Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador - Antigo navegador soliário em pirogas no Golfo da Guiné e líder da 1ª escalada ao Pico Cão Grande, em S. Tomé https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/34-dia-perdido-no-golfo-da-guine-nao.htmlhttps://canoasdomar.blogspot.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html
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| Anos 80 - Com o poço, já emparedado |
Neste dia, aos 9 anos, ia morrendo afogado num poço fundo e barrento - Mas não o tomo como sendo efeito de ação sobrenatural ou divina aparição inicial, se bem que, esteja convicto de que, o peregrino que ali se deslocar, àquele espaço, denominado Santuário de Fátima, se for imbuído de fé, acabe por se transcender a si mesmo e de receber o benéfico efeito psicológico e anímico, resultante mais de um amplo local acumulador de energias positivas de que negativas. E até possa partir daqui mais animado, conformado, e até curado dos seus padecimentos físicos ou psicológicos, de quando ali chegou.
Em consequência de um fenómeno resultante de uma poderosa sugestão coletiva, que ali foi sendo acumulada a partir de um período de grande instabilidade, propiciado num tempo em que as pessoas, face à miséria, à luta entre Igreja e primeira República e à 1ª Grande Guerra Mundial, rezavam de forma mais intensa e fervorosa. - Afinal, também o apelo que a minha irmã fez quando ambos nos íamos afogado. E, mais tarde, quando andei perdido 38 dias a bordo de uma piroga.
Pois verifica-se o efeito contrário, o mal-estar que é suscitado, quando, involuntariamente ou por vontade própria, alguém se confronta num recinto em que há grandes manifestações instigadas mais por palavras de ódio de que de pacificação. Nessas circunstâncias propalam-se mais cargas de destruição de que harmonia e edificação

Sim, trata-se, com efeito, de um fenómeno de sugestão coletiva, um tanto ao estilo da encenação, que, anos mais tarde, viria a ser prosseguida pela chamada Santa da Ladeira. No início da década de 1960, quando Maria da Conceição Mendes Horta, habitante de Torres Novas afirmou falar com Deus e com os santos, atraindo a atenção de milhares de católicos.Sim, sou um profundo místico à minha maneira. Não sou propriamente um católico apostólico, no sentido tradicional do termo, mas identifico-me com muitos dos seus valores: gosto das suas orações, cânticos religiosos e liturgia sagrada - Há outros aspetos em que a minha aproximação com o divino, se faz de forma diferente - Mas, no fundo, o caminho e os objetivos são os mesmos.
Respeito a crença e até escrevi à irmã Lúcia a manifestar-lhe a minha admiração pelo estoicismo da sua vida de recolhimento. O milagre do sol é um fenómeno de sugestão, que vem sendo induzido na festa de Santo António, em Lisboa, que já testemunhei. Que está registado em vídeo, no Youtube, em junho de 2014, sob a designação - Santo António e o "Milagre do sol"
Embora imbuído por convicções profundamente místicas, não me considero propriamente o católico apostólico praticante no sentido tradicional do termo, já que sou mais induzido a devaneios espirituais por força de sentimentos de circunstância e ocasionais (que me esforço de poder ter) de que por rígidos conceitos teológicos ou doutrinários, se bem que os respeite e admire tal como a mítica figura de Cristo, maravilhoso exemplo de entrega e de virtudes. Mas, a bem dizer, muitas vezes. nem sei o que sou: ou haverá alguém que seja sempre inteiramente igual e não tenha os seus heterónimos, as suas hesitações e divagações?...
Ainda em vida da Vidente Irmã Lúcia, mandei-lhe uma singela carta, através da qual lhe descrevi alguns episódios da minha vida - (...) - um deles bem dramático, em que, num dia, desses meus verdes anos, a 13 de Maio, anos 50, pouco antes de ir a trabalhar como marçano para Lisboa, caí a um poço, barrento e fundo e me ia afogando com a minha irmã. - (pormenores mais à frente) 
Em 2017, vivia-se um certo movimento de anticlerical que chegou a destruir e a queimar muitas igrejas - algumas das quais nas colónias - patrocinado por associações próximas do Partido Republicano Português de Afonso Costa, que estava então no poder. Em Ourém, o administrador do concelho, Artur de Oliveira Santos, era ele próprio militante deste movimento radical, que “recorria a todos os meios para liquidar a «especulação clerical»”.COMO ME SALVEI DE SER AFOGADO
A minha irmã, tirava a água com um caldeiro na ponta de um picanço para regarmos a horta: eu estava uns metros abaixo a desviá-lo da única pedra que existia na sua margem. Quando o varal partiu e se soltou, ela despenhou-se sobre mim e fomos os dois ao fundo – Nenhum de nós sabia nadar. Jamais me esquecerei dos gritos de aflição, implorando: “Nossa Senhora de Fátima! Nossa Senhora de Fátima, socorrei-nos! -Esse episódio marcaria para sempre a minha vida, que tem sido um MILAGRRE - E creio que aquele foi o primeiro milagre que eu conheci - Na imagem de família, eu chorei no dia em que a minha irmã fez a 1ª comunhão - Não sei porquê

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| Mais tarde com a primeira filha |
A minha saudosa irmã Conceição, que Deus levou muito nova, deixando então duas filhinhas, tinha uma grande devoção em Nossa Senhora de Fátima. E o episódio que lhe vou recordar, ilustra, justamente, esse facto, quando eu tinha onze anos e ela 15 .Foi a um domingo, dia 13 de Maio. Regávamos a nossa horta no Vale Cardoso. Ela retirava a água do poço com ajuda do picanço; eu estava uns metros mais abaixo para afastar a vara e o caldeiro de uma pedra. Nisto, o picanço rebenta, ela cai e arrasta-me consigo para o fundo do poço. Este era fundo e com margens barrentas. A nossa aflição, como deverá calcular, era enorme. Nenhum de nós sabia nadar. Quando vinha ao de cimo, ela gritava por Nossa Senhora de Fátima; eu gatinhava junto à margem, estava aterrorizado e apenas cerrava a boca para evitar engolir mais água. O meu irmão Fernando, então com nove anos, que encaminhava a água, apercebendo-se, corre em nosso auxílio. A minha imã grita-lhe para ir buscar uma cana e para descer até um tufo de juncos que havia na margem, e é o que faz sem perda de tempo. Estende-lhe a cana, ela agarra-se à mesma e consegue gatinhar pela íngreme vereda. Depois, estende-me a mão e salva-me também.
| Com o escritor Vergilio Ferreira |
“Fala-se tanto nele, como aliás, estava previsto. Mas não no que dele mais importa e não passa pelos deuses e muito menos pelas sacristias. O retorno do sagrado deve ter que ver fundamentalmente com a recuperação da sacralidade do homem, da vida, da palavra, do mundo. A sacralidade está no que suspeitamos de mistério nas coisas, a força “original de tudo o que nos espera o nosso olhar limpo, a nossa atenção humilde, a divindade está em nós. O grande acontecimento do nosso tempo, que é o sinal do nosso desastre, é a profanação de tudo, a dessacralização do que abusivamente foi invadido pelos deuses. Os deuses morreram e quiseram arrastar consigo a morte do que era divino sem eles” in Pensar - de Vergílio Ferreira![]() |
| Foto de família - choramingas |
– Pouco antes da sua morte, telefonei para este Convento a perguntar se ela podia receber correspondência, já que as visitas eram extremamente condicionadas, responderam-me que sim, pelo que tomei a liberdade de lhe enviar, por correio registado, uma pequena carta em 18 de Outubro de 2004, cujo conteúdo publiquei no jornal OFOZCOENSE
| Aos 12 anos - um menino marçano em lisboa |
Tinha dez anos e não sabia ler nem escrever quando alegadamente viu, pela primeira vez, Nossa Senhora na Cova da Iria, juntamente com os primos Jacinta e Francisco Marto. Lúcia foi a única dos três primos que falava com a Virgem Maria, a sua prima Jacinta ouvia mas não falava e Francisco, inicialmente apenas ouvia as palavras de Nossa Senhora, e, como tal, foi a portadora do Segredo de Fátima. Nos primeiros tempos, a hierarquia católica revelou-se cética sobre as afirmações dos Três Pastorinhos e foi só a 13 de outubro de 1930 que o bispo de Leiria tornou público, oficialmente, que as aparições eram dignas de crédito. A partir daí, o Santuário de Fátima ganhou uma expressão internacional, enquanto a Irmã Lúcia viveu cada vez mais isolada. Durante alguns anos ficou na Quinta da Formigueira em Frossos, Braga, propriedade do bispo de Leiria D. José Alves Correia da Silva.
Em 17 de Junho de 1921, com 14 anos, o Bispo de Leiria, José Alves Correia da Silva, proporcionou a sua entrada no colé



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