A frieza nas palavras e na hipocrisia de Patrice Trovoada, proferidas à televisão, na manhã do dia 25 de Novembro de 2022, que o video documenta - De um grande impostor e manobrador: como era possível, que, quatro ou cinco civis pudessem assaltar um quartel militar? Sempre pensei que havia uma criminosa encenação.
Como, aliás. o veio comprovar o relatório publicado, a que já nos referimos, mas que justifica nova abordagem "Peritos da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) concluíram que "não existem provas sérias e convincentes" sobre uma tentativa de golpe de Estado, declarada pelas autoridades são-tomenses em novembro de 2022. A conclusão está expressa no relatório da organização regional a que a agência Lusa teve acesso.
Diz o jornal santomense Téla Nón, que, "o MLSTP lança duras acusações ao governo do ADI após a divulgação do relatório da CEEAC sobre os acontecimentos sangrentos de 25 de novembro de 2022. A oposição afirma que nunca houve tentativa de golpe, mas sim um espetáculo de poder que terminou com quatro mortos, medo generalizado e uma justiça em silêncio.
Era madrugada de 25 de novembro. A notícia de uma tentativa de golpe de Estado abalava o país. Dias depois, quatro civis apareciam mortos no quartel das Forças Armadas. A versão oficial falava em defesa da democracia. O novo relatório da CEEAC, no entanto, trouxe uma reviravolta: não houve golpe. Houve encenação.
É essa a conclusão também assumida agora pelo MLSTP, que rompe o silêncio com um comunicado duro, exigindo justiça e responsabilização política.
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Patrice Trovoada no seu estilo Rambo |
Para o maior partido da oposição, o que se passou foi uma montagem encenada para reprimir, intimidar e eliminar politicamente adversários, e o resultado foi trágico. O MLSTP fala em “musculação do poder”, manipulação da justiça e uso do medo como arma de governação.
“Esses objetivos foram em parte alcançados: vidas humanas foram ceifadas, e o medo generalizou-se”, diz o presidente do partido, Américo Barros, aos órgãos de comunicação social.
O partido critica ainda os contratos públicos firmados pelo governo do ADI, que, segundo o comunicado, causarão “danos financeiros graves ao país” e beneficiam apenas interesses privados
RECORDANDO A MANIFESTÃO DE UM GRUPO DE SANTOMENSES EM PORTUGAL
Um grupo de cidadãos são-tomenses radicados em Portugal, na tarde deste último sábado, reuniram-se em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, empunhando uma faixa com a frase "Massacre de 25 de Novembro 2022” e as imagens das quatro vítimas mortas e torturadas, sob a voz e o coro repetitivo das palavras: queremos justiça, apelos à ação das autoridades portuguesas e alertas sobre as consequências da "normalização” do caso., após o que se dirigiram através de um dos percursos das áleas jardinadas desta zona, de forma ordeira e pacifica, sem qualquer impedimento do transito, até ao jardim fronteiro do palácio de Belém, onde os manifestantes entregaram uma carta ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa
Este o teor da carta subscrita
Excelentíssimo Senhor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa
Presidente da República Portuguesa
EXCELÊNCIA,
Somos um grupo de cidadãos de São Tomé e Príncipe, pequeno país do Golfo da Guiné que no dia 25 de Novembro último experienciou o mais trágico momento da sua história nos últimos 50 anos. Por isso, esse grupo decidiu endereçar-lhe a presente missiva, de forma manifestar a Vossa Excelência a nossa consternação face à atual conjuntura política de insegurança coletiva que vivemos no país, desde então, 25 de Novembro, data em que foi anunciada uma alegada tentativa de golpe de Estado, ocorrida na noite anterior.
Foi com choque e horror crescente que fomos seguindo as notícias, em primeira mão veiculadas oficialmente pelo Senhor Primeiro-Ministro e Chefe do Governo, Patrice Trovoada, qualificando os factos como tentativa de golpe de Estado, proferindo acusações expressas a presumíveis mandantes e anunciando de forma tranquilizadora à população, a não ocorrência/existência de vítimas mortais.
Foram nesse contexto apontados como responsáveis o ex-Presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves e o Senhor Arlécio Costa, ex-comandante do mercenário Batalhão Búfalo, os quais foram retirados das suas residências e detidos pelos militares naquela madrugada, quando se encontravam com as respetivas famílias, sem mandato judicial ou qualquer base legal.
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