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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Fundação Gulbenkian - As Idades do Mar -Foi uma das mais notáveis exposições-viagens aos grandes oceanos pelos génios da pintura portuguesa e universal - wonders of the oceans



 
Não é muito habitual, em exposições artísticas formarem-se filas, aguardando  que uns saíssem para outros entrarem, mas aconteceu na Exposição Idades do Mar - Fundação Gulbenkian



Inaugurada em 26 de Outubro, 2012, e tida, desde logo, como um dos acontecimentos culturais mais importantes do ano, não o desmereceu – Encerrou no passado dia 27 de Janeiro. Foram milhares dos visitantes que passaram pela Fundação Gulbenkian para a poderem observar – Até porque as entradas eram gratuitas através de uma edição semanal do jornal Público - Sim, para quem o comprasse.  Aproveitei a oportunidade. E, como estas coisas do mar, me tocam profundamente, houve alguns quadros que me comoveram até às lágrimas – Já os conhecia, pois tenho a coleção (ilustrada) dos grandes pintores universais, mas, ali, em ponto grande, a comoção foi ainda maior – Nomeadamente, a série de obras, dedicadas à “Idade das Tormentas” – Nomeadamente,  naufrágio Jacques Philippe Loutherbourg;   Jangada da Medusa de  Thédore Géricault; Tempestade de bonaventura peeters paintings; naufrágio joseph mallord william turner, cujas imagens aqui reproduzo





 



 






"Centrada nas representações físicas e simbólicas do Mar ao longo de quatro séculos da pintura ocidental (séculos XVI-XX), por artistas como Turner, Friedrich, Ingres, Guardi, Bocklin, Constable, Lorrain, Monet, Courbet, Klee, Dufy, De Chirico, Manet ou Van Goyen, entre muitos outros. A pintura portuguesa esteve representada por nomes como Amadeo, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro ou João Vaz."

 











Quando as imagens nos transportam à adolescência

 

 

 

 

 

 

Niccolò Cannicci (Florence 1846 - 1906).




 Esta pintura a óleo sobre tela da galeria nazionale d'arte moderna  e contemporânea, Roma,   fez parte do conjunto de obras ali expostas. pintada no Verão de  1896, numa praia, algures de Itália, podia bem ser a de Algés, com a costa da Caparica, lá ao fundo - Fez-me lembrar o primeiro banho de água salgada, no Tejo. Tinha à volta de doze anitos - Era marçano. E não descansei enquanto não fui à praia . Em 1957, as que estavam mais à mão (tanto assim que o rio ia limpo e ainda se viam golfinhos), eram as praias   de Algés e Cruz Quebrada - Claro que, quem tivesse mais tempo e mais dinheiro, podia ir até ao Estoril. Pensando eu que a outra margem, estava ao meu alcance, como a da Ribeira dos Piscos ou do Rio Côa, não é que me meto a nadar por ali afora. Não podendo voltar para trás, como a corrente só me levava para o lado de lá, toca de nadar, nadar, até que vem o guarda da praia, com um barquito para me levar. Eu, ali, não andava nu como as crianças que se vêem no quadro do pintor,  mas havia quem andasse -  Não faltava por lá  garotada ao leu e a espinochar. Eu servi-me das ceroulas, tendo-as cortado pelos joelhos, com uma navalha que pedi ali a um rapaz que só tinha ido ali para ver  a praia - Naquele tempo, os calções de banho, não eram moda; só os ricos.


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