O Marinho Costa, foi meu
colaborador na Revista Semana Ilustrada, de Luanda, e, mais tarde, em Portugal,
fui eu a colaborar com ele, em centenas de casamentos, comunhões, batizados
com a comunidade africana e até num comício de campanha. O seu laboratório situava-se na Cova da Moura, num edifício de dois pisos, que ele construíra de raiz a partir de uma simples barraca – Após a privatização da Rádio Comercial-RDP, fiquei
desempregado e ele deu-me a mão - O seu maior sonho era voltar à sua amada Ilha de São Tomé, para o que ali construíra, com muito esforço, uma linda casa, com uma vista magnifica sobre a Baía Ana de Chaves, que já não chegara a habitar. Seus dois filhos, que eu vi crescer, residem em Inglaterra, ambos são licenciados e estão ali muito bem vistos. A sua esposa está em Portugal e foi justamente ela que me facultou duas fotografias do seu saudoso esposo - Mas eu aproveito para aqui também lembrar duas páginas da revista Semana Ilustrada, com fotos de sua autoria.
Fotos de Marinho Costa |
Mais tarde, já em Portugal, quando a RDP-Rádio
Comercial foi privatizada, passei a fotografar com ele - Foi uma experiência
muito enriquecedora: não apenas pelos conhecimentos práticos que ainda pude
adquirir(ao fotografar algumas centenas de casamentos, batizados e comunhões)
como também pela oportunidade de conhecer por dentro - no interior das suas
barracas - a vida de muitos africanos, emigrantes, nomeadamente na Cova da
Moura –
Fotos de Marinho Costa |
De ora avante,
deu-se este facto curioso: é que podia até esquecer-se de deixar a chave na
porta, como por vezes lhe aconteceu, que ninguém, na sua ausência, se atrevia
lá a entrar: tanto ele, como eu e outros colaboradores (as) divertíamo-nos com
isso: sabendo que nenhum de nós tínhamos poderes especiais mas da fama não nos
livramos. -Infelizmente, do que não logrou resistir, jamais restabelecer-se,
foi do acidente que ele próprio teve no seu automóvel, quando alguém embateu
nele violentamente - Fisicamente, nunca mais foi o mesmo e, afinal, o Marinho
Costa, tinha ainda tanto a dar: à sociedade e à sua maravilhosa Ilha, na qual,
fruto das suas economias, do seu trabalho, em Portugal, onde construiria uma
belíssima casa, que não chegaria a ter o prazer de habitar, já que Deus o
chamou para a sua companhia no limbo da Eternidade, no lugar dos Justos, onde
creio que se encontrará até ao Juízo Final.
Na madrugada de
domingo (24/02/13) faleceu provavelmente um dos, se não o melhor fotografo da
comunidade PALOP a nível internacional... viajando por diversos países e
continentes foi deixando a sua marca em varias pessoas tirando fotografias em
ambientes diferentes desde casamentos, batizados, banquetes etc, deixando recordações
em milhares de casas pelo mundo inteiro.
Palavras nao chegam para descrever esta pessoa
magnifica, a não ser perguntando aquelas pessoas que o rodeavam... Agora descansa em paz meu PAI... 04/02/1951 - 24/02/2013
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