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sábado, 12 de julho de 2025

São Tomé e Príncipe – 50 anos da Independência, Assinalados com o espalhafatoso Marcelo em S. Tomé a dar aulas de isenção (?) política e em sessões de beijocas e vídeos à promoção populista . Em Portugal, com manifestações de dor e descontentamento pelo saldo dos 50 anos ser a continuidade da corrupção e justiça colonial, só de cor diferente, com incidência em Patrice Trovoada

                                           Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

São Tomé e Príncipe – 50 anos da Independência, Assinalados com o espalhafatoso Marcelo em S. Tomé a dar aulas de isenção (?) política e em sessões de beijocas e vídeos à promoção populista . Em Portugal, com manifestações de dor e descontentamento pelo saldo dos 50 anos ser a continuidade da corrupção e justiça colonial, só de cor diferente, com incidência em Patrice Trovoada


Pelos vistos, idêntico comportamento ao da justiça em Portugal - De recordar que o inspetor da Polícia Judiciária de Portugal, que participou na investigação dos acontecimentos de 25 de novembro de 2022, do encenado (criminoso golpe de Patrice Trovoada,) contribuiu mais para reforçar as teses do líder do Governo de que ir ao encontro da verdade dos factos, ao afirmar ao Tribunal que a disputa por um terreno, foi a principal causa da entrada dos 4 civis no quartel do exército, e a consequente troca de tiros." -

Manifestação em Lisboa, insurge-se contra a burguesia dos colonialistas negros , que vieram suceder à burguesia do colonialismo português “50 anos falhados, 50 anos de destruição" Esta a voz que se fez ouvir por manifestantes em Lisboa Governado pelo partido ADI, liderado pelo polémico Patrice Trovoada que segundo diz, se identifica com a coligação AD, em Portugal




Filho de Miguel Trovoada, nascido em Libreville, Gabão, demitido, em janeiro passado pelo Presidente Carlos Vila Nova, ambos do mesmo partido, que justificou a decisão em decreto presidencial, por deslealdade institucional e com a “incapacidade (do Governo) em aportar soluções atendíveis e comportáveis com o grau de problemas existentes no país” e as frequentes e prolongadas ausências de Trovoada.

Como reação, este acusou o Presidente da República, Carlos Vila Nova, de executar um "golpe palaciano", que culminou na nomeação de um Governo de iniciativa presidencial e "inconstitucional".

O ESPALHAFATOSO MARCELO TINHA QUE DAR NAS VISTAS -Olha para o que digo e não para o que eu faço- A dar aulas de isenção partidária

O Presidente mais viajado em Portugal - tal como o tem sido, Patrice Trovoada, em S. Tomé, a querer dar lições de isenção politica- Quando se tem revelado manifestamente sectário em Portugal. .Ou não foi ele que derrubou um Governo de maioria absoluta para lá encaixar os seus correligionários?

Desta vez, ainda não há foto com ele a mostrar o cabedal numa praia em S. Tomé. mas foi noticia de que se Marcelo se juntou à festa da noite que antecedeu ao 12 de Julho

E que dera aulas de que "estar no poder é para servir e não para ser servido. O que tem acontecido especialmente em São Tomé e Príncipe, é que os governantes estão a servir os seus interesses e a choques e disputas, porque se o objetivo fosse servir o povo, todos estariam alinhados para servir o país independentemente da cor partidária."- onversa da treta



Baltazar Rebelo de Sousa, pai de Marcelo, um dos maiores propagandistas da ditadura colonial-fascista, que serviu o regime desde 1953, até à sua queda, pelos vistos, o filho não fica atrás da retórica do Pai, que acusava os movimentos de libertação de subversivos. - Um dos grandes esteios e sedutores do regime autoritário e colonialista do Salazarismo e do Marcelismo,.

Colonialismo português nunca existiu ou esqueceu? 2-Marcelo Rebelo de Sousa, que beijocas!- Compare os dois videos - Ad visitas de Marcelo Rebelo de Sousa e de seu pai Baltazar Rebelo de Sousa, último ministro do Ultramar

                                       Neste vídeo -Baltazar Rebelo de Sousa - Pai de Marcelo Rebelo de Sousa
COLONIALISMO NUNCA EXISTIU? -Compare as visitas do Pai Baltazar e do Marcelo filho. Pai de Marcelo contribuiu a prolongar a guerra que vitimou mais de 100 mil civis, entre colonos e africanos, além de 10 mil militares portugueses e mais de 20 mil ficaram inválidos, E, o artista, hoje é lembrado como um anjo em Moçambique. e O Massacre de Wiriyamu , em 1972, na província de Tete em Moçambique, por soldados portugueses, em que quinhentos civis terão sido mortos por militares portugueses, não existiu?

Cerca de 90% da população jovem masculina de Portugal foi mobilizada. Este é parte de um fardo sangrento de uma guerra que durou 13 anos e só acabou depois da Revolução de Abril de 1974.

Compare as visitas sedutoras de Baltazar Rebelo de Sousa, último ministro das colónias (Ultramar) e do filho Marcelo Rebelo de Sousa, atual PR -Sim, o Salazarismo e Marcelismo Perduram - Os ditadores, com os jornais e Tvs nas mãos, sabem fazer do povo seus bonecos e seus continuadores sedutores .Nas antigas colónias, o povo ainda é escravo, prosperou a burguesia . O PR de Portugal, é filho último Ministro das Colónias, derrubado no 25 de Abril - Formado na Escola Salazarista e Marcelista -

Baltazar Rebelo de Sousa, um dos maiores propagandistas da ditadura colonial-fascista, que serviu o regime desde 1953, até à sua queda,
Pelos vistos, o filho não fica atrás da retórica do Pai, que acusava os movimentos de libertação de subversivos. - Um dos grandes esteios e sedutores do regime autoritário e colonialista do Salazarismo e do Marcelismo.

Foi secretário-geral dos Escoteiros de Portugal, Foi secretário do gabinete do Ministro das Colónias Marcelo Caetano. Em 1953 Baltazar Rebelo de Sousa foi eleito deputado à Assembleia Nacional, pelo círculo eleitoral de Évora e, em 1957, foi eleito pelo círculo de Braga. Quando Marcello Caetano chega a presidente do Conselho, Baltazar Rebelo de Sousa é nomeado governador-geral de Moçambique - Depois desempenhou funções de ministro-delegado do Presidente do Conselho para a Emigração e ocupou, sucessivamente, os cargos de Ministro da Saúde e Assistência, das Corporações e Previdência Social e, em 1973, a de Ministro Ultramar, até 1974

Portugal deve “pagar custos” da escravatura e dos crimes coloniais, - Sim ele, participou nos banquetes e aplaudia o pai, sabe do que fala

Baltazar Rebelo de Sousa 

Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa tinha 26 anos em 1974. Filho de Baltazar Rebelo de Sousa, um dos políticos mais destacados do antigo regime (governador¬

O avô do Prof. Marcelo, António Joaquim Rebelo de Sousa de 29 anos, fez fortuna no interior de Angola, trocando café por tecidos e bugigangas, vivendo maritalmente com Joaquina Rosa da Costa, de Águas Santas – Póvoa de Lanhoso e nasceram sete filhos (Augusta, António, Bernardino, Joaquim, Eduardo, Álvaro e Óscar). Trinta anos depois, fixa-se em Luanda, na rua do Bungo, com a «Casa Catonho Tonho» (isto é, a Loja do António).

Marcelo Rebelo de Sousa foi um predestinado. Nasceu e cresceu à boleia da ditadura,. Após o 25 de Abril, os pais e irmãos procuraram refúgio no Brasil, à semelhança de outros ministros e governantes do regime. Marcelo ficou em Portugal com a promessa de jantar semanalmente em casa de Marcello Caetano.

Aos 23 anos, saltou para o jornalismo e integrou a equipa do Expresso. Passa também a ser homem casado e de família, apesar de dedicar mais tempo às notícias. Casou-se com Ana Cristina Motta Veiga, com quem viria a ter dois filhos, Nuno e Sofia. Separou-se em 1980 e, por convicção católica, nunca mais se voltou a casar.

Parecia não alimentar a vontade de alcançar altos cargos políticos e chegou mesmo a invocar o nome de Deus em vão: "Nem que Cristo desça à Terra!", dizia Marcelo. Declarou também que dez anos como Presidente da República era muito tempo. Mas ei-lo de novo a contrariar-se e a seguir o caminho que já lhe vinha a ser apontado.

INDEPENDÊNCIA COM ALTOS E BAIXOS

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A 12 de Julho de 1975, o pequeno arquipélago do Golfo da Guiné, libertou-se do jugo colonial, que teve como último ministro do Ultramar, Baltazar Rebelo de Sousa, que cinquenta anos depois, paradoxalmente, teve o filho Marcelo Rebelo de Sousa, a representar Portugal nesta histórica datada. Sim, que tudo fez para que o regime colonial se mantivesse e guerra colonial perdurasse, provocando milhares de vítimas. - Assim os atestam os discursos propagandísticos nas sucessivas visitas que efetuou às colónias.

Na manifestação, que partiu da praça do Marquês de Pombal e desceu a avenida da Liberdade, pelo passeio lateral, em direção à praça do Comércio, uma grande bandeira de São Tomé e Príncipe e um cartaz em que se lia "50 anos falhados, 50 anos de destruição", além de vários .cartazes manuscritos, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a corrupção e apelaram à unidade de todos os são-tomenses.

O MEU ABRAÇO FRATERNO AO POVO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, E MEUS VOTOS DE MELHORES DIAS- Ilhas que também fazem parte das minhas memórias desde Novembro de 1963, ano em que ali desembrquei para um estágio de Técnico Agrícola, na Roça Uba Budo.
Quis, porém, o destino que fosse o íncio de muitos trabalhos e diversas aventuras, de inesquecíveis experiências de vida ao longo de quase 12 anos . Sim, já lá vão 50 anos, desde aquele já distante dia, em que foi içada pela primeira vez a Bandeira da Liberdade, que simbolizava a vitória do Povo, organizado e dirigido pelo MLSTP, na conquista da sua independência

Mas, pelos vistos, o percurso tem vindo a ser marcado por períodos de avanços e de recuos, nomeadamente na governação do controverso Partrice Emery Trovoada, filho de Miguel Trovoada, nascido em Libreville, Gabão, demitido, em janeiro passado pelo Presidente Carlos Vila Nova, ambos do mesmo partido, que justificou a decisão em decreto presidencial, por deslealdade institucional e com a “incapacidade (do Governo) em aportar soluções atendíveis e comportáveis com o grau de problemas existentes no país” e as frequentes e prolongadas ausências de Trovoada.


sexta-feira, 11 de julho de 2025

Hospital de Santa Maria –Rui Tato marinho, a quem devo a vida – Afastado pela Ministra da Saúde, que saneia em vez de ser saneada – Um dos mais qualificados especialistas em doença do figado, Docente da Clínica Universitária de Gastroenterologia da FMULmédico responsável da gastroenterologia e vice-presidente da Associação Portuguesa de Gastroenterologia

 

 Hospital de Santa Maria –Rui Tato marinho, a quem devo a vida – Afastado pela Ministra da Saúde, que  saneia em vez de ser saneada – Um dos mais qualificados especialistas em doença do figado, Docente da Clínica Universitária de Gastroenterologia da FMULmédico  responsável da gastroenterologia e vice-presidente da Associação Portuguesa de Gastroenterologia, sobre os sintomas principais da colangite biliar primária, distinguido  com  a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos,  "pela sua atividade e mérito pessoal,  pelo seu  relevante contributo  para a dignificação da profissão médica, da medicina em geral e da humanidade”.Jorge Trabulo Marques - Jornalista 


RUI TATO MARINHO - O MÉDICO QUE ME SALVOU DE DOENÇA GRAVE (E A CENTENAS DE PESSOAS) AFASTADO DO HOSPITAL DE SANTA MARIA - Não havia medicamentos para doença no fígado e aceitei fazer parte de um estudo internacional e salvei-me: e cá estou com os meus 80 em cima. – O medicamento foi testado e resultou. Recordo as imagens, com sua amada esposa e filhos, numa visita que fez ao Douro, depois de passar pela minha aldeia, há mais de 20 anos - Rui Tato Marinho, a quem devo a vida – Afastado pela Ministra da Saúde, que saneia em vez de ser saneada

Um dos mais qualificados especialistas em doença do figado, Docente da Clínica Universitária de Gastroenterologia da FMULmédico responsável da gastroenterologia e vice-presidente da Associação Portuguesa de Gastroenterologia, sobre os sintomas principais da colangite biliar primária, distinguido com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos, "pela sua atividade e mérito pessoal, pelo seu relevante contributo para a dignificação da profissão médica, da medicina em geral e da humanidade”.

Ana Paula Martins não vai demitir o social democrata Carlos Martins, Presidente do Hospital Santa Maria. Ela já percebeu que, entre 2022 e 2024, quando o dermatologista Miguel Alpalhão faturou quase 700 mil euros em 19 dias, era ela a Presidente do Hospital Santa Maria e Carlos Martins sucedeu-a em janeiro de 2024. Portanto, os dois seriam imediatamente demitidos por um Primeiro-Ministro sério e preocupado com a gestão do dinheiro dos contribuintes.


Dr. Frederico Ferronha
Optou agora por forçar a demissão de Rui Tato Marinho, há 36 anos a tratar as pessoas com Hepatite B e C - Presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia .Possidor de prestigiado currículo enquanto Diretor do Serviço de Gastrenterologia e Hepatologia no Hospital de Santa Maria, tínhamos combinado para breve uma conversa sem minutos contados. Não foi poupada à ao filtro partidário e obsessivo da nova ditadura

NO GOVERNO DE PASSOS COELHO - Tive de pagar 200 euros por umas análises no Hospital de Uncologia - Felizmente tive a sorte, até hoje de ser bem assistido, por bons e generosos médicos Nomeadamente, na Casa da Imprensa - Um dos quais é o cirurgião, Dr. João Hagatong, além de outros médicos e médicas.

Dr. Filipe Calinas 
Sim, devo a vida ao Serviço Nacional de Saúde, designadamente a dois excelentes médicos da gastro: que atéchergam a sacrificar as suas férias para tratarem os seus doentes - Especialmente a dois médicos : um do Hospital de Santa Marinha, Dr. Tato Marinho, e ao médico do Hospital dos Capuchos, Dr. Filipe Calinas - Responsável da Gastrenterologista no Centro Hospitalar Lisboa Central, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) para o triénio 2019-2021

Ultimamente, por via de doença na prostrata, aos tratamentos indicados pelo Dr. Frederico Ferronha - Médico Urologista do Hospital de São José -Especialista em Urologia. Áreas de Diferenciação. Urologia geral;; Uroginecologia e Cirurgia Pélvica e Reconstrutiva;; Neuro-urologia;; Andrologia

Dr. João Hagatong
Foi o Dr. Tato Marinho, do Hospital de Santa Maria, onde o iniciei o tratamento, que me sugeriu que participasse num estudo de um certo medicamento (cobaia) que ia ser iniciado no Hospital dos Capuchos em 20 de janeiro de 1999 – Aceitei todos os riscos - Que mais não fosse em prol da ciência médica.

Não estou arrependido, porque me livrei de um desfecho que poderia ser fatal. Pessoalmente, não tenho tido razão de queixa dos profissionais de saúde que me têm atendido: quer quando vou à minha aldeia e preciso de ser atendido no posto médico do meu concelho, em V. N. de Foz Côa, quer noutros serviços públicos, além dos médicos da Casa da Imprensa, de que sou associado - Bem como nos serviços prestados na estomatologia e urologia no Hospital de s. José

O mesmo não posso dizer do posto médico da Alameda D. Afonso Henriques, onde, no período em que foram entregues 25 hospitais às misericórdias, nem único médico ali ficou. Compreendo que os profissionais de saúde, defendam os seus legítimos interesses - E é uma profissão de risco e não tão bem renumerada, por exemplo, como a dos políticos e outras atividades

O afastamento de Rui Tato Marinho é conhecido no dia em que o antigo diretor do serviço de dermatologia da ULS de Santa Maria foi ouvido no parlamento. Paulo Filipe prestou esclarecimentos na comissão parlamentar de saúde, onde afirmou desconhecer quanto ganhavam os médicos dermatologistas pelas cirurgias adicionais. O especialista reconheceu que sempre recorreram ao SIGIC – Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia - para combater as listas de espera do serviço, composto por dez clínicos apenas. Paulo Filipe explicou aos deputados que as cirurgias adicionais nunca podiam ser feitas nos dias úteis, porque isso iria prejudicar as cirurgias regulares.


sexta-feira, 4 de julho de 2025

Viagem de Angola ao Brasil – Projeto marítimo a relembrar a escravatura, em Dez 2025 Eu já o tentei há quase 51 anos,de S. Tomé ao Brasil, custou-me 38 dias à deriva numa frágl piroga – De meados de Outubro a Nov. de 1975 -Apresentei a exposição dessa aventura em 1999, no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa e, em S. Tomé, em Julho de 2015, no Centro Cultural Português,

                                        Jorge Trabulo Marques - Jornalista

Foi noticiado pelo jornal Téla Nón/Rádio ONU, que “ a viagem tem uma duração de 21 dias, com partida a 1 de dezembro de 2025. A travessia no Atlântico durará sete dias, seguidos de sete dias de permanência em Angola e a viagem de regresso por outros sete dias.


Eu já o tentei há quase 51 anos,de S. Tomé ao Brasil, custou-me 38 dias à deriva numa frágl piroga – De meados de Outubro a Nov. de 1975 -Apresentei a exposição dessa aventura em 1999, no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa e, em S. Tomé, em Julho de 2015, no Centro Cultural Português, https://canoasdomar.blogspot.com/2015/07/em-s-tome-encerramento-da-exposicao.html


Refere que “A Grande Travessia” é um projeto inédito sobre retomar a antiga rota marítima de tráfico de africanos vendidos como escravos; jornada deve inaugurar novo marco de cooperação cultural, turística e económica entre ambos os países.

Mais de 2 mil pessoas vão cruzar o Atlântico a bordo de um navio, em dezembro deste ano, numa viagem que pretende refazer a rota do tráfico de pessoas escravizadas e promover a reflexão sobre a escravatura.
O projeto “A Grande Travessia” pretende fretar um navio de cruzeiro, com partida de Santos, parando no Rio de Janeiro e Salvador, antes de seguir rumo a Luanda, capital de Angola.

VIAGEM ALTAMENTE SIMBÓLICA
Dagoberto José Fonseca, antropólogo responsável pelo projeto, afirma que é a primeira vez que uma população que se autoidentifica oriunda de Angola, regressa ao continente africano nessa condição.- Revelação feita, em 21 de Março, no Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravatura e do Comércio Transatlântico de Escravos,

O grupo escolheu a viagem marítima por ser altamente simbólica em relação ao tráfico de milhões de pessoas escravizadas entre os séculos 15 e 19.

A MINHA TENTATIVA DE ATRAVESSAR O OCEANO ATLÂNTICO NUMA PIROGA PELA ROTA DA ESCRAVATURA CUSTOU-ME 38 LOGOS E DRAMÁTICOS DIAS

Mas antes dessa tentativa, fiz outras travessias - De. Tomé ao Principe, em 3 dias

Em breve resumo, sim, direi que sou autor de várias travessias em pequenas pirogas primitivas, nos mares do Golfo da Guiné, por força de muitos treinos, sempre que me era possível, de praia em praia, nas frágeis canoas dos corajosos pecadores de S. Tomé, aos quais desejo aqui expressar um abraço de reconhecimento e de admiração, não apenas pela dureza e risco das suas vidas, em que se expõem, sempre que partem para o mar, como também pelos ensinamentos que me prestaram, já que foram eles os meus melhores mestres.

Depois de me sentir, suficientemente preparado, que simplesmente a empreender as habituas saídas de canoa, na praia Maria Emília ou ir dali até à Fortaleza S. Jerónimo, na piroga que ali comparara a um velho pescador por 200$00, decidi fazer um teste um pouco mais ousado - Indo de canoa, desde a Baía Ana de Chaves, até à praia de Anambô, local onde se encontra o padrão que assinala a chegada dos primeiros navegadores portugueses,


( 

E, um mês depois, aí estava eu, tal como aqueles intrépidos navegadores, e à semelhança dos arrojados pescadores destas maravilhosas ilhas, quando o tornado os arrasta para o desconhecido, a desafiar a vastidão do mar , num simples madeiro de ocá escavado: -

Larguei à meia-noite, clandestinamente, pois sabia que, se pedisse autorização, esta me seria recusada, dada a perigosidade da viagem, levando comigo apenas uma rudimentar bússola para me orientar. No regresso de avião a S. Tomé, fui preso pela PIDE,

por suspeita de me querer ir juntar ao movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, no Gabão, o que não era o caso. Levei três dias e enfrentei dois tornados. À segunda noite adormeci e voltei-me com a canoa em pleno alto mar. Esta era minúscula e vivi um verdadeiro drama para me salvar, debatendo-me como extrema dificuldade no meio do sorvedouro denegrido das águas.

Cinco anos depois, numa piroga um pouco maior, fiz a ligação de São Tomé à Nigéria. Uma vez mais parti, sem dar a conhecer os meus propósitos, ao começo da noite, servindo-me apenas de uma simples bússola. Ao cabo de 13 dias chegava a uma praia ao sul deste país africano, tendo sido detido durante 17 dias por suspeita de espionagem, após o que fui repatriado para Portugal.

Os jornais nigerianos destacaram em primeira página o feito. Os objetivos destas travessias visavam demonstrar a possibilidade de antigos povos africanos terem povoado as ilhas, situadas no Golfo da Guiné, muito antes dos outros navegadores, ali terem chegado, contrariamente ao que defendem as teses coloniais, que dizem que as ilhas estavam completamente desabitadas

Regressado a São Tomé, ainda no mesmo ano, e já com São Tomé e Príncipe independente, tentei empreender a travessia ao Brasil, com o propósito reforçar a minha tese, evocar a rota da escravatura através da grande corrente equatorial e contribuir para a moralização de futuros náufragos, à semelhança de Alan Bombard.

Segundo este investigador e navegador solitário, a maioria das vítimas morre por inação, mais por perda de confiança e desespero, do que propriamente por falta de recursos, que o próprio mar pode oferecer. Era justamente o que eu também pretendia demonstrar -

Navegando num meio tão primitivo e precário, levando apenas alimentos para uma parte do percurso e servindo-me, unicamente, de uma simples bússola, sem qualquer meio de comunicar com o exterior, tinha, pois, como intenção, colocar-me nas mesmas condições que muitos milhares de seres humanos que, todos os anos, ficam completamente desprotegidos e entregues a si próprios – Porém, quis o destino que fosse mesmo esta a situação que acabasse por viver.

A canoa foi carregada num pesqueiro americano para ser largada, na corrente equatorial, um pouco a sul de Ano Bom. Porém, à chegada a esta ilha, o comandante propôs-me abandonar a canoa e ficar a trabalhar a bordo, alegando que a mesma estorvava e que a aventura era muito arriscada.

Na impossibilidade de ser levado para a dita corrente, decidi-me pelo regresso a São Tomé para tentar a viagem noutra oportunidade. Foi então que uma violenta tempestade, me surpreendeu em plena noite, tendo perdido a maior parte dos viveres, os remos e outros apetrechos.

Ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, é difícil imaginar pior situação. Mesmo assim, com a canoa completamente desgovernada, não cruzei os braços e nunca me dei por vencido. Peguei num dos mastros e coloquei-o de través para garantir algum equilíbrio. Um dos bidões foi amarrado a uma corda e largado para servir de âncora flutuante.

No dia seguinte improvisei um remo com um dos barrotes do estrado da canoa e pedaços da cobertura, a fim de conseguir dar alguma orientação. Mas de pouco me haveria de valer, face à fúria dos constantes tornados. Como boia de salvação, utilizei o resto do estrado e adaptei-lhe um pequeno colchão de ar – Frágil recurso para forças tão descomunais!

Foram momentos de extrema aflição, que me pareceram verdadeiras eternidades, durante 38 longos e difíceis dias, 24 dos quais a beber água do mar e das chuvas, e duas semanas sem alimentos que não fosse algum peixe que ia apanhando( e quando acontecia) ou ave que, entretanto, pousando, sacrificava. Enfrentando tempestades, sucessivas, incluindo ataques de tubarões. Ainda cheguei a pescar alguns de pequeno porte, enquanto tive anzóis. Mas, até estes, mais tarde, me haveriam de faltar.

Acabei por ser arrastado pelas correntes até à Ilha de Fernando Pó, já no limiar da minha resistência física, onde fui tomado por espião, algemado e preso numa cela de alta segurança, a mando do então Presidente Macias Nguema, após o que fui repatriado para Portugal, tal como me acontecera na Nigéria. Mas, agora, graças a uma pequena mensagem que levava do então jovem Governo de São Tomé e Príncipe, que recentemente tinha ascendido à sua independência, para saudar o povo irmão brasileiro, quando eu aportasse na sua costa.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

PLANETA TERRA EM PERIGO - INVERNOS MAIS GÉLIDOS - VERÕES MAIS SECOS E TÓRRIDOS - (meu alerta em 2009) Incêndios devastadores - Chuvas diluvianas - Grande é a ameaça que paira sobre o nosso planeta - - Quem nos acode?! - Quem é capaz de pôr termo ao feroz egoísmo que prevalece na actual sociedade?!

    Jorge Trabulo Marques - Jornalista- Meu alerta em Nov de 2019https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2009/11/planeta-terra-em-perigo-invernos-mais.html  - Repito o que escrevi





Grande é a ameaça que paira sobre o nosso planeta - E, todavia, parece que, dos milhões que o habitam, poucos são aqueles que tomam consciência das ameaças que prevalecem sobre a sua ( nossa) existência - Invernos mais rigorosos e gélidos, com enormes inundações e quedas de neves! Verões mais secos e tórridos, com grandes devastações de incêndios! - Gelos polares que se derretem, colocando em perigo muitas ilhas e grandes superfícies terrenas
Enquanto isso, o deserto do Sahara, vai galopando - a Norte e a Sul - na sua marcha inexorável! - Quem nos acode?! - Quem é capaz de pôr termo ao feroz egoísmo que prevalece na actual sociedade?! - Consequência de um sistema capitalista que já não conhece fronteiras! - Começa a ser tarde demais! - Os efeitos estão à vista dos nossos olhos!





O teu fulgor soa alto sobre o pulso do silêncio.
És uma palavra, uma única palavra
ardentíssima no centro do espaço.
É por ti que não cedo sob as sombras 
e cresço para devolver à água o bosque
do teu nome de fogo e de veludo.
Fora do íman da névoa,em grandes blocos de ar,
estendes a tua dança incandescente
e as tuas veias vibram entreabrindo a noite.
Leve e musical no teu barco redondo, 
crias a ordem livre das constelações
e, gracioso veleiro, adormeces nas ondas
do teu peito de estrelas cintilantes "

Do poeta António Ramos Rosa
com a devida vénia

 PORTUGAL QUEIMADO DEPOIS DE VENDIDO A SALDO – “A LIMPEZA DOS TERRENOS JUNTO ÀS HABITAÇÕES É OBRIGATÓRIA” - Há coimas de 200 euros – Cumpram-se as leis -

O que esperam os donos das casas que nem sequer limpam o mato em redor das suas casas? – Que sejam os bombeiros a ocuparem-se dessa elementar obrigação?.... Basta transpor a fronteira de Portugal para Espanha, ou vice-versa, por via área ou terrestre, para constatar que o dito jardim à beira-mar plantado, dominado pelo caciquismo parasita, tem mais semelhanças com a negligência dos países africanos ou do terceiro mundo, que com o resto da Europa  - Descendentes de selvagens  pastores de Viriato,  que os romanos se viram gregos para domesticar, tendência agravada mais tarde com a expansão colonial, assim parece persistir a mentalidade ancestral dos chamados lusitanos. 

limpeza de terrenos junto de habitações é obrigatória

A lei determina que os proprietários de terrenos florestais devem manter limpa uma área de 50 metros em redor de qualquer construção, mas, apesar da multa mínima ser de 200 euros, ainda é difícil convencer muita gente a cumprir.Estes casos típicos ocorrem um pouco por todo o país e, segundo cartas que nos chegam, muitos, largas centenas, senão milhares, possuem casas rodeada de árvores por todos os lados e debatem-se com a indiferença dos vizinhos. Multa para quem não limpar os terrenos florestais :: 


segunda-feira, 30 de junho de 2025

Presidente Marechal Francisco Costa Gomes –Minha enrevista - Nasceu en Chaves 30-06-1914 - Exemplar obreiro da democracia e pacifista :Incomparavelmente superior ao filho do fascista Baltazar Rebelo de Sousa. o maior propagandista das ditaduras de Salazar e de Marcelo Caetano -As despesas com o maior viajante de todos os presidentes, do atual inquilino de Belém, mais do que duplicaram, de 67 mil euros para 1,6 milhões em 2024

Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - Desde 1970  - A HONRA  E O PRAZER DE TER ENTREVISTADO UM HOMEM VALOROSO, GENEROSO E PACIFICO - Entrevista dividida em dois videos - Mas há outros excertos que não me foi possível ainda recuperar



"Marcelo fez 155 viagens e condecorou mais de 1.600 pessoas Marcelo foi 19 vezes a Espanha, 16 a França e 11 aos EUA.

Declarou-me que mais de metade dos cientistas do Mundo estão ocupados em meios de combate em vez de se empenharem com “os problemas    da fome, do analfabetismo, do meio-ambiente e  da saúde

Foi o décimo-quinto Presidente da República Portuguesa, o segundo após a Revolução de 25 de Abril.  Natural de Chaves, 30 de Junho de 2014. Faleceu  em Lisboa, aos 77 anos, em 31 de Julho de 2001 - De família numerosa, de onze irmãos (dos quais três vão falecer antes de chegar à idade adulta), muito cedo Francisco da Costa Gomes fica órfão de pai, ainda antes de completar 8 anos. Após terminar a instrução primária, em Chaves, aos 10 anos entra no Colégio Militar, provavelmente falta de posses, para que possa aí prosseguir os estudos, prosseguindo a carreira de armas. Sobre a profissão militar o próprio diria mas tarde: «se pudesse não teria seguido.».

Entrevista -  Registo sonoro de uma antiga cassete - De entre as centenas de entrevistas e apontamentos, que ainda guardo no meu extenso arquivo em memórias de um repórter

Tenho pois  a honra e o prazer de editar o excerto de uma longa e  interessante entrevista, que me concedeu em sua casa, não obstante estar num período de convalescença, por razões de saúde  - "Sabe, que ainda ontem tive 40º graus de febre" - Confessava-me 

COSTA GOMES  - O MILITAR PACIFISTA

O paladino da paz –.Um dos militares mais pacifistas, que, após deixar a Presidência da Republica, não aceita ser  chamado a desempenhar qualquer cargo político, optando pelo  Conselho Mundial da Paz, como terreno de intervenção, seguindo, atentamente e com preocupação, o recrudescimento das armas convencionais e atómicas das duas grandes potências, que, ao invés de olharem mais para os problemas da saúde e das condições de vida das populações, gastam milhões em armas atómicas e convencionais.  –


RETIROU-SE DA POLITICA MILITAR PARA SE DEDICAR À PAZ MUNDIAL

JTM - O Sr. Marechal Costa Gomes é um homem retirado da cena política? É um homem que acompanha atentamente os problemas! Como vê a política: como interveniente ou como observador?

F.C.G. A política nacional vejo-a simplesmente como observador e um observador muito atento, porque, como tenho dedicado a maior do meu tempo, às questões internacionais, sobretudo àquelas que dependem da paz e do desarmamento, e, como isso me leva, muitas vezes, a conferências para fora do país e me obriga a um preparação, quando estou em Portugal, que me faz alhear um pouco da política do dia a dia do nosso país, é claro que eu estou mais a par daquilo que se julga que constitui hoje a política internacional e a situação internacional de propriamente da politica nacional.

JTM - Porquê essa preocupação?

F.C.G - Bom, a preocupação deriva de várias coisas:  em primeiro lugar do facto  de julgar que nós estamos realmente  de baixo da uma ameaça terrível que pode, de um momento para o outro destruir por completo a vida sobre este belo planeta, que é a Terra. É isso. Pode-se dizer  que as pessoas mais lúcidas e aquelas que se têm dedicado mais a este assunto, desde 54, desde o rebentamento da primeira bomba atómica, começaram a prever esta situação. Mas, não  há dúvida nenhuma, que, durante as duas primeiras décadas, praticamente o assunto da era atómica, foi completamente ignorado, as armas atómicas foram completamente ignoradas! Ninguém sabia nada  do que se passava, espacialmente nos países onde a luta começava a ter um cariz de competição muito forte, e, nos anos 70,  o mundo começou a ser surpreendido com a ideia de que, já havia nessa altura, armas suficientes para destruir várias vezes a humanidade.

“MAIS DE METADE DOS CIENTISTAS  DO MUNDO OCUPADOS EM APERFEIÇOAR MEIOS DE COMBATE” – Em vez de se empenharem com “os problema    da fome, do analfabetismo, do meio-ambiente e  da saúde

JTM – Acha que ainda há uma grande tensão entre os dois blocos?

F.C.G. Eu julgo que ainda há uma grande tensão mais forte do que aquela que devia existir, porque há uma desconfiança mútua, não só  do ponto de vista político, com sob o aspeto militar, que inibe e que faz  com que não se possam adiantar e definir determinados assuntos com a lógica, e, sobretudo,  com a necessidade que os mesmos impõem. Veja, por exemplo,  este facto que agora se deu, ultimamente, insólito: pois,  estamos todos à espera que, de um momento para o outro, se possa assinar o acordo  que elimine os mísseis intermediários e os mísseis táticos  da europa. Pois bem, qual é a atitude que a Nato toma perante esta decisão? É que… sim, senhora …vamos acabar com os mísseis mas temos que reforçar as forças convencionais.

Ora, eu acho que esta atitude é uma atitude absolutamente negativa! O que nós precisamos não é de reforçar as forças convencionais  é de reduzir também as forças convencionais! Porque, um dos  maiores problemas que existem no Mundo – e sem a redução dos orçamentos militares, se não será possível resolvê-lo – é o problema    da fome, é o problema do analfabetismo, é o problema do meio-ambiente, o da saúde, enfim, são uma série de problemas  que realmente fazem com que, a maioria da população mundial, dia a dia, veja os seus problemas acrescidos, agudizados e não sinta que há uma luz, que não há uma pequena ação solidária  dos países – que os têm, que, no fundo, os têm assegurado – para melhorar esta esta situação.

Ora, esta situação só pode ser melhorada, diminuindo drasticamente as despesas militares, não só o que diz respeito aos orçamentos. Como também no que diz respeito à investigação científica. Porque, hoje, mais de metade dos cientistas no mundo, estão dedicadas a aperfeiçoar armas e aperfeiçoar  meios de combate, quando, realmente, a todas as pessoas bem intencionadas,  lhes parece que se deviam dedicar as era para o bem-estar  da Humanidade, e, portanto, pró  melhoramento das condições de vida de todos os Povos.

JTM – Acredita na possibilidade de um novo conflito à escala mundial?

F.C.G. -  Acredito! Não porque as pessoas o queiram! Podemos dizer que 90% da população mundial é contra um conflito à escalda mundial  - Mas, com o acumular de armas que existem no mundo e, com os pequenos conflitos locais, que ainda não conseguimos debelar e, outros que se podem desenvolver de um momento para o outro, como é, por exemplo, a situação do Golfo Pérsico, pois, uma destas situações, pode, sem querer, levar a um conflito mundial! E isso é extremamente perigoso, porque, as armas que depois se possuem, são de tal maneira potentes e de tal maneira poderosas, que, se elas forem empregues,  durante muito tempo, será o tempo suficiente  para aniquilar a vida sobre a Terra.



O PERÍODO QUENTE PÓS 25 DE ABRIL

JTM - Outra questão que eu gostaria que o Sr. Marechal recordasse – alguns anos já volvidos sobre aquele período da revolução: um período, naturalmente, muito confusão, como é que a esta distância, o Sr. Marechal. Os recordaria?

F.C.G. – Bom, eu acho que foi realmente um período muito confuso! Muito perturbado! A revolução fez-se, mas, claro, dadas as circunstâncias em que ela teve de se efetuar. Não houve uma preparação, sobretudo para se poder  transitar do regime  que havia para um outro, onde as liberdades e os direitos humanos, estavam salvaguardas e estavam em plena pujança, e isso deu como resultado, que, houve, de facto, durante os primeiros tempos – no primeiro Governo (em todos os governos mais ou menos provisórios – deficiências muito grandes, que, só o trabalho e só a boa vontade e dedicação  de muitos, conseguiram, não digo suprir, mas pelo menos atenuar.

“OTELO TEVE AS SUAS DEFICIÊNCIAS MAS, DE UMA MANEIRA GERAL, FOI UM ELEMENTO POSITIVO  E A REVOLUÇÃO DE ABRIL DEVE-LHE MUITO.

Otelo Saraiva de Carvalho, detido a 20 de Junho de 1984 pela Polícia Judiciária, no âmbito deste processo. Da FP, com uma pena de 18 anos .De recordar, que o principal operacional do Movimento das Forças Armadas. nunca assumiu a criação das FP-25 nem a militância no grupo. Do tempo total de pena cumpriu apenas cinco anos. Em entrevista, concedida há Lusa, em 2010, Otelo confessou que, no dia em que recebeu a notícia da criação deste partido revolucionário armado, a encarou com "apreensão e perturbação com a ideia". Otelo: FP-25 foram "choque grande e um prejuízo tota
  
JTM – Sr. Marechal. Uma das figuras muito conhecidas e, de grande interveniência, na revolução, é Otelo Saraiva de Carvalho, atualmente preso: como é que vê a prisão de Otelo Saraiva de Carvalho?

F.C.G – Eu, como tive ocasião de dizer no Tribunal,  só conheço regularmente, a ação do Tenente-Coronel Otelo, quando ele parte ou do Conselho da Revolução
, em que me esteve diretamente subordinado.  – No Concelho de Revolução, porque eu era o Presidente do Concelho de Revolução; no COPCON COPCON –, porque o COPOCON estava dependente  do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e eu acumulava as funções de Presidente da República e de Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Ora, nesse tempo, eu posso dizer-lhe que, Otelo teve as suas deficiências,  mas, de uma maneira geral, foi um elemento  positivo e a Revolução de 25 de Abril, deve-lhe muito.

Depois, do 25 de Novembro, praticamente nunca mais tive contactos  com Otelo, mas, daquilo que eu conheço, a forma como eu pus o problema no Tribunal,  eu julgo que o caráter , a   moral e a maneira de ser do Otelo, não são de molde a admitir que ele, direta ou indiretamente, tenha tomado parte em qualquer das ações terroristas.

Era bom que se visse, que se estudasse bem, as ações terroristas, não só a partir  de 1974 mas que se vissem bem as ações terroristas, entre 1975 e 1976, porque, realmente, nessa data houve muito terrorismo em Portugal!  - Terrorismo absolutamente escusado! Terrorismo que que visava, única e simplesmente,  o regulamento do status quo, então estabelecido, em que as pessoas, não hesitara em matar, em destruir, em fazer ações, que realmente todo o mundo hoje as condena, porque, felizmente, o terrorismo hoje está condenado internacionalmente de uma forma absoluta.

JTM – Portanto, em sua opinião, acha injusta a prisão de Otelo?

F.G.C – Não posso dizer que é injusta ou justa. Eu não sei as causas que levaram à prisão de Otelo. Penso que –  nisso acredito, acredito na Justiça Portuguesa -, que o juiz que fez o inquérito  e que promoveu a sua detenção, tinha as suas razões. Podem não ser razões que não sejam razões suficientemente fortes para justificar a prisão durante tanto tempo de Otelo.

Não há dúvida nenhuma é que, Otelo Saraiva de carvalho, tem, em toda a Europa,  uma data de pessoas importantes, sobretudo no campo jurídico, que o apoiam, que o defendem e que estão constantemente  a fazer diligências para a sua libertação.

A entrevista, que, honrosamente me concedeu, continuaria  com  ainda com várias perguntas, desde a sua próxima deslocação a Tóquio, no âmbito das conferências do Conselho Mundial da Paz,  assim como de como recordava as  funções que desempenhou, em Angola,  1970-72, como  comandante-chefe da Região Militar de Angola – Perguntei-lhe, que, tendo também estado,   como militar nesta ex-colónia,  no meu  tempo (1966) se constava que havia quem, dentro do Quartel general, passasse informações do MPLA – Costa Gomes, negou que, de sua parte, alguma vez tivesse tomado essa atitude, não passando de calúnias e de falsidades. Pena não puder reproduzir as suas palavras, visto,  no dia seguinte ter ido fazer uma entrevista ao Monsenhor Moreira das Neves, em sua casa, e, inadvertidamente,  ao usar a mesma cassete, apagado o resto da entrevista.  Contudo, ainda disponho de uma outra entrevista, esta feita no torno de uma conferência, em que ele também participara, que igualmente conto editar oportunamente em vídeo.



Costa Gomes morava na Av. João XXI, próximo do cruzamento da Av. de Roma, em Lisboa. Nessa tarde, que me recebeu, estava sozinho e, curiosamente, os móveis da sala, estavam todos cobertos com lençóis brancos, visto ir para obras, mais parecendo a enfermaria de um hospital. Mesmo assim, teve a gentileza de me receber, já que a entrevista havia sido marcada uns dias atrás e ele não quis faltar ao compromisso. - 


Militar sempre preocupado com a paz, de perfil civilista, indo ao pormenor de, sintomática e simbolicamente, restringir o uso da farda apenas às ocasiões em que tal lhe era exigido, é no entanto, na Guerra colonial, de entre os grandes cabos de guerra, o mais renitente em utilizar a força bélica em grandes e pequenas operações, e, paradoxalmente, o que mais êxito teve em termos operacionais e bélicos.

Costa Gomes foi, com uma antecedência assinalável, em 1961, o primeiro chefe militar a defender claramente que a solução para a guerra colonial era política e não militar, não obstante cumpriu com brilhantismo as suas funções como comandante militar da 2.ª Região Militar de Moçambique, entre 1965 e 1969 (primeiro, como segundo-comandante, depois, como comandante) e, seguidamente, como comandante da Região Militar de Angola.

Após o 28 de Setembro de 1974, com o afastamento do general Spínola, Costa Gomes é nomeado para a Presidência da República, onde lhe caberá a difícil missão de conciliador de partes em profunda desavença, com visões radicais do mundo, algumas verdadeiramente inconciliáveis. Levará sobre os seus ombros tudo quanto se irá passar até à crise de 25 de Novembro de 1975, onde lhe coube o papel capital de impedir a radicalização dos conflitos poupando o país a enfrentamentos violentos e uma possível guerra civil. Costa Gomes é considerado um dos principais obreiros da instauração da democracia em Portugal.



«A APRENDIZAGEM DA ARTE DA «PRUDÊNCIA»

“A figura que sai das páginas de Luís Nuno Rodrigues é a de um general renitente. Da obra ressalta, desde logo, que a carreira militar de Costa Gomes deriva não tanto de um gosto pelas armas, mas sobretudo de uma evolução imposta pelas necessidades materiais da família. Do Colégio Militar à Academia Militar, o percurso de Costa Gomes resulta de uma evolução natural imposta pelas condicionantes familiares. A carreira militar não satisfazia em pleno Costa Gomes, que acabou por frequentar a Universidade do Porto, aí concluindo a licenciatura em Ciências Matemáticas (1939-1944). Este facto não o impediu de percorrer, ainda jovem, um extraordinário caminho como militar, ganhando prestígio no meio castrense, não deixando, contudo, de evidenciar uma renitência: a renitência ao uso e ao abuso da violência. Para o futuro marechal Costa Gomes, a violência (a força armada) só devia ser aplicada enquanto fosse útil ao equilíbrio e à paz na sociedade. O uso excessivo da violência, assim como a utilização da violência de forma inútil, eram-lhe repugnantes.

Na lógica do marechal Costa Gomes, cabia aos militares dosear o uso da violência, tendo sempre como fim assegurar os objectivos de ordem e paz social. – Excerto Relações Internacionais (R:I) - O general «renitente»

 
Marechal  Francisco Costa Gomes -   Uma das grandes personalidades, militares e cívicas,  Membro da Junta de Salvação Nacional desde a madrugada de 26 de Abril, e, como chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas em 30 de Abril de 1974. O primeiro Presidente da República Portuguesa a discursar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas - Em Janeiro de 1975 está presente na assinatura do Acordo de Alvor, entre o governo e os movimentos de libertação angolanos, relativo à independência de Angola. Depois de dar posse ao IV Governo Provisório, também chefiado por Vasco Gonçalves (25 de Março de 1975), preside à assinatura, em 11 de Abril de 1975, do primeiro pacto MFA-Partidos.

Declarações inéditas de Francisco Costa Gomes, uma vez que,  da longa entrevista, que  honrosamente me concedeu, na qualidade de repórter da extinta Rádio Comercial RDP, apenas escassos minutos foram transmitidos. O  tema principal da minha deslocação a sua casa, versava sobre questões relacionadas com  o armamento atómico e convencional  das duas grandes potências e  o  papel do Marechal na Conferência Mundial da Paz, que, por agora, apenas reproduzo em texto .

E, de facto,  foi a propósito  destes assuntos, num tempo em que pareciam desanuviar-se algumas tensões, entre os dois blocos, que começaria por fazer as primeiras perguntas. Contudo, outros temas acabariam por ser abordados, nomeadamente, o que pensava do período quente pós 25 de Abril e da prisão de Otelo Saraiva de Carvalho  -   Conteúdo editado em vídeo. – Porém,  é minha intenção,  vir a editar,  no Youtube, também outra interessante entrevista, sobre este tema

 “Francisco da Costa Gomes toma posse como Presidente da República na sequência da renúncia de António de Spínola, a 30 de Setembro de 1974. Em pleno processo revolucionário terá de enfrentar situações de grande complexidade.

Nascido em Chaves, no seio de uma família numerosa, a sua infância é marcada pela morte do pai nas vésperas do seu 8.º aniversário. As dificuldades económicas da família levam a que, terminada a instrução primária, ingresse no Colégio Militar em Lisboa. A solução não lhe agrada, sobretudo devido ao afastamento da família.

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Com uma carreira militar brilhante, várias comissões de serviço nas colónias e estágios no Quartel-General da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), acabará por ser convidado, em Agosto de 1958, pelo ministro da Defesa, general Botelho Moniz, para o cargo de subsecretário de Estado do Exército. Começa assim uma carreira política que, depois de várias vicissitudes, o projectará ao mais alto cargo de Estado: a Presidência da República.

(…)Apesar da ambiguidade de que muitos o acusam, todos lhe reconhecem o mérito de ter conseguido evitar a guerra civil.

Ao ocupar a cadeira presidencial, uma das suas primeiras preocupações parece ser a de garantir a estabilidade, apesar da conjuntura revolucionária que se vive. Demonstra-o, primeiro, ao reconduzir Vasco Gonçalves para o cargo de chefe do governo (III Governo Provisório, em 1-10-1974). Depois, durante a viagem que efectua aos EUA onde procura não só estabelecer contactos com vista à cooperação entre os dois países, sobretudo económica, como também tranquilizar a comunidade internacional quanto ao rumo da transição portuguesa” – Excerto de . Biografia completa - Museu da Presidência da República