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segunda-feira, 4 de maio de 2015

São Tomé e Príncipe – Manuel Pinto da Costa no dia Mundial do Trabalhador e o apelo ao entendimento interpartidário – Num dos países mais pequenos de África – o mais pacífico – mas onde a média dos salários ronda os 40 a 50 euros por mês. Não há fome porque a natureza é fértil e generosa - Mas não há justiça social se a riqueza for privilégio das minorias.

Por Jorge Trabulo Marques - jornalista

É louvável a mensagem do chefe supremo da Nação Santomense, do apelo ao entendimento dos partidos. A democracia não se constrói nem com ditaduras nem com maiorias absolutas. Por isso, a paz social e o progresso de um país, não se edifica, com raízes sólidas, não avança com prosperidade e firmeza, com benefícios para a maioria da população, se cada partido olhar mais para o seu umbigo, para os seus interesses étnicos ou clientelares de que a pensar no bem-estar coletivo do seu Povo. Sim, é uma falácia dizer-se que os governos de maiorias são económica e socialmente mais eficazes. Aponte-se um exemplo governativo exemplar.

Obviamente que também não é possível governar quando os partidos passam a maioria do tempo em questiúnculas, a brigar e a puxar cada um para seu lado. 

No fundo, é  o que tem acontecido em São Tomé e Príncipe, com eleições atrás de eleições, 40 anos após a independência  - São das ilhas talvez mais pacificas da terra .Os casos de criminalidade ainda são uma exceção e não uma normalidade. E dir-se-á, ainda, que o nível mental e intelectual da sociedade santomense – mesmo a iletrada – é também dos mais elevados de África – Assim o traduz a riqueza dos seus poetas e escritores.

Diz o Presidente Manuel Pinto da Costa, que “sem o entendimento, sem a unidade entre as diversas forças políticas e não políticas da sociedade são-tomense, tudo o que desejarmos fazer não passará de ilusões.

Por ocasião do dia internacional dos trabalhadores celebrado na última sexta – feira, o Presidente da República Manuel Pinto da Costa, desejou força e determinação a todos os trabalhadores são-tomenses. O Chefe de Estado disse que acredita no futuro do país, mas apenas se os são-tomenses se unirem e removerem os conflitos crónicos que dividem o país 

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – ILHAS COM FUTURO MAS É PRECISO QUE NÃO E ESBANJAM OPORTUNIDADES.




Os recursos económicos destas ilhas são muitos. Desde a fertilidade do seu solo às riquezas marítimas envolventes – O turismo tem sido o sector onde tem havido melhores resultados. No campo agrícola, pelos vistos, ainda há muito a desbravar . Não é possível haver desenvolvimento em explorações de roças onde o trabalhador aufere a miserável
esmola de 500 mil dobras mensais, ou sejam, 25, 30 ou 40 euros.
 Por isso, não bastam apenas bonitas palavras, há necessidade de se passar das boas intenções aos atos. E estes passam por uma mais justa e equilibrada forma de distribuir a riqueza – ou de, pelo menos – não a tornar tão gritantemente desigual.   

INTERESSANTE ESTA ANÁLISE

(...) "Se o petróleo representa uma esperança legitima de desenvolvimento para os microestados insulares, as estratégias clássicas de desenvolvimento utilizadas em outros países comparáveis não foram colocadas em ação em São Tomé e Príncipe afim de libertar esse país de sua depressão econômica crônica. Estas estratégias são nomeadamente união econômica e monetária, união aduaneira, união diplomática. A união econômica, monetária e aduaneira, é a formula que foi adotada pelos países CEMAC (Comunidade Econômica e Monetária da África Central) da qual São Tomé e Príncipe não é membro. A Guiné Equatorial aproveitou melhor esta oportunidade quando ela adotou o Franco CFA (A moeda dos países da CEMAC) embora jamais tenha sido parte do antigo império colonial francês que havia implantado essa moeda, de paridade fixa com o euro desde 1999. Pode São Tomé e Príncipe, com aproximadamente 190 000 habitantes, se permitir dispor de uma moeda nacional, a dobra, corroída por uma inflação recorrente e sem taxa de câmbio sólida (1 € = 25.000 Db) ? A união diplomática consiste em confiar as funções de representação diplomática e consulares nos países estrangeiros a um Estado vizinho maior e melhor equipado no quesito. Foi a escolha feita por Liechtenstein com a Suíça desde 1922. Pode um país tão pequeno e tão pobre quanto São Tomé e Príncipe administrar eficazmente uma rede diplomática e consular em algumas capitais estrangeiras tendo em vista os custos proibitivos de gestão?

(…) São Tomé e Príncipe constituem uma exceção e uma originalidade em relação ao resto do mundo africano: ele é o único Estado crioulo da África. Neste sentido, este país está muito mais próximo de Estados como Seicheles, Reunião, Mauricio e todas as ilhas do Caribe que, como ele, foram ilhas de açúcar caracterizadas por uma economia colonial de plantação. Outra comparação útil: em São Tomé e Príncipe os Crioulos, denominados localmente como Forros, constituem a classe social e politica dominante, exatamente como em Seychelles ou no Haiti. De fato, seguindo o exemplo do Haiti e de Seychelles, a minoria forro detém as rédeas da política e goza do monopólio do poder desde a independência em 1975. Ela é completamente indisposta a compartilhar o controle com as outras categorias sócio-étnicas do arquipélago, a saber os Angolares, os Tongas e os Serviçais. A origem desta situação bastante contrastada tem uma explicação histórica. A partir do século XV, os Forros tornaram-se negociantes e mercadores de escravo sobre a costa africana. Este comércio teve sua prosperidade, uma vez que São Tomé e Príncipe servia de centro de trânsito de escravos para o Brasil. Este contexto desapareceu por volta de 1850 quando o Brasil pôs fim às importações de escravo ao seu território. Devido a isto, o capital acumulado pelo trafico negreiro forro foi investido nas novas plantações de café e de cacau. Por causa da criolidade consubstancial em São Tomé e Príncipe o país ignora certa características de pais africano do continente. – Excerto de São Tomé e Principe, as ilhas do - Confins

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