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domingo, 18 de dezembro de 2011

CESÁRIA ÉVORA - PARTIU A MÃE MAIS AMADA DAS MORNAS E COLADERAS DE CABO VERDE E DOS CAMINHOS DE SÃO TOMÉ E HÁ NO AR JÁ UMA IMENSA SAUDADE

Morreu Cesária Évora - E há no ar e no mar uma profunda morada de sodade!...



.Cesária Évora " a diva dos pés descalços" partiu para a eternidade - Foi ontem mas já paira como que uma saudade imensa de uma voz e de uma presença únicas  de um certo cantar a terra africana. O coração já lhe havia dado alguns avisos, em Maio do ano passado, tendo sido operada  com urgência em Paris - Mas agora não resistiu. Faleceu Sábado de manhã, num hospital de uma das suas queridas  Ilhas. Tinha 70 anos, parte dos quais inteiramente dedicados à música popular de Cabo Verde. Ouvir a sua voz, cantando o creolo, descalça, simples e desprendida, como qualquer mulher vulgar do seu povo, acompanhada daqueles sons melancólicos, nostálgicos, inconfundíveis, que soam do violão, do cavaquinho, acordeão, clarinete e violinho, ou até do piano, como só os músicos de Cabo Verde sabem tocar,  é algo que, mesmo para quem não nasceu naquela árida e morena terra cabo-verdiana,  lhe transmite um misto de sofrimento e de profunda saudade: dos que partem e a saudade que estes  têm dos que ficam. É, sem dúvida, o sentir genuíno do povo daquelas ilhas e da sua diáspora pelos quatro cantos do mundo: é tal como o fado português, sentido pelos que se vêem forçados a abandonar o seu torrão natal,  dir-se-ia que, não há país ou cidade, onde não se encontre também um emigrante cabo-verdiano - Por isso, tenho a certeza, que, neste momento, não há coração, com laços e o olhar rendido ao Mar Azul  e aos céus azuis daquelas singulares ilhas do atlântico, que não verta uma lágrima de tristeza e de saudade pela sua verdadeira embaixatriz,  cuja voz lhe fala do isolamento, da grande insularidade,  de gente trabalhadora e resistente, em terra vulcânica e madrasta, que a  chuva recusa fertilizar,  lhe traga antigas memórias da fome e da pobreza, da escravatura  de que foi vítima o seu país ao longo de vários séculos e dos filhos (os contratados) que viu partir  para as plantações das roças de  São Tomé e Príncipe .  Mas também de amor, de um amor solidário e fraternal, esperançoso e apaixonado  - Que faz da própria tristeza, não a rendição às agruras e às vicissitudes, mas o cantar, o ânimo para as ultrapassar, o sentido e o modo singular de estar na vida.É Flor Di Nha Esperanca

Ê Di Meu Cretcheu


Tal como a voz inconfundível de Bana  - o Rei da Morna - , duas vozes incontornáveis e eternas da música cabo-verdiana, ambas naturais do Mindelo Qualquer um destes intérpretes - Bana, felizmente, ainda vivo - levaram (continuam a levar) os sons da sua terra morena a qualquer ponto, onde viva um filho das dez ilhas do arquipélago de cabo Verde sim, neste momento, onde quer que se encontre  um deles NHA CORAÇÃO TCHORÁ - CESARIA EVORA 

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Milhares de pessoas assistem a funeral de Cesária Évora .****Imagens do último adeus a Cesária Évora | Notícias |

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