JORGE TRABULO MARQUES – Jornalista e investigador - ALETARÇÕES CLIMÁTICAS – Um fenómeno irreversível se não houver vontade dos governantes - Períodos de secas prolongados, alternados com períodos gélidos e fortíssimas tempestades
Praia S. Jerónimo - Março 2016 |
PLANETA AZUL AMEAÇADO - Comparem-se as duas imagens e vejam-se as alterações a nível de subida das águas, - Esta foto - de minha autoria - registada em Março de 2016 - vista geral da Praia S. Jerónimo, já com o Hotel Pestana e a Fortaleza menos exposta
- A segunda imagem é do antigo militar, António Vaz - 1967-69
Em 2014, a população da Vila pesqueira de Santa Catarina, localizada na parte norte da ilha de São Tomé, foi confrontada com um fenómeno estranho. Ondas gigantes invadiram a vila. Várias casas ficaram destruídas : «Nunca vimos coisa igual. Ondas com cinco a seis metros de altura. Apanhou-nos desprevenidos, engoliram os nossos porcos, cães, galinhas, destruíram as nossas casas e o produto do nosso trabalho», disse a agência Lusa, José Ribeiro, um dos moradores no local» - Lusa
Mas o que ali sucedeu, no dia 31 de Maio daquele ano, poderá repetir-se em qualquer altura, pese o facto de agora ser noticiado de já ter sido concluído o muro de proteção à humilde vila piscatória, financiado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Global para o Ambiente, iniciado em Agosto do ano 2020 – Refere o Téla Nón
FEÓMENO CLIMÁTICO PREOCUPANTE – No desequilibro no ecossistema - Guardiões d´Obô pedem ajuda para salvar
Pau3 – O famoso afrodisíaco usado na medicina natural «Pau 3, é
uma planta endémica de São Tomé e Príncipe. As folhas e as cascas são
muito utilizadas na medicina tradicional. Pau 3 é afrodisíaco». Segundo Camuenha, o Pau
3, « está em vias de extinção».
A procura desenfreada das cascas para produção de uma bebida alcoólica
designada exactamente de “Pau 3”, está a ameaçar esta espécie de planta,
assegurou o guardião d´Óbô. – Diz Abel
Veiga no Téla Nõn https://www.telanon.info/destaques/2021/06/04/34441/guardioes-dobo-pedem-ajuda-para-salvar-pau3/
Vedor em São
Tomé Onde a água já escasseia nas torneiras . Poderá dar ajuda a localizar veios ,
nascentes e até canos de água esquecidos- Num país onde a queda pluviométrica
Já foi abundante e agora começa a escassear nas torneiras - Fiz o teste em S.
Tomé, na Trindade, na cidade e até na montanha, na Roça Saudade, junto do Eng
Henrique Pinto da Costa, sim, para detetar a presença de veios de água – Não
fiquei desiludido nas experiências. mas sei que a situação não é animadora – Mas
o vedor pode dar ajuda a localizar veios
, nascentes e até canos de água esquecidos-
Fossas provocadas pela erosão da subida do nível do mar |
É um facto,
incontornável, que, o tempo
Atente-se nestas noticias: Empresa de Água e Electricidade, justifica o racionamento no fornecimento de água à população com a falta de chuva no arquipélago.
Em zonas
circundantes a própria capital é ainda frequente ouvir-se que há falta de um
verdadeiro serviço de abastecimento de água potável. No entanto, são vários os
projectos já tornados públicos(muitos ainda no papel) pelas autoridades que
visam o aumento e o melhoramento da rede de abastecimento de água nas ilhas”..
NO DIA EM QUE VI CERCADO DE CHAMAS E INUNDADO PELA GRITARIA DE BANDOS DE FALCÕES - Que procuram insetos fugitivos Era Gravana, o período mais seco das Ilhas - E, tudo, afinal, em grande parte por via das alterações climáticas por via de uma inesperada queimada, quando seguia na viatura do Coronal Victor Monteiro, acompanhado do jornalista Adilson Castro Adí, a caminho de Neves, ali próximo da praia das Conchas.
Não tivemos outro remédio
senão, depois de uma curta paragem, sebão de irromper pela estrada adiante, por entre
espessa fumaca misturada de enormes e abrasivas chamas e de bandos de falcões
que chegaram a partir o para-brisas de uma viatura que ia à nossa frente, visto
já não podermos recuar
- Graças à coragem, à perícia e à calma e experiência militar do bom amigo que nos conduzia, que, mesmo, com as chamas, quase junto dele, na berma da estrada, nem por isso, perdeu a serenidade. Confesso, eu que tenho vivido tantas e inesperadas situações, tanto no mar como em terra, é que nunca me vi ante um cenário dantesco, como este, mais perto de ser esturrado de que dali sair vivo
As alterações climáticas,
são uma grave ameaça a nível mundial e as primeiras consequências, com o descongelamentos dos gelos nos pólios, a par do efeito de estufa a nível global, nomeadamente
na áfrica austral, com secas prolongadas, que alternam com violentas tempestades, colocando em
risco a biodiversidade e as condições vida das populações, é, obviamente,
a subida dos oceanos, começando por afetar as zonas urbanas litorais
e as suas mais férteis planícies e deixando não só milhões de pessoas em
risco de fome, como também levando à morte de milhares de animais de espécies em
vias de extinção.
Em Outubro, de 2014, ao
aproximar-me do aeroporto de S. Tomé, pouco
de ali desembarcar, a panorâmica que eu esperava de um verde tenro e luxuriante,
no que deparei, no litoral do Ilhéu das Cabras a Fernão Dias, mostrava-se-me de
uma mancha seca e torrada, com alguns trechos a fazerem-me lembrar as manchas
negras e ardidas de Angola – Diz-se que é por causa do mercado do
carvão . Mas não só: fazem-se derrubadas e queimadas, de qualquer jeito, sem a
menor preocupação
Sabia de notícias, que davam conta de que “O manto verde que cobria toda a zona sul de São Tomé,
incluindo vastas áreas do Parque Arqueológico do Obõ, santuário de pássaros e
árvores endémicas, estava a desaparecer em consequência da desmatação desregulada para
a introdução de novas espécies de palmares que consomem demasiada água e afetam
a vegetação endémica e arbustiva
SUBIDA DO MAR - Algumas das praias poderão mesmo desaparecer até ao fim do
século – O aquecimento global, atividade vulcânica dos Camarões, exploração dos
carbonetos, as principais causas de uma catástrofe à vista e de imprevisíveis
consequências. Mas, a desflorestação em S. Tomé, além de
propiciar alterações climatéricas na Ilha, também pode contribuir para o
agravar destes riscos.
Vi que existem graves ameaças ambientais, tanto à beira mar como no interior. Por exemplo, onde está o recife (ilha), que se situava frente à praia lagarto, que há 40 anos ficava completamente descoberto? - Sim, no qual os pescadores iam buscar o isco para a sua pescaria e os veraneantes se estendiam ao sol. Não só não descobri os menores sinais desse recife espalmado, como, ainda bem pior: vi uma baía, quase sem margem, com a maré cheia a invadir a estrada e, nalgumas áreas, com mais cascalho de que areal.
Dizem especialistas que “os moradores de regiões costeiras estão ameaçados em todo o planeta – seja em Nova Orleans (EUA), em Roterdã (Holanda) ou em Daca, a capital de Blangadesh, onde a cada ano as águas obrigam 100 mil pessoas a se mudarem”
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