Jorge Trabulo Marques - Jornalista e e investigador
Prestei o meu apoio desde a descoberta das gravuras, em cujos achados também colaborei, tendo publicado dezenas de artigos no ECÔA e feito largas centenas de fotografias.
Em 10 de agosto de 1996, o então primeiro governo de António Guterres inaugurava formalmente, e com toda a pompa e circunstância, o primeiro parque arqueológico português, assegurando uma virtual proteção legal ao que já então constituía o complexo de arte rupestre do Vale do Côa.
A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Património da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de 1.200 rochas, distribuídas por 20 mil hectares de terreno com manifestações rupestres, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há mais de 25.000 anos, e distribuídas por quatro concelhos: Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Mêda
Meus Parabéns – Aos arqueológos e técnicos auxiliares. Aos Jovens da Escola Secundária Adão Carrapatoso de Foz Côa e seus professores, que estiveram unidos numa luta e objetivo comum: defender um dos maiores tesouros da Humanidade -
Aida Carvalho, Presidente da Fundação Côa Parque – entidade gestora do Museu do Côa e Parque Arqueológico do Vale do Côa – continua empenhada nas continuidade das escavações, designadamente no sítio de arte paleolítico do Fariseu [rocha 9] e na Cardina-Salto do Boi, onde foi evidenciada uma ocupação pelo Homem de Neanderthal desde 100.000 anos.
O Vale do Côa é considerado “o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre”. Aventure-se pelas belíssimas paisagens que emolduram o rio Côa e venha conhecer a arte primitiva da Humanidade!
COMEMORAÇÕES NESTE DIA 10- 08- 2024 - O Parque Arqueológico do Vale do Côa celebra o seu0 28.º aniversário no dia 10 de agosto, destacando-se como um marco na preservação do património arqueológico em Portugal. Prevista a v apresença do Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e uma série de atividades que prometem enriquecer a experiência dos visitantes.
As comemorações começaram às 16h30 com a apresentação do projeto OliveCoa, que visa a valorização das oliveiras centenárias da região. Às 17h00, será apresentado o Catálogo das Oliveiras Centenárias, um compêndio detalhado das árvores mais antigas e simbólicas do vale
INICIATIVAS DO MUNICÍPIO - Paralelamente, o executivo da CM de V. N de Foz Côa, presidido pelo Dr. João Paulo Sousa, tem vindo a organizar várias iniciativas, através do programa Coa Culto - Uma das quais é a Noite Branca, 𝗱𝗶𝗮 𝟭𝟰 𝗱𝗲 𝗮𝗴𝗼𝘀𝘁𝗼, a partir das 21H00, com a abertura da noite na Praça do Tablado.
Maior museu do mundo a céu aberto do Paleolítico criado há 28 anos no Côa
Há pelo menos 80 mil anos os humanos já andavam pelo Vale do Côa "Arqueólogos e outros especialistas internacionais apresentaram no Museu do Côa as últimas descobertas no que toca à arte rupestre. Thierry Aubry representou a equipa da casa para falar de mais uma rocha com “gravuras animadas” e de um “buraco” que faz recuar a ocupação humana do vale. Já sabíamos que os neandertais por lá tinham passado, mas não sabíamos que o tinham feito tão cedo.
Na Canada do Inferno encontra-se um dos principais núcleos do Parque Arqueológico, a rocha descoberta pelo arqueólogo Nelson Rebanda com as primeiras de 17 quilómetros de gravuras a céu aberto com mais de 20 mil anos. Na mesma paisagem permanece o esqueleto do paredão da barragem inacabada e suspensa com uma indemnização de milhares de euros à concessionária EDP.
Em Abril de 2020 - Equipa de Arqueólogos, liderada por Thierry Aubry , descobrem no Vale do Côa uma das maiores figuras rupestres do mundo - A descoberta de um painel de figuras rupestres, entre as quais está a de um auroque que é “maior figura da arte do Vale do Côa e da toda a Península Ibérica, e uma das maiores do mundo, apenas comparável com os auroques da gruta de Lascaux, provas que mostram “com clareza” que o homem de Neandertal ocupou de forma continuada aquele território antes da chegada do ‘homo sapiens sapiens’.
A presença continuada do homem de Neandertal, em acampamento ao ar livre, no Vale do Côa, ficou comprovada com este registo arqueológico, composto para sondagens arqueológicas, o que torna este sítio único na Europa”, disse esta à Lusa o arqueólogo Thierry Aubry, um dos especialistas da Fundação Côa Parque envolvidos na investigação.
Depois de se percorrer cerca de 25 quilómetros por estradas sinuosas, chega-se ao sítio arqueológico do Salto do Boi/Cardina, nas proximidades da aldeia de Chãs, onde foi descoberta, através de um conjunto de sondagens, esta “novidade para a arqueologia”.
Para o investigadores, ao longo das várias camadas evidenciadas nas sondagens arqueológicas feitas no lugar do Salto do Boi/Cardina, é possível perceber que o homem de Neandertal e o ‘homo sapiens sapiens’ ocuparam o mesmo sítio durante milhares de anos, de forma contínua, o que permite comparar o seu modo de vida e dar um contexto à arte rupestre do Côa.
“Até agora, sabíamos que os últimos Neandertais ocuparam o Vale do Côa no período entre 60.000 e 35.000 a.C.. No entanto, no fim desta última campanha ultrapassamos aos cinco metros de profundidade onde foram encontrados vestígios de ocupações mais antigas e sucessivas dos sítios pelos Neandertais”, vincou o arqueólogo.
Segundo Thierry Aubry, no interior da Península Ibérica há pouco sítios arqueológicos datados do Paleolítico Médio, e o que se conhece são ocupações únicas e não continuadas.
Neste lugar, temos dezenas de níveis que mostram uma ocupação contínua dos caçadores-recoletores do Côa que conseguimos demonstrar com o estudo do material recolhido. É possível descodificar a transição entre os últimos Neandertais e os primeiros homens modernos [os artistas do Vale do Côa] que ocuparam a Península Ibérica”, enfatizou o arqueólogo.
ESTE O TITULO DE UM DOS NOSSOS ARTIGOS NO ECOA |
Entretanto, é noticiado que "as descobertas recentes no Parque Arqueológico do Côa, resultado da investigação permanente ao longo dos últimos 30 anos, revelam a existência de uma continuidade entre os períodos Paleolítico e Neolítico, o que coloca essa investigação na vanguarda a nível europeu.
Com um registo 1.511 rochas com motivos", identificadas no Parque Arqueológico do Vale do Côa. https://www.publico.pt/2020/04/25/culturaipsilon/noticia/arqueologos-descobrem-vale-coa-maiores-figuras-rupestres-mundo-1913873
As gravuras rupestres de Foz Côa foram descobertas em 1994, quando já estava em construção a barragem no rio, localizada a norte do distrito da Guarda.
A história deste processo é longa, mas teve como ponto alto outubro de 1995 quando o Governo de António Guterres ordenou a suspensão da construção da mega barragem na Foz do Côa devido aos achados arqueológicos.
Com a identificação de diversos núcleos de gravuras e depois de vários protestos e debate público, nasceu, em 10 de agosto de 1996, o parque arqueológico que se proclamou como o maior museu do mundo ao ar livre do Paleolítico, contabilizando um milhão de visitantes em 20 anos.
O Movimento para a Salvaguarda das Gravuras de Foz Côa, que adotou o slogan "as gravuras não sabem nadar", foi "determinante" para a preservação dos achados.
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