda o eco alarmante,
claro e nítido, incessante,
daquela hora grave - maldita !
Que vos roubou as vidas!
Vindo dos insondáveis espaços!
Vindo do fundo das trevas! Vindo do tumulto do mar!
Vindo do fundo dos abismos e da superfície
lívida e contorcidas das águas!
Ainda reverberando em ecos de estranha violência!
Bramindo fatídicos sons de álgida insensível crueza.
Errando e ecoando por um céu denso, raiado e negro,
que se desfaz em húmida fuligem,
em novelos de denso fumo
e parda nuvem negra!...

Mas, depois de ter sido repatriado, a Portugal, voltaria a S. Tomé para tentar a travessia oceânica, que haveria de se saldar por 38 longos dias e a prisão na Guiné Equatorial. por suspeita de espionagem.
A outra Manchete do jornal Nigerian Chronicle, de Calabar, de 12 de janeiro de 1976:, diz, que,"cerca de 30.000 nigerianos foram evacuados da Guiné Equatorial, escapando à prisão, tortura e assassinato de um dos déspotas mais cruéis de África.

Entre 1970 e 1971, pelo menos 95 nigerianos foram mortos na Guiné Equatorial, a maioria por exigirem os seus salários
Também, eu, nesse país, em finais de Novembro de 1975,enfrentei uma situação muto dramática.
Depois de ter voltado a S. Tomé, quis tentar a a travessia oceânica, em canoa, tendo ido acostar à Ilha de Bioko, da Guiné Equatorial, após 38 dramáticos dias à deriva,.
Nesse dia à noite, fui conduzido para os calabouços de uma esquadra, onde passei a noite conjutamente com vários trabalhadores nigerianos, suas mulheres e filhos, todos estendidos no chão, sobre uuma vulgar esteira
.No dia seguinte, sou conduzido algemado à cadeia Blak Beack, considerada a cadeia mais sinistra de África, onde fui submetido a um intenso interrogatório, espancado e metido numa estreitissima cela, por me suporem espião.
Felizmente, cinco dias depois, no dia em que me estavam arrastar algemado para a forca, a meio do corredor, um inesperado telefonema do então comandante Obiang, atual Presidente, sobrinho do ditador Francisco Macias, ordena ser levado ao seu gabinete e acaba por acreditar nos meus argumentos e me concede a libertação., graças a uma mensagem, carimbada do MLSTP, destinada ao Povo Brasileiro,, a que já me referi numa das anteriores postagens

Um mês depois, aí estava eu, tal como aqueles intrépidos navegadores, e à semelhança dos arrojados pescadores destas maravilhosas ilhas, quando o tornado os arrasta para o desconhecido, a desafiar a vastidão do mar, num simples madeiro de ocá escavado.

Cinco anos depois, numa piroga um pouco maior, fiz a ligação de São Tomé à Nigéria. Uma vez mais parti sem dar a conhecer os meus propósitos, ao começo da noite, servindo-me apenas de uma simples bússola. Ao cabo de 13 dias chegava a uma praia ao sul deste país africano, tendo sido detido durante 17 dias por suspeita de espionagem, após o que fui repatriado para Portugal. Os jornais nigerianos destacaram em primeira página o feito.
Os objetivos destas travessias visavam demonstrar a possibilidade de antigos povos africanos terem povoado as ilhas, situadas no Golfo da Guiné, muito antes dos outros navegadores ali terem chegado, contrariamente ao que defendem as teses coloniais, que dizem que as ilhas estavam completamente desabitadas. E a verdade é que, entretanto, já foram encontradas antigas cartas em arquivos, com nomes árabes que testemunham esses contactos. Contributos esses que, de modo algum, poderão pôr em causa o mérito dos ousados feitos dos navegadores portugueses.

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