O Presidente
da República Democrática de STP, numa entrevista à DW, dias antes de participar na Conferência das Nações Unidas
sobre Alterações Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, a decorrer entre
os dias 31 de outubro e 12 de novembro, com a participação de vários líderes
mundiais, reconheceu que tem "uma importância acrescida" para São
Tomé e Príncipe, apesar de não ser um país poluidor
Efeitos das alterações climáticas - Tendo declarado que, “o arquipélago, formado por duas ilhas principais, sofre sobremaneira os efeitos das alterações climáticas. "Como consequência, registamos com desagrado a diminuição do espaço terrestre do país. Perdemos cerca de 4% do território nacional com a subida das águas do mar. E isto é muito preocupante. Acontece connosco e acontece com os outros países", lembrou.
NÃO SE PODE FICAR INDIFERENTE ESTA DESFLORESTAÇÃO DESMEDIDA - Justiça trava devastação da zona sul de S.Tomé - Mas será que travou mesmo?
SECAS PROVOCADAS PELA GRAVANA ESTÃO A DEIXAR NO
DESESPERO ALGUMAS DAS POPULAÇÕES MAIS ISOLADAS -
Tal como já tive oportunidade alertar, de nada poderão valer as ajudas monetárias se a desflorestação e as queimadas prosseguirem – Esse panorama persiste e agrava-se a cada dia que passa. Em queimadas, a noroeste e, em desmatação, selvagem a sul.
Algumas das praias poderão desaparecer até ao fim do século –O aquecimento
global, atividade vulcânica dos Camarões, exploração dos carbonetos, as
principais causas de uma catástrofe à vista e de imprevisíveis
consequências. Mas, a desflorestação em S. Tomé, além de
propiciar alterações climatéricas na Ilha, também pode contribuir para o
agravar destes riscos.
Já conhecia a desflorestação através de vídeos e de fotografias - Porém, longe de imaginar que a sua dimensão fosse tão extensiva - Pelo que me foi dado observar, a área devastada, ao sul da ilha de S. Tomé, pareceu-me duplicar ou mesmo triplicar os tais 4000 hectares que foram concessionados pelo Estado santomense a um grupo privado Vi que existem graves ameaças ambientais, tanto à beira mar como no interior.
Por exemplo, onde está o recife (ilha), que se situava frente à praia lagarto, que há 46 anos ficava completamente descoberto? - Sim, no qual os pescadores iam buscar o isco para a sua pescaria e os veraneantes se estendiam ao sol. Não só não descobri os menores sinais desse recife espalmado, como, ainda bem pior: vi uma baía, quase sem margem, com a maré cheia a invadir a estrada e, nalgumas áreas, com mais cascalho de que areal.
Bem diferente daquela que fora uma das mais aprazíveis praias – Ornada de coqueiros, por um extenso e suave areal, junto à qual surgiam inúmeros caranguejos verdes, vindos das tocas que esburacavam no mato para capturarem as suas presas. Eram tantos a atravessarem a estrada, que havia quem se divertisse a esmagá-los com os pneus do carro, sobretudo à noite. Agora, o que se descobre é uma curta língua de cascalho, que entretanto o asfalto vai protegendo, comida pelo avanço do mar, alguns troncos de esguios coqueiros e de outras árvores, que ameaçam ser arrancados a todo o momento, devido às investidas das ondas na própria estrada, também já esta, de onde em onde, bastante comida e esventrada.
Orlas costeiras comidas pelo mar, colocando em risco habitações, caminhos ou estradas. Então, na estrada das Neves, depois da Lagoa Azul, por mais paredões que ali se façam – e vimos que havia importantes obras em curso – não tarda, que o troço existente, acabe por ficar submerso e de se tornar intransitável. E se torne necessário romper as veredas e fazê-la noutras curvas de nível, mais alto. O pior é a insegurança para as pequenas comunidades piscatórias, que vivem as suas vidas, intimamente com o mar, junto de encostas, tão abrutas, e ao mesmo tempo já tão ameaçadas pelo avanço das águas, as quais, não tendo outra alternativa onde se alojar, só restará a possibilidade de virem a transformar-se em aves. Pois, mas é gente que vive com um pé em terra e outro no mar – E, este, além de ser adverso, lá fora, nas fainas do seu dia, agora, ainda por cima, lhes ameaça o próprio lar, a humilde cubata de madeira. Antevê-se, pois, um futuro algo incerto e inseguro.
SECAS PROVOCADAS PELA GRAVANA ESTÃO A DEIXAR NO DESESPERO ALGUMAS DAS POPULAÇÕES MAIS ISOLADAS - Repetimos o alerta que, por várias vezes, aqui fizemos
Tal como é referido por especialistas, mesmo até por estudos realizados há mais de cem anos ( o caso deste breve texto) na extensão da Ilha de São Tomé há uma diversidade enorme de climas: enquanto se registam 11 graus centígrados desagradáveis no Pico nas manhãs da gravana ou das chuvas, a cidade derrete-se a 28 ou 33 graus á sombra; enquanto o nordeste da Ilha se mirra na gravana seca e ventosa, chove diluvialmente em S. Miguel
Mesmo dentro da altitude da cultura cachoeira, até 800 metros, há uma diversidade enorme de condições atmosféricas, como se vê pela época da maturação do cacau , tão diferente do norte da Ilha para os Angolares, por exemplo, e pela distribuição da colheita no decorrer do ano. Não se faz bem ideia de quantas modalidades o clima apresenta ao longo da Ilha"
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