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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Chocolate do Cacau do São Tomé e Príncipe, saboreado com o famoso vinho de Oeiras no Forte de S. Bruno. O mesmo néctar vinícola com que o município quis brindar a visita do Presidente Santomense, Carlos Vila Nova, em abril 2022 a este concelho - Faz parte também das minhas memórias na adolescência, nos dias de marçano, em 1957


                                                                        Jorge Trabulo Marques 
2015


Chocolate obtido das sementes do Ouro de S. Tomé e Príncipe  -  Proveniente de uma planta de pequeno porte  (4-8 metros de altura) nativa da América Central (México) e da zona norte da América do Sul, introduzida em S. Tomé  pelo Barão de Água Izé, no século  XIX

1963 - Roça Uba-Budo




Chocolate do cacau das ilhas verdes do equador, antiga colónia portuguesa - Uma vez mais o aperitivo mais apreciado para juntar ao sabor dos bons vinhos. Foi o que sucedeu, recentemente, numa sessão organizada em parceria da Associação dos Castelos de Portugal, a Céu Chocolatier e a Confraria dos Enófilos do Vinho de Carcavelos,, numa combinação que teve como objetivo conduzir os participantes a uma  "viagem do cacau ao prazer", com o famoso vinho Villa Oeiras


2014
1964

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O evento contou coma presença de Isabel Barata, Coordenadora de Serviço Educativo na Associação dos Amigos dos Castelos de Portugal, o  Grão-Mestre da Confraria dos Enófilos do Vinho de Carcavelos, Armando Soares e outros elementos desta Confraria,  bem como do Presidente da Direção a revista “A Voz de Paço de Arcos, José Manuel R. Marreiro, entre outras personalidades e diversos convidado. E decorreu no passado dia 22 de Novembro, foi antecedido por uma palestra ministrada pela chefe Céu Carvalho, fundadora da marca, reconhecida pela mestria em trabalhar o chocolate

O Forte de São Bruno, na praia de Caxias, acolheu, pela primeira vez, uma experiência sensorial que prometeu aos participantes uma “viagem do cacau ao prazer” à beira-mar. Numa bebida cor de mel, composta pelas castas Arinto, Galego Dourado e Ratinho.

Castas que abundam nas Quintas da Ribeira, dos Pesos e da Samarra, em Caparide, propriedades que têm logrado plantar vinhas, que ameaçavam extinguir-se  por força das pragas que vieram assolar o país, num certo período do século passado, e, ultimamente, mais por via da crescente urbanização imobiliária, graças também ao apoio da Câmara Municipal de Oeiras, que, nas últimas décadas, começou também por  investir na antiga Quinta de Cima do Marquês.

Como

é sobejamente reconhecido. “o Vinho de Carcavelos, de nome internacional e tradição secular, detém qualidades reconhecidas e confirmadas pela Carta da lei de 18 de setembro de 19008, na qual foi definida a região demarcada, então formada pelas freguesias de São Domingos de Rana e de Carcavelos, do concelho de Cascais, e pela freguesia de Oeiras que é tradicionalmente reconhecido produzir vinho generoso, bem como dos princípios gerais da sua produção e comercialização.

O Vinho que brindou a visita do Chefe de Estado de S. Tomé e Príncipe – Em 2022

Dessa emblemática e tão expressiva qualidade vinhateira, já me havia dado conta na receção, com que, o Presidente da C.M de Cascais, Isaltino Morais, havia brindado o Presidente da República de S. Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, num beberete que ocorreu na visita de cortesia ao concelho de Oeiras, após a receção na CM de Lisboa, na sequência da vista oficial do Chefe de Estado Santomense a  Portugal, em Abril de 2022, depois de o ter agraciado com a medalha de mérito municipal, grau de ouro, da Câmara de Oeiras

O VINHO DE OEIRAS  - Que eu cheguei a carregar ao ombro em Marçano – Aos 12 anos  – E O  CACAU  - Que eu conheci como empregado de mato, seis anos depois: Nas Roças: - Uba-Budo; Ribeira Peixe e Roça Rio do Ouro


De facto, quando desci do comboio e cheguei ao histórico Forte de  S, Bruno, com pena minha, já a sessão estava quase a terminar, além de  ter de seguida outro evento na agenda, em Alvalade, pelo que não me foi possível de todo ter o prazer de acompanhar e fotografar  a interessantíssima iniciativa  de uma combinação gastronómica, gostosamente, glosada e bem  harmonizada com os sabores do cacau de S.T.P.

Confecionado com o  cacau que muito aprecio e que  bem conheço, desde os tempos em que trabalhei como empregado de mato nas antigas roças,  para onde – em 1963 -  fui procurar fazer o meu estágio  do curso que frequentei na Escola Agrícola Conde S. Bento de Santo Tirso –  Assim, como os famosos néctares  dos lendários vinhos de Carcavelos, vendidos nas velhas mercearias de Lisboa, nas quais fui marçano aos 12 anos. Mas também, quando, aos domingos, me ia banhar na praia de Algés

Praia que não esqueço, desde aqueles meus verdes anos de adolescente, a mais popular da região de Lisboa e arredores, tanto mais que, numa tarde de Verão, quando ali me fui banhar, me pus a nadar pelo Tejo a fora, convencido de que podia facilmente alcançar a outra margem, tal como fazia no leito do Rio Côa, afluente do Douro,  junto à  Quinta da Santa Maria, atual Ervamoira, Quinta onde nasceu o meu pai, no termo do concelho de V. N. de Foz Côa – Igualmente bem conhecido pelos seus famosos vinhos   


O que me valeu foi o barqueiro, que zelava pela segurança dos banhistas, se ter apercebido da ousadia daquele menino e o ter ido buscar quase a meio do rio – sim, na primeira das suas experiências, que haveria de realizar anos mais tarde, em várias travessias em pirogas, nos mares onde se erguem aquelas duas maravilhosas ilhas do Golgo da Guiné

CACAU DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE – Uma referência mundial



Roça Uba-Budo 


A  Produção de chocolate tem estimulado o cultivo de cacau em São Tomé e Príncipe, nos últimos anos, cujas produções  baixaram consideravelmente, com as nacionalizações. A colheita do cacau  é feita duas vezes, por ano, em  Abril e em  Outubro, Foi  introduzido em   São Tomé no século XIX pelo Barão de Água Izé que começou sua plantação na Roça Água Izé, fundada em 1854, onde era proprietário.

A partir daí começou o ciclo do cacau em ambas as ilhas, dando origem às principais Roças que hoje existem – Roça Rio do Ouro,  fundada em 1865 é  a maior de São Tomé e Príncipe. Após  a independência, com a nacionalização das roças,  passou a ser   chamada de Roça Agostinho Neto Emblemática pela sua dimensão e imponência arquitetónica,  uma das mais importantes estruturas agrícolas, agora praticamente em ruinas. Que chegou a integrar o mais avançado sistema ferroviário de todo o arquipélago, estabelecendo a ligação entre as suas dependências, propriedade do Conde de Vale Flor.

Foi a sede da Sociedade Agrícola Vale Flor, a que também pertencia a Roça Diogo Vaz , atualmente dedicada à produção de cacau orgânico e chocolate. E com muito sucesso, que, em 2023, foi distinguido,  como o Melhor Chocolate do Mundo no Salão do Chocolate de Paris   


Outras Roças, igualmente importantes, em S. Tomé -  Roça Uba-Budo,  que remonta a 1875,. da Companhia Agrícola Ultramarina, sede de várias dependências e da Roça Ribeira Peixe e Roça Bindá; Roça Santa Catarina; Roça Guégue;  Roça Benfica; Roça Amparo; Roça Vista Alegre; Roça Queluz; Roça Monte Forte; Roça Boa Entrada; Roça Praia das Conchas; Roça Saudade. Onde nasceu Almada Negreiros; Roça Monte Café: Roça Colónia Açoreana; Roça São João dos Angolares, Roça Dona Augusta,  Roça Novo Brasil,……. entre outras

Na Ilha do Príncipe, destacam-se as Roça do Terreiro Velho; Roça Infante; Roça Belavista; Roça Nova Sintra: Roça Paciência;  D. Henrique; oça Sundy, onde duas equipas britânicas comprovaram pela primeira vez a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein; Roça Belo MonteRoça Porto-Real (Príncipe)- A Roça



O país adotou a cultura do “Cacau Biológico” ´que permite produzir um cacau de alta qualidade sem adubos artificiais ou inseticidas e buscando manter a qualidade 100% natura. Colocando-o na lista dos de melhor cacau do mundo.

Atualmente, uma boa parte dessas roças são-tomenses estão abandonadas e algumas até em avançado estado de degradação – para não dizer em ruínas. Entre essas, uma parte foi sendo habitada por comunidades desfavorecidas que foram adaptando o interior dos edifícios em modestas habitações.



 

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