Recentes noticias, de S. Tomé, dão conta de que, o ambiente animado mas pacífico e ordeiro da campanha eleitoral à Presidência da República, a 17 Julho 2016, sofreu um duro golpe na pacata povoação do Conde, pelo facto do Governo ter desviado água potável que alimentava a Vila, para abastecer a Vila de Micoló e a Roça Fernão Dias. Os populares dizem que há quase dois meses que o Conde não tem acesso a água potável.”
Em
consequência da imprevista manifestação, não tardou que a policia de intervenção, fosse
chamada ao local, munida com o seu arsenal
de capacete, viseira e bastão nas mãos, num aparente confronto bélico, e,
porventura excessivo, que é o que poderá depreender-se da reportagem da RTP África,
quando, afinal, o que aquela humilde
gente pretende é que lhe matem a sede e não lhe caiam em cima com bastonadas
Video retirado
Assim, a depreender-se pelo teor das recentes noticias, para que, a reação e o descontentamento popular, não pudessem atingir as politicas governamentais, nestas coisas, não há como afrontar e ocultar.
Daí, que, a um protesto, que não seria de bom tom registar-se em plena campanha eleitoral, se ouvissem também queixas pelo "facto da Televisão São-tomense, não estar presente no local para dar ao país a conhecer as suas reivindicações. «Se fosse para lançar primeiras pedras, TVS estaria aqui», gritaram os populares barricados na estrada naquele eixo rodoviário
CAMPANHA VAI AQUECER COM A ENTRADA DO PRIMEIRO-MINISTRO A GOVERNAMENTALIZAR E ATACAR MANUEL
PINTO DA COSTA
É verdade
que há feridas, na politica, que
dificilmente se apagam – E estas são insanáveis, entre a família Miguel Trovoada
e a de Manuel Pinto da Costa - As razões são sobejamente conhecidas, datam praticamente dos conturbados
primeiros tempos de partido único – No entanto,
há que tomar em consideração que, o Povo de um país, não pode ser joguete nem ter
que vir a pagar por atribulações de ordem pessoal - E, pelos vistos, é o que está a suceder num
dos mais pequenos e pobres países de África, onde a união de esforços e o
sentimento de tolerância, se deviam sobrepor a ódios e rancores mesquinhos.
Daí nos parecer, que, a entrada em cena de Patrice Trovoada, em palco e ao lado
do candidato, da ADI, Evaristo Carvalho, deferindo velhas farpas ao ainda atual Presidente da Republica, Manuel Pinto da Costa, não seja a atitude mais
prudente, sensata e desejável, em
eleições Presidenciais.
Video retirado
Em
qualquer regime democrático, a separação
dos poderes, é o esteio fundamental do funcionamento
das instituições - Diluindo-se essa
fronteira, entra-se no perigoso campo de poder único e absoluto - E quem o deseja? – Por certo, nem muitos
daqueles que votaram no partido, que suporta o atual Governo Santomense
Foto de apoiante à candidatura de Evaristo Carvalho |
Além
disso, cremos que também não será muito
útil para Evaristo Carvalho, que, deste
modo, é colado à figura de Patrice Trovoada - Achamos que ele tem méritos suficientes,
mesmo num estilo mais sereno de que comicieiro, poder fazer valer as suas
linhas de orientação, as suas capacidades, do candidato que pretende ser amante da paz e da unidade nacional”, sobretudo porque como diz: “Sou
um candidato da estabilidade”.
Ora,
com, a intervenção colada de Patrice Trovada, naturalmente, que, se por um
lado, arranca aplausos à assistência nos comícios, por outro pode desencadear
situações algo embaraçosas a Evaristo de
Carvalho, com o labéu de passar por “pau
mandato do primeiro-ministro”
Não
é que a sua imagem seja negativa para muitos milhares de santomenses, mas
desaconselhável politicamente – Dai a ocorrência de episódios, como um dos que sucedeu,
na antiga Roça Rio do Oiro, atual empresa Agostinho Neto, num desconfortável imprevisto para o
staff do candidato, quando, na assistência,
constituída maioritariamente por
naturais e descendentes de cabo-verdianos, alguém vem
ao palco em vez de se juntar às palmas, mandar sérios recados e criticas a
Evaristo Carvalho.
A RECANDIDATURA
DE UM PRESIDENTE DA REPÚBLICA, DIFICILMENTE É SUPERADA – POR CANDIDATOS QUE
ASPIRAM MOSTRAR O QUE JÁ FOI DEMONSTRADO
Foto de campanha de Manuel Pinto da Costa |
O mais provável é que, embora em diferente cenário de há cinco anos – num eleitorado que era então ainda mais fracionado e dividido, que agora, por força do número de candidatos - seja o atual Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, a disputar a ponta final das eleições, com Evaristo Carvalho ou então com Maria das Neves – Mas não é crível, que, o fundador da nacionalidade da nação santomense, depois de uma presidência pacifica e sem conflitualidades institucionais, seja separado da ponta final do veredicto eleitoral
MANUEL PINTO DA COSTA - «Mais 5 anos. Mais
5 anos» esta a a palavra de ordem mais
ouvida no périplo pelo distrito de Cantagalo efetuado pelo candidato Manuel
Pinto da Costa, refere o jornal on line Téla Nón .
Foto de campanha de Manuel Pinto da Costa |
Manuel Pinto da Costa, a quem “O Povo de Lembá, continua a chamar Pai Grande a Pinto da Costa. A
expressão com que o candidato ficou conhecido em 2011 foi a mais ouvida no
périplo efectuado na quarta – feira no distrito nortenho da ilha de São Tomé –
Refere ainda aquele jornal.
MARIA DAS NEVES
Foto de Campana de Maria das Neves |
Foto de campanha de Maria das Neves |
A noticia é de
ontem, e diz que, “a cidade de Neves parou para ver Maria das Neves mostrar
porque merece ser a Primeira Mulher Presidente da República de S.Tomé e
Príncipe. A candidata, no seu quarto dia da campanha para as Presidenciais de
2016, trouxe para sua marcha rumo ao Palácio Cor de Rosa uma grande
movimentação.
(..) Perante
milhares de apoiantes e simpatizantes presentes no comício, Maria das Neves no
seu peculiar tom mobilizador de forma graciosa, explicou quais as suas
preocupações nestas eleições. Disse realçando a estar preocupada “com o
futuro de São Tomé e Príncipe, das crianças, jovens, dos homens, idosos e
deficientes”, numa perspectiva de colocar-se a disposição para liderar o
povo para em conjunto com o governo enfrentar a pobreza que sacrifica os
santomenses em geral.
SECAS PROVOCADAS PELA GRAVANA ESTÃO A DEIXAR NO DESESPERO ALGUMAS DAS POPULAÇÕES MAIS ISOLADAS
Tal como é referido por especialistas, mesmo até por estudos realizados há mais de cem anos ( o caso deste breve texto) na xtensão da Ilha de São tomé há uma diversidade enorme de climas: enquanto se registamo 11 graus centígrados desagradáveis no Pico nas manhãs da gravana ou das chuvas, a cidade derrete-se a 28 ou 33 graus á sombra; enquanto o nordeste da Ilha se mirra na gravana seca e ventosa, chove diluvialmente em S. Miguel
Mesmo dentro da altitude da cultura cacoeira, até 800 metros, há uma diversidade enorme de condições atmosféricas, como se vê pela época da maturação do cacao , tão diferente do norte da Ilha para os Angolares, por exemplo, e pela distribuição da colheita no decorrer do ano. Não se faz bem ideia de quantas modalidades o clima apresenta ao longo da Ilha"
Esses são os factores inerentes ao relevo geográfico, porém, o mau é que a esses factores naturais, se vieram associar as agressões climáticas - Tal como já alertei neste site, de nada poderão valer as ajudas monetárias se a desflorestação e as queimadas prosseguirem – Esse panorama persiste e agrava-se a cada dia que passa. Em queimadas, a noroeste e, em desmatação, selvagem a sul.
Algumas das praias poderão desaparecer até ao fim do século –O aquecimento global, atividade vulcânica dos Camarões, exploração dos carbonetos, as principais causas de uma catástrofe à vista e de imprevisíveis consequências. Mas, a desflorestação em S. Tomé, além de propiciar alterações climatéricas na Ilha, também pode contribuir para o agravar destes riscos.
O que sucedeu, no dia 31 de Maio - 2014, numa zona costeira a norte da ilha de S. Tomé poderá repetir-se em qualquer altura - «Nunca vimos coisa igual. Ondas com cinco a seis metros de altura. Apanhou-nos desprevenidos, engoliram os nossos porcos, cães, galinhas, destruíram as nossas casas e o produto do nosso trabalho», disse a agência Lusa, José Ribeiro, um dos moradores no local» - Lusa Mar invadiu vila de Santa Catarina, em São Tomé, e ...
NÃO SE PODE FICAR INDIFERENTE ESTA DESFLORESTAÇÃO DESMEDIDA - Justiça trava devastação da zona sul de S.Tomé - Mas será que travou mesmo?
Já conhecia a desflorestação através de vídeos e de fotografias - Porém, longe de imaginar que a sua dimensão fosse tão extensiva - Pelo que me foi dado observar, a área devastada, ao sul da ilha de S. Tomé, pareceu-me duplicar ou mesmo triplicar os tais 4000 hectares que foram concessionados pelo Estado santomense a um grupo privado
Vi que existem graves ameaças ambientais, tanto à beira mar como no interior.
Por exemplo, onde está o recife (ilha), que se situava frente à praia lagarto, que há 40 anos ficava completamente descoberto? - Sim, no qual os pescadores iam buscar o isco para a sua pescaria e os veraneantes se estendiam ao sol. Não só não descobri os menores sinais desse recife espalmado, como, ainda bem pior: vi uma baía, quase sem margem, com a maré cheia a invadir a estrada e, nalgumas áreas, com mais cascalho de que areal.
Bem diferente daquela que fora uma das mais aprazíveis praias – Ornada de coqueiros, por um extenso e suave areal, junto à qual surgiam inúmeros caranguejos verdes, vindos das tocas que esburacavam no mato para capturarem as suas presas. Eram tantos a atravessarem a estrada, que havia quem se divertisse a esmagá-los com os pneus do carro, sobretudo à noite. Agora, o que se descobre é uma curta língua de cascalho, que entretanto o asfalto vai protegendo, comida pelo avanço do mar, alguns troncos de esguios coqueiros e de outras árvores, que ameaçam ser arrancados a todo o momento, devido às investidas das ondas na própria estrada, também já esta, de onde em onde, bastante comida e esventrada.
Por exemplo, onde está o recife (ilha), que se situava frente à praia lagarto, que há 40 anos ficava completamente descoberto? - Sim, no qual os pescadores iam buscar o isco para a sua pescaria e os veraneantes se estendiam ao sol. Não só não descobri os menores sinais desse recife espalmado, como, ainda bem pior: vi uma baía, quase sem margem, com a maré cheia a invadir a estrada e, nalgumas áreas, com mais cascalho de que areal.
Bem diferente daquela que fora uma das mais aprazíveis praias – Ornada de coqueiros, por um extenso e suave areal, junto à qual surgiam inúmeros caranguejos verdes, vindos das tocas que esburacavam no mato para capturarem as suas presas. Eram tantos a atravessarem a estrada, que havia quem se divertisse a esmagá-los com os pneus do carro, sobretudo à noite. Agora, o que se descobre é uma curta língua de cascalho, que entretanto o asfalto vai protegendo, comida pelo avanço do mar, alguns troncos de esguios coqueiros e de outras árvores, que ameaçam ser arrancados a todo o momento, devido às investidas das ondas na própria estrada, também já esta, de onde em onde, bastante comida e esventrada.
Orlas costeiras comidas pelo mar, colocando em risco habitações, caminhos ou estradas. Então, na estrada das Neves, depois da Lagoa Azul, por mais paredões que ali se façam – e vimos que havia importantes obras em curso – não tarda, que o troço existente, acabe por ficar submerso e de se tornar intransitável. E se torne necessário romper as veredas e fazê-la noutras curvas de nível, mais alto. O pior é a insegurança para as pequenas comunidades piscatórias, que vivem as suas vidas, intimamente com o mar, junto de encostas, tão abrutas, e ao mesmo tempo já tão ameaçadas pelo avanço das águas, as quais, não tendo outra alternativa onde se alojar, só restará a possibilidade de virem a transformar-se em aves. Pois, mas é gente que vive com um pé em terra e outro no mar – E, este, além de ser adverso, lá fora, nas fainas do seu dia, agora, ainda por cima, lhes ameaça o próprio lar, a humilde cubata de madeira. Antevê-se, pois, um futuro algo incerto e inseguro.
A caminho do sul, ao chegar-se à Ribeira Afonso, até há porcos que, na fase da maré-vazia, tranquilamente invadem a margem do escasso areal negro que resta para se refastelarem de marisco, contudo, um observador mais atento, nota que, uns metros mais ao nível do arruamento, facilmente se apercebe que já nem as obras de proteção, igualmente ali levadas a cabo, poderão assegurar que as canoas, ali empoleiradas, deixem de ser arrastadas por um temporal mais agressivo.
AS ILHAS SÃO AS PRIMEIRAS PARCELAS DA TERRA A SOFREREM OS PIORES IMPACTOS
Dizem especialistas que “os moradores de regiões costeiras estão ameaçados em todo o planeta – seja em Nova Orleans (EUA), em Roterdã (Holanda) ou em Daca, a capital de Blangadesh, onde a cada ano as águas obrigam 100 mil pessoas a se mudarem”
Mas é nas ilhas que o aumento do nível das águas, mais se faz sentir: quer nas ilhas de origem vulcânica, por natureza mais elevadas, quer nas de formação coralinea - Muitas destas, já se toraram praticamente inabitáveis.
“A causa é o aquecimento global e o consequente aumento do nível do mar. Desde 1993, o avanço foi de 40 centímetros na região das Ilhas Carteret, cuja altitude mal chega a um metro. Estudos do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos, de Leipzig, na Alemanha, prevêem um aumento do nível do mar, em termos globais, de um a dois metros até o fim deste século. Ilhas correm risco de afundar - Deutsche Welle
MILHÕES PARA TUDO FICAR COMO DANTES
Referem as últimas notícias que “O financiamento previsto para cobrir o período de 2015 à 2019, no valor de 1 milhão de dólares por ano, está a ser preparado numa altura em que se encontra em São Tomé e Príncipe, uma equipa do CADRI-capacidade para redução de riscos e catástrofes. A equipa veio avaliar o desempenho nacional na prevenção de catástrofes e as capacidades de resposta. 4 Milhões de dólares para combater efeitos das mudanças .
De nada servem uns velhinhos, e umas velhinhas, sorridentes e de máquina fotográfica ao tiracolo, andarem a dar umas passeatas pelas praias, fotografando aqui, fotografando acolá, arvorados em especialistas quando o objetivo dessas ditas comissões, mais não é de que justificar subsídios – Formalizar toda uma engrenagem de formalidades: de chorudos empregos, a que acedem uns afortunados e umas migalhas para o essencial
Ainda se ao menos os fundos das ajudas externas, fossem bem aplicados!.... Mas, pelos vistos, tanto em S. Tomé, como em Portugal – e não só – constata-se que, em matéria de subsídios os exemplos não têm sido os mais edificantes. Vivemos num mundo de ostentação, de egoísmos e de aparências. Os vícios neoliberais espalharam-se como erva daninha por toda a Terra, privilegiando o privado em detrimento do interesse coletivo
Agripalma: promete 10 mil toneladas de óleo a partir de 2016 - Mas a que preço?
É certo que S. Tomé e Príncipe precisa de desenvolver a sua agricultura, e creio que essa tem sido uma das precauções dos vários governos, todavia sem grande êxito: a fertilidade do solo e as condições climatéricas são das mais propícias do Globo às mais diversas culturas tropicais ou mesmo subtropicais e zonas temperadas.
Em S. Tomé existem cinco zonas climáticas distintas, que vão desde a árida, até às super-húmidas, desde de níveis de queda pluviométrica dos 300mm anuais aos 5.500 mm, que podem propiciar a plantação de uma alface ou de um pé de couve, em níveis de altitudes, onde na Europa, eram impensáveis.
Porém, o que este pequeno país, seguramente deve dispensar, é tornar-se presa fácil de grupos multinacionais, sem escrúpulos, que outra coisa não visam que apoderar-se das suas riquezas a troco de umas miseráveis migalhas.
Porém, o que este pequeno país, seguramente deve dispensar, é tornar-se presa fácil de grupos multinacionais, sem escrúpulos, que outra coisa não visam que apoderar-se das suas riquezas a troco de umas miseráveis migalhas.
ANUNCIAR QUE VAI PRODUZIR 10 MIL TONELADAS - MUITO POUCO PARA A EXTENSÃO DE UMA ÁREA DESFLORESTADA – OCUPANDO TALVEZ O DOBRO OU O TRIPLO DA QUE LHE FOI CONCESSIONADA
AGRIPALMA, que no fundo é a capa do grupo privado belga SOCFINCO, veio anunciar que “São Tomé e Príncipe deverá se transformar em 2016 num dos maiores produtores de Óleo de Palma na Região da África Central. Garantia da administração da empresa AGRIPALMA, que depois de lançar palmeiras em cerca de 1900 hectares de terra no sul da ilha de São Tomé, se prepara para construir a fábrica de produção de óleo alimentar...São Tomé e Príncipe. Agripalma quer produzir 10 .....Maior empresa do país promete 10 mil toneladas de óleo
Ao aproximar-me do aeroporto de S. Tomé, quando ali desembarquei, no passado dia 20 de Outubro, a panorâmica que eu esperava se revelasse de um verde tenro, no litoral do Ilhéu das Cabras a Fernão Dias, mostrava-se-me de um verde seco e torrado, com alguns trechos a fazerem-me lembrar as manchas negras e ardidas de Angola – Diz-se que é por causa do carvão. Fazem-se derrubadas e queimadas, de qualquer jeito, sem a menor preocupação ambiental.
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