Por isso mesmo, e guardando eu desta maravilhosa terra as mais gratas recordações, sim, do esplendoroso e luxuriante prodígio que Deus fez erguer dos fundos dos abismos marítimos e no centro do mundo, tendo-a. pois, como se minha pátria amada se tratasse, aproveito para aqui expressar, na pessoa do seu Presidente Evaristo Carvalho, os meus calorosos parabéns e os votos amigos de que seja um dia verdadeiramente alegre, festivo e de esperança num futuro melhor, do que aquele que tem vindo a dividir e a ensombrar, social, politica e economicamente a sua tão sacrificada e martirizada população
ONTEM AINDA SE NÃO SABIA SE O PRIMEIRO-MINISTRO, PATRICE TROVOADA, AUSENTE DO PAIS HÁ UM SEMANA, EM MAIS UMA DAS CENTENAS DE VIAGENS PELO ESTRANGEIRO, ESTARIA PRESENTE - Acabou por não comparecer, receando ser vaiado nas cerimónias, dando mais importância ao casamento de um familiar, previsto para o dia 14 do corrente mês, admitindo-se que só regresse ao país no próximo dia 21
Tivemos conhecimento que o ambiente era de pessimismo e descrença, que ainda se caiavam paredes e ultimavam os arranjos para a tradicional celebração comemorativa, que, pela primeira vez, decorrer fora da emblemática Praça da Independência, em clima de alguma crispação pré-eleitoral, com vista ao escrutínio das eleições autárquicas - Espero, no entanto, que seja um dia mais de união, de solidariedade e de saudável e participativa comunhão num objetivo comum, sim de muita e justificada alegria de que de querelas e divisão.
PALAVRAS PROFERIAS HÁ DOIS ANOS PELO FUNDADOR DA NACIONALIDADE SANTOMENSE QUE CONTINUAM PERFEITAMENTE ATUAIS
"O mundo mudou e São Tomé e Príncipe soube acompanhar essa mudança e ser pioneiro em África na transição pacífica e tranquila do monopartidarismo" - Palavras do discurso, proferido, há dois anos, pelo então Presidente Manuel Pinto da Costa, que aqui volto a reproduzir, dado o alcance e o significado que as mesmas traduzem
Compatriotas
Não foi um caminho fácil nem isento de erros mas é preciso sublinhar hoje que partimos praticamente do zero com um legado colonial cujas consequências negativas perduraram durante muitos anos.
Muita coisa mudou entretanto. O mundo mudou e São Tomé e Príncipe soube acompanhar essa mudança e ser pioneiro em África na transição pacífica e tranquila do monopartidarismo para a democracia multipartidária.
Este é um percurso que nos deve orgulhar. É um património da nossa história que devemos valorizar.
Não podemos continuar a viver de saudosismos. Nem de um passado que já não volta nem daquilo que poderíamos ter feito e não fizemos.
Não podemos fazer da nossa história um alibi permanente para a situação em que o país se encontra nem justificação para que São Tomé e Príncipe não arranque em direcção ao progresso.
Gostaria, a este propósito, saudando calorosamente nesta ocasião, os povos irmãos de Moçambique, Angola, Cabo-Verde e Guiné Bissau que celebram como nós a independência, recordar e citar palavras recentes do ex-presidente Moçambicano, Armando Guebuza.
Disse este:
É na nossa identidade, que começámos a reconstruir nas quatro décadas que levamos de independência que reside a chave para o sucesso de São Tomé e Príncipe, recusando a nacionalização do pessimismo, da crítica destrutiva, do desânimo, da inércia e do isolamento insular que nos empurra constantemente para nós próprios.
Podíamos ter feito melhor? Podíamos.
Podíamos ter cometido menos erros? Podíamos.
Podíamos ter alcançado melhores resultados? Podíamos.
Mas é valorizando o que conseguimos enquanto povo apesar de todas as dificuldades que enfrentámos que podemos potenciar o que há de melhor em nós e o país, não tenhamos dúvidas, precisa do melhor de nós. De todos nós, sem exclusões de qualquer natureza.
Temos uma democracia estabilizada e com provas dadas de maturidade.
Temos um capital humano jovem, generoso e com vontade de participar no desenvolvimento do país com potencialidades enormes se devidamente aproveitadas.
Somos um povo que apesar das desigualdades tem sabido manter a paz e coesão social.
Estes são também traços da nossa identidade que todos os que ocupam os centros de decisão têm de ter a capacidade de mobilizar e potenciar para desenvolver as mais-valias da posição geoestratégica do país no golfo da Guiné com um mercado ao seu alcance de mais de 300 milhões de consumidores.
Hoje queria acrescentar que temos de saber também e ao mesmo tempo construir pontes entre nós próprios, independentemente das diferenças, num permanente diálogo construtivo e gerador de consensos estratégicos que permitam ao país construir um futuro melhor, o futuro com que todos sonhamos desde que conquistámos a independência.
Mesmo que os resultados fiquem aquém das expectativas o diálogo será sempre um instrumento fundamental para unir as diferenças, enriquecer a diversidade e encontrar caminhos comuns que mobilizem as energias da nação para vencer os desafios do século XXI.
Compatriotas
Mas permitam-me algumas palavras em especial de solidariedade para os mais desfavorecidos. Aos que diariamente vivem o flagelo da pobreza, da sobrevivência, da incerteza sobre o dia de amanhã.
Este é um combate que iniciámos há 40 anos e que temos de fazer com o mesmo espirito com que lutámos pela autodeterminação.
E para o conseguirmos é preciso como então, união entre todos os Santomenses, sejam quais forem as suas origens, credos ou convicções políticas.
Apostando, rumo ao progresso, nos recursos que temos ao nosso dispor sem ficar à espera daqueles que ainda não temos, na nossa agricultura, no mar e na pesca, na educação, na saúde, na prestação dos serviços, na atracção de investimento produtivo, no aprofundamento da cooperação com os nossos parceiros, no estreitamento do envolvimento e ligação à diáspora.
Esta é uma aposta de todos e que só pode ser ganha com união entre todos.
Numa conjuntura externa adversa de crise económica internacional persistente e numa altura em que a crise na zona euro decorrente dos últimos acontecimentos na Grécia aumenta o grau de incerteza quanto ao futuro temos de saber só unidos estaremos preparados para ultrapassar todas as dificuldades.
“ Estou firmemente em crer que todo o nosso povo estará connosco, que todo o nosso povo tem a consciência desse momento e nós conseguiremos com ele construir uma pátria nova. Uma pátria onde todos os homens de São Tomé e Príncipe serão felizes”
Quarenta anos depois este tem de continuar e continuará a ser o nosso grande propósito." ------------------- Discurso na íntegra do Presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da costa
Há 41 anos começámos a construir um caminho que escolhemos para São Tomé e Príncipe como nação livre e independente", afirmou Pinto da Costa, que apelou às novas gerações para não esquecerem a data que assinala a saída do poder colonial português.
Hoje, disse, "é também um dia que devemos viver com união, apesar das diferenças, para que todos possamos ser livres".
"É o dia da independência, o dia mais importante da nossa história enquanto povo, o dia em que conquistámos a liberdade e tomamos o destino nas nossas mãos. Esta será para sempre uma data inesquecível e por todos deve ser celebrada", discursou Manuel Pinto da Costa, numa cerimónia em que não esteve presente o primeiro-ministro, com quem tem sido difícil a relação.
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