Jorge Trabulo Marques - Jornalista, investigador e organizador das celebrações dos Equinócio e solstícios nos templos-do-sol- aldeia de Chãs- de V. N. de Foz Côa
A Celebração do Solstício do Verão nos Templos do Sol, com os raios do pôr-do-sol, em perfeito alinhamento com a crista de um majestoso megalítico de forma esférica e, outra nos Equinócios da Primavera e do Outono, aos nascer-do-sol com seus esplendorosos raios atravessando a gruta de outro surpreendente monólito, que parece desafiar as leis da gravidade, que se erguem no Maciço dos Tambores, arredores da aldeia de Chãs, festividades estas, que já se repetem há mais de duas décadas, com vista a recuperar tradições ancestrais, dão sempre as boas-vindas a todos os espíritos sensíveis e apaixonados pelo nosso passado histórico mais antigo e da Humanidade, independentemente da sua crença religiosa – Em que sol surge como espelho de Deus ou fonte da vida.
Celebrações. que. embora não tendo o eco mediático das celebrações no Stonehenge, em Inglaterra, mas, estou certo, que quem já, os presenciou, não trocaria a tranquilidade e a beleza deste local pelo ruído e a confusão onde afluem várias dezenas de milhares de pessoas
Desta vez, sob o Lema Paz na Terra e Acabe a Guerra –Com singelas homenagens ao Poeta Manuel Daniel e o fadista José Manuel Osório.ambos já uma saudade eterna, bem como uma saudação à comunidade cigana desta milha aldeia, que, desde há vários anos, aqui se fixou e integrou de forma pacifica e laboriosa
Não vieram tantas pessoas, como nalguns anos anteriores. De facto, não muitos mas unidos num caloroso e alegre espírito solsticial: vindos, nomeadamente, de Leiria Santo Tirso, Famalicão .além de uma participação da vizinha freguesia Santa Comba. e de povoações do termo de Longroiva, Mêda
Lugares há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Para bem da Humanidade, o planeta Terra desfruta de muitos desses lugares privilegiados, onde emanam sons e vibrações especiais, dir-se-ia, onde até as pedras falam ou através delas se pode escutar a voz ou o cântico divino. E eu penso que, muitas destas paisagens, são, disso, o mais espantoso exemplo. Um permanente convite, áurea unção e arrebatamento dos sentidos.
MEU RENOVOADO ABRAÇO AO GRUPO DE PEREGERINOS QUE ABRILHANTOU A SINGELA CELEBRAÇÃO -
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Além do José Lebreiro, Pedro Daniel, Agostinho Soares, habituais colaboradores , bem com de Maria Amélia Marçal, que cantou um dos seus poemas, assim como José Fidalgo Martins , que se fez acompanhar com dois dos seus filhos, além de Célio Alves de Santa Comba, o David das Quintãs, entre outras presenças, cujos nomes agora não me ocorrem, vindos de outros pontos do país
Desta vez pudemos também contar com a presença do Padre Luciano Moreira, que muito nos sensibilizou, responsável da paróquia de V. de Foz Côa, desde Outubro passado, que leu um belo poema de Dom Manuel dos Santos, ex- Bispo de S. Tomé e Príncipe, que nos honrou com a sua visita, no Equinócio de Outubro de 2015.
Na celebração do equinócio de 2015 – Dom Manuel dos Santos, então Bispo da diocese de S. Tomé e Príncipe, na altura em que veio a Portugal para o lançamento do seu mais recente livro poético, , "Aqui onde estou os meus sonhos são verdes" - que veio a decorrer no dia 4 de Outubro no Auditório Santo António Maria Claret, no Santuário do Coração de Maria, em Setúbal
AS BOAS TRADIÇÕES, QUE JÁ NÃO SE REPETEM
Oh, sim, quem nos dera recuar aos tempos da nossa adolescência - E viver aquele espírito de descoberta na senda dos mistérios da Criação e de fé! - E de se imaginar um Deus ainda mais antigo que, os 2000 anos do nascimento de Cristo e do próprio Mundo!
Vale do Côa, mundialmente famoso pelas suas gravuras rupestres - verdadeiro museu a céu aberto -, mas é também possuidor de outros monumentais tesouros arqueológicos, se forem dados alguns passos pelo município e pelos arqueológicos, pelos vistos, mais voltados à antiguidade dos riscos gravados no xisto, de que à majestosa monumentalidade das pedras que podem atingir centenas de toneladas. típicas dos povos da "Idade da Pedra Polida", que se iniciou por volta de 10.000 a.C. e é caracterizado pela prática da agricultura e pela sedentarização das comunidades humanas.
Período tido como marcante de uma grande transformação na história da humanidade, com o desenvolvimento da agricultura e da criação de animais, levando ao surgimento das primeiras aldeias e cidades.
Monumentos erguidos com objetivos ritualísticos dos ciclos das estações do ano, fúnebres ou místicos, como rituais de fertilidade, comemorações ou centros de análise astronómica.
O Dia Internacional da Celebração do Solstício celebra-se anualmente a 21 de junho. Os solstícios e os equinócios simbolizam a fertilidade da terra, os sistemas de produção agrícola e alimentar, o património cultural e as suas tradições milenares. Assim, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu que a celebração desses eventos é uma demonstração da unidade do património cultural e das tradições seculares e desempenha ainda um papel significativo no reforço dos laços entre os povos com base no respeito mútuo e nos ideais de paz e boa vizinhança.
O verão começou oficialmente este sábado, 21 de junho, com o solstício a marcar o dia mais longo do ano em Portugal. O sol nasceu às 06h10 e pôs-se às 21h06, num total de 14 horas, 55 minutos e 47 segundos de luz solar.
A palavra solstício deriva do latim "sol" e "sistere" ('ficar parado') e corresponde ao momento em que o sol atinge o seu arco diurno mais a norte (no hemisfério norte), em
É reconhecido que Portugal conserva os monumentos megalíticos mais antigos de toda a Europa, até mesmo que o Stonehenge o mais conhecido e visitado monumento megalítico do mundo.
Tem-se apontado o exemplo do Cromeleque dos Almendres, localizado a aproximadamente 13 quilômetros de Évora em Portugal é um dos mais antigos. Começou a ser construído por volta de cinco mil anos c.C. e é o maior conjunto de Menires da Península Ibérica.
No entanto, o que dizer dos monumentais menires e calendários existentes no maciço dos Tambores, nas proximidades de antigo castro’ – Sim, que se erguem sobranceiros ao vale da Ribeira Centeeira, também conhecida pela Ribeira dos Piscos, quando deixa de correr de sul para Norte e volve o estuário a leste, até desaguar no Rio Côa, em cujo afluente se situa um dos núcleos das gravuras rupestres.correspondente ao período neolítico que começou cerca de 10 mil anos a.C. e foi até mais ou menos o terceiro milênio a.C.
Desde a antiguidade que os povos atribuíam ao sol um poder mágico e terapêutico e lhes votavam os seus cultos. Alguns desses rituais e festividades coincidiam com as mudanças ocorridas na natureza, especialmente nos solstícios e nos equinócios, e revestiam-se de uma forte ligação à agricultura e à fertilidade. Além disso acreditava-se que nesses dias sagrados os seus deuses lhes conferiam proteção e benesses especiais, a troco de oferendas e sacrifícios. Para os adoradores do sol da atualidade estas celebrações são a busca de uma fonte de equilíbrios e de harmonia com a Natura, em perfeita comunhão com as transformações dos ciclos energéticos das estações do ano.
Sim, período em que o homem deixou de ser nômade e começou a conviver em sociedades apropriando-se de territórios e dedicando-se a agricultura, além de desenvolver ferramentas que o auxiliaram nesse tipo de construção.
Não tinham relógios nem calendários, como hoje os temos, mas nem por isso deixavam de saber quando uma estação terminava e outra começava. Erguiam enormes blocos ou aproveitam-se de outros já existentes e adaptavam-nos para as suas observações astronómicas. E faziam deles, além de verdadeiros monumentos, também os seus locais de culto. Muitos caíram no esquecimento ou foram destruídos. Porém, outros, ainda subsistem em vários pontos do Globo: o mais famoso é Stonehenge e, em Portugal, os templos do sol, no maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, onde são celebrados os ciclos do ano e evocados, tempo idos.
António Lourenço, o autarca que esteve à frente desta freguesia, durante cerca de 30 anos, além dos 20 anos à frente da Associação dos Bombeiros de Foz Côa, com o qual tenho organizado estes eventos, não pode estar presente pelo facto de se encontrar em Viseu, a prestar assistência a pessoa do seu ramos familiar. ,
Templos do Sol, já apontados por estudiosos como fazendo parte da surpreendente Rota do Sol ou do “Stonehenge Português”
Um desses sagrados templos em duro granito, é a Pedra do Solstício, junto à qual se presume que os antigos povos que habitaram a área, desde os tempos mais recuados, nomeadamente os tão lendários celtas e céltibérios, esses tão famosos povos dos vasos e dos mágicos bosques, que também por ali andaram nos tempos em que aquelas fragas se pulvilhavam de carrascos, sobreiros e carvalhos, e se presume que ali teriam exercido os seus cultos, nomeadamente ao Deus Sol: com festividades que coincidiriam com as mudanças ocorridas na natureza, exteriorizando assim o seu forte enraizamento às suas tradições campestres e à terra, ao ambiente que os rodeava e às suas crenças, neste caso com a data em que o Deus Sol atinge o seu máximo esplendor, as flores vão ao rubro com as suas cores; em que em todos e em tudo se expande a alegria da plenitude, da fertilidade e da abundância.
Muitas dessas tradições e práticas mágicas perpectuaram-se pelos tempos fora e ainda hoje fazem parte das orientações e das bíblias de todos quantos vêem na Natureza a fonte do seu rejuvecimento, da sua inspiração, o seu equilíbrio e harmonia.No entanto, o que é que resta, hoje, dessas tão espectaculares catedrais, erguidas no alto dos pinhascos, e, unicamente, constituídas por enormes blocos da mais simples e pura fraga dura! – Quantos desses fabulosos moumentos ainda subsistem? – Pelos vistos, muitos foram os erijidos, mas poucos são os que ainda subsistem? Mas demos a palavra aos estudiosos!
José Manuel Osório - Pai do jornalista e escritor, Luís Osório
José Manuel Osório Fadista, investigador e ator, Morreu aos, 64 anos, no dia 11 de Agosto de 2011, em Lisboa. Era considerado o mais antigo caso de um doente com sida em Portugall- Exemplo de resistência, de força de vontade e de genialidade e,m prol da tradicional musicalidade portuguesa
. Nasceu em 1947, na República do Zaire. Foi um dos mais notáveis investigadores na área do fado. Até aos 10 anos viveu em África. O fado passava por sua casa, sobretudo na voz de Lucília do Carmo. Mas, na altura, pouco lhe interessava. Preferia a magnitude da voz de Maria Callas. Foi quando veio para Lisboa, aos 11 anos, que descobriu a grande beleza do fado, nas vozes de Amália Rodrigues e José Pracana.
Incansável opositor do regime salazarista, José Manuel Osório cantou fados de intervenção desde os primeiros discos. Estreou-se em 1965 com um duplo EP em que cantava letras de José Carlos Ary dos Santos, Mário de Sá Carneiro, Manuel Alegre, Luísa Neto Jorge, João Fezas Vital e António Botto. Foi imediatamente proibido. Dois anos depois, um novo disco, que recebeu o Prémio Imprensa, para o melhor disco do ano, com letras de António Gedeão, Manuel Alegre, António Aleixo e Natália Correia. Foi novamente proibido. Em 1969, o terceiro disco teve destino semelhante (mais pormenores em es em https://www.infopedia.pt/artigos/$jose-manuel-osorio
MANUEL PIRES DANIEL – Faleceu em 21 de Janeiro 2021, vitima da Covid 19 Já depois de alguns anos de penosa situação de invisual. Um distinto filho desta nossa região, natural de Mêda e que, nos deu o prazer e a honra de estar presente em várias das celebrações dos Equinócios e Solstício, a última das quais, quatro meses antes da sua morte - No Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Sra, em Chãs - V. N. de Foz Côa, na celebração do Equinócio do Outono
PALAVRAS DE PROFUNDA REFLEXÃO - "Este, meus amigos, é um ato de iminente cultura popular! Isto é um modo de sentir, aquilo que, de mais vivo e mais puro existe na Terra e pode ser compreendido por todos os homens! “ – Começou por sublinhar, Manuel Daniel - Poeta, dramaturgo, jornalista e advogado, homem culto e humanista, talento multifacetado e de rara sensibilidade, autor de uma vasta obra literária, natural de Meda, concelho limítrofe do termo desta aldeia, figura muito querida e prestigiada na nossa região, invisual nos últimos anos da sua vida, residindo em V.N. de Foz Côa, onde casou, exerceu advocacia e continuou a dedicar-se à causa pública.
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