Em 1900, cerca de 56,6% da Ásia e 90,4% da
África estavam sob controle do colonialismo europeu, que, em África, havia criado fronteiras artificiais que não
respeitavam as diferenças étnicas africanas, juntando num único país etnias diferentes
e muitas vezes rivais .Depois da segunda guerra mundial, em
1945, os povos africanos intensificaram o processo de consciencialização de sua
própria identidade étnica e cultural. E, tanto a Ex-URSS; como a China liderada por Mao Tsé-Tung , Timoneiro da chamada
grande revolução socialista, constituíram-se como os mais fortes aliados no
processo de libertação dos povos oprimidos pelo domínio colonial ocidental - E, mais tarde, também os EUA, para não perderem o comboio dos novos ventos
que sopravam para novo rumos, no continente africano, ajustou os seus apoios armentistas aos movimentos que
lhe pareceram mais fieis à sua linha capitalista.
Esta uma das razões pelas quais algumas dessas lutas com independistas, movidas por interesses externos e antagónicos, acabaram em verdadeiros banhos de sangue em vez de no corolário de uma conjugação de esforços por uma causa comum - Angola, um entre outros trágicos exemplos
Tal não sucedeu, porém, com o Movimento de Libertação de S. Tomé e Príncipe, inicialmente sediado na Guiné Equatorial, e, posteriormente, no Gabão, que logrou alcançar a independência, sem recurso à via armada, promovendo a consciencialização política da população pela defesa da sua liberdade e identidade - Naturalmente que graças à Revolução do 25 de Abril, em Portugal, que, depois de derrubar a ditadura Salazarista-Marcelista, abriu o caminho à descolonização e ao reconhecimento dos movimentos nacionalistas.
No entanto, o MLSTP, não surgiu como movimento oportunista - A sua origem
teve origem muitos anos antes da revolução portuguesa dos cravos - E, na
charneira da sua liderança, esteve Manuel Pinto da Costa, líder do
Partido fundador da nação de S.
Tomé e Príncipe, sem dúvida, o pai da nacionalidade santomense -
Um dos raros exemplo, africanos, que deu .tudo o que podia dar da
sua vida sem esperar daí vir a coletar fortuna ou riqueza e aproveitamento
material.
O “REENCONTRO COM VELHOS AMIGOS” – EM LISBOA, HÁ MAIS DE 30 ANOS – BREVE ENTREVISTA AO ENTÃO PRIMEIRO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRINCIPE, FUNDADOR DA NACIONALIDADE SANTOMENSE,
ATRAVÉS DO MSLTP E ALGUNS SONS DO CONJUNTO MUSICAL OS LEONENSES, QUE
ELE SEMPRE MUITO APRECIOU - ESTE O MEU SINGELO TRIBUTO AO ESTADISTA E À MÚSICA
TÍPICA DAS MARAVILHOSAS ILHAS VERDES DO EQUADOR
Doutor em economia pela Faculdade de Berlim, antiga
República Democrática Alemã, Manuel Pinto da Costa, membro fundador do Comité
de Libertação de São Tomé e Príncipe, primeira organização independentista
são-tomense, acabou por ser figura de consenso no seio dos nacionalistas radicados
no estrangeiro, para dirigir a nova organização política o MLSTP e
consequentemente o novo país independente.
Acrobatas Chineses em S. Tomé - anos 80 |
"A sua influência na luta pela libertação de São
Tomé e Príncipe começou a ser exercida ainda como estudante. Na década de 60
foi eleito secretário para informação e propaganda da União Geral dos
Estudantes da África Negra, sediada em Rabat Marrocos.
Durante 15 anos presidiu os destinos de São Tomé e Príncipe, de 12 de Julho
1975 à 3 de Abril de 1991. Foi um dos primeiros líderes africanos a implementar reformas com vista a
mudança do regime mono partidário para a democracia pluralista. Em 1989 sob
Presidência de Pinto da Costa o povo foi chamado para referendar a nova
constituição política"
Depois de se tornar Presidente da República aos 37
anos de idade em 12 de Julho de 1975, pois completou 38 anos em 5 de Agosto de
1975; depois de liderar 14 governos(em 15 anos, quase um governo por ano) até
1991, num contexto talvez diferente, altura que decidiu abrir o país para a
democracia; depois de passar quase outros 21 anos na reserva(como um general)
onde também desfilaram 14 governos constitucionais e dois de gestão, o partido que liderava teve a capacidade e a visão de antecipar a
evolução da conjuntura internacional e regional. Impulsionou e levou a cabo uma
transição para o sistema democrático multipartidário, depois de um profundo e
histórico debate na sua Conferência Nacional, realizada entre 5 e 8 de Dezembro
de 1989” (Terra Firme
Foto - Gentileza do Coronel Conde Falcão |
Manuel Pinto da Costa, a mais conhecida e carismática figura
histórica do MLSTP, sim, um dos mais distintos heróis da fundação da pátria
santomense, um dos raros estadistas, ainda vivos, que conheceu o
histórico líder da revolução chinesa, Mao Zedong - E também dos poucos
dirigentes políticos que o cumprimentaram a escassos meses antes da sua
morte.
"O encontro ocorreu em Pequim, a 23 dezembro de 1975, cinco meses e
meio depois da independência de São Tomé e Príncipe. Pinto da Costa, o primeiro
presidente do país, tinha 38 anos – menos 44 que o seu anfitrião.
(..) Mao “cumprimentou calorosamente cada um dos membros” da comitiva de
Pinto da Costa e manteve “uma cordial e amigável conversa”, relatou o semanário
Peking Review, sem mencionar o estado de saúde do líder chinês.
A República Popular da China foi dos primeiros países a abrir uma embaixada
em São Tomé e a enviar cooperantes para o novo país, nomeadamente médicos
Pinto da Costa viajou para Pequim com três ministros e além de Mao,
encontrou-se com um vice-primeiro-ministro, Li Xiannian.
(…) Mao Zedong morreu nove meses mais tarde e embora a China tenha evoluído
numa direção que ele consideraria “contra-revolucionária”, o seu retrato
continua afixado na Porta da Paz Celestial (Tiananmen), no centro de Pequim.
São Tomé e Príncipe também mudou muito e no início da década de 1990,
aboliu o regime de partido único. Pinto da Costa abandonou a atividade
política, mas em 2011 candidatou-se à presidência e ganhou.
(…) Apesar de São Tomé e Príncipe não ter relações diplomáticas com a
RPC, em junho de 2014, o seu presidente esteve em Pequim e em Xangai, numa
“visita de caráter privado”.
É uma engenharia protocolar e diplomática invulgar, mas a carreira de
Manuel Pinto da Costa também não é muito comum e, no fundo, ele ainda será
visto em Pequim como “um velho amigo da China”. Presidente
Pinto da Costa encontrou-se com Mao Zedong em 1975
COMO MAO TSÉ-TUNG SE TORNOU NO GRANDE LÍDER HISTÓRICO DA CHINA - O povo chinês, que havia sido saqueado, dividido e humilhado pelas chamadas potências imperialistas durante o século XIX e XX, lutou contra a sangrenta invasão japonesa, que chegou a ocupar mais da metade do território chinês nos anos 30 e 40 do século XX. Por isso, os comunistas liderados por Mao Tsé-tung acabaram por receber grande apoio da população, que via o esforço dos militantes comunistas como uma luta antiimperialista que devolveria à China o seu lugar de grandiosidade, ocupado no passado. No imaginário da população chinesa, era como se uma nova dinastia imperial, jovem e forte, chegasse ao poder. -Após contribuírem com a expulsão dos japoneses, os “comunistas” ainda tiveram que lutar contra os “nacionalistas” chineses, liderados por Chiang Kai-shek, que comandava o Kuomintang — Partido Nacionalista da China. Com a derrota, os nacionalistas acabaram por fugir para a Ilha de Formosa, onde, em 8 de dezembro de 1949, fundaram a cidade de Taiwan. 1949: A revolução socialista de Mao Tsé-tung - Educacional
A
TRIBO TROVOADA AVESSO À COOPERAÇÃO DE S. TOMÉ COM A CHINA - DEPOIS
DO CHUTO A CAMBALHOTA
Manuel Pinto da Costa e Miguel Trovoada - 1975 |
Os Trovoadas, não viram com bons olhos que, Manuel Pinto da Costa, pudesse trazer a China de volta, de tal modo que, o atual PM, até chegou a torpedear um projeto do Governo, afeto ao MLSTP-PSD.
Veja-se um dos exemplos: " 01/10/2014 A
empresa chinesa Guangxi Hidroeclectric Contruction Bureau, ganhou o concurso
público aberto pelo Governo são-tomense para a construção da Nova Cidade de São
Tomé. (…) Na mesma cerimónia foi lançada a primeira pedra, pelo Ministro da
Defesa e Ordem Interna Óscar Sousa em substituição do Primeiro Ministro Gabriel
Costa Empresa
chinesa Guangxi constrói a nova cidade de São Tomé | Téla ...
Mas
depois o Governo de Trovoada, não deu andamento: 14/10/2015 - O
projecto de prolongamento da cidade de São Tomé, cuja primeira pedra foi
lançada em Outubro último recebeu o sinal de STOP do Primeiro-ministro Patrice
Trovoada
«Nossa cidade precisa de muito cuidado e
muita atenção. Daí penso que uma nova cidade não é prioridade», declarou o
Primeiro-ministro, numa conversa com 3 jornalistas integrantes de um novo
Programa da TVS. Patrice
Trovoada chumba projecto da nova cidade de São Tomé e ...
De recordar, que, na visita que, Manuel Pinto da Costa, efetuou à China, em Junho de 2014, chegaram-se a colocar dúvidas se Taipé iria ou não ser afastado em favor de Pequim – Pessoalmente testemunhei essa preocupação pelo representante deste país, em Lisboa, porém, tal erro não foi cometido; bem pelo contrário, STP alcançou um brilharete diplomático: uma vez que, já no ano anterior, uma delegação governamental santomnse se havia deslocado àquele país, conseguindo que a China estabelecesse uma missão comercial em STP, tornando-se o primeiro dos quatro aliados diplomáticos de Taiwan em África a ter uma missão comercial chinesa. Pouco tempo depois, a Gâmbia rompeu abruptamente os laços com Taiwan. Sao Tome head to visit China: MOFA - Taipei Times
QUEM HAVERIA DE DIZER QUE,PATRICE TROVOADA, HÁ MUITO ANDAVA A CAMINHAR PARA
A FINTAR OS SEUS AMIGOS DE TAIWAN OU A CORRER APENAS DOS NEGÓCIOS
ORIENTAIS? -
Na visita, Patrice Trovoada, efetuou à China, em Abril do corrente ano, que o recebe com pompa e circunstância e rasgados elogios mútuos de muita sinceridade -" As relações não-chineses são sinceras, relação de igualdade genuína" - Até onde vai o descarado fingimento e a desfaçatez da hipocrisia do mais refinado mercenarismo vendilhão
Por seu turno, Trovoada disse que tinha visitado a China muitas vezes, mas que esta é a primeira vez que visitou a China com funcionários do governo. "A China é um país grande, mas também um país bonito, Estive em muitas províncias, como a cultura chinesa, culinária e arquitetura."
Trovoada
também disse que gostaria de receber empresas chinesas a investir em
São Tomé, São Tomé e Príncipe está empenhado em proteger o seu investimento
através de mecanismos legais.
Para onde
quer que se desloque, Patrice Trovoada, repete invariavelmente o mesmo
discurso: tem sempre mercadoria para vender. - Inesgotável a mina para tantas
viagens ao estrangeiro - No dia 21 de
Dezembro, o Governo chinês considerou “natural” a decisão de São Tomé e
Príncipe de cortar relações diplomáticas com Taiwan e reconhecer a República
Popular da China, realçando que o país africano fez a “escolha certa”.
O que faltou
lembrar é que, aquando do estabelecimento das relações
diplomáticas, com Taipé, quer Manuel Pinto da Costa, como outros
destacados dirigentes do MLSTP – PSD, não viram com bons olhos, a
decisão de STP largar as relações com a República Popular da China; claro,
isto ainda num tempo em que a China, defendia a chamada revolução
socialista e não o revisionismo neoliberal dos milionários de
agora, que, sob o capa de servirem o Estado, vêm consolidando incalculáveis fortunas à medida que expandem
os tentáculos dos seus negócios privados por todo o mundo,
“O reconhecimento de Taiwan gerou uma crise política em São Tomé e Príncipe: a decisão do então Presidente da República Miguel Trovoada não foi apoiada pelo então primeiro-ministro Raúl Bragança e pela maioria da Assembleia Nacional. Só em 1999 São Tomé enviou um embaixador para Taiwan mas, apesar do começo atribulado, as relações santomense-formosinas mantiveram-se estáveis ao longo dos anos seguintes, como testemunham as várias visitas estatais de santomenses a Taiwan e os vários projectos taiwaneses de ajuda técnica nos âmbitos da agricultura, pecuária e tecnologias da informação, medicina, construção, energia e de atribuição de bolsas para formação técnica e académica" - 2013 - Sucessos e incertezas: o papel da ajuda médica nas
Tal
como também se ignorou outro facto histórico relevante, tanto pelo
Governante santomene, como nos discursos protocolares das entidades que
receberam "Teluowada",
JANTAR DIPLOMÁTICO – COM UM UM CIDADÃO CHINÊS E OUTRO DE TAIWAN
Junho 2014 - Afinal, mesmo que os
políticos, não se entendam e criem fronteiras, onde elas até nem
deviam existir, como é o caso da China e Taiwan, povos irmanados
pelos mesmos laços ancestrais, mas que, interesses externos, haviam separado da
forma mais violenta e belicista, há, no entanto, uma outra realidade, a
dos afetos e a da identidade cultural, que leva o seu tempo, tanto a
criar como apagar, e, pelos vistos, a China e Taiwan, têm mais pontos em
comum de que as separá-los.
E foi justamente o que ficou demonstrado, no dia 10 de Junho, Dia de Portugal, na festa que decorreu, em Lisboa, na Casa Internacional de S. Tomé e Príncipe, onde muitas pessoas da comunidade santomense, alguns portugueses, e, curiosamente, a que se juntaram duas importantes personalidades de Taiwan e da China: o Vice-presidente, desta instituição santomense, que é chinês e o Representante dos Negócios de Taiwan, em Portugal –
E foi justamente o que ficou demonstrado, no dia 10 de Junho, Dia de Portugal, na festa que decorreu, em Lisboa, na Casa Internacional de S. Tomé e Príncipe, onde muitas pessoas da comunidade santomense, alguns portugueses, e, curiosamente, a que se juntaram duas importantes personalidades de Taiwan e da China: o Vice-presidente, desta instituição santomense, que é chinês e o Representante dos Negócios de Taiwan, em Portugal –
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