Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Informação e análise
UM PAÍS POBRE E DESCAPITALIZADO – NÃO OBSTANTE
RECEBER MILHÕES DE FUNDOS INTERNACIONAIS, QUE DESAPARECEM NÃO SE SABE COMO
A vida do dia a dia do “Povo Pequeno” de S. Tomé e Príncipe” já conheceu melhores dias: mesmo para quem tem de se conformar com o ordenado mínimo de 45 euros mensais, arranjar meios para garantir o sustento é um tremendo calvário! Que só quem tem de arrostar com essa pesada cruz, é que poderá compreender o que é esse tão penoso sacrifício diário.: ”Temos empresários descapitalizados; temos médicos descapitalizados!... As pessoas não têm dinheiro!... Nós sabemos que todos os países atravessam uma situação de crise mas nós estamos numa situação péssima!!... Essa crise não tem limite em S. Tomé e Príncipe?!... As pessoas não estão a morrer na rua por ser um pais agrícola! – Desabafo de um dos deputados da oposição”, no aceso e polémico debate preliminar que antecedeu a aprovação do projeto de lei sobre o futuro funcionamento do Tribunal constitucional – Até porque, como dizia outro deputado, nesse mesmo período parlamentar, “Hoje o Governo tem a mão de tudo! Até dos Tribunais!”
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – O SEGUNDO PAÍS LUSÓFONO COM MAIOR CONSUMO DE
ÁLCOOL
Mais
de seis em cada dez jovens com mais de 19 em São Tomé e Príncipe consomem
bebidas alcoólicas, revelam estudos que concluem que o consumo entre os
estudantes está a crescer a um ritmo “assustador”, disseram investigadoras.
“Quase todos os dias vimos anúncios de cerveja, de vinhos! Há uma lei que proíbe o consumo de álcool aos menores de 18 anos mas na publicidade nunca consta isso!.... Mas não custava nada chamar atenção… Não se deve estar a acusar os santomenses de estar a beber muito: deve-se é arranjar soluções para que se ponha cobro a esse tipo de situação: porque, se é verdade que as pessoas estão a beber exageradamente, deve ser fruto da frustração de falta de condições! E isto é culpa do próprio Governo que tem que criar condições para que as pessoas” – Palavras que se ouviram, no inicio do mais recente debate parlamentar
“Quase todos os dias vimos anúncios de cerveja, de vinhos! Há uma lei que proíbe o consumo de álcool aos menores de 18 anos mas na publicidade nunca consta isso!.... Mas não custava nada chamar atenção… Não se deve estar a acusar os santomenses de estar a beber muito: deve-se é arranjar soluções para que se ponha cobro a esse tipo de situação: porque, se é verdade que as pessoas estão a beber exageradamente, deve ser fruto da frustração de falta de condições! E isto é culpa do próprio Governo que tem que criar condições para que as pessoas” – Palavras que se ouviram, no inicio do mais recente debate parlamentar
Mais de 60% dos
jovens são-tomenses com mais de 19 anos consomem álcool - Título de um artigo hoje publicado, baseado
num estudo académico
“Mais
de seis em cada dez jovens com mais de 19 em São Tomé e Príncipe consomem
bebidas alcoólicas, revelam estudos que concluem que o consumo entre os
estudantes está a crescer a um ritmo “assustador”, disseram investigadoras.
Mais de 63% dos jovens com mais
de 19 anos bebem álcool, disse a investigadora luso-são-tomense Isabel
Santiago, responsável por um estudo sobre o consumo de álcool e drogas entre os
jovens são-tomenses.
“É elevadíssimo, isso é
assustador”, concluiu.
Para a cientista, os resultados
apontam de um modo geral para toda a população escolar, com o consumo geral de
álcool a atingir 58% dos rapazes e 43% das raparigas.
“Todavia, eu fui fracionando
esses consumos e dividindo em subgrupos, por idades”, concluindo que entre 39 e
46% dos jovens com idades entre 15 e 18 anos consomem álcool, “mais do que
deveriam”, explica.
“Agora, jovens com mais de 19
anos - e eu já estou a falar de 12ª classe e ensino superior público - bebem
mais de 63%, é elevadíssimo”, acrescenta Isabel Santiago.
Segundo a autora do inquérito,
no ensino noturno e alfabetização, os dados apontam para um consumo de 57%, nos
dois géneros (homens e mulheres), enquanto no ensino técnico (frequentado
apenas por adultos) o consumo de álcool é de 73%.
“No ensino superior - e aí é
também assustador - são 79% de consumidores”, sublinha.
O estudo sobre o consumo de
álcool nas escolas foi entregue às autoridades governamentais, designadamente
ao ministro da Educação, Cultura, Ciência e Comunicação, Olinto Daio, ao
parlamento são-tomense e às direções das diversas escolas.
O documento inclui
recomendações que apontam para que haja mais atividades de ocupação de tempos
livres das crianças “para deslocalizá-las do contexto familiar onde se verifica
o consumo de álcool”.
Um dos resultados aponta que
56% dos filhos de pais que bebem e 59% dos filhos de mães que bebem consomem
mais.
“Ou seja, se eu fosse uma mãe
consumidora habitual de álcool, os meus filhos, ao verem-me beber álcool,
começa o efeito multiplicador”, explicou Isabel Santiago.
A diretora do Instituto da
Droga e Toxicodependência (IDT), Ivete Lima, revelou, por seu lado, que em São
Tomé e Príncipe já foram feitos quatro estudos que concluíram no “aumento de
consumo de drogas e bebidas psicotrópicas no seio de jovens e adolescentes na
faixa etária dos 10 a 24 anos”.
Os estudos foram realizados em
2010, 2014, 2016 e o quarto estudo realizado este ano pelo Unicef.
O estudo de 2016, realizado
pelo Instituto da Droga e Toxicodependência, indica que foram realizados
inquéritos na Região Autónoma do Príncipe, no Liceu Nacional (principal centro
do ensino do país), no liceu Manuel Margarido, no distrito de Mé Zóchi e na
escola de Algés em Cantagalo, terceiro maior distrito do país.
“Nós inquirimos mais de três
mil jovens e adolescentes na faixa etária dos 10 aos 24 anos e tivemos uma
percentagem bastante elevada em termos de consumo de bebidas alcoólicas, sendo
a mais elevada as idades entre os 20 a 24 anos, em que nós detetamos 68% de
consumo de bebidas alcoólicas”, explicou Ivete Lima.
A proliferação de venda de
bebidas alcoólicas, aumento de fabrico de bebidas espirituosas locais,
importação descontrolada de bebidas, a desagregação de valores na família
são-tomense e festas noturnas são as causas apontadas pelo IDT para o alto
consumo de bebidas e drogas no país.
O comando da polícia nacional
são-tomense associa o aumento de criminalidade no país ao aumento de consumo de
drogas e de bebidas alcoólicas.
Na semana passada, a Policia
Nacional anunciou mais de 160 crimes numa semana, ou seja, mais de 22 crimes
por dia, destacando-se entre eles a violência domestica, assaltos a mão armada,
violação sexual e um caso inédito de uma criança de sete anos que esfaqueou
outra de seis anos que foi socorrido no hospital Ayres de Menezes. Extraído de http://www.dnoticias.pt/mundo/mais-de-60-dos-jovens-sao-tomenses-com-mais-de-19-anos-consomem-alcool-CE1530774
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