Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador - Informação e análise
Governo desvia as comemorações
da Praça da Independência, receando manifestações
hostis à sua ditadura, para a modesta
cidade de Guadalupe, capital do distrito de Lubata, onde lhe seria mais fácil
reprimir qualquer manifestação hostil à sua comédia - Naturalmente, bem longe do entusiasmo que,
as comemorações do 12 de Julho, têm suscitado em anos passados
Refere o Téla Nón, que a cerimónia “contou com muito
fraca presença do público, as forças militares e para-militares encheram a
principal estrada que atravessa a cidade de Guadalupe, para o Presidente da
República Evaristo Carvalho, passar revista às forças.
“No seu discurso
de 8 páginas, “o Chefe de Estado
enalteceu os ganhos que o país tem registado graças à acção do actual governo,
que goza de estabilidade política e governativa, conquistada nas urnas em
Outubro de 2014.
Exactamente no dia 7 de
Outubro próximo, o povo volta a exercer o poder político. O Presidente, disse
no acto central dos 43 anos da independência nacional que «tudo farei
para que o maior número de observadores externos dos mais diversos quadrantes
políticos e geográficos estejam presentes no nosso país, de modo que a
tradicional credibilidade e realidade das nossas eleições não sejam distorcidas
ou de alguma forma, postas em causa», frisou Evaristo Carvalho” https://www.telanon.info/politica/2018/07/12/27391/lobata-foi-palco-do-43o-aniversario-de-uma-obra-inacabada/
Manuel Pinto da Costa, no 12 de Julho de 1975 |
PATRICE TROVOADA –
TAMBÉM BOTOU FIGURA – Vá lá que desta vez até por justa razão - Refere ainda o Téla Nón que, no mesmo acto central o
governo através do Primeiro-ministro Patrice Trovoada, homenageou 3 figuras
são-tomenses ligadas a cultura, nomeadamente os músicos Felício Mendes e Zezito
Mendes.
Nélia Xavier,
filha de Nuno Xavier Dias, o engenheiro que declarou a independência de São
Tomé e Príncipe no dia 12 de Julho de 1975, enquanto Presidente da Assembleia
Constituinte, também recebeu homenagens do Estado são-tomense, em honra ao seu
pai”
ALMIRANTE ROSA COUTINHO E NUNO XAVIER A VOZ DAS DUAS FIGURAS QUE PROTAGONIZARAM A HISTÓRICA ASSINATURA DA INDEPENDÊNCIA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE - - NENHUMA DELAS É VIVA
Neste video - Além das palavras históricas de Nuno Xavier e Rosa Coutinho, em 12 de Julho de 1975, a breve entrevista que registei do Almirante Rosa Coutinho, por ocasião do funeral de Salgueiro Maia - Um dos capitães de Abril
Na breve entrevista, que então me concedeu, em 4 de Abril de 1992, na sequência das declarações que procurava recolher das várias personalidades, Rosa Coutinho, não deixou de fazer rasgados elogios ao militar que tão cedo a morte colheria:
"Todos nós que fizemos a Revolução de Abril, consideramos Salgueiro Maia, um dos nossos, vemos, portanto, o seu falecimento como uma perda significativa. É evidente que os capitães de Abril irão morrendo: é pena que, no caso de Salgueiro Maia, e de outros, tenha sido tão cedo. Mas recordá-lo-emos sempre, como um homem muito digno! Um homem de grande coragem moral e física! Um homem de isenção exemplar. Um homem que nunca procurou honrarias, que nunca procurou benefícios pessoais e, cuja atitude, como Capitão de Abril, perdoará para a história: um homem com grande capacidade de sacrifício, não apreciando a Ribalta nem militar nem política
Sim, tanto Rosa Coutinho, como Nuno Xavier Daniel, então Presidente da Assembleia Constituinte, assassinado a 11 de junho de 1976, e de cuja fatalidade não há registo de pormenores, como o Almirante Rosa Coutinho, falecido, aos 84 anos, em 2 de Junho de 2005, já não fazem parte dos vivos - Porém, de ambos, ficam as imagens da histórica assinatura, na que era então a Praça de Portugal e passou a ser conhecida com a Praça da Independência.
SAUDAÇÃO ESPECIAL - Da filha do Eng. Nuno Xavier - Saúdo todos os são-tomenses neste dia
especial, o dia que celebra a independência e o nascimento da República
Democrática de São Tomé e Príncipe. (...) O meu pai era um
fervoroso defensor da democracia. Era um homem que tratava toda a gente por
igual. Era, como dizem os seus colegas da Força Aérea, um “homem bom”.
Generoso, amigo de ajudar, defensor da cultura e das tradições da terra que o
viu nascer..https://www.telanon.info/suplemento/opiniao/2018/07/14/27409/a-proposito-do-dia-12-de-julho/
Foi a 12 de julho de
1975, que o antigo primeiro presidente da Assembleia Constituinte, Nuno Xavier,
ao lado de Rosa Coutinho, oficial da Marinha portuguesa, proclamou a
independência do arquipélago são-tomense na Praça do mesmo nome no coração da
cidade capital, São Tomé.
Outra das figuras
histórias, que documentam as imagens do memorável acontecimento, como não podia
deixar de ser, é de Manuel Pinto da Costa, líder do Movimento para a Libertação
de São Tomé e Príncipe (MLSTP), então já nas vestes da República Democrática de
STP.
Na verdade, embora
a independência de São Tomé e Príncipe não tenha na sua génese uma luta armada,
como aconteceu em outros Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa Angola,
Guiné-Bissau e Moçambique, nem por isso deixou de constituir o corolário da resistência de um povo a uma
colonização que manteve no arquipélago um regime de exploração esclavagista,
quando, oficialmente, Portugal tinha abolido a escravatura em 1869.
"A nossa luta
de libertação foi uma luta contra a exploração do homem pelo homem: ela não teria
sentido se não servisse para destruir os males deixados pelo colonialismo.
Temos de modificar as estruturas de produção, temos de criar bases que
respondam às necessidades materiais e espirituais do nosso povo",
proclamou Pinto da Costa, no discurso da independência.
TODAVIA. HOJE, MAIS DE QUE NUNCA, AS ILHAS VERDES DO EQUADOR,
VIVEM A MAIS GRAVE CRISE PÓS
INDEPENDÊNCIA.
43 anos depois,
quando a esmagadora maioria da população
são-tomense vive abaixo do limiar da pobreza, num pais onde o ordenado mínimo é
de 40 euros mensais e a média das
pensões é de uma esmola de 20 euros, excetuando alguns avanços das áreas da educação e da
saúde, facilmente se conclui que as promessas da independência estão ainda
muito à quem de se cumprirem – E, mais preocupante ainda: é que, os ganhos que
foram averbados com a instauração do multapartarismo, estão hoje ensombrados
por um regime opressor, altamente corrupto e ditatorial
DADOS BIOGRÁFICOS DE ROSA
COUTINHO
António Alva Rosa
Coutinho, natural de Celorico da beira, onde nasceu em 14 de Fevereiro de 1926
— faleceu, em Lisboa, a 2 de junho de 2010, vitima de doença prolongada
Oficial da Armada, passou
grande parte da sua carreira naval a bordo — e, a partir de um certo momento,
no comando — de navios hidrográficos.
No período do 25 de Abril
de 1974, era capitão de fragata e foi um dos elementos da Armada designados
para integrar a Junta de Salvação Nacional (JSN); data de então a sua promoção
a Vice-Almirante. Nos primeiros meses da nova situação, a sua actuação foi
discreta; chegou a coordenar o Serviço de Extinção da PIDE-DGS e Legião
Portuguesa.
Em finais de Julho, após
a demissão do último Governador-Geral de Angola, General Silvino Silvério
Marques, Rosa Coutinho foi chamado a substituí-lo, na qualidade de Presidente
da Junta Governativa de Angola. Confirmado membro da JSN, após os
acontecimentos de 28 de Setembro de 1974, ganhando a qualidade de
Alto-Comissário em Angola, a partir de Outubro, Rosa Coutinho permaneceu no
território até à assinatura dos Acordos de Alvor (Janeiro de 1975) entre o
Estado Português e os três movimentos de libertação - Frente Nacional de
Libertação de Angola (FNLA), Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e
União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). A sua actuação em
Angola é normalmente vista como favorável ao MPLA. Defendeu a integridade
territorial de Angola contra o separatismo de Cabinda apoiado pelo Zaire
Afastado do CR no novo
quadro pós-25 de Novembro, passado à reserva, não tendo mais voltado à ribalta
político-militar.” – Fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Rosa_Coutinho
SALGUEIRO MAIA - Fernando José Salgueiro, nasceu em Castelo de Vide, no dia 1 de julho de 1944Faleceu no dia 4 de Abril de 1992 – Tinha então a patente de tenente Coronel – Foi um dos um dos capitães do Exército Português que liderou as forças revolucionárias da Revolução de 25 de Abril de 1974, que marcou o final da ditadura
A sua morte,
aos 50 anos, foi então muito sentida, tanto por camaradas de armas, que o
haviam acompanhado na madrugada daquela histórica data, como por várias
personalidades, e também pelos portugueses, em geral, que compreenderam a
importância do 25 Abril, como caminho aberto à liberdade, ao fim da guerra
colonial e aos ideais democráticos
OUTROS PORMENORES DO APONTAMENTO QUE REGISTEI NOUTRO DOS MEUS SITES, ACERCA DA MORTE DE UM HOMEM CORAJOSO, HONRADO E HONESTO – UM DOS SÍMBOLOS DA REVOLUÇÃO DO 25 DE ABRIL
“Um dos homens responsáveis pela democracia
em Portugal e um do símbolos dos capitães de Abril – Um dos militares que
arriscou a própria vida e nunca se arrependeu dessa sua ação meritória
Um homem honrado honesto, com brio, um
apatriota e é com muita mágoa que se vê perder uma camarada que ainda estava na
flor da vida “ – Palavras de um general, cujo nome me não ocorre
Rosa Coutinho - Todos nós que fizemos a
Revolução de Abril, consideramos Salgueiro Maia, um dos nossos, vemos,
portanto, o seu falecimento como uma perda significativa. É evidente que os capitães
de Abril irão morrendo: é pena que, no caso de Salgueiro Maia, e de outros,
tenha sido tão cedo. Mas recordá-lo-emos sempre, como um homem muito digno! Um
homem de grande coragem moral e física! Um homem de isenção exemplar. Um homem
que nunca procurou honrarias, que nunca procurou benefícios pessoais e, cuja
atitude, como Capitão de Abril, perdoará para a história: um homem com grande capacidade
de sacrifício, não apreciando a Ribalta nem militar nem política
Mário Soares – Senti imenso a morte do
Tenente-Coronel, Salgueiro Maia: além de tudo o mais era um amigo dele mas fui
sempre um admirador: foi um militar íntegro! Foi um herói do 25 de Abril! Participou
no 25 de Novembro! Foi um combatente da liberdade. Devemos-lhe muito!
Portugal, hoje, democrático e pluralista, deve muito à ação pessoal de Salgueiro Maia e, por isso, todos nós portugueses, se devem inclinar sobre a sua morte, que representa uma grande perda para o país foi, digamos, um Campeão da Liberdade
Portugal, hoje, democrático e pluralista, deve muito à ação pessoal de Salgueiro Maia e, por isso, todos nós portugueses, se devem inclinar sobre a sua morte, que representa uma grande perda para o país foi, digamos, um Campeão da Liberdade
Herminio Martino - Salgueiro Maia era um amigo
especial e uma amigo particular: pela sua postura na vida, pela sua integridade,
pela grande dignidade, com que se comportava e conduzia toda a sua vida, eu
penso que ele é merecedor do maior respeito e admiração dos portugueses: pela
coragem e determinação, com que conduziu a sua vida, penso que lhe devem muito:
não só os portugueses, em geral, como o regime democrático, em que hoje
felizmente vivemos
António Roque Gameiro - Não era pessoa de criar o mais pequeno conflito,
fosse com quem fosse; em cada um com quem se relacionava, era uma amigo Era uma
honestidade muito grande e não se aproveitou de nada
Salgueiro Maia condecorado em gesto de "reparação histórica"
EXPRESSO - Se fosse vivo, o capitão de Abril Fernando Salgueiro
Maia, faria 72 anos esta sexta-feira. Por causa de uma deslocação oficial, o
Presidente da República antecipou a condecoração a título póstumo e a Grã-Cruz
da Ordem do Infante foi entregue ontem à viúva do rosto mais conhecido da
Revolução dos Cravos
Marcelo diz que este é um
gesto de “reconhecimento da pátria portuguesa”, porque nunca é tarde para uma
“reparação histórica”. A condecoração foi entregue a Natércia Salgueiro Maia,
viúva do capitão de Abril, que se sentiu “reconfortada” com o gesto do PR.
Natércia recordou que o marido viveu momentos de “mágoa e tristeza
pela forma como era tratado. Algumas vezes ouvi-o desabafar: Tratam-me como se
eu fosse um traidor à Pátria, então, que me julguem. Infelizmente, o meu marido
já não está entre nós. Por ele, sinto-me reconfortada pela decisão do senhor
Presidente em lhe atribuir esta condecoração”. Agradeceu o gesto do PR
considerando-o extensivo a todos os “implicados no 25 de Abril”, expressão que
o marido gostava de utilizar. Marcelo condecora Salgueiro Maia
Biografia
Fernando José Salgueiro, natural de Castelo de Vide, 1 de julho de 1944, tendo
falécio em Lisboa, 4 de abril de 1992), foi um dos capitães do Exército Português que
liderou as forças revolucionárias durante a Revolução de 25 de Abril de 1974,
que marcou o final da ditadura.
Filho de um ferroviário, Francisco da Luz
Maia, e de sua mulher, Francisca Silvéria Salgueiro, frequentou a Escola
Primária em São Torcato, Coruche, fixando-se subsequentemente em Tomar;
concluiu o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria (hoje Escola
Secundária Francisco Rodrigues Lobo), ingressando, em outubro de 1964, na
Academia Militar, em Lisboa. Acabado o curso, Salgueiro Maia foi colocado na
Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para frequentar o tirocínio. Na
mesma instituição, ascendeu a comandante de instrução e integrou uma companhia
dos comandos na Guerra Colonial. Depois da revolução, viria a licenciar-se em
Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e
Políticas, em Lisboa
Em 1973 iniciam-se as reuniões
clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado
de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de
Março de 1974 e do Levantamento das Caldas, foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse
ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco
aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição
de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a
António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o
transportaria para o exílio no Brasil. Na madrugada de 25 de Abril de 74,
durante a parada da Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, proferiu o
célebre discurso: Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de
Estado. Os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que
chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De
maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto.
Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui! Todos os 240
homens que ouviram estas palavras, ditas de forma serena mas firme, tão
característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois
seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.[1] [2] A 25 de Novembro de
1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da
República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979,
onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santarém. Em 1984 regressa à EPC. Excertos de Salgueiro Maia – Outros elementos também
em Biografia de Salgueiro Maia (
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