Finalmente, as
Ilhas de São Tomé e Príncipe, começam a
ser descobertas - Depois do Canal
Odisseias, a que aqui me refiro, também a CNN, já veio dizer que, “São Tomé e Príncipe é um dos dez “destinos de sonho” para 2014 – “o local ideal
para aperfeiçoar a arte da calma. - Para a CNN, São Tomé e Príncipe é
um dos dez «destinos… PÚBLICO
Canal Odisseia - Em busca do
extraordinário - Acertou em cheio!
O
filme foi transmitido, em Portugal, já por várias vezes no Canal Odisseia - Vi-o recentemente e foi para mim uma belíssima surpresa. - Pelo que tenho muito prazer de aqui salientar a realização desse extraordinário documentário, felicitando o fotógrafo Rui Camilo, ao mesmo tempo que aproveito para fazer dele o roteiro de algumas das minhas recordações. Com fotos ao Cão Grande, na Roça Rio do Ouro e Roça Uba-Budo, onde trabalhei como empregado de mato, bem assim uma imagem parcial da canoa, com que efetuei os três dias da travessia clandestina de São Tomé à ilha do Príncipe (que me havia de custar uns socos no estômago pela PIDE) foto que ainda não havia divulgado. Além da lindissima fotografia de Renato Sena Santos, com que abro este post, as demais foram extraídas do próprio filme, da Internet e do livro "As Roças de São Tomé e Príncipe", de autoria de Duarte Pape, Rodrigo Rebelo de Andrade e Francisco Nogueira, sobre o qual conto aqui debruçar-me.
ESTAS ILHAS HÁ MUITO MERECIAM A DIVULGAÇÃO INTERNACIONAL AO NÍVEL DO CANAL ODISSEIA
Documentário, de quase uma hora, inserido na série, Ilhas Paradisíacas de África, falado em alemão, com legendas em português.. Pois, já lá vai o tempo, em que o Canal História, Civilizações e Odisseias, contratavam as vozes, mais prestigiadas da rádio e televisão, de modo a proporcionarem aos clientes da TV Cabo, a língua dos respetivos países. Assim, legendado, sempre sai mais barato ao produtor. Não penso que a legendagem o valorize mais – Bem, pelo contrário.
ESTAS ILHAS HÁ MUITO MERECIAM A DIVULGAÇÃO INTERNACIONAL AO NÍVEL DO CANAL ODISSEIA
Documentário, de quase uma hora, inserido na série, Ilhas Paradisíacas de África, falado em alemão, com legendas em português.. Pois, já lá vai o tempo, em que o Canal História, Civilizações e Odisseias, contratavam as vozes, mais prestigiadas da rádio e televisão, de modo a proporcionarem aos clientes da TV Cabo, a língua dos respetivos países. Assim, legendado, sempre sai mais barato ao produtor. Não penso que a legendagem o valorize mais – Bem, pelo contrário.
Rui Camilo, apontando a
objetiva da sua máquina fotográfica para o Cão Grande - o pico que eu e a minha
equipa escalámos - Mas o que está abaixo do manto verdejante é bem mais fundo do que parece.
Também, lá de cima da sua crista, me parecia aos meus pés uma fantástica vista aérea sobre a selva equatorial verdejante - Oh! Quantas vezes me apeteceu ter asas de falcão ou de condor e saltar de ali em voo sobre a copa das árvores - algumas com mais de cem metros! - Hoje, ao pensar naquelas vertiginosas escaladas, sinto mais arrepios de que então - Tinha menos 40 anos; era preciso ter uma infinita paciência e nervos de aço - Mas o desafio era aliciante e compensava... - Pormenores em:
escalada ao pico vertical
Já foi há mais de um mês -
Pouco depois das 17 horas - telefona-me um amigo: “Jorge! Liga o Canal
Odisseia, que está a ser transmitido um programa fantástico! sobre as Ilhas de
São Tomé e Príncipe! Naturalmente, que, ao ser alertado para a exibição do
referido documentário, imediatamente plantei-me frente ao meu
televisor. Não perco muito tempo com a televisão – Não tenho o hábito de pensar
pelo ecrã. Dificilmente vejo um telejornal por inteiro. Gosto de estar
informado mas também não me interessa todo o lixo que é transmitido, a pretexto
de informação ou diversão.
Mas, desta vez, não arredei pé.
E, como não apanhei o programa, desde principio, procurei depois revê-lo
gravado através da box do meu servidor. E, confesso, que foi com alguma emoção
(direi mesmo, por vezes, até com algumas lágrimas nos olhos) que pude rever e
contemplar, paisagens e lugares, que durante mais de 12 anos, me foram
profundamente familiares.
Claro, num misto de emoções,
muito variadas e até contraditórias. Vi a paisagem das ilhas, linda como
sempre! Vi aqueles rostos das crianças, aquelas expressões tão meigas e tão
espontâneas e naturais, e também até dos adultos, com a mesma serenidade,
inocência e doçura, como quando os vi, há mais de três décadas. No aspeto
humano, parece que nada mudou.
RUI CAMILO – O FOTÓGRAFO QUE
FEZ DE GUIA E DE INTÉRPRETE
Vá lá, que
desta vez, não nos soava, unicamente, uma língua estrangeira -
Falava-se também a língua de Pessoa e de Camões, (Portugal); de Carlos Drummond de Andrade (Brasil); de Agostinho Neto (Angola); Alda
da Graça Espírito Santo (São Tomé e Príncipe);Hélder Proença(Guiné-Bissau); José João
Craveirinha (Moçambique); Manuel d' Novas (Cabo Verde) Fernando
Sylvan (Timor) – Graças à presença e à voz, em todo o documentário, do
fotógrafo, Rui Camilo, que servia de guia e de intérprete - Com as suas
explicações, as suas iniciativas, os ângulos com que fotografava e parecia
também orientar a equipa de filmagem, seus comentários e também as vozes dos
santomenses, os diálogos que pôde manter com as várias personagens, que
foram ao seu encontro ou foi buscar: desde a tripulação do pequeno bimotor, que
o levou a tomar as magnificas vistas aéreas das duas ilhas, em São Tomé e Príncipe, os contatos com pescadores, produtores de café e de
cacau, e até com um fabricante de chocolate
É na ilha do Príncipe - Estes "pães de açúcar" são verdadeiros monumentos!
Como não podia deixar de
ser, dificilmente ia faltar o convívio, sempre surpreendente e divertidíssimo, com João Carlos
da Silva, para mais um apetecível e bem condimentado exercício de culinária
santomense, muito à semelhança do programa que o tornara famoso na RTP, “Na Roça com os Tachos e Sal na Língua, no qual defendia a cozinha como uma
forma de arte e um pretexto para se falar de história, cultura ou património.
No fundo, era o que, o fotógrafo Rui Camilo, estava igualmente a procurar, em Angolares, na Roça de São João, antiga propriedade agrícola colonial, sabiamente transformada em pousada de turismo rural e gastronómico.
No fundo, era o que, o fotógrafo Rui Camilo, estava igualmente a procurar, em Angolares, na Roça de São João, antiga propriedade agrícola colonial, sabiamente transformada em pousada de turismo rural e gastronómico.
FOTÓGRAFO QUE SE PREZE, ADORA
FOTOGRAFAR ROSTOS DE CRIANÇAS, JOVENS E IDOSOS – RUI CAMILO NÃO DESCUROU ESSA
FANTÁSTICA OPORTUNIDADE
E que rostos, mais humanos e expressivos, nos
proporcionou, Rui Camilo! – Ele sabia, certamente, que os santomenses cultivam
uma pose bonita, natural e ao mesmo tempo nobre, sem artificialismos de
qualquer espécie. E não perdeu a oportunidade de a revelar aos milhões de
telespectadores esses predicados. Começando por distribuir pequenas máquinas
fotográficas a um grupo de sorridentes crianças, ensinando-lhes os rudimentos
básicos e dando-lhes liberdade de fazerem as suas fotos e de explorarem os seus
dotes artísticos - E não tardaram a revelar-se uns artistas em potência,
deslumbrando-se com a oferta e também pela possibilidade de exporem as
suas próprias fotografias.
Conceder-lhes, tal
oferta, dir-se-ia ultrapassar todos os limites da sua imaginação. É um
facto que existe, nalguns grupos étnicos africanos, um certo
pudor em serem fotografados por estranhos, na convicção de que estão a
devassar a sua intimidade e até a roubar-lhes um pouco da sua alma. Mas,
se as imagens forem consentidas e não obtidas de má fé, não há como fotografar
a naturalidade e a espontaneidade dos africanos.
Conheço bem, as suas reações. Durante
alguns anos, colaborei com Marinho Costa, um fotógrafo santomense
(já falecido) que se radicou em Portugal, com o seu laboratório na Cova da
Moura, Amadora, tendo realizado algumas centenas de reportagens em casamentos,
com africanos das ex-colónias. E que bons momentos não pude desfrutar! Não somente
através do registo de imagens mas também nas bodas! – Como adoro fotografar e
aprecio imenso a comida africana, juntavam-se os dois gostos. Nomeadamente,
com os cabo-verdianos – Bastante mais extravagantes, pois gastam
tudo o que têm para as suas festas familiares, desde a primeira comunhão,
batizados e casamentos. Os demais, não costumam ser tão de arromba. Só os de
mais posses. E então agora, nas novas elites, sobretudo em Angola, constituem-se como autênticos desfiles de vaidades!
Além desta experiência enriquecedora, já, em S.
Tomé, cultivava o gosto pela fotografia. Lamento que o comerciante que me
levantou os milhares de negativos, em casa da minha companheira, até hoje ainda
não se tenha dignado honrar com a sua apalavra. Não os pude levar comigo, dado
ter tentado a travessia do oceano, em canoa. Tinha tudo arrumadinho, em
pequenas caixas, mas, à última hora, receando, que se pudessem estragar, voltei
a deixá-los na minha mala. Azar o meu – Espero não ter que voltar ao assunto,
com mais pormenores
AS ILHAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE –
TALVEZ DOS POUCOS PARAÍSOS TERRESTRES NÃO CONSPURCADOS PELA GLOBALIZAÇÃO
MASSIFICADORA E DESTRUIDORA - CONTINUAM A NÃO FAZER PARTE DOS GRANDES
ROTEIROS TURÍSTICOS – Por um lado, é positivo.
De
facto, o turismo tem o seu lado perverso:
proporciona receitas mas também perverte costumes e o próprio meio ambiente.
Aos ditames da globalização, já nada escapa: tudo é consumido e não encontra
barreiras. Daí a pergunta: face a essa progressiva dessacralização, ainda
haverá verdadeiras ilhas paradisíacas ou só através das imagens que
são veiculadas nas brochuras turísticas?
Segundo a experiência que me ficou
do carácter, pacifico e carinhoso do povo de São Tomé e Príncipe, eu
creio que as ilhas de São Tomé e Príncipe, ainda conservam muita da sua
ancestral beleza - Constituindo como que os últimos pequenos Édens
Terrestres. Com as suas lindas praias, coroadas por esbeltos e
verdejantes coqueiros, banhadas por águas azuis e transparentes, que brilham e rutilam,
pejadas de puros diamantes, sob o astro luminoso do sol equatorial!
NÃO É POR ACASO QUE O MAR CHAMA PELOS ILHÉUS E ENCANTA QUEM OS VISITA:
QUEM SOMOS?
O mar chama por nós,
somos ilhéus!
Trazemos nas mãos sal e
espuma
cantamos nas canoas
dançamos na bruma
somos
pescadores-marinheiros
de marés vivas onde se
escondeu
a nossa alma ignota
o nosso povo ilhéu
a nossa ilha balouça ao
sabor das vagas
e traz a espraiar-se no
areal da História
a voz do gandu
na nossa memória...
Somos a mestiçagem de um
deus que quis mostrar
ao universo a nossa cor
tisnada
resistimos à voragem do
tempo
aos apelos do nada
continuaremos a plantar
café cacau
e a comer por gosto
fruta-pão
filhos do sol e do mato
arrancados à dor da
escravidão
Olinda Beja
LONGE DO STRESS E
DO BULÍCIO DAS GRANDES CIDADES
A vida em São Tomé e Príncipe corre muito
devagar – “móli-móli! léve-léve! - Até porque há tantas horas de luz como da noite, há
tempo de sobra para tudo. O sol nasce cedinho – Por exemplo, durante o mês de
março, o nascer do sol oscilou entre as 05.36 – 05.40 e o pôr entre as
17.45 – 17.48. A quem desembarcar no
aeroporto da cidade de São Tomé, depara-se-lhe como que um cenário
de beleza e tranquilidade, fora deste mundo.
STP Airways e a TAP, são as únicas companhias aéreas, que operam uma vez por semana, com voo de Lisboa, pouco depois da meia-noite, para ali chegarem com o sol a despontar do horizonte do oceano. Perante, tão sedutora panorâmica e tão suave e perfumada atmosfera, dificilmente alguém ali desembarca para se enfiar imediatamente num quarto do hotel.
RUI CAMILO – AO ENCONTRO DE UM SONHO
DA INFÂNCIA – DEPOIS DO FILME QUER PUBLICAR AS SUAS FOTOS NUM LIVRO
Rui Manuel De Assis Camilo, nasceu em Lisboa, cidade onde seu avô foi clarinete no Teatro São Carlos. Depois de estudar designer de comunicação, seguiu a sua verdadeira vocação e começou a trabalhar como fotógrafo.na cidade de Wiesbaden – Além do gosto da fotografia, adora passar o tempo com a sua família, ler e viajar – E, naturalmente, a boa comida, - Mais pormenores em Fünf Bücher von Rui Camilo.....Rui Camilo Photography
DOCUMENTÁRIO CLASSIFICADO COMO
AUTÊNTICO CENÁRIO DE UM FILME DE HOLLYWOOD – Mas a grande dúvida de Rui Camilo,
é o que possa suceder com a exploração do petróleo.
Segundo declarações de Rui Camilo, o projeto de
filmar as Ilhas de São Tomé e Príncipe (comparado pelo entrevistador, como
cenário de um filme de Hollywood), já vem desde a sua infância em
Lisboa, quando o seu professor, contava aos alunos, histórias das
plantações de cacau da então pitoresca colónia portuguesa, que muito o
entusiasmaram.
O fotógrafo português revelou também o seu
fascínio pelas pessoas que fotografou, nomeadamente pelo curso de fotografia
que ministrou a um grupo de crianças, confessando ser seu desejo de voltar
ao São Tomé e dar a sua colaboração no projeto cultural de João Carlos, famoso
cozinheiro TV, que, em Portugal , podia ganhar um bom dinheiro mas
que preferiu viver em são Tomé e usar seus conhecimentos para o bem comum
O PETRÓLEO É RIQUEZA MAS
NÃO É PARA TODOS
Compreendem-se as preocupações de Rui Camilo –
Pois receia, que, a verificar-se a exploração do petróleo (em águas profundas)
, não só o dinheiro proveniente possa não vir a ter o encaminhamento mais
adequado, como a ter outras consequências. Nomeadamente, o completo
colapso do ecossistema. Pois lembra que “há um grande número de
espécies endêmicas (que só pode ser encontrada nessas ilhas) animais e plantas,
e a população é altamente dependente do oceano. – Leia os pormenores da
entrevista em Interview: Rui
Camilo – Over the Islands of Africa, São
Tomé e Príncipe
AS ROÇAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE O QUE FORAM!... E O
QUE HOJE SÃO!... – OBJECTO DE UM LIVRO, HÁ POUCO TEMPO, INEVITÁVEIS NO FILME:
NÃO SE MOSTROU MUITO PORQUE TAMBÉM NÃO HÁ MUITO PARA MOSTRAR – SENÃO ABANDONO
Rui Camilo preferiu mostrar os exemplos
positivos: além de uma velha praça de toiros numa roça (sim, ainda me lembro de algumas touradas)também mostrou creio que a antiga Roça Monte-Café, onde um italiano, se tem
dedicado à produção de café de cacau, procedendo à sua transformação após o
processo de secagem, fabricando um excelente chocolate. Na ilha do Príncipe,
além de extraordinárias tomadas áreas, falou com um pequeno produtor de cacau.
Mas, a bem dizer, o que se viu foi mais mato de que plantações de cacau, a
floresta e o capim, tomando conta das antigas instalações
DEZ ANOS PARA SALVAR AS ROÇAS – É DITO NO LIVRO,
EDITADO PELA “TINTA DA CHINA” - MAS JÁ LÁ VÃO 39 E APENAS SE
DEIXARAM DEGRADAR
Trata-se de um excelente livro, tipo álbum, bem
documentado e contextualizado, de autoria dos arquitetos portugueses Duarte
Pape e Rodrigo Rebelo de Andrade, que inventariaram 122 unidades
semelhantes à Rio do Ouro (atual Agostinho neto, onde trabalhei como empregado
de mato) num universo total de roças que se estima rondar as 150.
O preço não é muito acessível, mas não podia
deixar de fazer um esforço para o comprar, pois, São Tomé, diz-me muito: e a
obra apresenta, de facto, excelentes registos fotográficos,
acompanhados por um estudo muito bem elaborado e fundamentado –
Pelo que depreendi, embora a intenção dos autores, não tenha sido a de mostrar
simplesmente as ruínas, mas de lhe dar um enquadramento espacial e
arquitetónico, mais amplo e até com intuitos de consulta turística, mesmo
assim, que mágoa, os tais vestígios arqueológicos, a que se alude!
Decepciona-me ver que a pujante
natureza tomou conta das instalações das antigas roças. Há quem goste de ver as
ruínas cobertas de verdura. Pessoalmente, gostaria que a natureza fosse
respeitada, e também não é, nomeadamente no sul, onde as desmatações selvagens
têm colocado em risco o seu equilíbrio, e que tudo quanto que foi obra do
esforço humano, fosse sabiamente preservado.
É verdade que as administrações das grandes propriedades agrícolas nunca valorizaram a mão-de-obra dos forros, dos filhos da terra. É verdade que nunca foram além de capatazes, excetuando alguns mulatos, filhos dos brancos administradores ou feitores gerais. Mas ao menos que, tais antigas propriedades, fossem minimamente limpas e preservadas. E não é isso que acontece, para prejuízo do povo destas maravilhosas ilhas
Daí que, ao folhear a
obra dos dois arquitetos, confesso que sou mais invadido por um sentimento
de tristeza de que pelo encantamento. Já não me refiro às roças onde não
estive, mas onde trabalhei, - que deceção! Ver as instalações, naquele
estado ruinoso! Onde nem sequer o capim é cortado, e vivem pessoas, é
desleixo em demasia! Sim, pergunto: onde estão aqueles belos edifícios do
Uba Budo, Ribeira Peixe ou do antiga Roça Rio do Ouro, a que foi dado o
nome do herói angolano, Agostinho Neto, com aquele hospital, no topo da
avenida, que quase rivalizava com o hospital da cidade! Em que estado
estão agora, todas aquelas instalações, desde as antigas senzalas,
chalés dos empregados, armazéns de secagem e oficinas?....
Escombros, simplesmente escombros. – E, pelos vistos, o cenário
repete-se na Boa Entrada, Água Izé, e tantas outras roças que conheci -
Face a essas imagens, que poderei eu confessar senão um profundo sentimento
de desencanto e de angústia.
O JORNAL PÚBLICO, AO
REFERIR-SE AO LIVRO, FALA DE UM CENÁRIO APOCALÍPTICO – QUE LEVARÁ 10 ANOS PARA
SE SALVAR
A imagem seguinte, do lado esquerdo, extraída do livro "As
Roças de São Tomé e Príncipe", era um dos mais belos edifícios coloniais
- sede da Roça Uba-Budo - Veja-se o aspeto: e dizem que vivem lá
algumas famílias. Na imagem, mais à frente, estou eu (1964) de costas para a
face esquerda do mesmo edifício, tal como se pode ver pelas colunas - O que era
e como está!... A árvore (do perfume) é que agora está gigante e na altura era pequena. Na outra ao lado, estou na sede da Roça Rio do Ouro, actual Agostinho Neto.
"Temos 10 anos para salvar as roças de São Tomé e Príncipe - Dois arquitectos portugueses inventariaram e estudaram 122 das cerca de 150 explorações de café e cacau de São Tomé e Príncipe. O que resta do antigo império colonial português pode ser um dos eixos estruturantes do futuro deste pequeno país.
Tendo
como exemplo, o estado de degradação da sede da Sociedade Agrícola Valle Flôr,
a maior e mais importante das explorações de cacau e café de São Tomé e
Príncipe, citado como “o mais imponente dos escombros que o império
colonial português”, afirma-se que, “Se o Apocalipse aconteceu, começou aqui:
edificado oitocentista a decompor-se coberto de musgo, humidade e dejectos;
depois, sobre os destroços, a vida dos mais de mil são-tomenses que habitam
hoje a Rio do Ouro; velhos, adultos, jovens e crianças descendentes de antigos
escravos e serviçais angolanos, moçambicanos e cabo-verdianos, homens e
mulheres que foram comprados e vendidos ou emigraram e que, durante o século
XIX e princípio do século XX, quando São Tomé e Príncipe se tornou no maior
produtor mundial de cacau, habitaram estes mesmos espaços, rodeados pelo mesmo
pano de fundo de palmeiras e coqueiros
Uma
imensa alameda calcetada compõe o eixo a partir do qual este mundo se organizou
então e se organiza ainda hoje: na ponta mais baixa da avenida, a antiga casa
senhorial, na ponta mais alta, a dominar uma colina, o susto de imponência do
antigo hospital, com a enfermaria dos homens de um lado e a das mulheres do
outro, ambas, hoje, ocupadas por famílias, tudo corredores vazios e portas
fechadas, algumas trancadas a cadeado. A maternidade fica por detrás, depois de
um pátio onde a erva nos cresce pela cintura, uma carapaça morta e esvaziada,
só tecto e paredes exteriores. A antiga capela também ainda lá está, a dominar
do alto as sanzalas, o complexo habitacional originalmente destinado aos
trabalhadores comuns” Mais pormenores em Temos 10 anos para salvar as roças de São Tomé e
Príncipe
AS TARTARUGAS, TAMBÉM FORAM VEDETAS EM ODISSEIAS
- ELAS DURAM SÉCULOS MAS A SUA EXISTÊNCIA SOFRE COM MÚLTIPLAS AMEAÇAS -
TAMBÉM NESTAS ILHAS, NÃO CONSTITUEM EXCEÇÃO
Que belo momento o da largada de pequenas tartarugas, lançadas de um balde ao areal pelas mãos de um santomense, que se esforça pela sua proteção!...
No tempo colonial, não havia qualquer tipo de restrições à sua captura, desde a pesca submarina à das canoas. - Dos ovos, nas praias, então nem se fala!... - Existiam os populares artesãos tartarugueiros, cujos ensinamentos passavam de pais para filhos e netos. - Entre os quais, o Sr. Veoide Pires dos Santos, residente num modesto casebre de madeira, na Chácara, do lado direito dos escritórios da Fábrica Flebê, quem deixa a cidade e vai para a Trindade . Era um exímio artista. Sempre afável e atencioso. No dia de "São Vapor" ou de "São Avião", lá estava ele com o seu estendal a vender anéis, pulseiras, leques e outras quantas habilidades artesanais.
No tempo colonial, não havia qualquer tipo de restrições à sua captura, desde a pesca submarina à das canoas. - Dos ovos, nas praias, então nem se fala!... - Existiam os populares artesãos tartarugueiros, cujos ensinamentos passavam de pais para filhos e netos. - Entre os quais, o Sr. Veoide Pires dos Santos, residente num modesto casebre de madeira, na Chácara, do lado direito dos escritórios da Fábrica Flebê, quem deixa a cidade e vai para a Trindade . Era um exímio artista. Sempre afável e atencioso. No dia de "São Vapor" ou de "São Avião", lá estava ele com o seu estendal a vender anéis, pulseiras, leques e outras quantas habilidades artesanais.
Com a independência de São Tomé
e Príncipe, progrediu-se alguma coisa; foi aprovada legislação no sentido da
sua proteção, mas, como todas as leis (e não só em São Tomé), ficam mais no
plano das boas intenções de que na sua aplicação prática. Pois, como
é sabido, de boas intenções está o Inferno cheio. O programa de
Rui Camilo, não deixou de chamar a atenção para o grave problema da indiscriminada captura das tartarugas, mostrando-nos
um dos belos exemplos de um homem que é amigo do ambiente e tem lutado pela sua proteção. Pelos vistos, não chega, pois, de volta e meia há noticias alarmantes
DE QUE VALEM AS LEIS...
31/07/2013 -"O arquipélago dispõe de várias leis do ambiente, mas
nenhuma delas contém normas específicas que protejam o animal, apesar de o país
ter assinado convenções que o leva a proteger espécies ameaçadas, que são
caçadas e transformadas e vendidas como produtos derivados, como é o caso da
tartaruga em São Tomé e Príncipe."Captura indiscriminada de tartarugas em São Tomé e Príncipe
"Massive female Leatherback; unknown photographer, East coast of Sao Tome, 1998, courtesy of Liv Larsson Gulf of Guinea Expeditions | California Academy of Sciences
"A MATANÇA“
No mês de Outubro último 44 tartarugas foram abatidas nas praias da ilha de São Tomé. A ONG MARAPA, está a contabilizar a morte das tartarugas dia a dia, na ilha de São Tomé, onde as autoridades governativas não conseguem evitar a previsível tragédia. Desde Agosto último quando a ONG decidiu publicar mensalmente dados sobre a matança abusiva das tartarugas, já foram contabilizados 74 abates. No cartaz mensal em que suplica por socorro às tartarugas marinhas, a MARAPA diz que as tartarugas estão ameaçadas na ilha de Sã Tomé. Suplica por ajuda, para evitar uma tragédia a curto prazo.Téla Nón >> Matança de tartarugas não pára de aumentar
No mês de Outubro último 44 tartarugas foram abatidas nas praias da ilha de São Tomé. A ONG MARAPA, está a contabilizar a morte das tartarugas dia a dia, na ilha de São Tomé, onde as autoridades governativas não conseguem evitar a previsível tragédia. Desde Agosto último quando a ONG decidiu publicar mensalmente dados sobre a matança abusiva das tartarugas, já foram contabilizados 74 abates. No cartaz mensal em que suplica por socorro às tartarugas marinhas, a MARAPA diz que as tartarugas estão ameaçadas na ilha de Sã Tomé. Suplica por ajuda, para evitar uma tragédia a curto prazo.Téla Nón >> Matança de tartarugas não pára de aumentar
“A
ONG Marapa vocacionada para a preservação das tartarugas marinhas, registou em
4 meses de 2013(Setembro à Dezembro)a morte de 201 tartarugas nas praias da
ilha de São Tomé. Sendo considerado pela CNN como melhor destino de férias para
o ano 2014, a Marapa faz recordar que as tartarugas são uma das principais
atracções turísticas do país. Um artigo da Direcção da Marapa que deve ser lido
com atenção Téla
Nón >> Tartarugas marinhas versus TURISMO
.
ONG Marapa na luta pela conservação
das Tartarugas Ma…..As tartarugas marinhas de São Tomé e
Príncipe on Vimeo….ONG denuncia captura
indiscriminada de tartarugas em S
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