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quarta-feira, 30 de abril de 2025

S. Tomé e Príncipe - Alda Graça do Espírito Santo –Poetiza, Escritora e Militante ,Nasceu em S. Tomé a 30 de Abril de 1926. Meu tributo à sua memória com a leitura do poema, Lá no Água Grande, lido junto a um antigo castro nos arredores da minha aldeia, Chãs, freguesia de V. N de Foz Côa, de autoria da Grande Mãe das Ilhas Verdes do Equador. A efeméride, é assinalada com uma Conferência Nacional, no Pavilhão , que tem o seu nome. No Liceu Nacional de STP

                                         Jorge Trabulo Marques Jornalista, escritor e investigador 



 A Conferência Nacional sobre Alda Espírito Santo, que pretende  marcar o ponto alto do Mês da Cultura Nacional, começou a decorrer, ontem, quarta-feira, com sessões, neste dia do seu saudoso aniversário, ao longo do qual vão estar em destaque as múltiplas e convergentes facetas de Alda Espírito Santo.

Alda Graça do Espírito Santo – A Grande Mãe das Ilhas Verdes do Equador, nasceu em S. Tomé a 30 de Abril de 1926 – Deixou-nos há 15 anos, em Angola 9 de Março de 2010


ALDA- Duas sílabas numa só palavra - Acrescida do apelido divino " do Espírito Santo - Nome da Inesquecível Musa, a Mui Amada e Grande Mãe das Ilhas Maravilha - A Grande Inspiradora Poetiza da liberdade e da Beleza! A Grande Irmã da Dor e do Amor e do sentimento amargo e mui dolorido sofrimento ancestral de um Povo - Quem esquecerá o seu rosto?

Não partiu para o exilio mas, mesmo sob a vigilância da antiga policia politica (PIDE) nem por isso deixou de usar a palavra, os seus versos, como a voz mais ativa e interveniente pelo seu Povo - Considerada, por isso, como expoente máximo do nacionalismo são-tomense, pós independência. Alda Graça, morreu em Angola para onde foi evacuada por razões de saúde. Morreu na terra dos seus compatriotas de luta pela independência nacional, como Mário Pinto de Andrade. Um dos nomes de Angola que Alda Graça muitas vezes citou nas suas intervenções públicas.

Lá no «Água Grande»

Lá no «Água Grande» a caminho da roça
negritas batem que batem co’a roupa na pedra.
Batem e cantam modinhas da terra.

Cantam e riem em riso de mofa
histórias contadas, arrastadas pelo vento.

Riem alto de rijo, com a roupa na pedra
yyy

e põem de branco a roupa lavada.
As crianças brincam e a água canta,
brincam na água felizes…
Velam no capim um negrito pequenino.

E os gemidos cantados das negritas lá do rio
ficam miúdos lá na hora do regresso…
Jazem quedos no regresso para a roça.

(Poesia negra de expressão portuguesa, 1953)

Fevereiro

Alda Graça do Espírito Santo


De seu nome completo, Alda Neves da Graça Espírito Santo Nasceu a 30 de Abril de  1926, em S. Tomé ,. Faleceu em 9 de Março de 2010Filha de uma professora primária e de um funcionário dos Correios, ainda nova faz seus primeiros estudos em São Tomé. 1940:

 Em meados de 1940, muda-se com a família para o norte de Portugal, anos depois a família muda-se para Lisboa onde Alda inicia seus estudos universitários. 1950: 

No início dessa década, morando em Lisboa com a família, Alda Espírito Santo faz contato com alguns dos importantes escritores e intelectuais que viriam a ser os futuros dirigentes dos movimentos de independência das colônias portuguesas de África, como Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade, Agostinho Neto, Francisco José Tenreiro, entre outros.

A casa de sua família, no número 37 da Rua Actor Vale, funcionava como local de encontros do CEA (Centro de Estudos Africanos). Os encontros regulares na casa de Alda promoviam palestras sobre temas diversos como Linguística, História e também sobre a consciência cultural e política acerca do colonialismo, do assimilacionismo e da defesa do colonizado.  

Alda da Graça voltou a São Tomé, trabalhando como professora. Logo juntou-se ao advogado português Palma Carlos nas investigações  sobre as atrocidades cometidas pelas autoridades coloniais durante o massacre de fevereiro de 1953. Em 1965, foi presa em Lisboa por motivar a subversão no arquipélago.  Em 19 de setembro de 1974 ela liderou um grupo de mulheres vestidas de preto em uma manifestação em frente ao palácio do governo contra suspeitas de envenenamento da água e do sal pelos portugueses.

Depois da independência, essa data foi declarada Dia Internacional da Mulher.  Alda escreveu o hino nacional de São Tomé, “Independência Total”.

Na organização do país, após a emancipação, tornou-se Ministra da Educação e Cultura do governo de transição,  foi presidenta da Assembleia Popular Nacional (1980-1990), e desde  1987 até a sua morte, presidiu a União de Escritores e Artistas de  São Tomé e Príncipe (UNEAS).

 Como poetisa, publicou em diversas antologias, e é autora dos seguintes livros: É nosso o solo sagrado da terra (1978), Mataram o rio de minha  cidade (2002) e A poesia e a vida (2006). Seu poema  mais conhecido chama-se Onde estão os homens caçados neste vento de loucura (1977).  BIBLIOGRAFIA


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