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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Emigrantes de São Tomé - Vivas a Portugal, à China e a Taiwan, no 10 de Junho, na Casa Internacional de São Tomé e Príncipe – Visita de Pinto da Costa a Pequim, seguida com atenção: santomenses não querem que se repitam os erros diplomáticos do passado: abertura a uns para se fechar a porta a outros.




VIVA PORTUGAL! VIVA SÃO TOMÈ! - Pronunciado de forma calorosa - Mas também se saudou a China e Taiwn - Para conresponder à simpatia dos amigos daquelas paragens, que ali se encontravam presentes
O 10 de Junho, dia de Camões e das Comunidades, foi assinalado na Casa Internacional de S. Tomé e Príncipe, com um almoço-convívio, que, além dos membros da direção desta associação e do Primeiro-Secretário do Centro Económico e Cultural de Taipe,  reuniu várias famílias de santomenses, residentes em Portugal, que quiseram aproveitar o feriado para recordar a sua terra, saborear a sua gastronomia, falar das suas vidas no país que as acolheu e lhe proporcionou oportunidades de trabalho. Mas, sobretudo, com o pensamento nas suas maravilhosas ilhas distantes e aliviar saudades.




O convívio, que se prolongou pela tarde adiante, nas   várias salas, e à volta das mesas, com o prato típico da banana pão, acompanhada com bacalhau desfeado, foi, sem dúvida, vivido com muita alegria, com momentos de saudável e franca confraternização – Um dos nossos amigos, telefonou-nos e  fez questão que também nos associássemos ao seu convívio, que era simultaneamente a festa dos santomenses e do dia de Portugal - E que aceitámos, com muito prazer

 VIVAS AO PORTUGAL DE CAMÕES, À CHINA DE PEQUIM E À DE TAIWAN -


 A Casa Internacional de São Tomé e Príncipe, além de ser um ponto de encontro entre habitantes de ambas as ilhas e de todos quantos pensam conhecer as suas maravilhosas belezas e a generosa hospitalidade das suas gentes, pretende também ser um espaço  multicultural  e de relações de negócios.

Esta a razão pela qual a oportunidade foi aproveitada, por todos os presentes, para  saudar os países amigos; desde Portugal  à longínqua China – à de de Taiwan e à  de Pequim,  onde o Presidente  Manuel Pinto da Costa, se encontra de visita oficial

 Sim, saudando ambos aqueles dois  países asiáticos - irmãos desavindos -  num sentido de aproximação .


Há 17 anos que as autoridades de São Tomé e Príncipe, estabeleceram relações diplomáticas com a República da China (insular) em detrimento  da República Popular da China, continental  – A Ilha Formosa é conhecida, desde o século XVI, pelos navegadores portugueses -

S. Tomé e Príncipe precisava de ajuda externa e viu naquele país a sua melhor  opção, passando a receber de  Taiwan,  apoios  nas áreas da  agricultura, pecuária e tecnologias da informação, medicina, construção, energia e de atribuição de bolsas para formação técnica e académica – Sendo considerado, até hoje,  o «segundo maior doador bilateral»de São Tomé e Príncipe. 

 Há quem questione se, a visita de Pinto da Costa, não será  o principio da rotura  das relações com Taiwan  - O tempo da guerra fria, já passou à história – Todavia, paira, de facto, esse fantasma. Pelo que constatámos, tal receio, não está longe do espírito dos santomenses, que nos manifestaram essa apreensão, sobretudo daqueles que se viram forçados a emigrar, a procurar  oportunidades de vida, que a suas ilhas, não lhes ofereciam  – Pois não desejam   que se cometam os mesmos erros do passado: ou seja, de  S. Tomé e Príncipe se abrir a um país para virar as costas a outro.

 Pelo que nos foi dado observar (designadamente, nos vários diálogos que temos mantido com a comunidade santomense, que reside em Portugal, sobretudo numa altura em que correm especulações para o possível rompimento das relações com Taiwan), o sentimento geral é o de que S. Tomé e Príncipe, saiba gerir a sua diplomacia,  de modo a preservar o interesse nacional - E que não seja relegado  em favor  de meros apoios circunstanciais, a campanhas políticas ou de qualquer outra natureza meramente oportunistica.
  
 Como é sabido,  São Tomé e Príncipe foi  o único país de expressão portuguesa a reconhecer diplomaticamente a República da China (Taiwan), - A decisão não foi pacífica, tendo gerado crispações políticas de vária ordem. E, pelos vistos, há quem receie que, a situação, agora se inverta, abrindo as portas à china para as fechar  Taiwane.


CASA INTERNACIONAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - UMA JANELA DIPLOMÁTICA, ECONÓMICA E CULTURAL NA BAIXA POMBALINA


Fica Situada na Rua da Assunção, n.º 40, 3º piso – Na baixa pombalina.  Danilo Salvaterra, dinamizador da obra, por ocasião da sua inauguração, anunciou aos presentes “da necessidade de parceria estratégica com entidades públicas e privadas para juntos trabalharmos para a criação da marca São Tomé e Príncipe, onde a casa pode ter um papel activo e a partir daí, procurarmos promover a excelência em São Tomé e Príncipe e nos cidadãos são-tomenses.”

Em termos práticos, o obreiro explicou que “a casa pode servir de consultas e aconselhamento aos viajantes que pretendam descobrir o paraíso do Golfo da Guiné. A casa pode servir para prestar consultas credíveis sobre São Tomé e Príncipe e estabelecer a ponte entre as ilhas, instituições e pessoas que procuram as ilhas. Desde informações sobre instituições públicas e privadas até a prova de sabores de São Tomé e Príncipe antes das viagens.”Fonnte - telanon.info/sociedade



 VISITA À CHINA – PODE CONTRIBUIR PARA O DESANUVIAMENTO COM TAIWAN - ESPECIALISTAS AFASTAM A HIPÓTESE DE CONFLITO


Seria surpreendente, mas não utópico, que, um pequeno país, como é São Tomé e Príncipe, além de poder restabelecer  relações diplomáticas com a China, que rompeu em 1997 e logrando manter o mesmo relacionamento com Taiwan,  pudesse vir a  contribuir para o desanuviamento das relações, entre a Pequim e Taipé - Pinto da Costa, que foi o primeiro Presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe, pode, se quiser, agora nesse seu novo mandato, em vez de cometer os erros de outros dirigentes santomenses, servir-se da sua experiência e do seu prestígio de líder histórico, e mostrar ao nundo que, a vida dos povos, as suas afinidades linguistas e culturais, como é o caso das duas Chinas -a  comunista e a nacionalista - devem estar  acima de qualquer tipo de divergência ideológica ou ressentimento político. Estamos confiantes de que, mais cedo ou mais tarde, esse deverá ser   o único caminho para a consolidação da paz na região. 

Pinto da Costa, se, pelo menos, conseguir manter que as duas relações diplomáticas, não conflituam e se mantenham amigáveis, já dá um importante  passo  para se poder vir a alcançar - de futuro - um patamar mais elevado.

De resto,  segundo diz  o telanon, ainda em Novembro de 2013, Gabriel Costa Primeiro ministro e Chefe do Governo , visitou Taiwan. Uma demonstração de que as relações com Taiwan estão vivas, garantiu ao Chefe do Governo nas audiências que teve em Taipei. Em Janeiro de 2014, o Presidente de Taiwan Ma Ying –Jeou respondeu ao convite formulado por Pinto da Costa e visitou São Tomé. Pinto da Costa visita República Popular da China

 De recordar que,  "O reconhecimento de Taiwan gerou uma crise política em São Tomé e Príncipe: a decisão do então Presidente da República Miguel Trovoada não foi apoiada pelo então primeiro-ministro Raúl Bragança e pela maioria da Assembleia Nacional. Só em 1999 São Tomé enviou um embaixador para Taiwan mas, apesar do começo atribulado, as relações santomense-formosinas mantiveram-se estáveis ao longo dos anos seguintes - InRelações Internacionais (R:I) - Sucessos e incertezas

OBSERVADORES ACREDITAM NUM MÚTUO RELACIONAMENTO DIPLOMÁTICO


 A Voz da América refere que "alguns analistas políticos consideram que a deslocação de Pinto da Costa à China Continental só pode ser de grande interesse para o Estado são-tomense, tendo em conta o choque que vai provocar nas relações de cooperação com Taiwan, o principal parceiro do país.Manuel Pinto da Costa visita a China - Voa

Por seu turno, Karl Gerhard Seibert autor do livro Camaradas, Clientes e Compadres. Colonialismo, Socialismo e Democratização em São Tomé e Príncipe, profundo conhecedor e estudioso da história e da realidade económica, politica e social destas ilhas, bem assim como das relações de São Tomé e Príncipe com aqueles dois países oeientais, .pelo menos, há um ano, também afastava a hipotese de conflito

 DW África: A presença indirecta da China nos negócios são-tomenses pode causar algum tipo de dano na relação de São Tomé com Taiwan, até aqui, um dos principais financiadores do país?


 Gerhard Seibert (GS): Não acredito, por duas razões. Primeiro, este envolvimento de empresas chinesas, neste momento, é muito reduzido, porque falamos concretamente da zona conjunta de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe e Nigéria, onde estava a empresa petrolífera chinesa Sinopec e a sua subsidiária Addax. Mas, no ano passado, depois da divulgação de resultados inconclusivos sobre a presença de petróleo comercialmente viável nos blocos 2, 3 e 4, estas duas empresas retiraram-se da zona conjunta. Neste momento, só a Addax está no bloco 1 da zona. A presença é bastante reduzida, não só em São Tomé, trata-se de uma zona internacional, uma zona bi-nacional. A segunda razão é que, até agora, não há nenhum sinal da parte de Taiwan de estar preocupado com este envolvimento de uma empresa chinesa na zona conjunta com a Nigéria.

DW África: E há sinais de uma substituição de Taiwan pela China nas relações comerciais com São Tomé e Príncipe?

GS: A longo prazo nunca se sabe, porque pode haver desenvolvimentos também, por exemplo, entre a China Popular e Taiwan, que podem levar a que isso aconteça. Mas, neste momento, eu não acredito.

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