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sábado, 3 de agosto de 2024

ZECA AFONSO 02-08-1929 Registos sonoros INÉDITOS em Lisboa e Setúbal --Da Voz da Liberdade - No Botequim de Natália Correia, faz coros com dois temas de música popular portuguesa - Em Setúbal, fala do seu livro “Vai de Folia! Vai de Folia!” e de experiências recentes e do passado da sua vida

                                                                               Jorge Trabulo Marques


Em Setúbal, era o único repórter presente. Naquela altura. a media estava de algum modo a menosprezá-lo. Tendo aproveitado para recordar algumas das suas experiências recentes e do passado. Frisando que “a guerra da Checoslováquia, constituiu uma rotura que atravessou a sua geração. Mais de que o Maio de 78”.
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“Foi uma furacão ideológica!... Não encontrei outra imagem ideológica! Desde a Indochina à Guerra do Vietname!...Desde o reflexo da Revolução Cubana!... Maio de 68!... Também em 56!... com o reflexo dos países do Leste!... Budapeste!... Na Polónia!...Tudo isso foi um furacão que nos envolveu!...

A sessão de lançamento, tanto quanto me ocorre, teve escasso público, embora muito entusiasmado e animado com as suas explicações. Passou despercebida da imprensa

“A minha rotura de confusão A guerra da Checoslováquia, foi uma furacão ideológica!... Não encontrei outra imagem ideológica! Desde a Indochina à Guerra do Vietname!
Desde o reflexo da Revolução Cubana!... Maio de 68!... Também em 56!... com o reflexo dos países do Leste!... Budapeste!... Na Polónia!...

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos – ou simplesmente Zeca Afonso, como viria a ser eternizado – nasceu a 2 de agosto de 1929, em Aveiro. Em miúdo passou algumas temporadas em Angola, onde o seu pai exerceu a função de delegado do Procurador Geral da República. Por motivos de saúde, o pequeno Zeca dividiu o seu tempo entre África, que aprendeu a amar e a respeitar, e Portugal. As suas raízes familiares não representam propriamente o ‘proletariado’. Contudo, quando se fez homem, Zeca cantou e defendeu, como poucos, o povo – antes deste ir ‘de carrinho’, como viria a cantar na década de 80, no álbum Como Se Fora Seu Filho, um disco paradoxo, dividido entre a utopia e o desalento da realidade política:

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