É que, desta vez, não fui ali encontrar uns muros em ruínas, cobertos de trepadeiras e de ervas, onde não se descobria nem a mais leve miragem do próspero e belo solar que, em tempos ali existira, mas em curso uma luminosa ideia, concretizando um projeto cultural e turístico, muito interessante. A edificação de uma casa de madeira, alpendrada, ainda não completamente acabada mas já em adiantado estado de construção, assente nalgumas colunas e rebocos do antigo solar.
Não deixe de ler a última postagem editada em 29-12-2014 -https://canoasdomar.blogspot.com/2014/12/sao-tome-museu-almada-negreiros-na-roca.html
mas, pelo que constatei, temos finalmente uma casa, cujo projeto visa ir ao reencontro de recuperar memórias
do passado, de Almada Negreiros, considerado uma figura ímpar no
panorama artístico português do século XX.
Outras postagens sobre Almada Negreiros https://canoasdomar.blogspot.com/2016/03/descobrimentos-de-s-tome-e-principe-nao.html
– Por um lado, já não conduzo, desde que dali parti, há 39 anos, por outro, eu ia na mira do turismo económico, o que ali é possível, pois há muitas alternativas por onde escolher – E eu optei pela mais acessível – E, de facto, podem desfrutar-se dias maravilhosos, nesta Ilha, a preços tentadores. A restauração é diversificada e há muito onde comer bem e barato, com apenas alguns euros, atendendo à diferença cambial – Um euro equivale a 25 mil dobras e, com esta quantia, compra-se o que era impensável comprar em Portugal.

“A mãe, Elvira
Freire Sobral, morreu na Ilha de S. Tomé, ano e meio depois, a 29 de Dezembro
de 1896. O pai, António Lobo de Almada Negreiros, zeloso funcionário e
escritor fecundo, sendo Administrador do Concelho, continuou em S. Tomé,
totalmente devotado à administração colonial. Deixou finalmente a Ilha de
S. Tomé, a 22 de Dezembro de 1899, e seguiu para Paris, quase sem passar
por Lisboa. O mesmo vapor Loanda levou o pai e filho para a Europa” – In Almada
Negreiros Africano.

Imagens registadas no ano de sua morte - em 2009
COMO O TEMPO
PASSA...
Penso
que foi justamente no ano em que ele faleceu, que lhe fiz estas
fotografias. Talvez um mês ou dois antes. Mas até parece que foi ontem, que
eu e o meu amigo, o pintor João Neves, tomávamos um café com ele na Calçada
do Combro, na Pastelaria Oreon, com vista a combinar a sua deslocação à
Roça Saudade - Era a terceira vez que falava com ele, depois que o conhecera
nos habituais convívios do Botequim de Natália Correia situado no Largo da Graça, em
Lisboa.
"Se Almada filho pudesse,
hoje, dialogar com Almada -o mestre -, que problemas lhe colocaria?
Os mesmos. Porque sempre
falámos das grandes preocupações à volta da comunicação, do entendimento do
Homem e do espaço.
Eu nunca vi o meu pai velho.
Soube sempre vencer o tempo e viveu intensamente até estoirar – Excerto de José de Almada Negreiros - Casal das Letras © MARIA AUGUSTA SILVA
Dizia euu, neste site: segunda-feira, 8 de abril de 2013
Mesmo que só existam ruinas, talvez
irreconhecíveis. Já o eram, quando ali me desloquei, há mais de 40
anos,
nesta altura, dificilmente alguma parede continuará erguida. As chuvas,
ali
constantes, contribuem para a degradação das habitações. Mas,
obviamente,
se as ruinas estiverem cobertas de vegetação, que ao menos se limpem e
se deixem algumas pedras à mostra - E porque não reconstrui-la?!.. - É
que, ali, ergue-se a mais bela e exuberante paisagem do interior da
Ilha, com todos os seus encantos e surpresas, com todos os seus
múltiplos verdes e espécies tropicais: desde a flora às aves mais belas e
exóticas aos canoros cânticos" -
De facto, não podia ter mais reconfortante surpresa
De facto, não podia ter mais reconfortante surpresa
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