Jorge Trabulo Marques - Jornalista
A festa
decorreu no salão António Vitorino Nemésio, no CCB, em Lisboa, na véspera à
noite do feriado do 1º de Novembro, Dia de Todos os Santos
Em ambiente
alegre, caloroso e descontraído, ao bom jeito africano, sem a presença de qualquer
das televisões portuguesas, salvo um
operador de Câmara da televisão da Guiné Equatorial e outro da CPLP – Da imprensa,
apercebemos-nos da presença do Diretor da revista Business Portugal e uma equipa
de reportagem do jornal PÚBLICO.
Ruslan Obaing - charmoso,e simpático |
O Governo equato-guineense, habituado que está a ser alvo de metralha da media comprometida ao poderoso lóbi, instalado na capital do antigo império colonial espanhol, para transformar aquele que é, atualmente, considerado o país mais rico de África per capita, num outro Iraque ou Líbia, e, com os seus fantoches, facilmente cobiçar as suas riquezas naturais, também não faz questão de se vergar ao espetáculo mediático e manipulador, segue o seu caminho, discreta mas eficazmente – Pois, de outro modo, como é que se explica que seja, praticamente, dos únicos países africanos, onde não se têm registado conflitos sociais ou a instabilidade que percorre o resto de África, e não só.
O SIMPÁTICO ENCONTRO, COM RUSLAN OBIANG, COROADO COM UM ABRAÇO E DE REGISTO FOTOGRÁFICO, FILHO DO PRESIDENTE DA GUINÉ EQUATORIAL, A QUEM PEDI PARA REAFIRMAR A SEU PAI, O MEU ENORME PAREÇO, A MINHA SINCERA DIVIDA DE GRATIDÃO, POR ME TER SALVO DO FUZILAMENTO, NA FAMIGERADA PRISÃO BLACK BEACH.
De facto, para mim,, a maior das surpresas da noite, por sinal simpática e muito afável, foi a presença de Russalan Obiang, a quem tive oportunidade de transmitir a enorme divida de gratidão, o quanto estou a dever ao humanismo e à sua sensibilidade de seu pai, por ter ousado contrariar a ordem de sei tio para me executar
Finalmente, 38 dias depois junto ao frondosa Costa |
Sim, tal como já tive ocasião de referir noutras postagens - O Presidente Obiang salvou-me de ser condenado pelo seu tio, o auto-proclamado Presidente Vitalício Francisco Macias Nguema, que derrubaria em 3 de Agosto de 1979 - Depois de 38 longos dias à deriva numa piroga, acostei numa praia deserta, orlada por vegetação densa e luxuriante, de Bococo. Ilha de Bioko. Suspeito de espionagem, foi detido e enviado para famigerada Blach Beach,Black, depois de ter pernoitado nos calabouços de um esquadra A que já me refiro especialmente neste site, em http://www.odisseiasnosmares.com/2012/08/bioko-vista-ilha-do-diabo-francisco.html
PALAVRAS DO EMBAIXADOR TITO MBA ADA
“Ao comemorar o Quinquagésimo Aniversário da Independência do nosso amado e
pacífico país, a República da Guiné Equatorial, estamos cheios de emoção por tão honrada presença dos Representantes dos países amigos que responderam ao nosso convite, e dos nossos compatriotas e amigos em geral, que se juntaram a nós neste acto e dia de júbilo muito significativo. Todos deram prova inequívoca de amizade e solidariedade em relação ao nosso país” – Começou por sublinhar o Embaixador Tito Mba Ada, depois de ter recebido os cumprimentos de felicitações dos vários convidados, quer ele quer o concelheiro da Embaixada, postados à entrada do salão, acompanhados por suas esposas, nomeadamente, da representante da Presidência da República Portuguesa, de representações parlamentares, da Secretária Executiva da CPLP, Embaixadores, Membros do Corpo Diplomático e Organismos Internacionais, Representantes de Instituições Académicas, além de empresários e outros convidados e amigos.
De seguida, o diplomata, recordou, o” dia 12 de Outubro, foi um dia de celebração em todo o mundo, é o Dia da Hispanidade, que marca a data em que Cristóvão Colombo chegou ao arquipélago das Bahamas, e é também o dia da Virgem do Pilar, padroeira de Espanha.
A Guiné Equatorial faz parte da Hispanidade,
por herança da colonização espanhola, mas também faz parte da Lusofonia, por
herança dos primeiros descobridores e colonos do território, os portugueses.
Foi para não sobrepor estas comemorações
que celebramos hoje, em Portugal, o Cinquentenário da Independência da Guiné
Equatorial, com todos os amigos e amigas que tanta importância tiveram no
processo de construção do País.
O balanço não pode ser senão muito
positivo. Após superar um período em que sofremos a escravatura, e um período
em que sofremos a colonização, em que os povos indígenas pouco mais direitos
tinham, a Guiné Equatorial comemora agora meio século de soberania e
independência. Cinquenta anos de unidade territorial, de paz, de justiça e de
coesão social. Sobretudo, caminhando pela senda da nossa imensa felicidade,
como canta o nosso hino nacional.
Desde a obtenção da soberania nacional em
1968, foram variados os estágios políticos, diplomáticos, económicos e sociais
pelos quais o país passou.
Uma vez obtida a independência, faltavam
as estruturas mais básicas para a sobrevivência da população. Os 50 anos da
Independência tiveram vários marcos na nossa história recente como um país
livre, com algumas sombras para os primeiros 11 anos após a soberania, e com
muitas luzes para a verdadeira liberdade conquistada em 3 de agosto de 1979,
data a partir da qual mudou o regime e foram restabelecidas as liberdades, a
paz voltou a reinar, e tudo recomeçou.
Não podemos omitir deste discurso uma
homenagem viva, vibrante e merecida aos heróis e mártires que derramaram o seu
sangue pela causa da Independência - Enrique Nvo, Acacio Mafie, Salvador Ndong
Ekang, e outros.
Minhas Senhoras, meus senhores, caros
amigos e amigas:
Nos anos 90 do século passado, graças à
descoberta do petróleo no território, o Governo pôde lançar uma política social
que buscava o acesso da população a serviços básicos como educação, saúde e
infra-estrutura terrestre, aérea, marítima, entre outros.
A Guiné Equatorial tem obtido conquistas
notáveis, ao longo destes 50 anos. O dia 12 de outubro é uma data de avaliação
do caminho já percorrido, e planeamento do caminho a percorrer.
A democracia, as instituições
democráticas, são um pilar do desenvolvimento económico e social, sem convulsões,
dum País fundamentado em três vértices:
- Africano, com as várias etnias, e a sua
marcante representação na União Africana;
- Hispânico, com o importante legado da
língua;
- Lusófono, que as suas raízes mais
ancestrais confirmam.
Conhecer o mais básico sobre a Guiné
Equatorial é saber que esta é uma sociedade com uma estrutura tribal, muito
distinta da europeia, e apesar da diversidade das etnias, que felizmente
convivem junto com cidadãos europeus, americanos e asiáticos, há uma ausência
notável de conflitos internos no País.
Nestas últimas décadas após a
Independência, tem sido constante a evolução das condições de vida no País, o
crescente respeito pelos Direitos Humanos, que só os cegos não querem ver, a
melhoria do acesso à escolaridade, as condições de vida e de igualdade para as
mulheres.
Este desenvolvimento global fez da Guiné
Equatorial nestes últimos 39 anos um país ideal, aberto, livre e seguro;
preparado para receber o investidor que nos queira acompanhar como parceiro
para o nosso desenvolvimento. Portanto, a Guiné Equatorial é um País de paz, de
estabilidade, altamente propício ao investimento estrangeiro. Por isso,
reiteramos o convite aos empresários da nossa Comunidade a fazerem visitas de
negócio ao País, trilhando o caminho desbravado há quase seis séculos pelo
navegador Fernando Pó.
Minhas Senhoras, meus senhores, caros
amigos e amigas:
A Guiné Equatorial tem um longo caminho
marcado por esforços e conquistas. Cada progresso na política externa é um
símbolo da postura nobre da nossa Nação. Há, neste momento, quarenta e sete
missões diplomáticas operacionais pelo mundo fora, fazendo amizade, cooperação
e solidariedade.
Somos actualmente Membro Não Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Somos membros do Conselho de Paz da União Africana. Actualmente, somos o décimo quarto membro da OPEP, e o sexto produtor africano a juntar-se à organização. Foram feitas contribuições substanciais para a F AO e a OMS. O Prémio Internacional de Investigação em Ciências da Vida é patrocinado integralmente pelo Governo da Guiné Equatorial. O processo de integração na CPLP já é uma realidade, com passos firmes.
Minhas Senhoras, meus senhores, caros
amigos e amigas:
Cantora Berttty Akna |
A cooperação com Portugal já vem de muito longe, começou em 1998, com a promulgação do Acordo Geral de Cooperação entre ambos os Países.
Ao longo destes anos, as nossas relações
com este belo país de Portugal são cordiais e de respeito mútuo, uma vez que
estamos unidos por laços históricos inegáveis, bem como pela nossa presença
comum na Comunidade dos Países de Língua Lusófona (CPLP).
Acreditamos que, no futuro, as nossas
relações com Portugal continuem baseadas no respeito, na confiança, no
entendimento mútuo, sem julgamentos precipitados, reforçando a cooperação nos
grandes domínios em que Portugal tem grande experiência, e naqueles em que a
natureza da Guiné Equatorial oferece vantagens de negócio, em beneficio
recíproco.
O nosso desejo é de que Portugal considere
o nosso País como aliado na cooperação e como um parceiro privilegiado, como um
grande mercado para investimento, e uma nova porta para a difusão da Língua
Portuguesa nesta parte de África.
Quero terminar dizendo que, hoje,
celebramos com amigos o amadurecimento de uma Nação, soberana e independente.
Hoje, celebramos a nossa ligação ancestral a Portugal. Hoje, celebramos a nossa
Hispanidade. Hoje, celebramos a nossa presença ao lado dos Estados irmãos da
Comunidade. Hoje, celebramos o desenvolvimento da Guiné Equatorial.
Termino citando o poeta Sebastião da Gama:
Chegamos? Não chegamos?
Partimos. Vamos. Somos.
Minhas Senhoras, meus senhores, caros
amigos e amigas:
A finalizar. reitero as minhas palavras de
sincero apreço pela disponibilidade da Vossa presença. l' quero convidá-los a
fazer um brinde. e a disfrutaram desta testa!
VIVA A GUINÉ EQUATORIAL!
VIVA
PORTUGAL
MUITO OBRIGADO
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