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sábado, 18 de maio de 2024

EM S. TOMÉ - Aos 19 e aos Setentas - Junto a uma "Ponte Que Deus Fez", a "Boca do Inferno" , a "Praia Grande" e o Pico Cão Grande , que eu escalei com a minha equipa, em 1974

Jorge Trabulo Marques


S. Tomé e Príncipe! - Ilhas maravilhosas de mil surpresas - Além das belas praias, de águas quentes e cristalinas, são várias as grutas ou cavernas, cachoeiras “Pontes que Deus Fez “ - Na orla marítima de São Tomé, até existe a chamada “Boca do Inferno” - Tal como é referido por estudiosos, esta ilha é um agregado de montanhas graníticas, rochas cristosas, areias e argila vermelha e amarela em que se encontram terras ferruginosas. A mais elevada montanha é a que se chama Pico de S. Tomé, com 2024 metros de altitude no topo. Situa-se no oeste da Ilha de São Tomé. A montanha é arborizada e acessível somente a pé.



Há outros picos em forma de pirâmides os quais têm os nomes de Pico de Ana Chaves, Pico Lança, Pico de Adão, Homem da Capa, Pico Moccadom, Pico Cabumbé, Pico Cão Grande, Pico Cão Pequeno, Morro Lembá, Charuto, Morro de Dentro. As Mamas da D. Augusta e outros.

Na ilha do Príncipe, com idênticas caracterizaras vulcânicas à de S. Tomé, existe o Morro Fundão, Morro Caixão, Pico Papagaio, Morro Iõla, Morro Leste, Pico Mencorne, Carrote, Mesa, Bariga Branca, As Mamas, Pico Negro


 lìder da equipa da primeira escalada ao Pico Cão Grande, concluída com êxito em meados de Outubro de 1975, após  anos de sucessivas tentativas

BIG DOG IN SÃO TOME - THE GREAT PEAK CLIMBING THE VERTICAL "This is one of the highest needle-shaped "volcanic plug" peaks on Earth  -In The Dark Tower: Found!  As minhas primeiras tentativas da escalada ao Pico Cão Grande,  ocorreram em meados de 1970 - Fui  a  primeira pessoa a escalar sozinho este majestoso pico. Dizia-se que o Cão Grande  tinha feitiço e quem ousasse escalá-lo, ficava lá morto. Por isso, não  constava que alguém tivesse ousado subir as suas paredes verticais. Eu achei que devia quebrar esse enguiço. Mas também por se me impor como um desafio desde o primeiro dia que  fui trabalhar como empregado de mato para a Roça Ribeira Peixe   - E que veio a tornar-se ainda mais intenso  depois de abandonar aquela propriedade agrícola. 

 A bem dizer a conquista do cume era o culminar de uma proeza ao velho estilo dos macacos da floresta, com que nos deparávamos quando caminhávamos ao encontro do enorme falo basáltico. Mas, enquanto eles podiam saltitar de galho para galho, nós só o podíamos fazer próximo das base, na zona coberta de arbustos, que muito nos facilitariam a nossa acessão: só que, uma vez, um deles descolou da rocha e, só por muita sorte, é que, um dos nossos companheiros, o Pires dos Santos, não se despenhou nos pedregulhos no sopé do arvoredo.   

As ilhas, que formam São Tomé e Príncipe, estão situadas no Golfo da Guiné à altura da linha do equador, a cerca de 250 km da costa noroeste do Gabão. São Tomé e Príncipe é uma continuação da linha vulcânica dos Camarões na África continental. Uma cadeia de ilhas estende-se desde o Monte Camarões, no continente, até ao mar, no sentido sudoeste, até Bioko, passando por Príncipe, São Tomé e Ano-Bom.

Príncipe e São Tomé são ilhas oceânicas, isto é, vulcões que se erguem abruptamente do fundo do mar e rodeados por mares profundos. As ilhas foram formadas de meados ao final do período terciário. Príncipe tem 31 milhões de anos, enquanto São Tomé tem 15,7 milhões de anos.

A grande maioria da lava que eclodiu em São Tomé durante o último milhão de anos tem se transformado em basalto. A rocha mais nova da ilha tem cerca de 100 000 anos, mas muitos mais recentes cones de escória são encontrados no lado sudeste da ilha

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Dizem alguns geógrafos - recorda o Tenente-Coronel João José de Sousa Cruz "que a ilha é de origem vulcânica; Cunha Mattos sem negar a antiga existência de vulcões, entende que ela esteve antigamente ligada ao continente africano do qual foi separada pela força das correntes do sul ao norte e talvez mesmo por algumas convulsões da Natureza, O terreno da ilha é muito rico em vegetação; acha-se coberta por um bosque que parece tão antigo como o mundo; e encontram-se árvores de 100 palmos de circunferência (os Ocás22) e de mais de 200 de altura (os paus capitães23). Não obstante isso sabe-se que houve tempo em que a madeira era tão escassa que não bastava para a laboração dos engenhos de açúcar

quarta-feira, 15 de maio de 2024

MARIALVA– Evoca Feira Medieval - Aldeia Histórica do concelho de MÊDA , que J. SARAMAGO, revisitou em 22-05-1999, meses depois do Prémio Nobel da Literatura, a convite do Município, pela descrição que fez em "Viagem a Portugal

  Jorge Trabulo Marques

José Sarmago - 22-05-1999
A Feira Medieval voltou à cidade da Luz da Beira, neste último fim-de-semana, de sexta a Domingo, dia 12, com espetáculos de fogo, torneios a cavalo, arruadas musicais e danças. Teve início no castelo medieval às 14h00 de sexta-feira com o desfile histórico com a comunidade escolar, animação de rua e várias atividades.
Foi inaugurada pelo presidente da Câmara da Mêda, João Mourato, que explica que esta iniciativa «remonta ao passado, mas que tem tudo a ver com o presente".

Frizando que " a Feira Medieval faz-nos pensar o que teria sido Marialva há anos atrás, uma localidade que deixou de ser concelho em 1836» - Evento bem documentado com excelentes imagens de Adriano Ferreira, na sua página do Facebook , a que tomei a liberdade de extrair algumas para recordar a minha pormenorizada reportagem fotográfica à homenagem que o município de Mêda prestou ao escritor José Saramago


JOSÉ SARAMAGO - Homenageado eno Castelo de Marialva, em 22 de Maio de 1999 – Uns meses depois da atribuição do Prémio Nobel da Literatura, no dia 8 de outubro de 1998 - Até agora único, Prémio Nobel de Literatura em língua portuguesa


A Câmara Municipal do Concelho de Mêda, presidida por João Mourato, prestou-lhe uma calorosa homenagem, no Castelo de Marialva, onde foi descerrada uma lápide a uma citação do seu livro, Viagem a Portugal.

Na sede do município foi  depois brindado por um saborosíssimo banquete, com os melhores vinhos, aperitivos e pratos tradicionais do concelho. E, na sua visita ao agrupamento das Escolas, onde voltou a ser muito aplaudido por alunos e professores, foi também descerrada uma lápide com o seu nome: com estas palavras: ESTE AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FOI PRIVILEGADO COM O PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1993 JOSÉ SARAMAGO NO DIA 22 DE MAIO DE 1999


Durante a viagem até Marialva, falei sobre a região onde se insere a aldeia. Estamos praticamente a chegar ao nosso destino e encontro, pelo caminho (e com grande surpresa) uma personalidade de grande renome nacional, Nobel da Literatura Portuguesa o escritor José Saramago. É com muito prazer que os convido a entrar em Marialva, na companhia deste ilustre escritor, que fez questão de escrever sobre esta magnífica aldeia , como se fosse uma"visita guiada”

Vai o viajante continuar para norte, pela estrada a nascente da ribeira de Teja(...). Passa em Pai Penela, e, dando a volta por Mêda e Longroiva (...), apanha a estrada que vem de Vila Nova de Foz Côa e torna para sul. O caminho agora é planície, ou, com rigor maior, de planalto, os olhos podem alongar-se à vontade ,e mais se alongarão lá de cima, de Marialva, a velha, que esta fundeira não tem motivos de luzimento que excedam os legítimos de qualquer terra habitada e de trabalho(...)

Marialva foi chamada, em tempos antigos, Malva. Antes de o saber, o viajante julgou que seria contracção de um nome composto, Maria Alva, nome de mulher. E ainda agora não se resigna a aceitar que o primeiro baptismo venha do rei Leão, Fernando Magno, como dizem certos autores. Sua Mercê não veio, evidentemente, de Leão aqui para ver se esta montanha quadrava bem o nome de Malva. Curou por informações, algum frade que por cá passou e tendo visto malvas julgou que era a terra delas, sem reparar, em seu recato de frade preceituado, que naquela casa hoje arruinada vivia a mais bela rapariga do monte, precisamente chamada Maria Alva, como ao viajante convém para justificar e defender a sua tese. (...)

Nem a vila velha, as ruas trepam a encosta, nem quem aqui mora. O viajante sobe e dão-lhe as boas-tardes com tranquila voz. Estão mulheres costurando às portas, brincam algumas crianças. O sol está deste lado do monte, bate nas muralhas com clara luz. A tarde vai em meio, não há vento. O viajante entra no castelo, daqui a pouco virá o velho Brígida dizer onde está a arca da pólvora, mas agora é um solitário que vai à descoberta do que, a partir deste dia, ficará sendo, no seu espírito, o castelo da atmosfera perfeita, o mais habitado de invisíveis presenças, o lugar bruxo, para dizer tudo em duas palavras.

Neste largo onde está a cisterna, onde o pelourinho está, dividido entre a luz e a sombra, adeja um silêncio sussurrante. Há restos de casas, a alcáçova, o tribunal, a cadeia, outros não se distinguem já, e é este conjunto de edificações em ruínas, o elo misterioso que as liga, a memória presente dos que viveram aqui, que subitamente comove o viajante, lhe aperta a garganta e faz subir lágrimas aos olhos. Não se diga daí que o viajante é romântico, diga-se antes que é homem com muita sorte: ter vindo neste dia, nesta hora, sozinho entrar e sozinho estar e ser dotado de sensibilidade capaz de captar e reter esta presença do passado, da história, dos homens e das mulheres que neste castelo viveram, amaram, trabalharam, sofreram, morreram.
O viajante sente o Castelo de Marialva uma grande responsabilidade. Por um minuto, e tão intensamente que chegou a tornar-se insuportável, viu-se como ponto mediano entre o que passou e o que virá. in: Saramago, José, "Viagem a Portugal", Caminho, pag. 117,118, 17ª edição, Dez.1998.


segunda-feira, 13 de maio de 2024

Neste dia, 13 de Maio, num domingo, aos 9 anos, nos anos 50, ia morrendo afogado num poço fundo e barrento – O QUE PENSO DO ALEGADO FENÓMENO DE FÁTIMA ? - Sou um profundo místico à minha maneira - Não o tomo como sendo efeito de ação sobrenatural ou divina aparição inicial, se bem que, esteja convicto de que, o peregrino se for imbuído de fé, acabe por se transcender a si mesmo e de receber o benéfico efeito psicológico e anímico, resultante mais de um amplo local acumulador de energias positivas de que negativas.

     Jorge Trabulo Marques -  Jornalista e investigador - Antigo navegador soliário em pirogas no Golfo da Guiné e líder da 1ª escalada ao Pico Cão Grande, em S. Tomé  https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/34-dia-perdido-no-golfo-da-guine-nao.htmlhttps://canoasdomar.blogspot.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html

Anos 80 - Com o poço, já emparedado


Neste dia, aos 9 anos, ia morrendo afogado num poço fundo e barrento - Mas não o tomo como sendo efeito de ação sobrenatural ou divina aparição inicial, se bem que, esteja convicto de que, o peregrino que ali se deslocar, àquele espaço, denominado Santuário de Fátima, se for imbuído de fé, acabe por se transcender a si mesmo e de receber o benéfico efeito psicológico e anímico, resultante mais de um amplo local acumulador de energias positivas de que negativas. E até possa partir daqui mais animado, conformado, e até curado dos seus padecimentos físicos ou psicológicos, de quando ali chegou.



Em consequência de um fenómeno resultante de uma poderosa sugestão coletiva, que ali foi sendo acumulada a partir de um período de grande instabilidade, propiciado num tempo em que as pessoas, face à miséria, à luta entre Igreja e primeira República e à 1ª Grande Guerra Mundial, rezavam de forma mais intensa e fervorosa. - Afinal, também o apelo que a minha irmã fez quando ambos nos íamos afogado. E, mais tarde, quando andei perdido 38 dias a bordo de uma piroga.

Encenação fabricada por Maria dos Santos Carreira, com o intuito de ali erguer um santuário (lucrativo) de crendice popular, tal como estava a suceder com o de Lourdes em França, que, vestindo-se de um lençol branco sobre uma antiga azinheira, iria encantar e convencer as três humildes crianças pastorinhas, vindo ela mesma a mandar erguer um alpendre e a fazer uma imagem à sua semelhança, não vestida de negro, tal como depois se apresentaria nas entrevistas que viria a dar mas mais adequada à sedutora encenação.

Vindo depois a beneficiar das esmolas que passaram a ser deixadas pelas muitas pessoas que começaram a deslocar-se ao local - Explicação que poderá depreender-se nas memórias da Irmã Lúcia - .

O administrador de Ourém, Artur de Oliveira Santos, republicano anticlerical e maçom, mandou prender as três crianças, indo ao ponto de amedrontá-las com ameaças cruéis, relatadas pela própria Irmã Lúcia nas suas memórias autobiográficas.


A igreja, que inicialmente também manteve as suas reservas, viria aceitar progressivamente o fenómeno e a dar-lhe visibilidade, sobretudo a partir da implantação do chamado Estado Novo, que o interpretou como uma boa entrada de divisas e de promoção nacional.
Todavia, hoje, depois de muita reflexão, sou levado a extrair também outra conclusão. A compreender, que, quem ali vai em peregrinação, se for imbuído de fé - e se o puder fazer - terá mais a ganhar de que a perder. Pois a fé no sobrenatural - quando intensamente vivida - seja sob que forma for e seja onde for - é sempre um fenómeno de transcendente ação psicológica e mística que anima e purifica ainda mais o corpo e o espírito, de que quando se perde a confiança ou a esperança e o desejo de cura ou de sonho, seja em que circunstância for.

E aquele local - aquele amplo espaço, coroado por um magnifico templo, que acabou por ali ser erguido - graças às suas inúmeras peregrinações e cultos ali proferidos, povoada de orações e de cânticos de fé, no fim de contas, acaba por ter um efeito psicológico e anímico, mais de um acumulador de energias positivas de que negativas.


Pois verifica-se o efeito contrário, o mal-estar que é suscitado, quando, involuntariamente ou por vontade própria, alguém se confronta num recinto em que há grandes manifestações instigadas mais por palavras de ódio de que de pacificação. Nessas circunstâncias propalam-se mais cargas de destruição de que harmonia e edificação

Ou, então, de aplauso positivo: que até pode ser o ânimo suscitado num estádio de futebol. à equipa mais aplaudida. Veja-se a sensação que se sente perante a contemplação de uma panorâmica coroada de grandiosos penhascos - liberta de ruídos poluidores - e a diferença que sente quando se caminha ao longo de uma avenida urbana turvada de trânsito rugidor.

O ser humano - enquanto ser vivo - é também um ser possuído de vibrações energéticas, que contrai ou espalha, segundo uma certa propensão inata ou conquistada. Por isso é que há seres humanos, que, mercê da sua carga vibrátil e sedutora , da sua energia - capazes de influenciar ou arrastar grandes multidões. Não apenas através das palavras, mas comutativamente por via sua empática vibração.

Tom Graves, autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra , famoso livro de investigação, sobre a influência da terra na alma e vida do ser humano - que se deslocou, em 2007, aos lugares por onde peregrino na minha aldeia - defende a teoria de que os lugares sagrados são centros para os quais muitas das linhas de água convergem umas com as outras e também com os centros padrões de linhas acima do solo, à semelhança do que acontece com as artérias do corpo humano - E, de facto, no livro do destino, da chamada Inteligência Universal, de que mos uma ínfima partícula, mais ou menos dotada, há como que a descrição prévia do que, por esta ou aquela circunstância, poderá ocorrer nos espaços físicos ou na vida das pessoas e de todos os seres vivos. do nosso planeta.


E, por isso, acredita que tais lugares não foram escolhidos por obra do acaso. Tradicionalmente, assinalados com mamoas, menires, círculos de pedra, dólmenes e outras estruturas megalíticas, assim como os altares das igrejas da Pré-Reforma।
Mas, naturalmente, que estou em total concordância com a tese defendida, quer por diversos investigadores , como, até, por alguns sacerdotes da igreja católica - o primeiro dos quais em Angola, através da revista angolana, Semana Ilustrada, de que fui corresponde em S. Tomé, desde 1970 a Março de 1975 - sim, de tratar-se de um fenómeno sugestivo, intencionalmente encenado, a que chamaram de Fátima Desmascarada.

Sim, trata-se, com efeito, de um fenómeno de sugestão coletiva, um tanto ao estilo da encenação, que, anos mais tarde, viria a ser prosseguida pela chamada Santa da Ladeira. No início da década de 1960, quando Maria da Conceição Mendes Horta, habitante de Torres Novas afirmou falar com Deus e com os santos, atraindo a atenção de milhares de católicos.

Geralmente conhecida como Maria da Conceição e pela alcunha de Santa da Ladeira do Pinheiro ou, mais abreviadamente, Santa da Ladeira e, popularmente, como a Santinha da Ladeira (Riachos, Torres Novas - que acabou integrando o imaginário e a memória coletiva de Portugal, sobretudo como episódio ilustrativo da crendice popular

Desde há cerca de 30 anos, também eu me visto de túnicas brancas, sobre os penedos nos arredores da minha aldeia . Não com o intuito de vir a passar por milagreiro mas por razões profundamente místicas, de que me intitulei como peregrino da luz. Tendo sido, na esteira desses percursos, vindo a descobrir extraordinários calendários solares - Curiosamente, numa das manhãs, antes do nascer do sol, ao regressar a minha casa, uma mulher da minha aldeia, ao avistar-me, uns metros à frente, voltou para trás a correr, tendo-me desabafado, mais tarde, que eu lhe havia parecido uma figura de outro mundo.


Sim, sou um profundo místico à minha maneira. Não sou propriamente um católico apostólico, no sentido tradicional do termo, mas identifico-me com muitos dos seus valores: gosto das suas orações, cânticos religiosos e liturgia sagrada - Há outros aspetos em que a minha aproximação com o divino, se faz de forma diferente - Mas, no fundo, o caminho e os objetivos são os mesmos.

Respeito a crença e até escrevi à irmã Lúcia a manifestar-lhe a minha admiração pelo estoicismo da sua vida de recolhimento. O milagre do sol é um fenómeno de sugestão, que vem sendo induzido na festa de Santo António, em Lisboa, que já testemunhei. Que está registado em vídeo, no Youtube, em junho de 2014, sob a designação - Santo António e o "Milagre do sol"



Embora imbuído por convicções profundamente místicas, não me considero propriamente o católico apostólico praticante no sentido tradicional do termo, já que sou mais induzido a devaneios espirituais por força de sentimentos de circunstância e ocasionais (que me esforço de poder ter) de que por rígidos conceitos teológicos ou doutrinários, se bem que os respeite e admire tal como a mítica figura de Cristo, maravilhoso exemplo de entrega e de virtudes. Mas, a bem dizer, muitas vezes. nem sei o que sou: ou haverá alguém que seja sempre inteiramente igual e não tenha os seus heterónimos, as suas hesitações e divagações?...

Ainda em vida da Vidente Irmã Lúcia, mandei-lhe uma singela carta, através da qual lhe descrevi alguns episódios da minha vida - (...) - um deles bem dramático, em que, num dia, desses meus verdes anos, a 13 de Maio, anos 50, pouco antes de ir a trabalhar como marçano para Lisboa, caí a um poço, barrento e fundo e me ia afogando com a minha irmã. - (pormenores mais à frente)

Também lhe falei das minhas aventuras marítimas, juntamente com o envio de algumas imagens, como preito de homenagem e testemunho da minha mais profunda admiração, pela sua estoica vida, toda ela dedicada ao culto da sua fé . Desejava-lhe muitos anos de vida, mas no mês seguinte, adoeceu e, não tendo recuperado, partiu, certamente, de olhos postos na imagem que tanto venerava. (pormenores da carta mais à frente) i .

Em 2017, vivia-se um certo movimento de anticlerical que chegou a destruir e a queimar muitas igrejas - algumas das quais nas colónias - patrocinado por associações próximas do Partido Republicano Português de Afonso Costa, que estava então no poder. Em Ourém, o administrador do concelho, Artur de Oliveira Santos, era ele próprio militante deste movimento radical, que “recorria a todos os meios para liquidar a «especulação clerical»”.

AS PERSEGUIÇÕES À IGREJA CATÓLICA PÓS REVOLUÇÃO DE 5 DE OUTUBRO DE 1910 – Vieram desencadear vários fenómenos místicos e religiosos – Entre os quais o de Fátima. Sim, por via do apoio à monarquia e à escravatura e, sobretudo , posteriormente, devido ao período de instabilidade vivido no período da 1ª guerra mundial

Com a revolução republicana de 5 de Outubro de 1910 e a subsequente lei de separação de 20 de Abril de 1911, a igreja católica foi confrontada com um quadro algo místico e complexo – Que veio a desencadear o aparecimento de vários cultos e manifestações religiosas individuais, de seitas ou de grupos: desde as sessões de espiritismo às mais variadas expressões de pendor místico ou religioso.

Pessoalmente, também cultivo o meu culto. desde meados dos anos 90 -Contraí um problema de saúde grave. Aceitei até participar num ensaio clinico, que felizmente viria a resultar. Entretanto, como ainda não havia certezas, passei a peregrinar lá pelos penhascos do Maciço dos Tambores, nos arredores da minha aldeia, visto o médico me ter alertado para as escassas possibilidade de poder resistir.

A igreja católica foi ao longo da colonização - e desde a época das cruzadas - a principal crença de apoio às descobertas e à expansão colonial, sob o lema: terço numa das mãos e o rosário na outra. Sim, a nobreza e o clero eram as duas maiores forças sobre as camadas populares e mais ignorantes do povo.

Perdeu esse domínio com a implantação da república, mas veio a recuperá-lo com a revolução do Estado do Novo e têm-no mantido desde então, junto das forças mais conservadores e, economicamente, mais poderosas.

Tal como tem sido referido por estudiosos, em 2017, vivia-se uma certo movimento de anticlerical que chegou a destruir e a queimar muitas igrejas - algumas das quais nas colónias - particionado por associações próximas do Partido Republicano Português de Afonso Costa, que estava então no poder.

“Em Ourém, o administrador do concelho, Artur de Oliveira Santos, era ele próprio militante deste movimento radical, que “recorria a todos os meios para liquidar a «especulação clerical»”.

“No final, esta tentativa de eliminar Fátima pela força acabou por alimentar o próprio fenómeno, permitindo que a imprensa católica o discutisse não como milagre mas como atentado à liberdade religiosa”.

E quem se aproveitou do fenómeno de Fátima, da encenação, foi justamente quem o provocou, Maria dos Santos Carreira, vestindo-se de um lençol branco sobre uma antiga azinheira - fenómeno, que, anos mais tarde, foi imitado pela chamada Santa da Ladeira – A qual viria beneficiar das esmolas que iam ali sendo deixadas pelas muitas pessoas que passaram a deslocar-se ao local

Maria Carreira ganhou então o epíteto de “Maria da Capelinha”, ou a “tesoureira de Nossa Senhora de Fátima”, por ter acorrido à Cova da Iria logo em junho de 1917 e começado a recolher as esmolas

Tendo feito esta recomendação: Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.”

A Irmã Lúcia, última vidente de Fátima a falecer, em 2005, aos 97 anos, relatou nas suas Memórias que Nossa Senhora lhe terá deixado, a 13 de outubro de 1917, a indicação para que se construísse na Cova da Iria uma capela em sua honra. A edificação da estrutura não foi porém imediata. O ano de 1918 é ausente de episódios significativos na cronologia dos acontecimentos de Fátima, retomando-se a narrativa já em 1919

Maria dos Santos Carreira, depois já no seu traje de negro habitual, foi quem inicialmente limpou o mato e enfeitou a azinheira onde os três pastorinhos afirmavam ter visto Nossa Senhora com fitas. Posteriormente construiria com o marido o arco que ali se encontrava aquando o milagre do sol, a 13 de outubro. Acabaria por se tornar zeladora da capelinha após a sua edificação, guardando em sua casa a imagem original de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, razão pela qual esta escapou incólume à dinamitação de 1922.

Em 13 de Outubro (de 1917) farei um milagre para que todos acreditem” – Uma espertalhona arvorada com poderes sobrenaturais mas, porventura, já bem conhecedora das teses do poder sugestivo individual e coletivo, que então já eram bem conhecidas nas sessões do espiritismo e de hipnotismo, porquanto não havia sido registrado por nenhum observatório astronômico.

Levantou um coreto de madeira, onde ela se colocou, fazendo crer tratar-se de um efeito solar especial, que, anualmente , ainda hoje pode ser testemunhado após a procissão de Santo António, em Lisboa - Que resulta, nada mais nada menos de que um efeito sugestivo. Tenho curso de hipnotismo e sei muito bem o que pode ser conseguido através do poder da sugestão. Pena que esta disciplina, não seja mais seja usada na medicina, senão por via de algumas palavras sugestivas de psicólogos e psiquiatras.

O tal “Milagre do Sol”, ocorrido durante a sexta e última aparição da Virgem Fátima foi então testemunhado por aproximadamente 60 mil pessoas na Cova da Iria — local onde hoje se encontra a célebre Capelinha das Aparições

Como atrás referi, neste dia, aos 9 anos, ia morrendo afogado num poço fundo e barrento - Mas não acredito no fenómeno de Fátima, que não passou de uma encenação. Sou um místico à minha maneira. Respeito a crença e até escrevi à irmã Lúcia a manifestar-lhe a minha admiração pelo estoicismo da sua vida de recolhimento. O milagre do sol é um fenómeno de sugestão, que vem sendo induzido na festa de Santo António, em Lisboa, que já testemunhei .


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COMO ME SALVEI DE SER AFOGADO 

A minha irmã, tirava a água com um caldeiro na ponta de um picanço para regarmos a horta: eu estava uns metros abaixo a desviá-lo da única pedra que existia na sua margem. Quando o varal partiu e  se soltou, ela despenhou-se sobre mim e fomos os dois  ao fundo – Nenhum de nós sabia nadar. Jamais me esquecerei dos gritos de aflição, implorando: “Nossa Senhora de Fátima! Nossa Senhora de Fátima, socorrei-nos!  -Esse episódio marcaria para sempre a minha vida, que  tem sido um MILAGRRE - E  creio que aquele foi o primeiro milagre que eu conheci - Na imagem de família, eu chorei no dia em que a minha irmã fez a 1ª comunhão - Não sei porquê    


“Lisboa, 18 de Outubro de 2004.
À vidente Irmã Lúcia:


Mais tarde com a primeira filha
Tomo a liberdade de lhe enviar esta minha simples carta, acompanhada do relato e fotos de uma odisseia, por mim vivida nos agitados mares do grande Golfo, tendo apenas por companhia uma simples bússola para me orientar.
Sim, dirijo-lhe estas linhas e a descrição dessa aventura, como preito da minha homenagem e a expressão da minha mais profunda admiração, porque vejo em si a representação de um espírito abençoado, pelo que só peço a Deus que lhe dê muita saúde e ainda muitos anos de vida.


A minha saudosa irmã Conceição, que Deus levou muito nova, deixando então duas filhinhas, tinha uma grande devoção em Nossa Senhora de Fátima. E o episódio que lhe vou recordar, ilustra, justamente, esse facto, quando eu tinha onze anos e ela 15 .Foi a um domingo, dia 13 de Maio. Regávamos a nossa horta no Vale Cardoso. Ela retirava a água do poço com ajuda do picanço; eu estava uns metros mais abaixo para afastar a vara e o caldeiro de uma pedra. Nisto, o picanço rebenta, ela cai e arrasta-me consigo para o fundo do poço. Este era fundo e com margens barrentas. A nossa aflição, como deverá calcular, era enorme. Nenhum de nós sabia nadar. Quando vinha ao de cimo, ela gritava por Nossa Senhora de Fátima; eu gatinhava junto à margem, estava aterrorizado e apenas cerrava a boca para evitar engolir mais água. O meu irmão Fernando, então com nove anos, que encaminhava a água, apercebendo-se, corre em nosso auxílio. A minha imã grita-lhe para ir buscar uma cana e para descer até um tufo de juncos que havia na margem, e é o que faz sem perda de tempo. Estende-lhe a cana, ela agarra-se à mesma e consegue gatinhar pela íngreme vereda. Depois, estende-me a mão e salva-me também.

Creia, já passaram muitos anos, mas a imagem está ainda muito presente na minha memória. E, sempre que me ocorre, a primeira coisa que me vem à ideia, são os apelos à Nossa Senhora de Fátima, pois não tenho a menor dúvida de que ela, nesse dia, nos protegeu.

(....) Aceite, pois, muito humildemente, o preito da minha mais profunda admiração”


O RETORNO AO SAGRADO

Com o escritor Vergilio Ferreira
Fala-se tanto nele, como aliás, estava previsto. Mas não no que dele mais importa e não passa pelos deuses e muito menos pelas sacristias. O retorno do sagrado deve ter que ver fundamentalmente com a recuperação da sacralidade do homem, da vida, da palavra, do mundo. A sacralidade está no que suspeitamos de mistério nas coisas, a força “original de tudo o que nos espera o nosso olhar limpo, a nossa atenção humilde, a divindade está em nós. O grande acontecimento do nosso tempo, que é o sinal do nosso desastre, é a profanação de tudo, a dessacralização do que abusivamente foi invadido pelos deuses. Os deuses morreram e quiseram arrastar consigo a morte do que era divino sem eles” in Pensar - de Vergílio Ferreira


Foto de família - choramingas
Lúcia de Jesus Rosa dos Santos, mais conhecida por Irmã Lúcia , nasceu em  Aljustrel, Fátima, Ourém, em 28 de Março de 1907 e faleceu no Convento das Carmelitas, Coimbra, em 13 de Fevereiro de 2005 

– Pouco antes da sua morte, telefonei para este Convento a perguntar se ela podia receber correspondência, já que as visitas eram extremamente condicionadas, responderam-me que sim, pelo que tomei a liberdade de lhe enviar, por correio  registado, uma pequena carta em 18 de Outubro de 2004cujo conteúdo publiquei no jornal OFOZCOENSE

Aos 12 anos - um menino  marçano em lisboa
Sei que a carta lhe foi entregue, que a recebeu. Guardo a cópia do manuscrito e o impresso do registo, com muito carinho. As razões estão expressas nessa breve missiva que aqui transcrevo - Seja-se ou não crente, há que admirar uma vida de clausura, de fé e despojamento, completamente entregue à meditação e oração. Eu não sou propriamente católico apostólico mas identifico-me com muitos dos seus valores: gosto das suas orações, cânticos religiosos e liturgia sagrada - Há outros aspectos em que a minha aproximação com o divino, se faz de forma diferent- Mas, no fundo, o caminho e os objectivos são os mesmos.



"Lúcia de Jesus Rosa dos Santo, nasceu em Aljustrel, Fátima, Ourém, 28 de Março de 1907 — E faleceu, em Coimbra, a 13 de Fevereiro de 2005) foi uma freira da Ordem das Carmelitas Descalças, conhecida no Carmelo como Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado e pela maioria dos portugueses simplesmente como Irmã Lúcia, que, juntamente com os seus primos Santa Jacinta e São Francisco Marto (os chamados três pastorinhos), assistiu às aparições de Nossa Senhora no lugar da Cova da Iria, em Fátima.

Tinha dez anos e não sabia ler nem escrever quando alegadamente viu, pela primeira vez, Nossa Senhora na Cova da Iria, juntamente com os primos Jacinta e Francisco Marto. Lúcia foi a única dos três primos que falava com a Virgem Maria, a sua prima Jacinta ouvia mas não falava e Francisco, inicialmente apenas ouvia as palavras de Nossa Senhora, e, como tal, foi a portadora do Segredo de Fátima. Nos primeiros tempos, a hierarquia católica revelou-se cética sobre as afirmações dos Três Pastorinhos e foi só a 13 de outubro de 1930 que o bispo de Leiria tornou público, oficialmente, que as aparições eram dignas de crédito. A partir daí, o Santuário de Fátima ganhou uma expressão internacional, enquanto a Irmã Lúcia viveu cada vez mais isolada. Durante alguns anos ficou na Quinta da Formigueira em Frossos, Braga, propriedade do bispo de Leiria D. José Alves Correia da Silva.

Em 17 de Junho de 1921, com 14 anos, o Bispo de Leiria, José Alves Correia da Silva, proporcionou a sua entrada no colégio das irmãs doroteias em Vilar, no Porto, alegadamente para a proteger dos peregrinos e curiosos que acorriam cada vez mais à Cova da Iria e pretendiam falar com ela. Professou como religiosa doroteia em 1928, em Tui (Galiza, Espanha), onde viveu alguns anos. Pouco tempo depois morou em Pontevedra, Galiza, onde também se lhe apareceu a Virgem em 1925 nas Aparições de Pontevedra.

Em 1946 regressou a Portugal e, dois anos depois, entrou para a clausura do Carmelo de Santa Teresa em Coimbra, onde professou como carmelita descalça a 31 de maio de 1949. Foi neste convento que escreveu dois volumes com as suas Memórias e os Apelos da Mensagem de Fátima. Em 1991, quando o Papa João Paulo II visitou Fátima, convidou a irmã Lúcia a deslocar-se ali e esteve reunido com ela doze minutos. Antes, já se tinha encontrado também em Fátima com o Papa Paulo VI.

Lúcia morreu no dia 13 de Fevereiro de 2005, aos 97 anos, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. O Papa João Paulo II, nesta ocasião, rezou pela Irmã Lúcia e enviou o Cardeal Tarcisio Bertone para o representar no funeral. Em 19 de Fevereiro de 2006 o seu corpo foi trasladado de Coimbra para o Santuário de Fátima onde foi sepultada junto dos seus primos, Francisco e Jacinta Marto.- Excerto de https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcia_dos_Santos


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domingo, 12 de maio de 2024

Sporting Campeão - No Estoril Praia - Golo de Paulinho anima festa leonina na penúltima jornada da Iª Liga portuguesa de futebol

                              Jorge Trabulo Marques    - Desfile de imagens em video 

Rúben Amorim, técnico dos leões bate o recorde de pontos e vitórias (28) numa edição do campeonato e a melhor pontuação (87 pontos), que até agora pertencia a Jorge Jesus na temporada de 2015/16

Objetivo alcançado, num jogo que esteve grande parte disputado taco a taco. Mas sempre com a equipa visitante a não baixar o combate ou a perder intensidade, com os leões bem posicionados e à solta por todo o relvado na mira de continuar a somar vitórias, até que, a estratégia artística, o veio confirmar, com um belo golo de Paulinho, aos 81 minutos
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Vindo assim a reforçar a festa da claque leonina, que contribuiu maioritariamente para esgotar o Estádio António Coimbra da Mota, na tarde ensolarada de Sábado, dia 11 de Maio, um bocado soprada pelo vento, mas que até serviu ainda mais para agitar as bandeiras verdes brancas empunhadas pelo adeptos sportinguistas, que entusiasticamente ali aplaudiram a sua equipa e, muitos dos quais, até mesmo depois de volta ao Estádio de Alvalade, onde também marcamos presença para completar a nossa reportagem




sábado, 11 de maio de 2024

S. Tomé - Gerhard Seibert - Edita The Wealth of History of the Small African Twin-Island State São Tomé and Príncipe.- Mais uma importante obra do prestigado professor e investigador - Doutorado em Ciências Sociais - Estudos Africanos, - pela Leiden University Destacado estudioso da temática africana e da América Latina. Detentor de um vasto curículo.



J
orge Trabulo Marques 

"Este livro não é uma história completa de quinhentos e tal anos da história de S.Tomé e Príncipe, mas, são certos períodos e certos episódios da sua história que eu considero importante e relevante». 

«Há uma abordagem da chamada primeira colonização de S. Tomé e Príncipe no século XVI e, no meio disso, há um capítulo sobre a resistência dos escravizados das antigas fazendas da cana do açúcar em S. Tomé, também no século XVI. Aí, eu falo da famosa revolta do Rei Amador em 1595, também falo de “auto-libertação” dos escravizados da fazenda do açúcar, esta população dos chamados fujões, ou seja, escravos fugidos que mais tarde seriam conhecidos por angolares» –Palavras  de Gerhard Seibert no ato da apresentação no espaço Cacau

The Wealth of History of the Small African Twin-Island State São Tomé and Príncipe.- É apresentado, no dia 15 de Maio às 17 horas, pelo poeta e escritor Albertino Bragança  e pelo historiador  Carlos Neves no espaço CACAU Largo das Alfândegas 24, na capital do país

Assinalado como "um  texto excepcional que é afinal uma história de São Tomé e Príncipe desde os fins da era colonial até há meia-dúzia de anos. Uma análise completa de toda a estrutura do país sob os aspectos sociais, políticos, económicos, etc. É igualmente a única obra do género resultante de uma investigação séria efectuada por um historiador neutro e idóneo cujos méritos de há muito são reconhecidos.




O estado insular de São Tomé e Príncipe, localizado no Golfo da Guiné, é o segundo menor país africano, depois das Seicheles. Os ensaios desta coleção destacam períodos cruciais e eventos importantes na história variada e agitada do país, que se estende. durante mais de 500 anos,.


Portugal colonizou as ilhas duas vezes em contextos económicos e históricos significativamente diferentes: primeiro, no século XVI, durante a sua expansão marítima, e segundo, na segunda metade do século XIX, no início da colonização de África pela Europa. Nestes dois períodos, as pequenas ilhas desempenharam um papel pioneiro na história económica do açúcar e do cacau, respectivamente.
Após a independência em 1975, o desenvolvimento económico do país ficou muito aquém das expectativas e, consequentemente, a sua dependência da ajuda externa persistiu. No entanto, observadores externos consideraram o arquipélago de 225.000 habitantes um modelo de democracia parlamentar em África. Enviar feedback Painéis laterais Sumário do resumo ↑. Para mais detalhes vejam em https://lnkd.in/deXqxUrg

Gerhard Seibert | Licenciado em Antropologia cultural pela Utrecht University (1991) e doutorado em Ciências Sociais - Estudos Africanos, Leiden University (1999). De 1999 a 2008 foi pesquisador no Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), em Lisboa. Foi investigador do antigo Centro de Estudos Africanos (CEA) do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, de 2008 a 2014. De maio de 2014 até novembro de 2019 foi professor adjunto da Unilab, Campus dos Malês, São Francisco do Conde, Bahia. É professor permanente do programa de pós-graduação PósAfro do CEAO/UFBA, em Salvador, BA, desde 2015. Além disso, desde 2014, é investigador associado do Centro de Estudos Internacionais (CEI) do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, Portugal.


Albertino Homem dos Santos Sequeira Bragança nasceu em São Tomé e Príncipe, em 9 de Março de 1944, tendo ali realizado os ensinos primário e secundário até 1963 e frequentado a Universidade de Coimbra, Faculdade de Ciências, entre 1964 e 1969.

 Regressado ao país após a independência, a par dos diversos cargos directivos a nível da educação, dedicou-se a intensa actividade cultural. Exerceu, a partir de 1991, importantes funções partidárias, governativas e parlamentares, de onde exerceu o cargo de ministro de educação e cultura.


 Carlos Agostinho das Neves, historiador e político.. Formado nos finais da década de 70 na Universidade de Lisboa,  também participou em 1974 na chamada associação cívica pró-MLSTP 

Nasceu em 20 de junho de 1953. Frequentou a faculdade em Portugal, antigo governante colonial de São Tomé e Príncipe, obtendo o bacharelado em história pela Universidade Clássica de Lisboa e o mestrado na mesma disciplina pela Universidade de Lisboa. A sua dissertação foi “São Tomé e Príncipe na Segunda Metade do Século XVIII”, publicada em 1989. Neves foi embaixador do seu país em Portugal de 1991 a 1994 e foi credenciado como embaixador em Espanha de 1992 a 1994. 

Foi secretário-geral do partido moderado Acção Democrática Independente a partir de 1994 e foi eleito para a assembleia do seu país no mesmo ano e foi presidente da sua  da assembleia de 2008 a 2009. Posteriormente, diretor do departamento administrativo e público da agência nacional de petróleo até ser nomeado embaixador na ONU em 2012., entre outros cargos.