expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

domingo, 9 de março de 2025

Lá no “Água Grande a caminho da roça" Da Mátria da Poesia e da Independência Santomense, Alda Graça do Espírito Santo , faleceu em 9 de Março de 2010

                              Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Com vidios  da vida na Roça




Lá no “Água Grande
negritas batem que batem co’a roupa na pedra.
Batem e cantam modinhas da terra.

Cantam e riem em riso de mofa
histórias contadas, arrastadas pelo vento
Riem alto de rijo, com a roupa na pedra
e põem de branco a roupa lavada.

As crianças brincam e a água canta.
Brincam na água felizes…
Velam no capim um negrito pequenino.

E os gemidos cantados das negritas lá do rio
ficam mudos lá na hora do regresso…
Jazem quedos no regresso para a roça.

Alda do Espirito Santo in ‘Antologias de Poesia’


Por Jorge Trabulo Marques  - Jornalista 

A Mátria da Poesia e da Independência Santomense, Alda Neves da Graça Espirito Santos,  mais conhecida por Alda Graça, faleceu em 9 de Março de 2010, - Nasceu em 30 de Abril de 1926, figura  incontornável da  Cultura e da História das Ilhas Verdes do Equador,  foi homenageada, dia 8, pela Rede das Mulheres Parlamentares por ocasião do Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, ou seja,   24 horas antes de completar o 11º aniversário de falecimento.

Ocupou vários altos cargos no governo como; Ministra da Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura, Presidente da Assembleia Nacional e Secretária-Geral da União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé

.É reconhecido, que, nos seus poemas, aparecem as mais variadas antologias lusófonas, bem como em jornais e revistas de São Tomé e Príncipe, com Alda Graça a escrever “mataram o rio da minha cidade” numa das suas obras de grande relevância a nível nacional e além fonteiras.

No âmbito da política, Alda Espirito Santo, que sempre pugnou por princípios e valores, sobretudo, sociais, éticos e culturais, foi qualificada por muitos, como a figura política são-tomense de consenso,




 


As roças de São Tomé e Príncipe remontam ao período colonial português, e foram construídas entre meados do séc. XIX e meados do séc. XX, para a produção de café e cacau. As roças são explorações agro-industriais que incluem um vasto conjunto de edifícios, arruamentos, e infraestruturas, e que representam a concretização física e simbólica de um sistema baseado na desigualdade social e económica. O funcionamento das roças assentava num regime de trabalho forçado ou escravatura sendo que o caráter de segregação era patente na composição formal e na lógica funcional do conjunto arquitetónico e paisagístico. Atualmente parte deste património arquitetónico e paisagístico é utilizado para diversos fins tais como para iniciativas locais (e.g. Museu do Café na roça Monte Café, e eco hotel na roça Monte Forte), ou promovidas por empresas internacionais (e.g. resort de luxo na roça Sundy), e, ainda, um grande número de roças tem vindo a ser ocupado ilegalmente para efeitos de habitação e atividades de subsistência de pequena escala.- Pormenores https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/27779/1/book_94572.pdf

Nenhum comentário :