O autor destas linhas Dez 1970 |
Em 2015 |
Repito o que disse, neste dia, em 2012: Já não assistimos à imposição de medalhas aos familiares dos que perderam ingloriamente as vidas numa guerra longa e injusta, e mesmo a alguns vivos por haverem cumprido (com total entrega) um dever que lhes fora imposto – Quando os ventos em África sopravam a favor da libertação dos povos, nós continuávamos orgulhosamente sós afirmar que Portugal ia do Minho a Timor.
E, agora, quais são os novos heróis de merecido mérito?!... Continua haver comendadores e amedalhados – Claro, mais deles por serem grandes devotos de quem lhes confere o distinto galardão. Mudou o regime mas as varejas são as mesmas - Portugal já não tem mais império mas tem muita água salgada e está à venda; os principais compradores são os filhos dos novos ricos que colonizámos - Saúdo o meu país profundo que mais sofre e continua a viver a meias com a pobreza e as lindas Ilhas de São Tomé e Príncipe, para onde meu coração se reparte e cuja população aguarda ainda a sua oportunidade
RELATO DRAMÁTICO DE UM DOS PESCADORES SOBREVIVENTES DO BACALHIERO JOÁO COSTA - Que se afundou em Setembro de 1952
-Já não tinham que tragar, já não tinham que beber: beberam água das chuvas e do mar, uma tartaruga que pescaram e tiveram que matar o pobre cão para mitigarem a fome - Registo efetuado, em Julho de 2012, junto à capela de Nª Senhora da Conceição, na Figueira da Foz, imagem venerada pelos pescadores.
Tinha 16 anos. Foi um dos 73 sobreviventes do naufrágio do bacalhoeiro João Costa, que sairá de Lisboa, em 15/04/1952 para os Bancos da Terra Nova e Gronelândia – Na viagem de regresso, um circuito elétrico, provocou um incêndio a bordo, levando o barco ao fundo. Foram largados os 23 doris, que acabariam por andar sete dias à deriva, até que foram localizados a cerca de centena e meia de milhas dos Açores, pelo navio americano, o STEEL EXECUTIVE que recolhera 35 pescadores a bordo em 8 dóris; tendo os restantes 27, sido encontrados pelo navio Alemão HENRIETTE SCHULTE que os recolhera dos 6 dóris.
O trágico naufrágio é recordado no blogue naviosàvista“Logo que a 27, foi conhecida a noticia de que o navio-motor bacalhoeiro JOÃO COSTA, pertencente à Sociedade de Pesca Luso Brasileira, Lda., da Figueira da Foz, havia naufragado no dia 23, cerca das 09h00 (hora local) e transmitida pelo navio Americano COMPASS, que encontrara 12 homens em três dóris, todos os serviços da Armada e Mutua dos Armadores dos Navios da Pesca do Bacalhau, tomaram imediatamente as providencias necessárias tendentes ao salvamento dos náufragos, tarefa insana que se prolongou durante toda a noite.
O JOÃO COSTA, com 73 homens de tripulação, entre oficiais, marinheiros e pescadores, saíra de Lisboa em 15/04/1952 para os Bancos da Terra Nova e Groenlândia, iniciando a viagem de regresso, no dia 18/09/1952, com um carregamento de cerca de 11.000 quintais de bacalhau. Cinco dias depois o navio deixou de comunicar com Lisboa, o que a principio não causou grandes apreensões. No entanto, elas avolumaram-se, à medida que os dias iam passando, tanto mais que – segundo rádios do navio de apoio GIL EANNES – dois violentos ciclones assolavam o Atlântico, obrigando os 24 navios da frota Portuguesa, que se encontravam nos Bancos a abrigarem-se no porto de St. John’s, onde permaneceram ainda livres de qualquer perigo. – Excerto de http://naviosavista.blogspot.com/2009/02/recordando-o-naufragio-do-navio-motor.html
RECORDAM-SE DE BERNARDO SANTARENO
- NOS MARES DA TERRA NOVA, GRONELÂNCIA E NOUTRAS PARAGENS
Diálogo casual com antigos pescadores da pesca do bacalhau na Terra Nova e noutras paragens, junto à ermida da Nª Sra da Conceição, na Figueira da Foz De rostos sulcados pelas maresias dos grandes oceanos, que dedicaram, grande parte da sua dia, à duríssima e arriscada faina marítima - E QUE AGORA VIVEM DE UMA MAGRA REFORMA E DAS SUAS MUITAS RECORDAÇÕES. - A sua terra natal é a Figueira da Foz e o seu país é Portugal.
Fomos um país de marinheiros - E hoje o que somos?!..."Não tínhamos mais
nada, tínhamos água. Essa ideia da extensão da plataforma continental é sempre
a mesma, a de que agora não temos terra, mas temos água" Eduardo
Lourenço, hoje no DN"
Economia do mar vale cerca de 11 por cento do PIB
português 2007
LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Com uma das maiores zonas económicas exclusivas da Europa - mais
de 1,7 milhões de quilómetros quadrados e 18 vezes a sua área terrestre - o mar
português representa igualmente, e atendendo aos seus efeitos indirectos, 12
por cento do emprego e 17 por cento dos impostos indirectos.
De facto, hoje é o dia de Portugal, de Luís de Camões – e das Comunidades Portuguesas. É mais um dos feriados nacionais
Mas, o 10 de Junho, por agora ainda se mantém - Já não é o dia da raça e dos racismos; o tempo desse, já lá vai e não deverá deixar saudades. A 12 de Julho do próximo mês comemora-se 46ªº aniversário da independência de São Tomé e Príncipe. Desembarquei na Baía Ana de Chaves, a bordo do paquete Uíge, em Novembro de 1963. Só doze anos mais tarde, voltaria à minha aldeia. Cheio de saudades. Mas, hoje, creio que são mais as que tenho de São Tomé das que tinha de Portugal, quando de lá regressei. Sou português e admiro as odisseias marítimas dos meus antepassados. Especialmente o grande épico Luís de Camões, que, de forma tão elevada, ele que também foi marinheiro , soube interpretar, como ninguém, "as cousas do mar, que os homens não entendem"
DE CAMÕES, CONHECE-SE A SUA OBRA MAS HÁ DADOS PESSOAIS QUE CONTINUAM AINDA POR CONHECER - Diz Luiz de Oliveira Guimarães, autor do livro “Espírito e a Graça de Camões” – Obra com a qual o magistrado, escritor, jornalista, dramaturgo, ensaísta, cronista, advogado, conferencista, humorista, pretende reconciliar o Camões, com a mocidade, justificando, que, nos liceus, os jovens “são esfacelados com os métodos de aprendizagem sobre os Lusíadas: – Saímos do liceu e da faculdade de Letras, com uma péssima impressão do Camões e nunca o lemos mais, porque, os professores nos conseguem incompatibilizar com o Camões: porque, em vez de nos explicarem as belezas dos Lusíadas, fazem dos Lusíadas orações e analisarem o completo direto, o sujeito, o predicado, etc. De maneira, que eles incompatibilizam o rapaz ou a rapariga com o Camões.
Fico sempre espantado, porque, não há absolutamente nada do Camões senão o que ele nos deixou na sua obra. Nós não sabemos quando ele nasceu Não sabemos quando Camões morreu: sabe-se que morreu no dia 10 de Junho mas desconhece-se o ano. A única coisa que sabemos é que ele morreu no dia 10 de Junho mas não sabemos ao certo o ano Como não se sabe nada, tudo é conjectural; tudo se presta a todas as conjeturações e artifícios: A única coisa que sabemos de Camões é o que transparece na sua obra: dos Lusíadas, dos sonetos: não há um documento, não há nada. Figura ímpar da Vila do Espinhal, Penela, em particular, mas também uma figura do panorama cultural português do século XX, que assumia na mesma pessoa, a singeleza da cultura de raiz popular, com o fino espírito dos intelectuais do seu tempo - A par de um gracioso sentido de humor e de simplicidade Há uma rua com o seu nome em Lisboa, e, o ano, passado, foi criada a Casa Museu, em Penela, dedicada ao acervo documental da sua obra, além disso foi também criada uma Bienal de Humor com o nome Luís de Oliveira Guimarães com o objetivo de manter viva a memória de um filho do concelho e um dos mais talentosos dos humoristas do seu tempo. Com o livro " Espírito e a Graça de Camões", pretendi mostrar que, o Camões, dentro daquela admirável forma , que ele tinha, é uma pessoa, perfeitamente legível! E que, todos devem ler, porque, além do seu saber, tinha uma graça espantosa. –
Quase assim procedi:
munido de uma simples bússola, sem bóias, meios de comunicação com exterior, encaixado num frágil esquife, quase desprovido de
tudo. Recuando, tanto quanto possível, às condições
precárias em que foram sulcados os mares pelos antigos povos que ligaram a
costa africana às ilhas do Golfo da Guiné
Portugal é um
país de pequena extensão territorial e população igualmente diminuta. No
entanto, ao longo de sua existência como nação, que já se vai aproximando do
primeiro milênio, tem dado ao mundo exemplos extraordinários de qualidade e
operosidade de sua gente.
Cinco séculos passados maravilhou o mundo de então com suas descobertas de
além-mar que deram “novos mundos ao Mundo”. 10
DE JUNHO. DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E
DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS
Repetindo o que já tive oportunidade de escrever - Há que realçar a coragem
dos marinheiros lusitanos, que se fizeram ao mar apenas munidos de um
mero astrolábio - Não dispunham de sextante, nem de cronómetro ou
sequer de almanaque náutico que lhes possibilitasse algum rigor da
navegação - Não iam
completamente às cegas, porém, embora dispondo de alguma informação, iam
à aventura! - Foram, indubitavelmente, grandes navegadores aventureiros!
Sou português e não descuro os feitos marítimos dos meus antepassados. Mas também não quero fazer como a avestruz e meter a cabeça debaixo da areia. Nem fazer dos compêndios coloniais a bíblia sagrada.
Sem deixar de admirar a coragem dos antigos navegadores, busco outras interpretações. Eu próprio me desloquei de canoa, em Dezembro de 1970, desde a Baía Ana de Chaves ao recanto de Anambó Local onde é suposto terem aportado pela primeira vez, João de Santarém e Pero Escobar
Curiosamente, (confrontando as imagens Padrão dos Descobrimentos - Anambó,***e :Anambó ) vejo que o sítio está agora mais bem conservado do que estava naquela altura, onde passei uma noite horrível, com as costas sobre lascas e gogos de todos os tamanhos e feitios (pois ali não existe praia de areia), mesmo quase sobre a margem onde as ondas vinham bater, embrulhado pelas palmas dos coqueiros mas constantemente a ser espicaçado e mordido por enormes caranguejos do mar e da terra, que não me deram um minuto de descanso
Não me deitei no mato, receando as cobras negras. E, ao alvorecer, perante
aquele vetusto e simbólico padrão, rodeado de palmas, tão belas, sonoras
e verdejantes, não me importei de homenagear os marinheiros de
quinhentos, com a bandeira portuguesa.
HÁ QUE DISTINGUIR A EPOPEIA MARÍTIMA DA COLONIZAÇÃO , QUE SUBJUGOU E TIRANIZOU
OS POVOS.
Uma coisa é a verdade histórica (e foi essa que eu procurei através de
várias travessias em pirogas e que ainda hoje questiono), outra, as omissões
ou a que convinha ao Reino..
.
Todavia, quer os portugueses, nas frágeis caravelas, quer os primeiros povoadores, nas suas toscas pirogas, foram lobos do mar e heróis desbravadores à sua maneira.
Também as canoas africanas, à semelhança das grandes migrações no Pacífico,
se fizeram ao mar alto: Fizeram extensas travessias no Golfo da Guiné, tal como
os primitivos navegadores da Polinésia, considerados os "navegadores
supremos da história": que, velejando em linha, cada uma à
distancia da visão da canoa que lhe seguia atrás, até qualquer delas
divisar uma ilha habitável, atravessaram vastas extensões daquele imenso
oceano, colonizaram as mais remotas ilhas, algumas a milhares de milhas, umas
das outras, não dispondo sequer de uma bússola ou de qualquer outro instrumento
náutico
que sucediam aos relâmpagos
que incendiavam e fundiam as espessas trevas!...
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