Escalada ao Pico Cão Grande, em S. Tomé – Parabéns à equipa norte-americana de Sam Daulton, Remy Franklin, Tyler Rohr e Mike Swartz , que conquistou e documentou a sua escalada, depois da que a minha equipa conquistou, com valorosos santomenses, em Out de 1975, com rudimentar equipamento e parte do percurso em escalada livre
Pico Cão Grande is a needle-shaped peak of volcanic formation, which rises to the south of São Tomé Island, in the Caué district, in the Obô Natural Park of São Tomé.Its summit is 663 m (2,175 ft) above sea level, and it towers some 370 m (1,210 ft) over the surrounding terrain.
The first attempts to climb Pico Cão Grande, led by a Portuguese-Santomean team, took place in 1970-71-72-73-74, with the final ascent being successfully completed, without special technical resources, with very rudimentary equipment, inmid-October 1975 by Jorge Trabulo Marques, Portuguese and the two Santomeans, Cosme Pires dos Santos and Constantino Bragança
Jorge Trabulo Marques – Jornalista, investigador, antigo navegador
solitário de pirogas no Golfo da Guiné - Liderou a primeira escalada do Pico
Cão Grande, em Outubro de 1975, sem os recursos técnicos que se agora se oferecem, depois de cinco anos de consecutivas tentativas
em escalada livre, ao estilo dos macacos na floresta
Finalmente, existem belas imagens, que não deixam margem para duvidas, de que a crista verde do imponente pico vertical, Cão Grande, foi alcançada por braços humanos -
Nunca duvidei que isso, um dia poderia vir a ser repetido, pois hoje há meios técnicos que resolvem todas as dificuldades . que até poderiam permitir lançar lá um cabo, tal
como o arpão que é lançado às baleias e garantir uma escalada segura - Sim, quem
já se esqueceu da extraordinária proeza do Erik Weihenmayer, o primeiro cego a escalar o EVAREST!https://www.youtube.com/watch?v=YsiC-Zrtlpc&t=19s
- Em todo ocaso, seja de que
forma for, escalar o Pico Cão Grande, para quem o lograr conseguir, é sempre um desafio de alto risco a merecer aplausos! -
É descrito, no texto do vídeo editado por Jacob Kupterman que, “no verão de 2018, uma equipa de escalada americana concluiu a subida livre da torre do Pico Cão Grande em São Tomé e Príncipe. A viagem foi documentada por meio de fotos e vídeos. O objetivo da escalada era fazer a primeira subida livre do Nubivagant (“Vagando nas Nuvens”), um percurso de 15 passos e 455m com graduação de 5.13d / O Pico Cão Grande. Pico Cão Grande é uma torre vulcânica na nação insular de São Tomé e Príncipe” .
Reconhecem que a “primeira escalada foi usando escadas e ganchos em 1975” – Sim, a que liderei, mas apenas, em dois pontos, e sem os recursos que na atualidade são possíveis – Foi mais, usando a velha técnica dos macacos da floresta; não dispúnhamos nem pitões, nem de capacetes nem das cordas e dos ganchos, com que agora podem fazer as suas habilidades ou tão pouco dos mais elementares meios para acamparmos com o mínimo de proteção e de segurança - Ficávamos por lá encaixados nos buracos e à mercê das contingências do tempo.
FINALMENTE – AS IMAGENS QUE TESTEMUNHAM UMA BRILHANTE ESCALADA - Um filme primorosamente bem documentado - Comprovação, indubitável, que constato pela primeira vez - As imagens de anteriores escaladas, não oferecem os testemunhos desta - Uma das quais, em 2001, como mais adianto posso documentar, não passou de uma farsa - Escalaram o Pico Cão Pequeno, alegando que estavam na crista do Cão Grande, tendo este uma configuração e uma crista bem diferente do outro.
É referido, também pelo autor do video, que, “poucas semanas antes de chegar à ilha, uma primeira subida livre da rota e da torre foi estabelecida por escaladores espanhóis e irmãos Iker e Eneko Pou. Pouco depois das ascensões espanholas de Pico Cão Grande, a equipe norte-americana de Sam Daulton, Remy Franklin, Tyler Rohr e Mike Swartz chegou a São Tomé, também na esperança de libertar Nubivagant. Daulton e Franklin liberaram todos os arremessos, incluindo um empurrão de um dia do arremesso cinco ao cume.
Todos os membros da equipe chegaram ao cume, realizando a primeira ascensão americana da formação. Significado, história e contexto da rota O percurso foi estabelecido e aparafusado em junho de 2016 por Gareth Leah e Tiny Almada. Leah e Almada não completaram uma subida livre; chegaram ao cume da torre, Pico Cão Grande, mas caíram em cada um dos três campos crux 5.13. A dificuldade técnica, a extensão do percurso, a localização remota, o clima tropical e a configuração da selva tornam esta escalada um desafio incomparável. Antes de Leah e Almada subirem a torre em junho de 2016, havia duas subidas conhecidas da torre.
O primeiro foi principalmente escalada auxiliar usando escadas e ganchos em 1975. O segundo foi em fevereiro de 1991, quando Naotoshi Agata, Kenichi Moriyama e Yosuke Takahashi estabeleceram uma rota de 18 passos, 400m, 5.10a / A2 subindo o contraforte sudeste. Membros do time Sam Daulton, Remy Franklin, Michael Swartz, Tyler Rohr Filmado e dirigido por: Jacob Kupferman Produzido por: Jack Daulton & Roz Ho Com agradecimentos especiais: The American Alpine Club A face norte Sterling Rope Navetur Outfitters “
Escrevia eu, em 2012, recordando a proeza alcançada, em 1975, por mim e pelos jovens São-Tomenses, Pires dos Santos e Constantino Bragança, estas palavras: "Não é que, a conquista do Pico Cão Grande, pela minha equipa, não possa ser igualável! -
Obviamente que há recursos técnicos, atualmente, que poderão facilitar a sua ascensão e que nós não dispúnhamos (o nosso equipamento era muito rudimentar e improvisado - No entanto, não tenho a menor dúvida que, quemse decidir a encarar o desafio, com sucesso, vai deparar-se com muito trabalho, com muitos riscos e dificuldades
Não é façanha para se fazer em jeito de turismo, ao estilo "mambo italiano" – Cujos autores, vieram gabar-se de, em três dias, terem escalado dois picos e ainda terem tempo de darem por lá numas passeatas, em comedorias e pernoitas, num hotel e outras veleidades no Ilhéu das Rolas".
MONSTRUOSO PÁRA-RAIOS - EM DIAS DE TEMPESTADE - É de tal maneira fustigado por faíscas e relâmpagos, que, mais lembra uma Torre Negra, incendiada do Inferno- A sua forma, quase esférica e pontiaguda, funciona como um portentoso para-raios! - Várias vezes vi esse espetáculo pirotécnico noturno da Roça Ribeira Peixe, quando ali trabalhava, como empregado de mato - Dizia-se lá: "Olha lá está o Cão Grande a ser bombardeado pela fuzilaria do diabo!!... - Não tarda a trovoada a vir por aí abaixo!...
Curiosamente, mais das vezes, as nuvens faziam por lá a descarga e a chuva não atingia o terreiro da roça, que ficava ali junto ao mar - É, sem dúvida, a zona onde chove mais! - Em São Tomé há cinco microclimas - Que vão desde os 300mm na cidade São Tomé, até aos 5000mm, onde se situa aquele pico.
A Bandeira Portuguesa , antes da Independência
Bandeira de STP na ponte do Caué, última expedição
Daí o fascínio que exerce aos olhos de quem o contempla. Mas, sobretudo, o permanente desafio que se revela aos amantes da escalada vertical - Pessoalmente, pude viver tais emoções, sentir o grande prazer – misto de glória, apreensão e receio – com com a minha valorosa equipa de santomenses; Pires dos Santos e Constantino Bragança e dos meus guias: Sebastião e do Chico.
MARAVILHA
GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA – Única no género no mundo - Verdadeiro ex-libris do Sul da Ilha de São
Tomé, mas que devia ser também rentabilizado oficialmente desportivamente, tal como sucede nas escaladas
do Evereste, onde só a concessão da
licença, por cada membro, ascende a 11 mil
dólares, além do pagamento aos guias e carregadores, os sherpas costumam ganhar entre 2.000 e 4.000 dólares – E, em
S. Tomé, os guias e carregadores, ficam à mercê da generosidade das equipas. E,
depois, se acontece um acidente? – Houve aviso prévio ou acompanhamento dos
primeiros-socorros?
Sem
dúvida, um permanente desafio para os apaixonados de emoções fortes, amantes da
natureza, com nervos de aço e de grande autodomínio psicológico na escalada livre às majestosas
paredes verticais , que se
ergue no coração da floresta equatorial, ao sul da Ilha de São Tomé
Pois não é apenas um gigantesco falo de pedra basáltica - que chegou a ser
batizado de "Caralhete" elevando-se
acima de 300 m de altura em relação ao solo, por 663 m de de altitude,
acima do nível do mar. é, indubitavelmente, uma das mais
singulares maravilhas geológicas da terra: não tanto pela altitude mas
pela forma e verticalidade.
Houve quem, em 2001. viesse gabar-se de ter “ realizzato la prima salita assoluta
dell’inviolato monolite di Cao Grande, Fotografaram-se no cume do Pico Cão
Pequeno, a simular que estavam na crista do Cão Grande - As televisões
deram destaque ao teatro e foram recebidos como heróis da dança do país
do mambo
Mandaram-me um filme mas não acrescentaram nada de novo - O Pico Cão
Pequeno é inclinado, é mais fácil de escalar. O Cão Grande é uma parede
vertical e com vários tetos – E, no lance final de ataque ao cume, de pouco ou
quase nada poderão valer os pitons senão a ponta dos dedos e a arte dos macacos
na floresta
O Cão Grande tem uma configuração no cume muito diferente do
Cão Pequeno – Ambos são de origem vulcânica mas, nos últimos 50 metros, a rocha
do Cão Grande difere muito da rocha do Cão Pequeno e também na sua
consistência; muito laminada, devido à erosão e lá em cima, destacam-se os arbustos, os musgos e não propriamente o capim
– E, devido aos raios das tempestades,
ao mínimo sopro de vento ou alteração brusca de temperatura, lasca e desmorona.
Corremos grandes riscos por esse facto: nem sequer dispúnhamos de capacetes:
uma ocasião uma lasca, só não me abriu a cabeça pela diferença de um dedo – E,
a um dos meus companheiros, uma pedra ia-lhe cortando o pulso, que ainda hoje o
tem com um enorme inchaço
CONQUISTA DO CUME COM SABOR AMARGO
Em 12 de Outubro, de 1975, a minha equipa, conquistava, finalmente, o tão desejado cume do Pico Cão Grande - Dois anos sozinho, e, por fim, nos dois anos seguintes, 73 e 75, com a participação de dois valorosos santomenses, o Cosme Pires dos Santos e o Constantino Bragança, além da valiosa colaboração dos guias e carregadores, do Sebastião e do Chico, atingia-se a crista de um dos mais difíceis e caprichosos monólitos do planeta.
Não disponho das imagens desse auspicioso momento – se bem que, para nós, fosse mais de pesadelo de que de alegria, dada a iminência de uma tempestade e de não termos a certeza se regressaríamos vivos ao sopé - , sim, não disponho de nenhuma fotografia desse dia, porque, uns dias depois, deixava S. Tomé a bordo do pesqueiro americano, Hornet, para ser largado, numa frágil piroga, a sul da Ilha de Ano Bom, na corrente equatorial – O meu espólio, até ficou bem guardado, só, que, mais tarde, tendo pedido a um comerciante, que mo fosse buscar a casa da minha companheira para fazer o favor de mo trazer para Portugal, quando aqui voltasse de férias, sim, ele foi lá a busca-lo, mas, até hoje, não se dignou entregar-mo.
Os últimos 50 metros do Pico Grande, são, de facto, de um extremo risco – Quem o fizer, terá, certamente, queaprender a técnica dos macacos da floresta – a usar mais as pontas dos dedos de que a ter que socorrer-se de pitons, martelos, ganchos, cordas e de outros apetrechos: o efeito erosivo das chuvas copiosas e constantes, naquela zona,a mais pluviosa da ilha, tem provocado, ao longo dos tempos, que, os últimos 50 metros,quase permanentemente envolvidos por um denso nevoeiro ou grossos novelos nuvens, se estejam a esboroar e a desmoronar - E se encontrem, em muitas áreas rochosas da superfície do gigantesco monólito basáltico, de origem vulcânica, como arestas laminadas, que cortam como navalhas, suscetíveis de se desprenderem facilmente, tanto por súbitas alterações de temperatura, como por um simples sopro de vento . Salvo a face exposta a poente, mais lisa e com menos arbustos, todo o restante perímetro do Cão Grande, na zona mais aprumo, e também com alguns tetos, é um permanente risco de vertigem e audácia - o passaporte a um voo para a morte.
Lá do alto, do cume do Cão Grande, não se desprendem as avalanches de neves das frias regiões, porque,o clima é equatorial, é quente e húmido, mas há outras ameaças, não menos perigosas - Pedras que se soltam! - Por exemplo, o Pires dos Santos, ainda hoje tem um pulso, com um enorme inchaço, devido a um pedra que se desprendeu e o atingiu. A mim, só por um dedo é que uma pedra, que me passou a rasar uma orelha, não me abriu a cabeça. E o Constantino, também não foi poupado de uma pedra, que o ia atirando para o abismo.
Além das várias tentativas, que foram feitas, nos anos 60 por várias equipas estrangeiras, de que não há registo, sabe-se, no entanto, que, após a independência de S. Tomé e Príncipe, há pelo menos conhecimento público, de quatro tentativas:
1 – A tentativa de uma expedição francesa, em 1980
2-A tentativa de uma expedição japonesa , em 1985
3- A tentativa de uma expedição italiana, em 1992
Está na crista do Cão Pequeno - Não é Cão Grande
4-A apregoada escalada italiana, a que deram o nome de Via Mambo Italiano, face sul, liderada por Matteo Rivadossi, mas o que esta equipa escalou foi o Pico Cão Grande
DESMONTAGEM DE UMA FARSA
Realizaram um documentário de 40 minutos, que apresentaram num festival internacional mas, desse documentário apenas mostram um curto vídeo de paisagens de S, Tomé - E nenhuma da escalada - Dizem ter escalado os dois picos mas só mostram algumas fotos que dizem ter sido registadas no Pico Cão Grande mas são do Pico Cão Pequeno
Minha escalada ao Pico Cão Grande
A foto em que, Matteo Rivadossi, surge com os braços abertos, o cume não é o do Pico Cão Grande, visto este ser todo coberto de fendas e de arbustos mas do Pico Cão Pequeno – E logo atrás das suas costas a orla marítima - Ora, do Pico Cão Grande, tal imagem fica muito distante.
De resto, se se confrontarem as cartas ou mapas de S. Tomé, é fácil a identificação daquele contorno.
Porém, o paradoxal das suas afirmações, assenta também ainda no facto de que, das duas escaladas, que dizem ter realizado, apenas mostram, na galeria de 14 imagens, 6 fotos referidas como sendo do Pico Cão Grande, sendo as restantes: uma das quais num caminho deste Pico no palmar do Caué, três do aspeto geral do Pico Cão Grande, uma delas com vista da estrada, outra panorâmica de uma praia: outra com o carregador; outra de uma de uma mulher com filho nas costas - Não mostram nenhuma imagem identificada como sendo do Pico Cão Pequeno
Na imagem em que aparece a equipa dos alpinistas, que é legendada na galeria de imagens como sendo no Cão Grande, como é que isso é possível se surge o Cão Grande, no horizonte ao fundo?... - Confrontem-se as duas imagens: a foto em que se vê todo o perfil do Cão Pequeno, com a equipa dos alpinistas a vitoriarem a suposta conquista do Cão Grande - Atente-se no relevo à direita, no horizonte, se não é o mesmo das duas fotografias
Ao fundo o Cão Grande - compare o perfil lado direito
Noutra imagem do site - que julgo também ser a descida do Cão Pequeno - igualmente identificada como sendo no Cão Grande - Nota-se perfeitamente a inclinação que caracteriza do Pico Cão Pequeno, com menos arbustos e menos saliências de que a do Cão Grande
ENGANARAM A TELEVISÃO DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE, RDP -ÁFRICA, A SUA "PROEZA" TEVE HONRAS DE ABERTURA NOS TELEJORNAIS - o Líder da escalada, famoso em Itália, até já teve honras de Una serata con Matteo Rivadossi –
CAO GRANDE spedizione alpinistica che nell’estate 2001 ha realizzato la prima salita assoluta dell’inviolato monolite di Cao Grande, la misteriosa guglia basaltica alta 700 metri simbolo del minuscolo arcipelago africano di Sao Tomé e Principe, per altro già tentatada diverse spedizioni e quella del Cao Paqueno (388m). Il film è stato presentato ai principali festival internazionali.
CAO GRANDE spedizione alpinistica che nell’estate 2001 ha realizzato la prima salita assoluta dell’inviolato monolite di Cao Grande, la misteriosa guglia basaltica alta 700 metri simbolo del minuscolo arcipelago africano di Sao Tomé e Principe, per altro già tentatada diverse spedizioni e quella del Cao Paqueno (388m). Il film è stato presentato ai principali festival internazionali.
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O Pico Cão Pequeno é inclinado, é mais fácil de escalar. O Cão Grande é uma parede vertical e com vários tetos – E, no lance final de ataque ao cume, de pouco ou quase nada poderão valer os pitons senão a ponta dos dedos e a arte dos macacos na floresta – Cão Grande tem uma configuração no cume muito diferente do Cão Pequeno
– Ambos são de origem vulcânica mas, nos últimos 50 metros, a rocha do Cão Grande difere muito da cor da rocha do Cão Pequeno e também na sua consistência; muito laminada, devido à erosão e lá em cima destaca-se o verde dos arbustos e não propriamente o capim – E, devido aos raios das tempestades, ao mínimo sopro de vento ou alteração brusca de temperatura, lasca e desmorona. Corremos grandes riscos por esse facto: nem sequer dispúnhamos de capacetes: uma ocasião uma lasca, só não me abriu a cabeça pela diferença de um dedo – E, a um dos meus companheiros, uma pedra ia-lhe cortando o pulso, que ainda hoje o tem com um enorme inchaço
Terão que lá voltar e fazer nova encenação mais aprimorada, porque esta é demasiado mamba! - É por isso que a estes escaladores - de famoso currículo - nunca faltam patrocínios e reportagens televisivas: basta encenar - É fácil e rápido! Até porque ninguém está lá no topo a fazer o reconhecimento da chegada ou cronometrar a escalada.
TENTADA POR VÁRIAS EQUIPAS - SEM ÊXITO
A escalada já foi tentada por equipas de várias nacionalidades mas nós fomos os únicos que alcançámos o cume - Em 12 de Outubro, de 1975, a minha equipa, conquistava, finalmente, o tão desejado cume do Pico Cão Grande - Dois anos sozinho, e, por fim, de, 73 a 75, com uma equipa de valorosos santomenses - Constantino Bragança, Cosme Pires dos Santos, e os guias, Sebastião e o Chico - conquistávamos a crista de um dos mais difíceis e caprichosos monólitos do planeta.
Não disponho das imagens de tão auspicioso momento – se bem que, para nós, fosse mais de pesadelo de que de alegria, dada a iminência de uma tempestade e de não termos a certeza se regressaríamos vivos ao sopé - , sim, não disponho de nenhuma fotografia desse dia, porque, uns dias depois, deixava S. Tomé a bordo do pesqueiro americano, Hornet, para ser largado, numa frágil piroga, a sul da Ilha de Ano Bom, na corrente equatorial – O meu espólio, até ficou bem guardado, só, que, mais tarde, tendo pedido a um comerciante, que mo fosse buscar a casa da minha companheira para fazer o favor de mo trazer para Portugal, quando aqui voltasse de férias, sim, ele foi lá a busca-lo, mas, até hoje, não se dignou entregá-lo a quem pertence.
Lá do alto, do cume do Cão Grande, não se desprendem as avalanches de neves das frias regiões, porque,o clima é equatorial, é quente e húmido, mas há outras ameaças, não menos perigosas - Pedras que se soltam! - Por exemplo, o Pires dos Santos, ainda hoje tem um pulso, com um enorme inchaço, devido a um pedra que se desprendeu e o atingiu. A mim, só por um dedo é que uma pedra, que me passou a rasar uma orelha, não me abriu a cabeça. E o Constantino, também não foi poupado de uma pedra, que o ia atirando para o abismo.
ALPINISMO NÃO É PARA ENCENADORES
De facto, o alpinismo é um dos desportos mais arrojados e nobres, entre as várias modalidades desportivas, por isso mesmo, não só exige preparação técnica adequada, de molde a evitarem-se riscos desnecessários, como também, qualidades humanas de elevada craveira - coragem, equilíbrio mental e determinação, sentimento de lealdade e companheirismo para com os elementos da equipa, porque, a escalada, é sobretudo, um desporto de equipa. - mas ao mesmo tempo de um grande desprendimento e humildade - É dos tais desportos que não encaixa no perfil dos vaidosos, desonestos ou batoteiros.
Não se faz uma escalada, para competir seja como quem for. Não se luta contra ninguém, nem para agredir a própria Natureza mas para se ir ao encontro da sua harmonia ou do que ela tem de mais belo e aparentemente agreste e desafiador - Buscar o prazer da superar o grau de dificuldades, que a mesma se nos apresente. Não se escala uma parede aprumo como quem joga futebol e procura meter um golo na baliza do adversário - Mas há, no entanto, quem ouse fazer escalada, não para melhor conhecer e desafiar as suas próprias capacidades ou pelo gosto que tem pelo contato estreito com a natureza, mas unicamente para exibir a sua vaidade e comercializar - E, então aí, vale tudo: até a batota, a desonestidade e a mentira.
Junto do Coronel Victor Monteiro
Creio que que terá sido esse o espírito de uma equipa de alpinistas, que, já na primeira década deste século, veio gabar-se, para as televisões, ter sido a primeira e a única a escalar o Pico Cão Grande - Mas não é verdade. A documentação, que exibem publicamente, além de escassa, é manifestamente contraditória. Dirigi-lhes o convite para se fazerem representar na minha palestra - ao mesmo tempo pedindo-lhe mais informação - mas nem sequer se dignaram responder.
DUAS MENSAGENS ENVIADAS AO LÍDER DA EQUIPA ITALIANA - SEM RESPOSTA
---------- Mensagem encaminhada ---------- De: jorge trabulo Marques > Data: 5 de novembro de 2015 02:17 Assunto: Matteo Rivadossi e o Pico Cão Grande, em S. Tomé – A primeira escalada não é da sua equipa Para: ggb@ggb.it, montura@montura.it, info@odisseanaturavventura.it
Exmo Senhor
Matteo Rivadossi
Chamo-me Jorge Trabulo Marques, sou jornalista e autor da primeira escalada ao Pico Cão Grande, em S. Tomé, iniciada em meados de 1970, e concluída em 12 de Outubro de 1975
Só agora tomei conhecimento, através da galleria - Odissea naturavventura de algumas imagens sobre a expedição que liderou, em 2001, ao Pico Cão Grande e ao Pico Cão Pequeno, cujos picos dizem ter escalado.
Embora tivesse ouvido falar da vossa deslocação a estes picos, no entanto, por mais buscas que tentasse no motor da Google, não encontrava a vossa informação, que finalmente pude obter, graças à prestimosa colaboração da Associação de Desportos de Aventura Desnível
Antes de mais, aproveito para felicitar-vos pela vossa iniciativa, todavia, venho comunicar-vos o seguinte: - Que a primeira escalada ao Pico Cão Grande, não é da vossa autoria, mas da minha equipa, concluída em Outubro de 1975 conforme poderão ver na página do meu site, em (..cão grande em são tomé - a grande escalada ao pico vertical..) E, qualquer pessoa que faça investigação acerca do Cão Grande, imediatamente tem essa informação disponível desde Fevereiro de 2012, aliás, já exposta uns anos antes noutro site, da qual foram retiradas imagens por vários utilizadores da Internet
Por outro lado, pedia-vos o envio de mais imagens, sobre as duas escaladas que dizem terem sido vencidas pela vossa equipa - Mostram algumas fotografias, que dizem ter sido feitas no Cão Grande, uma das quais dizendo que é registada no cume deste pico, como assim? Na crista do Cão Grande ou do Cão Pequeno?... Seguramente que, no Cão Grande, não é.
E, então, onde estão as fotografias do Cão Pequeno? Ou será que esta escalada não teve qualquer importância para a vossa equipa?
NO PAPEL É FÁCIL ENCENAR
Além disso, no vídeo que apresentam, publicamente, na Internet, em Cao Grande | AlbatrosFilm. não mostram sequer uma única imagem da vossa escalada? Pedia-vos, pois, a gentileza do envio de mais documentação fotográfica ou de filmes, a fim de a puder juntar à história destes picos.
In Corriere della Sera
Sei que, Matteo Rivadossi, nascido em Bréscia em 1970, (precisamente no ano em que eu iniciava a minha longa aventura ao Pico Cão Grande), famoso designer em grande empresa de equipamentos de montanhismo, atual Presidente do Grupo Caves Brescia", é possuidor de um notável currículo, considerado “ entre os espeleólogos mais experientes do mundo, “È tra i più preparati speleologi del mondo ma la sua attività sportiva spazia, con altrettanta esperienza e rilevanza di risultati, anche nella pratica del torrentismo e dell’alpinismo nelle sue diverse forme di espressione.”prestigio que, certamente, terá alcançado, sobretudo a partir do relevante destaque, que os media lhe deram, com a escalada ao “pináculo intocado Cão Grande, em São Tomé”.
Precisamente, por esse facto, tendo em conta tão relevantes méritos, espero ser atendido no pedido que ora lhe dirijo
Desde já os meus agradecimentos e as melhores saudações
Jorge Trabulo Marques
Jornalista e investigador - Navegador solitário e autor da primeira escalada ao Pico Cão Grande em S. Tomé
My name is Jorge Trabulo Marques, Portuguese, I'm a journalist and author of the first climb to the Pico Big Dog in St. Thomas, started in mid-1970 and completed on 12 October 1975.
Further to my previous message, I come to renew her request to send me a few more images of your expedition - I wish I had more photographic and documentary information to Pico Big Dog and Little Dog Pico - have consulted the galleria - galleria - Odissea naturavventura but are few images.
Chamo-me Jorge Trabulo Marques, nacionalidade portuguesa, sou jornalista e autor da primeira escalada ao Pico Cão Grande, em S. Tomé, iniciada em meados de 1970, e concluída em 12 de Outubro de 1975.
No seguimento da minha anterior mensagem, venho renovar-lhe o pedido de me enviar mais algumas imagens da vossa expedição – Gostaria de ter mais informação fotográfica e documental ao Pico Cão Grande e ao Pico Cão Pequeno - Já consultei a galleria - galleria - Odissea naturavventura mas são poucas as imagens
Também já visionei o filme em Cao Grande | AlbatrosFilm mas não vi nenhuma fotografia da vossa expedição
Cordialmente
Jorge Trabulo Marques
CÃO GRANDE É TAMBÉM UM DOS SÍMBOLOS MAIS EMBLEMÁTICOS DA GEOGRAFIA DE S. TOMÉ
O que dizia, em 1908, do Pico Cão Grande e do Pico Cão Pequeno, Ezequiel Campos
O Cão Grande é uma agulha gigantesca com mais de 350 metros de altura; é uma pedra mais alta que a Torre Eiffel!
Teríamos de multiplicar por 11 a altura do maior obelisco que saiu do Thebas, dando-lhe pouco mais de 200 metros de diâmetro na base e 80 metros junto ao topo, de arredondar-lhe as arestas, colar-lhe uma trepadeiras nas rugosidades, dar-lhe umas asperezas na base e na superfície cilíndrica, continuar a deixá-lo bem de prumo, e teríamos mais ou menos pronto o Cão Grande. Havíamos de dobrar altura do monumento de Washington, e depois ainda fazê-lo maior, para o colocarmos a par do Cão Grande .
Esta agulha é d’uma pedra só! Quantas vezes, olhando para ela ,eu não cismei ao arranco brutal da natureza para assim a adelgaçar através do terreno, e no conjunto de forças que sobre este e aquela foram atuando até que a deixaram com a forma que hoje tem. - Quem me diria a mim que havia de vê-la, como enorme para-raios, fustigada pelas faíscas das terríveis tempestades do Sul da Ilha! O topo do monólito tem 673 metros de altitude. Muito maisalto que a serra de Sintra; a mais de um terço de altura da nossa Serra da Estrela.
É uma bela coluna. Não há menhir, nem chaminé de fábrica para se lhe pôr ao lado.
E para que a Ilha seja verde por toda a parte, até a pedra tem vegetação em grandes manchas.Apresenta-se sempre mais ou menos cilíndrica: é porém das terras do centro da Ilha, a caminho de Vila Verde, que ela é mais regular. De S. José da Praia Grande, do Novo Brasil, isto é, de sudeste da Ilha, apresenta-se com a base um tanto dilatada e com o topo mais adelgaçado.
Vê-se de todo o Sul da Ilha. É muito curioso do Cabbombley, na perspetiva da Praia Grande: são duas pontas de terra por mar dentro, a coluna levata-se alterosa a projetar-se no mar, como se fosse um farol altíssimo.
João Alves - Cão Pequeno, São Tomé, Fevereiro 2003
O Cão Pequeno – É outra coluna de pedra levantando-se oblíqua nos montes do Portinho. Tem 390 metros de altitude. Sem as dimensões imponentes e regulares do Cão Grande, não deixa de ser muito interessante: e um óculo de alcance regular nota-lhe uma pequena pedra apoiada no topo. É a marca natural das minhas referências topográficas. Dista do Cão Grande cerca de 4.160 metros.
ESCALADO TRÊS MESES DEPOIS DA INDEPENDÊNCIA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE - CINCO ANOS DEPOIS DA PRIMEIRA ESCALADA
Eis algumas linhas do que cheguei a escrever na revista Semana Ilustrada, de Luanda, da qual era correspondente(…) A nossa maior dificuldade, não é a altura. Tão pouco a rocha ser ou não maisperpendicular, mas a ausência de fendas em certas faces deste pico para a colocaçãodos necessáriosapoios que nos permitam prosseguir. E, numa rochavulcânica comoa do Cão Grande, a perfuraçãoé impraticável, a menos com auxílio de fortes berbequins elétricos (manuais, nem pensar, era toda a vida) o que, além de ser pouco desportivo,é ainda demasiado embaraço, senão mesmo inacessível .
Então qual o processo já utilizado para fazermos os progressos que temos feito? Sim, de facto, que as tais passagens onde as fendas não existem ou pelo menos não se encontramnos lugares mais convenientes, têm-noscustado bastante sacrifícios e o recurso a inúmeros processos. Porém,os quatro anos de tentativas sem conta, das maiores canseiras e deinsucessos sobre insucessos, felizmente para alguma coisa têm servido.É que o aperfeiçoamento de uma técnica, o emprego de material mais apropriado (não omelhor, claro), pois todo ele tem sido improvisado por nós e nem sequer com a possibilidadede adquirirmos o que nos pareça mais útil), é coisa que leva o seu tempo. E a verdade é que, durante este tempo,nós só tivemos oportunidade de irmos descobrindo o material que nos pareceu o mais adequado e aperfeiçoarmos a nossa técnica. Talvez muitos montanhistas,estejam longe de supor, como podemos aprender muitas outras coisas quanto à arte de escalar, independentemente, claro, da riquíssima experiênciahumana adquirida. E, já agora, a título de curiosidade, sobre o material que temos levado, podemos adiantar que, pequenas passagens houve, que nos ficaram bastante caras, não só em sacrifícios, como mesmo em dinheiro, quantia que, incluindo outras despesas e na sua totalidade, deve ir à vontadinha para além dos 30 contos.
Estas, pois, algumas das razões que, de volta e meia, me atiram para aquela rocha. Rocha esta que ainda não conseguiescalar totalmente, mas que, por esse motivo, de modo algum poderei aceitar como impossível
Independentemente de qualquer material a que temos recorrido, os nossos pequenos êxitos, os pedaços de rocha sucessivamente conquistados, têm dependido, sobretudo,mais no nosso querer, da nossa enorme força de vontade edeterminação, digamos assim, ea um bocadode sangue frio perante o precipício, que de outros factores que se possam imaginar. Predicados esses que é necessário possuir,visto os obstáculosserem de facto enormes e bem variados.
Desde a rocha escalvada, escorregadia e perpendicular, a faixas a desmoronar em ou as saliências do sextograu, verdadeiras plataformasou abismos fora da vertical, as quais tem sido, como se depreende, o nosso principal quebra-cabeças.
Daúltimavez que láfomos, foi precisamente uma passagem destas que não nos permitiu o acesso ao cume,donde ficámos maís ou menos a cerca de vinte e poucos metros.
E nada mais penoso é para um montanhista do que, depoisde subir uma rocha em quase toda a sua extensão (sobretudo com as característicascomo as do Cão Grande) vencer inúmeras dificuldades e obstáculos, sujeitar-se a constantesriscos e, por fim, já muito pertinho da sua crista, por um imperativo de força maior, ser obrigado a regressar, quando pensava que afinal já nada lhe impediria, para de novo ter de lá voltar, pelos mesmos caminhos, conheceras mesmas dificuldadese obstáculos, experimentara sensação dos mesmos riscos, e, depois de ter estado tão pertinho, do cume das suas ambições, dizíamos,sofrer a amarga decepção de aguardar o prazer dessa efémera vitória ( sim, porque ao fim ao cabo de efémerase trata) para outra oportunidade.
A maioria dos desportos, quaisquer que sejam, implicam competição. No caso do alpinismo, os princípios são bem outros: numa escalada, da segurança de um depende a do companheiro ou· de todos os elementos que compõem a expedição. Porque a pratica do alpinismo é forçosamente perigoso e todo o cuidado que se põeé pouco. Por isso, agora foi a rocha que não nos deixou passar, mas, noutras vezes, tem sido o mau tempo ou um de nós adoecer: - sabemos que, numa circunstância difícil - por mais perto que esteja o cume ambicionado - , é preferível voltar e continuar noutra ocasião, Foi o que fizemos da última vez. Para a próxima, creio que iremos mais bem apetrechados e talvez até com um pouco mais de coragem.
Entretanto, seguindo um ritual montanístico, para garantirmos a nossa presença num pedaço de rocha onde nunca ninguémfoi, temos levado connosco a bandeira nacional para a fincarmos noponto cimeiro deste pico. Como este objectivo tem estado demorado, já é a terceira bandeiraque levamos. Devido às intempéries,foram-se desfazendo e tiveram sucessivamente de ser substituídas. Esperamos que à terceira seja de vez: aser desfraldadano topo do Cão Grande.
CONQUISTA DO CUME COM SABOR AMARGO
Em 12 de Outubro, de 1975, a minha equipa, conquistava, finalmente, o tão desejado cume do Pico Cão Grande - Dois anos sozinho, e, por fim, nos dois anos seguintes, 73 e 75, com a participação de dois valorosos santomenses, o Cosme Pires dos Santos e o Constantino Bragança, além da valiosa colaboração dos guias e carregadores, do Sebastião e do Chico, atingia-se a crista de um dos mais difíceis e caprichosos monólitos do planeta.
Não disponho das imagens desse auspicioso momento – se bem que, para nós, fosse mais de pesadelo de que de alegria, dada a iminência de uma tempestade e de não termos a certeza se regressaríamos vivos ao sopé - , sim, não disponho de nenhuma fotografia desse dia, porque, uns dias depois, deixava S. Tomé a bordo do pesqueiro americano, Hornet, para ser largado, numa frágil piroga, a sul da Ilha de Ano Bom, na corrente equatorial – O meu espólio, até ficou bem guardado, só, que, mais tarde, tendo pedido a um comerciante, que mo fosse buscar a casa da minha companheira para fazer o favor de mo trazer para Portugal, quando aqui voltasse de férias, sim, ele foi lá a busca-lo, mas, até hoje, não se dignou entregar-mo.
LONGO PESADELO DE 38 DIAS À DERIVA
Transportado no referido pesqueiro, o comandante, querendo demover-me da minha aventura, e depois de eu ter recusado o trabalho a bordo, deixa-me a Norte desta ilha – Impossibilitado de atingir a corrente que me levaria para oeste, decidi o regresso a S. Tomé, aproveitando a direção dos ventos alíseos e das correntes, que ali convergiam, ainda unicamente para Norte do Golfo da Guiné.
Porém, nesse mesmo dia, já noite escura, um violento tornado, faz-me perder o leme, os remos principais, e, para evitar que a canoa se afundasse, arranquei as duas varas dos mastros, enrolei as velas e coloquei-os de través, sendo obrigado a alijar-me da maior parte dos viveres e a lançar ao mar os quatro bidões de água, um dos quais meio de água, mas bem arrolhado e preso a uma corda para fazer de âncora flutuante e forçar a canoa a ficar de proa à vaga e não de lado, evitando ser voltada – Mesmo assim, arrastada e fustigada por vagas alterosas, sob o estrondo de fortíssimos trovões e o rasgar de sinistros relâmpagos, as longas horas noturnas, da tão pesada e dramática tormenta, foram verdadeiramente infernais - Ao amanhecer, já não se ouvia a sinistra orquestra, porém, o mau tempo prolongar-se-ia por várias dias seguidos e com o horizonte, continuamente cerrado por neblinas ou densas nuvens. Vindo, pois, a conhecer uma longa e penosa deriva de 38 dias, até acostar a uma remota baía da Ilha de Bioko, Guiné Equatorial, onde acabaria por ser detido e encarcerado por suspeita de espionagem.
O meu espólio, até ficou bem guardado, só, que, mais tarde, tendo pedido a um comerciante, que mo fosse buscar a casa da minha companheira para fazer o favor de mo trazer para Portugal, quando voltasse de férias a Portugal, sim, realmente ele foi lá a busca-lo, mas até hoje não se dignou entregar-mo.
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