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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Guiné Equatorial – A descoberta de Ano Bom (atual Pagalú) , foi há 549 anos por navegadores portugueses – A Ilha de Bioko, vai para 550 , este ano – É a maior do Golfo da Guiné Equatorial, foi igualmente descoberta sob o comando do mesmo navegador Fernando Pó, que deu o seu nome a esta Ilha até à Independência em 1968, ano em que se emancipou da coroa espanhola

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 

A Guiné Equatorial esteve mais tempo sob o domínio colonial Português  de que sob o Espanhol  

Três séculos, possessão portuguesa, que o tratado de El Pardo separou contra a vontade do povo nativo: convocando o Capitão Mor da sobredita Ilha, e alguns negros mais principaes, lhe propus as ordens de Sua Mag, dizendo lhes hera preciso jurarem obediencia a El Rey Catholico, me responderão que não, e que elles não conheciao senão a El Rey de Portugal, e que do de Espanha nunca ouvirão falar; ao que se sseguio hum motim geral de Homens e/ Mulheres”


A Guiné Equatorial foi admitida, e com inteira justiça,  a 23 de julho de 2014 como membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na X cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, em Díli, concluindo um processo de dez anos

DESCOBERTA  POR PORTUGUESES E DEPOIS ENTREGUE A ESPANHA  


Fernando Pó - 1771


"Foram navegadores portugueses os primeiros europeus a explorar o Golfo da Guiné - Fernão do Pó,   fidalgo da Casa de D. Afonso V, Capitão de um navio da Coroa portuguesa, que, no ano de 1471 (há quem admita outras datas posteriores) descobriu e situou a ilha de Bioko, .nos mapas europeus,  ao procurar uma rota para a Índia: ele batizou a ilha Formosa (no entanto, foi no início conhecida pelo nome de seu descobridor)."Ilha essa que durante muitos anos teve o seu nome". 

 Bioko é  a mais extensa das do golfo do Benin, com 42 milhas N-S e 19 E-O. (75km x 34 km=2550 km²) e as suas costas são desabrigadas. - Estailha, tal como a imagem o demonstra, fica relativamente próxima  dos Camarões e um pouco mais afastada da Nigéria- Avista-se perfeitamente do litoral, tanto mais que nela se ergue o famoso Pico Basile com 3.011 metros de altitude,  ponto obrigatório dos turistas que visitam a Ilha, tem uma área de 2 018 km2

Ano Bom (atual Pagalu) foi descoberta  igualmente por exploradores portugueses (sob comando do mesmo navegador)  a caminho das Índias, em 1º de janeiro de 1472, daí ter ficado conhecida por Ano Bom. Diz-se que estava desabitada, ao contrário da  maior Ilha de Bioko, a mais setentrional  do Golfo da Guiné.


Encontra-se localizada no hemisfério sul, a 350 km da costa oeste do continente africano e 180 km a sudoeste da ilha de São Tomé (São Tomé e Príncipe)., a superfície é de  aproximadamente 6,4 km (comprimento) por 3,2 km (largura), com área superficial total de 17,5 km². 

A ilha de Ano Bom, surgiu sobre o mar há mais de 4,8 milhões de anos, com a atividade de um vulcão (extinto há 100 mil anos). O Pico Quioveo é o seu ponto mais alto com 598 metros acima do nível do mar. O território é caracterizado pela fertilidade do solo e pelos belos vales e montanhas íngremes, cobertos por bosques de vegetação exuberante.[2] Possui um lago (Lago A Pot) que se acredita ser a cratera central do antigo vulcão, com pequenas ilhas rochosas."

Os dois territórios "mantiveram-se Portugueses até 1778 altura em que Portugal os cedeu à Espanha e toda a costa da Guiné, em troca de territórios espanhóis no novo mundo. Enquanto a Espanha visava ampliar seu território em solo africano, Portugal desejava ampliar o seu domínio nas ricas terras de “Novo Mundo”

"A população opôs-se ao novo governo espanhol. Os nativos revoltaram contra seus novos comandantes e instalou-se uma anarquia. Posteriormente, em comum acordo, a ilha passou a ser administrada por um bureau com cinco nativos, no cargo de governador. Até o fim do século XIX a autoridade espanhola terminou restabelecida e a ilha tornou-se parte da Colônia de Elobey, Annobon, e Corisco. Em 1909 a guiné continental e todas as ilhas passaram a formar os Territórios Españoles del Golfo de Guinea ou Guinea Española.!"


"Em 1968, a Guiné Espanhola emancipou-se de Espanha, formando o Estado da Guiné Equatorial. Durante o governo de Francisco Macías Nguema a ilha passou a ser chamada Pigalu ou Pagalu (em português, papagaio).

O isolamento geográfico da ilha (muito distante do continente ao qual pertence) e a proximidade de São Tomé e Príncipe (que está a menos da metade da distância até a capital) foram fatores determinantes para a preservação dos laços culturais com Portugal.

"A língua oficial destes territórios é o Espanhol mas também é usado, ainda hoje, um crioulo  em que há uma mistura do Português antigo com línguas locais, fruto, certamente, dos mais de 300 anos da permanência Portuguesa naquelas terras. Também para o povoamento inicial Portugal mandou vir Africanos de Angola. Apesar da língua oficial ser o Espanhol, a Guiné Equatorial, mantem alguns laços culturais e de tradição com Portugal e com os PALOP/CPLP e, por isso, faz todo o sentido a sua adesão a esta Comunidade,~.

"Com o Tratado de Santo Ildefonso (1777),  Portugal cedia a Espanha no Golfo da Guiné as ilhas já mencionadas, e a exploração do litoral continental entre os Cabos Formoso e o Lopez. Este acordo foi ratificado pelo Tratado d’El Pardo, de 1778, o qual constituiu a base jurídica da presença espanhola no continente africano, nas latitudes da Guiné equatorial. encontra-se a capital Malabo, antigamente chamada de Santa Isabel, pelos espanhóis.-"

"Mas os habitantes de Ano Bom, acostumados com grande isolamento, tinham alguma animosidade para com os europeus, principalmente por questões religiosas. A colonização europeia na Ilha nunca foi grande e os anobonenses desenvolveram seus próprios rituais e crenças, embora se dissessem cristãos. A Ilha ficou praticamente isolada até o início do século 21."

"Em 1909, as colónias espanholas de Elobey, Ano Bom, Corisco, Fernando Pó e Guinea Continental Española foram unidas sob uma administração única, formando os Territorios Españoles del Golfo de Guinea ou Guinea Española. Em 1935, a colónia foi subdividida em dois distritos: Fernando Pó (a ilha de Ano Bom, com a capital Santa Isabel) e Guinea Continental (com a capital Bata, e as pequenas ilhas de Corisco e Elobey). Em 1960, os dois distritos tornaram-se províncias ultramarinas de Espanha e designadas Fernando Póo e Rio Muni. Em 1963, as províncias foram combinadas na região autónoma da Guinea Ecuatorial e, finalmente, em 12 de outubro de 1968, tornaram-se num país independente".

"A língua nativa falada em Ano Bom é o fá d'ambô (falar de Ano Bom) ou anobonês, uma variação do crioulo, com raízes no português falado no século 16. Essa língua é hoje um patrimônio cultural lusófono e foi a razão principal para que a Guiné Equatorial se tornasse, em 2014, o nono país membro, de direito pleno, da Comunidades dos Países de Língua Portuguesa. Na Ilha fala-se também o espanhol, mas como segunda língua.

A partir dos primeiros anos do século 21, Ano Bom recebeu grandes investimentos, buscando principalmente o desenvolvimento do turismo e da indústria pesqueira. Em 2013, foi inaugurado o Aeroporto Internacional em San Antonio de Palé

Em 1909, Ano Bom foi unida aos demais territórios espanhóis na área do Golfo da Guiné, formando a Guiné Espanhola. Após a independência da Guiné Equatorial, em 1968, a Ilha foi designada como Pagalu (papagaio), por algum tempo  Elementos extraídos de  .https://www.revistamilitar.pt/artigo/705 E de  https://pt.wikipedia.org/wiki/Ano-Bom

O COMÉRCIO ESCRAVO 

"Os  navegadores portugueses povoaram as ilhas de Bioko, Ano Bom e Corisco, em 1494, tendo-as convertido em entrepostos para o tráfico de escravos. A ilha de Fernando Pó já era habitada, Os seus habitantes são uma mistura de clãs medievais descendentes de estruturas tribais, tais como: Reino Oyo ou do Congo; Reino Benga (ilha Corisco); Reino Rubi (ilha Bioko); vilas estado dos clãs Fang (na parte não insular

Em 1641, a Companhia das Índias Holandesas estabeleceu-se na ilha de Bioko, sem consentimento português, centralizando ali temporariamente o comércio de escravos até que os portugueses voltaram a fazer sentir a sua presença, em 1648, substituindo a companhia holandesa por uma própria – Companhia de Corisco – dedicada também ao tráfico, construindo uma das primeiras edificações europeias na ilha, o forte de Ponta Joko "

"O tráfico de escravos ou de pessoal destinado ao trabalho escravo era o negócio mais rentável, entre o século XVI e o finais do século XIX, embora os outros materiais negociáveis, como o ouro e marfim e diamantes também tivessem a sua cota parte.

Além do transporte de negros, executado por navios portugueses, também franceses, ingleses e mesmo americanos se especializaram nesse tráfico. No entanto, a França estava bem assente no Congo Francês, a Inglaterra, embora pouco assente na Guiné, tinha uma marinha que se sobrepunha a todas as outras no mundo, logo após a derrota da “Invencível Armada”[].

"Curioso é referir que as próprias tribos das costas africanas, muitas delas antropófagas, como entregavam os seus escravos aos compradores e nunca mais os viam, pensavam que os compradores “brancos” os comiam https://www.revistamilitar.pt/artigo/1073

 

Pelo Congresso de Berlim, Espanha perde uma parte dos 800.000 km2 que mantinha nas costas do Golfo da Guiné e fica reduzida a 180.000 km2. Neste ano, Primo de Rivera fez a primeira tentativa de ocupação dos territórios, bem como outras expedições, sempre sem resultado.

Entretanto, os ingleses estabeleceram-se em Fernando Pó com intenção de, futuramente, anexarem a Nigéria e os Camarões, sempre com o pretexto de reprimir o tráfego de escravos. Também os franceses tentaram instalar-se com o mesmo fim dos ingleses, mas não efectivaram a ocupação. Em 1843, uma expedição espanhola sob o comando de Lerena tomou finalmente posse destes territórios.

A presença espanhola foi efectivada com missionários, colonos e exploradores e, em 1856, Carlos Chacón, como governador, deu um grande impulso ao desenvolvimento da colónia.

Nas costas do Golfo da Guiné houve grandes exploradores, no bom sentido da palavra, pois as suas expedições tinham fins científicos e, embora com fins políticos, não tinham as intenções que mais tarde lhes atribuíram como exploradores dos habitantes.

As áreas de cada território são: Rio Muni, 26.000 km2; Bioko, 2.550 km2; Ano Bom, 18 km2, o que totaliza 28.568 km2 Excertos de dois pormenorizados estudos, publicados na  Revista Militar, em 2011 e 2016, pelo  Tenente-coronel João José de Sousa Cruz https://www.revistamilitar.pt/artigo/705   https://www.revistamilitar.pt/artigo/705

REGIME DO SUPREMO TERROR DE FRANCISCO MACIAS 

O pais foi  governado dez anos, na década de 1970, por Francisco Nguema, que , segundo referem estudos, "assassinou milhares de opositores. Nguema usou a ignorância do povo e muita propaganda para se manter no governo pelo terror, até que foi deposto, em 3 de Agosto de 1979. por T, Teodoro Obiang Nguema e assumiu o poder na Guiné Equatorial. Sua ação, aplaudida pelos guineenses e pela comunidade internacional, foi totalmente justificada: o país estava em um beco sem saída, esmagado pela tirania brutal imposta por seu primeiro presidente, eleito democraticamente onze anos atrás, quando aquela nação da África Central conquistou sua independência da Espanha, em 12 de outubro de 1968”. - De várias fontes da Webe - 


Foi graças à intervenção de Obiiang, que fui poupado da forca e libertado - 

Devo-lhe a vida, quando ali aportei, em Novembro de 1975, à deriva numa piroga e fui preso na cadeia das execuções por suspeita de espionagem  - Voltei lá em Julho de 2017 para lhe agradecer a nobreza e a coragem do seu gesto, logrando contrariar as ordens de seu tio, que  ordenara o meu enforcamento.

MAS QUE MAL TERIA FEITO EU? - Após 38 longos e exaustivos dias de incerteza e  de sofrimento no alto mar, dar entrada num presidio dos condenados à morte?- Cheguei mesmo a pensar se não teria valido  mais a pena ter ficado na barriga de  um tubarão. - Pormenores em  https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-27-de-nov-1975-38-dia.html


No regime de Francisco Macias Nguema 
Francisco Macias Nguema   – Ele “era conhecido por ordenar a execução de famílias e aldeias inteiras, forçou dezenas de milhares de cidadãos a fugir com medo de perseguição e proteger sua segurança pessoal. Intelectuais e profissionais qualificados eram um alvo específico (…)No final de seu governo, quase toda a classe educada do país foi executada ou forçada ao exílio, Entre os métodos de tortura utilizados estavam . "O balanço" (amarre o prisioneiro pelos pés e mantenha-o pendurado enquanto é espancado, Dada a brutalidade desses métodos, muitos prisioneiros morreram sofrendo com eles. Grande parte dos mortos durante a ditadura de Macías passou pela prisão”(…)  A ilha de Fernando Pó, renomeada como "Isla Macías Nguema".

A religião principal na Guiné Equatorial é o cristianismo, que representa a fé de 93% da população. Os cristãos do país são, predominantemente, católicos romanos (87%), enquanto os protestantes são uma minoria (5%). Quase 5% da população segue crenças indígenas. Já o islamismo representa apenas 0,5% da população, enquanto que os ateus representam 5,9% da população. Os 2% restantes compreende os muçulmanos, os seguidores de outras crenças e Baha'is.
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Jorge Marques  com o Embaixador Tito Mba Ada

“Cremos que muitos portugueses não conhecem a Guiné Equatorial. Têm que vir conhecer a Guiné Equatorial, investir na Guiné Equatorial, conhecer os guineenses, e trabalhar juntos, porque juntos somos mais fortes e competitivos” – Declarou-me,  o Embaixador Tito Mba Ada, numa honrosa e interessante entrevista, que me concedeu  no Centro de Conferências de Ngolo, em Bata, no encerramento do VI Congresso Ordinário do Partido Nacional Democrático da Guiné Equatorial, que decorreu, na primeira semana de julho, em ambiente de calorosa e significativa participação,  com transmissões diretas da televisão nacional e   das várias cadeias estrangeiras,   sob o Lema A Renovação Continuidade

.A Guiné Equatorial foi admitida a 23 de Julho de 2014 como membro CPLP, na X cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, em Díli, na sequência de  um processo de dez anos.

Tito Mba Ada, que é também representante da missão permanente da Guiné Equatorial junto da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), reside em Portugal, pais pelo qual se confessa apaixonado:

Cremos que muitos portugueses não conhecem a Guiné Equatorial. Têm que vir conhecer a Guiné Equatorial, investir na Guiné Equatorial, conhecer os guineenses, e trabalhar juntos, porque juntos somos mais fortes e competitivos

Portugal é uma potência turística, porque acolhe mais de três milhões de turistas, então é um dos países que sabem gerir a afluência turística. A Guiné Equatorial é um destino óptimo, um dos melhores de África, e é uma prioridade para o Governo do meu País, portanto é uma área decisiva.
 

Recebido pelo Secretário-Geral do PDGE
E, na verdade, nos dias em que ali estive, senti-me tranquilo e feliz – Quer em Malabo, quer em Bata, Cidade portuária da Guiné Equatorial, capital da Província continental, Mbini (antiga colónia espanhola de Río Muñi)l e  segunda maior cidade do país.- Naquela que é também classificada como a “suíça africana”  - Pelo rasgo e criatividade arquitetónica dos seus edifícios, das suas largas e belas  avenidas marginais, praias de areia fina a perderem-se de vista, a curta distância por excelentes estradas – Creio que mais  livre e mais segura que a generalidade das capitais europeias  – Sim, nos dias em que ali estive, senti-me tranquilo e feliz – Naquela que é também classificada como a “suíça africana”  - Pelo rasgo e criatividade arquitetónica dos seus edifícios, das suas largas e belas  avenidas marginais, praias de areia fina a perderem-se de vista, a curta distância por excelentes estradas – Cremos que mais  livre e mais segura que a generalidade das capitais europeias


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