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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Odisseia no Golfo da Guiné - 25º dia – 14-11-1975 Bebendo água do mar e das chuvas para matar a sede. Não chove e sinto necessidade de beber água do mar; embora seja muito desagradável e não mata totalmente a sede. - Ainda mais 13 dias pela frente

 Jorge Trabulo Marques - Se um dia se perder em terra ou no mar,  não cruze os braços ou desespere. E não perca a fé na sua crença.Na falta de água e de Alimentos, a fé no sobrenatural  é um rico  suplemento de prolongar a vida e sobreviver

Diário de Bordo  - 1 Diário de Bordo - É manhã do dia 25 que viajo na minha canoa...De noite não dormi muito. Pois estive quase sempre acordado...O mar esteve bastante agitado, aliás, continua com uma ondulação muito forte e um vento dominante de sul-norte.. 



Eu acredito que agora vá ter a terra, uma vez que voltei a sentir os ventos dominantes... Aquela fase das trovoadas, dá-me a impressão que já deve estar ultrapassada...Não sei, mas deve de ter sido a fase de lua-cheia; o quarto-crescente é que me deu esses trabalhos todos. Por isso, vou pôr já imediatamente a vela a ver se adianto mais um bocado. Porque, realmente, a canoa assim já se desloca muito bem. Ela durante a noite deve ter sido muito arrastada...Vê-se que há muita calema!... Esta calema arrasta-a também . Arrasta-a, exatamente, com as correntes.


Ó MAR ALTO SEM TER FUNDO - VIVER BEM PERTO DO CÉU E ANDAR BEM LONGE DO MUNDO - Zeca Afonso




Olhando para o horizonte, não descortino ainda a terra, nem vejo a Ilha de Fernando Pó. Não vejo absolutamente quaisquer vestígios de terra. Mas tenho um pressentimento de que não devo estar  muito longe, até porque, o andamento que tem estado a ter, devido à força das vagas, é possível que não esteja muito longe de terra... Estou preocupado um bocadinho, porque a canoa continua a meter água pela carlinga, pois os pregos (onde encaixava a vara do mastro) atingiram o fundo. Por outro lado, notam-se algumas fraturas e podem realmente de um momento para o outro provocar roturas maiores...oxalá que não. Que isso não me aconteça... 

Diário de Bordo  - 2  Já é quase  meio-dia. Estou já a velejar com a vela grande. O mar tem estado ligeiramente ondulado. Corre uma certa brisa mas ainda é bastante fraca...Sinto-me muito cansado, cheio de sede, tenho pouca água e pouca comida!... A água que tenho, a maior parte é  água salgada, (misturada com a das chuvas) pois entretanto não choveu... e eu estou sem água.

Está um calor de morrer !.. Transpiro por todos os poros.... Está realmente bastante calor. Bastante!... Apetecia-me agora um banho de água fresca , mas tal não é possível neste mar.



- Na imagem ao lado, o meu baú (um caixote do lixo onde guardava o gravador, com que registava o meu diário de bordo) e  o remo improvisado, com um pau e alguns pedaços arrancados à pequena cobertura dos bordos, que tivera de construir devido à perda do remo da canoa, que o  tornado da primeira noite me  havia levado

Diário de Bordo  - 3  São neste momento, cerca das duas da tarde do 25º dia. Estou cheio de sede e de fome. Não tenho praticamente água. A água que disponho, aí meio litro, é quase toda do mar. Os recursos alimentares estão reduzidos a 50 gramas de farinha, se tanto!... Enfim... Quanto às perspetivas da terra, não sei!... Vejo agora a água do mar mais clarinha...Está uma brisa agradável. O céu está praticamente descoberto, é o que posso adiantar neste momento.

Aliás, posso dizer que de manhã velejei algumas horas, depois surgiu muito calor. Entretanto, tirei a vela, porque o vento desandou. Deitei-me um bocado na canoa a descansar  para evitar o calor.... Agora voltou a fazer um bocadinho  de fresco e voltei a colocar a vela. E, realmente, a canoa está a dar um andamento bastante agradável.

Diário de Bordo  - 4  São neste momento, aí uma duas e meia ou três da tarde. Tenho cá um pressentimento que a cor da água , um azul muito clarinho! já demonstra eu não estar num mar de muitas profundidades. Dá a impressão que não devo estar muito afastado de terra. Só vejo nuvens no horizonte, mas a água está realmente de um azul muito claro. Pode dar a entender que esteja próximo...Veremos... 

Diário de Bordo  - 5  Devem ser quatro horas da tarde. Continuo a velejar com uma certa dificuldade, pois o remo (improvisado) não me ajuda nada. Um pormenor curioso! é que as correntes se alteraram. Agora apresentam-se para noroeste e não para norte.

Visto estar cheio de sede, tomei há pouco uns comprimidos, umas vitaminas, por isso tenho o estômago a saber a comprimidos...É bastante chato... Enfim, vai-se aguentando... Pode ser que não seja por muito tempo... Tenho  aqui  ainda o tubarão...O outro já o deitei fora. E se não prestar vou pescar, com certeza, pois é a única solução que tenho.


Diário de Bordo  - 6  Há pouco disse que as correntes corriam para noroeste, mas não; é para nordeste. Portanto, têm um sentido completamente diferente. Antes, corriam para Norte, agora correm nitidamente para nordeste, o que dificulta, não só o domínio da canoa, como também porque vou levar mais tempo - (Sim, porque a canoa ia adernada num dos bordos)

Diário de Bordo  - 7  É já noite do 25º dia. A tarde manteve-se com bastante sol! O mar com alguma calema e com vento relativamente forte mas permitiu a colocação da vela. Velejei um bocado. É claro, com muitas dificuldades, visto não ter o leme (que lhe havia adaptado), mas sim um remo improvisado.

Já se me acabou a comida. Tenho dois nacos de chouriço que guardo religiosamente  para as iscas, para pescar. Água não disponho senão de água do mar, pois hoje não choveu. Acabo agora de comer um bocado de tubarão que consegui cozer com muita ginástica à custa de uma vela. O tubarão que tenho vou guardá-lo e vou ver se pesco  outro.

O mar neste momento está bastante agitado, está com uma ondulação bastante forte. O vento não é muito mas o mar está bastante forte. O céu não se apresenta totalmente encoberto mas há formações de nuvens a norte, formações de trovoada...Espero que não venham ao meu encontro, visto, nesta altura, o vento ser preponderante  do sul para norte...Há outras formações para outro lado, mas espero no entanto que não me atinjam... De qualquer maneira, já desejo um bocado de água das chuvas, visto já não a possuir.

Bebendo golinhos de água do mar
O luar!... Temos quase a lua-cheia!... Mas tenuemente, pois está encoberta por  algumas nuvens...Mais uma noite que passo, com dificuldades, mas, enfim...Quanto à costa de África, não consegui vislumbrar nada. Tenho tido apenas ilusões, ilusões!... Ilusões de terra!... A água, vejo-a mais transparente mas isso é da claridade do luar... Apenas ilusões e mais nada!... Não devo estar longe, com certeza!...Estou a demorar mas tempo de Fernando Pó para a Nigéria  - e aqui tão perto da costa africana - que do Príncipe para Fernando Pó - sim, quando avistei estas ilhas
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Sinto neste momento necessidade de beber água do mar; embora seja muito desagradável e não mata totalmente a sede... Verifica-se agora uma certa fraqueza em mim... Espero fazer face a estas dificuldades.



Copa do Mundo 2026 -Irlanda 2- Portugal 0 - Apuramento adiado, ainda não perdido .Mas prefiro lembrar o da Europa 2016 -Cristiano Ronaldo ainda é uma estrela, não astro ofuscado

Jorge  Trabulo Marques


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                               Video  da  imagens da festa  da Copa da Europa  2016 

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Copa do Mundo 2026 -Irlanda 2- Portugal 0 - Apuramento adiado, ainda não perdido .Mas prefiro lembrar a da Europa 2016 -Cristiano Ronaldo ainda é um estrela, não astro ofuscado
Futebol é de Glórias ou Pesadelos - Em Dublim a noite é para esquecer e, em Saint-Denis, França.. há 9 anos, foi de festa para lembrar: em que Portugal sagrou-se campeão da Europa de futebol e Ronaldo, sai por lesão aos 25', noite,
No jogo da noite, desta quinta feira, dia 13, o jogo foi mesmo de azar – Ronaldo é afastado por expulsão. Incidentes de nervos e desgaste físico em jogos de alta tensão
Por isso mesmo as imagens que aproveito para recordar são justamente as que mais servem para alegrar e animar de que para entristecer


R7 está agora com 953 gols, tendo marcado pela última vez na vitória por 3 a 1 contra o Neom SC. O atacante português assinou um novo contrato com o time saudita em junho, e seu vínculo agora é válido até o final da temporada de 2026/27.
Portugal sagrou-se campeão da Europa, em 10 de Julho de 2016, a vencer final do UEFA EURO de forma emocionante, por 1-0, graças a um golo do ponta-de-lança Eder no prolongamento - A vitória foi caloraamente vivida. Em França pela comunidade portuguesa dos emigrantes, e, depois em Lisboa, mais ainda, tanto por portugueses, residentes, como para múltiplos admiradores do futebol português E são alguma dessas imagens e registos fílicos que tenho o prazer de aqui trazer.

OS PASSOS DECISSIVOS PARA NOVO SONHO – Vão decidir-se no próximo domingo: no jogo de apuramento para a Copa do Mundo 2026 com a Arménia, no Estádio do Dragão


CRISTIANO RONALDO - Uma carreira invulgar! O capitão foi expulso pela primeira vez ao fim de 226 jogos. Por isso, há que não esquecer o seu passado - A que me referi em https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/.../cristia...
CRISTIANO RONALDO NA SENDA DE GLORIOSOS TÍTULOS – GRANDES TROFÉUS O AGUARDAM – SUA ESTRELINHA AINDA BRILHA ALTA! VAI DAR MUITAS ALEGRIAS –
Escrevia eu em 2009, num dos meus blogues blogue - Na vida só vence quem acredita. Os que apostam na vitória nunca se dão por derrotados. Ronaldo sabe que é assim e segue por este caminho, traçado de muito esforço e sacrifícios mas certo que a glória e a fama não são dádivas que caem generosamente nos braços mas que se conquistam passo a passo, com persistência, determinação, engenho e arte

Embora ainda novo, já conheces o brilho da fama e do ouro - Mas, se porventura, às vezes te escapar das mãos, tranquiliza-se-te, porque a vida não é apenas aquela estrada em linha recta ... Surgirão sempre as inevitáveis curvas. No entanto, és um jovem e e conhecerás ainda as maiores alegrias e o sabor das mais radiantes glórias!
O importante é que nunca percas de vista a desejada meta e deixes de acreditar que o futuro e os grandes momentos se constroem com muito esforço e alguns espinhos
Também eu lhe prestei uma atenção, muito especial, num dos meus blogues em 2008 Estive no interior do relvado na inauguração oficial do Estádio do Dragão, em 16 de Novembro de 2003 - Fiz fotografias e ofereci-lhe uma pedrinha.


A vida de um jogador no ativo, é breve- Todavia, tens um longo caminho à tua frente - Muitos troféus para vencer e grandes clubes a desejarem a tua arte e o teu talento.- Que não se importarão de disputar o teu génio a bom preço.
Haverá anos de safra e outros de contras-safra - Uns bons e outros menos bons - O importante é que não se perca a confiança.
Ronaldo dos Santos Aveiro, nasceu a 5 de Fevereiro de 1985, sob a influência total da lua-cheia, segundo decanato, signo aquário. Na astrologia chinesa, o simbolo do Zodíaco Oriental, é rato. O elemento preferido é a madeira. Ou não nascesse ele numa ilha com esse nome, no Funchal, freguês ia de Santo António, Ilha da Madeira.



quinta-feira, 13 de novembro de 2025

São Tomé - Albertino Bragança — Poeta e Escritor Homenageado pela Associação dos Jovens Escritores Santomenses – Recordo o diálogo que tivemos em 12 de Julho 2015 com o pioneiro da Literatura das Ilhas Verdes do Equador e também um ativista pela independência do seu pais -

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista

São Tomé - Albertino Bragança — Poeta e Escritor Homenageado pela Associação dos Jovens Escritores Santomenses – Recordo o diálogo que tivemos em 12 de Julho 2015 com o pioneiro da Literatura  das Ilhas Verdes do Equador ee também um ativista pela independência do seu pais -


A AJES reconhece e saúda o seu percurso: a coragem artística, o compromisso com a palavra e a contribuição inestimável para a afirmação da identidade são-tomense nas letras. Que a sua obra continue a inspirar jovens escritores a escreverem com verdade e coragem.
Com gratidão e respeito,

A Associação dos Jovens Escritores Santomenses (AJES) prestou uma expressiva homenagem a Albertino Homem dos Santos Sequeira Bragança (n. 9 de março de 1944), figura maior da literatura e da cultura de São Tomé e Príncipe.


                                                      Jorge Trabulo Marques - Jornalista 
Este é mais um dos registos, que aproveito para  recordar do meu arquivo e que pude gravar em 2015, quer nas comemorações do 12 de Julho, quer durante a minha estadia, aquele ano, na maravilhosa Ilha de S. Tomé.  
Albertino Bragança, autor de vários livros,  detentor de um prestigiado currículo, quer em termos políticos, quer no âmbito cultural
Recentemente, o nome de Albertino Bragança é sublinhado  pelo jornal Téla Nón, destacando o seu contributo na literatura de S. Tomé e Príncipe, citando as suas obras  e a sua formação,  a que, também, de novo, é meu intuiro aqui voltar a recordar com a entrevista que tive o prazer de registar  por ocasião das comemorações do 12 de Julho de 2015, ou seja o 45ª aniversário sobre a independência destas duas maravilhosas ilhas verdes do equador.
Encontrava-se em Portugal, quando se deu  a Revolução de Abril, tendo frequentado a Universidade de Coimbra (Faculdade de Ciências) entre 1964 e 1969.


Albertino Homem dos Santos Sequeira Bragança nasceu em S. Tomé, em 9 de Março de 1944 -  Foi ele, que,  em Lisboa, na qualidade de membro da Associação Cívica Pró-MLLSTP, organizou a primeira grande manifestação pró-independência – Diz: 
Eu lembro-me, que, em Lisboa, quando a 27 de Julho, o General Spínola fez uma  declaração a reconhecer o direito  à autodeterminação e independência de Angola, Moçambique e da Guiné-Bissau mas não falou de S. Tomé e Príncipe e de Cabo Verde, então nós fizemos uma grande manifestação de mais 50 mil pessoas em Lisboa e fomos ter com Kurt Valdaime, que era na altura, o Secretário-Geral das Nações Unida
Regressado ao país após a independência, a par da sua atividade como técnico de educação (sector onde desempenhou diversos cargos diretivos), dedicou-se a intensa atividade cultural, tendo criado em 1984, com Frederico Gustavo dos Anjos e Armindo Aguiar, as Edições Gravana Nova, que tiveram o mérito de dar à luz Bandeira Para Um Cadáver, de Frederico Gustavo dos Anjos, e Rosa do Riboque e Outros Contos, de sua autoria.
Em 1985 organiza, com a reputada poetisa Alda do Espírito Santo e a plêiade de jovens dedicados às artes e letras de S. Tomé e Príncipe, a União Nacional de Escritores e Artistas de S. Tomé e Príncipe (UNEAS), de que é Secretário-Geral.

Com “Rosa do Riboque e Outros Contos”, de 1985, Albertino Bragança dá início a um percurso pioneiro na literatura são-tomense que se foca em relatos ficcionais sobre a realidade do arquipélago formado por duas ilhas principais, São Tomé e Príncipe, no período anterior e posterior à sua independência, em 1975.  Nos seus contos e romances o autor aborda temas ‘tabu’, preconceitos e estigmas sociais, entretanto esbatidos na realidade actual, mas não necessariamente resolvidos. Um dos seus contos, “Preconceito”, trata a questão da discriminação entre descendentes de escravos alforriados e os trabalhadores contratados para as roças de cacau e café, vindos de Cabo Verde, Moçambique, Angola, que chegavam a São Tomé e Príncipe para trabalharem “em regime de escravatura mascarada de contrato”, descrevem os historiadores. Os contratados viviam em condições precárias e eram marginalizados, tanto por colonizadores como por nativos. Estas condições laborais, defendem alguns investigadores, estiveram na origem do massacre de Batepá, em 1953, que opuseram trabalhadores contratados e nativos instrumentalizados pelo poder colonial. https://pontofinalmacau.wordpress.com/2018/03/06/albertino-braganca-o-escritor-contestatario-na-linha-da-frente-da-democratizacao-de-sao-tome-e-principe/
UM BRAVO À ASSOCIAÇÃO CÍVICA PRÓ-MLSTP    


 Fui dos raros portugueses, senão talvez o único, que pude ter a honra e o prazer de acompanhar de perto a  campanha mobilizadora da Associação Cívica Pró-MLSTP – Fi-lo, inicialmente, como jornalista, mas, sendo também o cidadão que conhecera. no corpo e no espírito, as diabruras, abusos e prepotências de um certo colonialismo, que teimava em ignorar os novos ventos da história, sim, por natural empatia, depressa me sentia irmanado e identificado com a mesma luta, que me haveria de custar as mais selváticas agressões.