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sexta-feira, 14 de março de 2025

São Tomé - Roça Uba-Budo vendida à Rússia e abandona empresa santomense de há 40 anos e por técnicos nacionais - Fui lá empregado de mato em finais 63- . Uma das mais importantes roças do país, com uma área de 2.460 hectares. Onde se produzem todas as culturas tropicais, Possuidora de minerais raros e até de petróleo. Em 1953 produziu 394 toneladas de cacau, 9 de café, 296 de coconote, 94 de copra e 219 de óleo de palma

                                                          Jorge Trabulo Marque



São Tomé - Roça Uba-Budo vendida à Rússia e escorraça empresa santomense - Fui lá empregado de mato em finais 63- Trabalhada desde há 40 anos por técnicos nacionais. Uma das mais importantes roças do país, com uma área de  2.460 hectares. Onde se produzem todas as culturas  tropicais, Possuidora de minerais raros e até de petróleo. Em 1953 produziu 394 toneladas de cacau, 9 de café, 296 de coconote, 94 de copra e 219 de óleo de palma


Considero um erro entregarem-se as principais riquezas naturais totalmente à mercê da gula estrageira. Em vez de, pelo menos, se promoverem parcerias com empresas formadas por técnicos ou empresários nacionais - Situação que vem acontecendo em toda a África e não só. Fenómeno que vem gerando maior desemprego e um desenvolvimento mais ilusório de que substancial. 

 Foi noticiado pelo jornal Téla Nón. que, Deodato Tiny, engenheiro agrónomo acompanhado pelos filhos foi a Uba Budo Praia testemunhar o fim de mais de 40 anos de trabalho na roça onde trabalhou desde a década de 80 do século XX.

Deodato Tiny é o sócio-gerente da empresa de capital santomense, criada há 23 anos, a SAN UBA BUDO. Em maio de 2024 a sociedade que foi criada por quadros nacionais, nomeadamente 3 engenheiros agrónomos e 2 economistas recebeu uma ordem do ex-ministro da Agricultura Abel Bom Jesus para abandonar a roça. «Fomos escorraçados. Deram-nos 15 dias para sair daqui. Nem nos permitiram tratar do cacau que tinha sido colhido», confirmou Deodato Tiny.

Preservar o património histórico colonial da empresa foi um dos nossos compromissos. De todo património colonial de Uba Budo e suas 10 dependências só este continua intacto. Foi um trabalho difícil», alertou.

Esta fotografia, foi registada no mesmo dia e  quase ao lado, quando me postei junto a um velho cacaueiro, lembrando-me dos tempos em que por ali andava de machim na mão, subindo e descendo grotas mais íngremes de que as encostas ou ladeia da minha aldeia - Ouço o testemunho neste vídeo - De um antigo trabalhador na Roça Uba-Budo



PASSADO HISTÓRICO DA ROÇA UBA-BUDO - José Ferreira do Amaral,, foi o  fundador destA propriedade,  que a despovoou  e plantou, primeiro de café e depois de cacau, tendo depois também adquirido  as  roças Rosário e Vale Carmo, e no Norte de Ilha a Roça Bindá . :

 Após o seu falecimento, ocorrido em 1916, formou-se, então, a   Companhia Agrícola Ultramarina. que também já adquiriu as Roças Coimbra, para ligar S. João ao Valle Carmo é Rosário e a Roça Guegue que |  ficou ligada à Uba Budo

A Rça Uba-Budo é do tipo grande propriedade, com uma área de 2.460º hectares toda cultivada. A sua principal cultura ainda é hoje o cacau. Se bem que as oleaginosas  se estejam a desenvolver cada vez mais .

A Roça Uba-Budo possui optimas  construções de alvenaria, incluindo as do pessoal africano.um bom hospital, e as suas plantações cuidadas e tem progredido.

Esta propriedade é servida por 34 quilómetros e  de via férrea e por uma rede de estradas de 110 Km: a totalidade  da via férrea Km e a rede estradas é de 300Km

DESEMPREGO E EMIGRAÇÃO -

18% da população de STP vive no estrangeiro cerca de 40 mil, e a metade abandonou o país em 2023  - Refere estudo do  Banco Mundial que pretende ajudar o país a definir estratégias que garantam um modelo migratório sustentável, diz que «actualmente pelo menos 18% da população de São Tomé e Príncipe reside no estrangeiro, totalizando aproximadamente 39.773 santomenses».

O relatório acrescenta que nos últimos 5 anos «as saídas do país aumentaram em 106%». 2023 se destaca como sendo o ano de maior êxodo para o estrangeiro. «Só em 2023, 24.156 pessoas deixaram o território nacional», precisa o estudo do Banco Mundial.

Os jovens dos 18 aos 35 anos são os que mais emigram, correspondendo a 72% da população emigrada. 30% dos santomenses que abandonaram o país frequentaram o ensino superior, 40% possuem o ensino secundário, e 25% não completaram o ensino básico..

Portugal continua a ser o principal destino devido aos laços históricos e culturais e ao recente acordo de mobilidade da CPLP. O relatório refere que Portugal absorveu 51,7% dos cerca de 40 mil emigrantes santomenses. Angola recebeu 17,2%, Gabão 16,4%, Cabo Verde 4,5%, e a Guiné Equatorial 4,5%.

 

 

 

A DIFÍCIL VIDA NAS ROÇAS – DO MEU  TEMPO E AINDA DE AGORA  -Para a maioria dos que ainda nelas resistem - sobretudo, de origem cabo-verdiana, com o coração ruído de saudades  das suas queridas ilhas, a situação, em que se encontram, atualmente, não é ainda a mlhor. Mas  verdade é que, para quem ali trabalhou, como eu,  esses enormes feudos coloniais, trazem também lembranças de febres palustres e  rosários de humilhações, de muitos sacrifícios e  adversidades 

  
Trabalhei nesses feudos e conheci bem a dureza da vida, nessas grandes propriedades, quer para os chamados serviçais, quer para os nativos que ali iam fazer os mesmos trabalhos, mas também para os empregados de mato, que eram igualmente escravizados, mal pagos e que apenas tinham direito à chamada graciosa, de quatro em quatro anos  

No meu tempo, a vida por lá também era bem dura e penosa, tanto para os empregados de mato, tal o meu caso, como para os escravizados trabalhadores .Quer  chovesse ou fizesse sol, o trabalho não se suspendia e tinha de começar muitos antes dos seus raios raiarem por entre a floresta ou lá no horizonte do fundo do mar. 




Foz Côa e o desfile etenográfico e alegório da Festa da Amendoeira em Flor

 

V. N. de Foz Côa e o desfile etenográfico e alegório da Festa da Amendoeira em Flor - O tempo foi de chuva e frio mas o entusiasmo não faltou. Este o evento, mais aguardado,  com que culminou o tradicional certame que percorreu as  principais ruas e avenidas da cidade 

video do desfile 

O desfile etenográfico e alegórico, da Festa da Amendoeira em Flor, decorreu no passado domingo, 2 de Março de 2025, inserido na Festa da Amendoeira em Flor do Município de Foz Côa.. O tempo foi de chuva e de temperatura muito baixa, contrariamente ao que tem sucedido em  anos anteriores. No entanto, mesmo assim, não faltou entusiasmo para, cada uma das 17 freguesias do concelho, mostrarem os seus temas alegóricos de cariz tradicional. E, na verdade, de um modo ou de outro, todos se fizeram representar 

Tal como é reconhecido, a floração da amendoeira em flor , antecipa a chegada da Primavera - Conquanto, grande parte das suas encostas, vales ou ladeiras,, se venham já desertficando, nem por isso deixam de se ver os seus lindos mantos floridos. matizados de rosa e branco,  à beira das estradas ou caminhos e por outros pontos 

 






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VILA NOVA DE FOZ CÔA – O CONCELHO COM DOIS PATRIMÓNIOS DA HUMANIDADE



O concelho de Vila Nova de Foz Côa – das poucas terras que alberga dois patrimónios: o do vale do Côa, as gravuras rupestres e  o  
património material e imaterial do Douro Vinhateiro, de cuja região também faz parte, tendo, inclusivamente, além da produção do generoso, o afamado Barca Velha.

domingo, 9 de março de 2025

Lá no “Água Grande a caminho da roça" Da Mátria da Poesia e da Independência Santomense, Alda Graça do Espírito Santo , faleceu em 9 de Março de 2010

                              Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Com vidios  da vida na Roça




Lá no “Água Grande
negritas batem que batem co’a roupa na pedra.
Batem e cantam modinhas da terra.

Cantam e riem em riso de mofa
histórias contadas, arrastadas pelo vento
Riem alto de rijo, com a roupa na pedra
e põem de branco a roupa lavada.

As crianças brincam e a água canta.
Brincam na água felizes…
Velam no capim um negrito pequenino.

E os gemidos cantados das negritas lá do rio
ficam mudos lá na hora do regresso…
Jazem quedos no regresso para a roça.

Alda do Espirito Santo in ‘Antologias de Poesia’


Por Jorge Trabulo Marques  - Jornalista 

A Mátria da Poesia e da Independência Santomense, Alda Neves da Graça Espirito Santos,  mais conhecida por Alda Graça, faleceu em 9 de Março de 2010, - Nasceu em 30 de Abril de 1926, figura  incontornável da  Cultura e da História das Ilhas Verdes do Equador,  foi homenageada, dia 8, pela Rede das Mulheres Parlamentares por ocasião do Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, ou seja,   24 horas antes de completar o 11º aniversário de falecimento.

Ocupou vários altos cargos no governo como; Ministra da Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura, Presidente da Assembleia Nacional e Secretária-Geral da União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé

.É reconhecido, que, nos seus poemas, aparecem as mais variadas antologias lusófonas, bem como em jornais e revistas de São Tomé e Príncipe, com Alda Graça a escrever “mataram o rio da minha cidade” numa das suas obras de grande relevância a nível nacional e além fonteiras.

No âmbito da política, Alda Espirito Santo, que sempre pugnou por princípios e valores, sobretudo, sociais, éticos e culturais, foi qualificada por muitos, como a figura política são-tomense de consenso,




 


As roças de São Tomé e Príncipe remontam ao período colonial português, e foram construídas entre meados do séc. XIX e meados do séc. XX, para a produção de café e cacau. As roças são explorações agro-industriais que incluem um vasto conjunto de edifícios, arruamentos, e infraestruturas, e que representam a concretização física e simbólica de um sistema baseado na desigualdade social e económica. O funcionamento das roças assentava num regime de trabalho forçado ou escravatura sendo que o caráter de segregação era patente na composição formal e na lógica funcional do conjunto arquitetónico e paisagístico. Atualmente parte deste património arquitetónico e paisagístico é utilizado para diversos fins tais como para iniciativas locais (e.g. Museu do Café na roça Monte Café, e eco hotel na roça Monte Forte), ou promovidas por empresas internacionais (e.g. resort de luxo na roça Sundy), e, ainda, um grande número de roças tem vindo a ser ocupado ilegalmente para efeitos de habitação e atividades de subsistência de pequena escala.- Pormenores https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/27779/1/book_94572.pdf

sábado, 8 de março de 2025

Dia Internacional da Mulher - Com poema de Florbela Espanca - Meu tributo a todas as mulheres, seja qual a sua origem, credo ou cor, - Pelo teu amor-materno e por todos os teus sacrifícios ou abandonos que tens que enfrentar

 


A MULHER
Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
Florbela Espanca




A

Dum rei; amor de sonho e de saudade,

José António Saraiva - Faleceu - A vida é breve e a outra, a eterna, leva-nos quando menos se espera - Dois distintos primos -José António Saraiva e o António Manuel de Paula Saraiva - Filhos de Ilustres figuras nacionais Um deles, o José, já partiu para a eternidade, no passado dia 6

  Jorge Trabulo Marques - Jornalista


José António Saraiva - Faleceu - A vida é breve e a outra, a eterna, leva-nos quando menos se espera - Dois distintos primos -José António Saraiva e o António Manuel de Paula Saraiva - Filhos de Ilustres figuras nacionais Um deles, o José, já partiu para a eternidade, no passado dia 6
Dois distintos primos -José António Saraiva e o António Manuel de Paula Saraiva - Filhos de Ilustres figuras nacionais Um deles, o José, já partiu para a eternidade, no passado dia 6

Meu encontro, com os dois, ambos grandes autores e historiadores, ocorreu há 4 anos, na 91.ª edição da Feira do Livro de Lisboa,
José António Saraiva, faleceu aos 77 anos, antigo director do Expresso e fundador do Sol. Autor de vários livros de política e história e de também de quatro romances.

É referido pelo Express, que "começou a escrever aos 17 anos no Diário de Lisboa Juvenil, seguiu-se o Diário de Lisboa, A Bola, o Espaço T Magazine, A República, o Portugal Hoje e o Comércio do Funchal enquanto mantinha a sua atividade profissional enquanto arquiteto.

Chegou o convite de se juntar ao Expresso para substituir Marcelo Rebelo de Sousa, mas, como conta na sua última crónica para o jornal Nascer do Sol, publicada a 28 de fevereiro: "Gostava muito do que fazia e a ideia de me tornar jornalista não me aliciava de todo".

Foi assim que nasceu o Temperatura Política, "um texto mais pequeno, dedicado não à análise da semana, mas a um tema específico", que depois evoluiu para o Política à Portuguesa.

Foi devido ao sucesso das suas crónicas que Augusto Carvalho o convidou para assumir o cargo de subdiretor do semanário, ao relembrar a sua carreira escreve que "os dez primeiros anos foram penosos, depois as coisas acalmaram".

Ainda estava no Expresso quando achou que "era tempo de fazer outra coisa: um jornal mais leve, concorrente do Expresso" e propôs isso mesmo a Francisco Pinto Balsemão, que conta que considerou que seria "um tiro no pé ou um pouco mais acima". Assim sendo procurou apoios fora e, com o banco BCP, Manuel Boto, Ana Paula Azevedo, Joaquim Coimbra e o empresário José Paulo Fernandes, fundou o SOL em 2006, mais tarde o jornal viu-se obrigado, por questões legais, a mudar o nome para Nascer do Sol.

Na última vez que escreveu aos leitores afirmou: "Não quero dizer uma despedida, o tempo o dirá se tiver condições para voltar a escrever".

"Gosto de escrever mas sofro. Mas às vezes, ao ler o que escrevo, interrogo-me: ‘Mas fui eu que consegui escrever isto?’. Outras vezes pergunto-me: ‘Mas como pude ter eu escrito tão mal?’. São momentos", continua numa referência aos seus livros

Salazar e Caetano - O Tempo em que Ambos Acreditavam Chefiar o Governo, de autoria de José António Saraiva - Mais um contributo histórico para o conhecimento de Oliveira Salazar - Na contracapa da obra, é sublinhado, que” Marcello Caetano instala o seu gabinete no edifício do Parlamento, ficando com vista para o palacete onde vive Salazar, já enfermo. Dá-se assim o facto extraordinário de o antigo e o novo chefe do Governo estarem instalados a oitenta metros um do outro, separados por um jardim!

Marcello, da sua janela, pode ver Salazar sentado debaixo da pérgula onde gosta de estar; e este, quando contempla o edifício da Assembleia, pensando que ainda detém o poder, não sonha que ali à sua frente trabalha o verdadeiro presidente do Conselho. É uma situação nunca vista!



As Árvores da Cidade – é o titulo do livro de António Manuel de Paula Saraiva - Um sugestivo contributo para a chamada da importância das árvores na cidade de Lisboa – Que, segundo refere a obra, "além das melhorias que trazem ao clima da cidade, têm um efeito harmonizador na paisagem urbana: logo que estas chegam a uma rua a paisagem torna se mais suave, mais estimulante. Por vezes as árvores lembram nos memórias passadas, jardins desaparecidos, construções derrubadas. As árvores crescem para todos, sem discriminarem a ninguém. Dão muito e pedem pouco, oferecem nos saúde e beleza"