Tributo
ao iluminado poeta Fernando Pessoa -
"Senhor, que és o céu e a terra, e que és a vida e a morte!” –
Senhor, humilde e serenamente, aqui me
elevo à vossa Omnipotente
Grandeza alcandorado sobre a majestade destas graníticas pedras ou
lado a lado de enigmáticos e pétreos
perfis, em perfeita harmonia e
comunhão, com a lonjura e a imensidão dos aéreos espaços que me envolvem, sob a sumptuosa e infinita cúpula azul dos Céus, na
transfiguração da humana condição de criatura terrestre ao peregrino da luz, da terra, dos
mares e dos astros a fim de purificar
a minha alma e fortalecer ainda mais os
laços que me ligam à Vossa Existência,
escutando o Silêncio da Vossa
Voz - Ouvindo os Rumores da Vossa
Etérea Presença, esforçando-me por ser o
Mensageiro da Vossa Divina Palavra na
Sublimidade dos Caminhos e Mistérios da Vossa Essência - JTM
Senhor, que és o céu e a terra, e que és a vida e a morte!
Senhor, que és o céu e a terra, e que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo estás — (o teu templo) — eis o teu corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faz com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.
[...]
Minha vida seja digna da
tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa
aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o
Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que
eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver
sempre em mim e rezar-te e adorar-te.
Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me
de mim.
Fernando Pessoa - 1912?
AMÁVEIS ESTES LUGARES QUE ME CRIARAM
AMÁVEIS ESTES LUGARES QUE ME CRIARAM
Canto a Deus, ao Sol e à Terra que me Viram Nascer
- A sós, em perfeita harmonia comigo próprio,
com a Terra, com Deus, os astros, o céu!
Longe do bulício da cidade e da sua estéril selva,
longe de tudo, faça o tumulto da vida e faça o mundo,
aspirando os odores da terra, das giestas, das fragas
e dos seus milenares musgos! - Oh, uma inigualável delicia
Dos seus frutos: os figos, como amêndoas, como uvas!
Oh, os abençoados perfumes da flores campestres! Ah,
Como é pra mim, que revisite, sempre que posso,
a casa velhinha dos meus pais!
Ó meu berço pacífico e amado!
Ó meu berço pacífico e amado!
Canto o vosso cântico, - Pai Sol. Ó Deus eterno!
Glória a Vós, nas Alturas, - Divino Astro!
Sois o deus mais Antiquíssimo do cosmos! A Essência
que precedeu a própria existência! O Clarão
que iluminou seu caminho
quando tudo, antes, era um mar de trevas
e nele existia a noite mais escura e eterna,
Tudo era confuso e turvo, um imenso vazio,
e, não turbilhão desse vazio, do tempestuoso caos,
apenas reinava um solidão de um mar infindo,
um infinita escuridão!
Raia a manhã! Vejo-vos subir no oriental firmamento!
- Ó Olho brilhante! Ó Olho luminoso! - Sê bem vindo |
Eu vos saúdo! Vinde, ó Glorioso! Vinde até mim! ...
De - Jorge Trabulo Marques - http://www.vida-e-tempos.com/2013/09/equinocio-do-outono-celebrado-ao-nascer.html
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