Hoje é dia histórico de Portugal,. Resido em Lisboa mas não saio de minha casa e nem vejo televisão - Não alinho com as encenações de uma cidade, mais artificializada de que genuina, que já tem pouco ou nada de portuguesa.
Eduardo Lourenço, - Distinta figura académica e intelectual que hoje recordo com saudade, que nos deixou neste dia, há 4 anos, que conheci e passei admirar desde o dia que nos encontramos ambos em casa de Vergilio Ferreira
Que, por várias vezes, me deu o prazer e o privilégio de dialogar, desde há muitos anos – E várias foram as entrevistas que me concedeu - Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta e interventor cívico, foi várias vezes galardoado e distinguido. Natural de São Pedro de Rio Seco, Almeida, 23 de maio de 192, distrito da Guarda - Conheci-o,, pela primeira vez, em casa de Vergilio Ferreira, no principio da década de 80, de quem ambos éramos também amigos
“O que eu faria sem escrever,” Declarou-me há 4 anos, na feira do Livro de Lisboa, ao perguntar-lhe se ainda continuava a escrever - Nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, faleceu neste 1º Dia de Dezembro de 2020
"Os Portugueses vivem em permanente representação" Dizia um dos mais brilhantes pensadores do meu tempo e da minha região, que hoje nos deixou - Que o passei admirar desde o dia em que o conheci, pela primeira vez, em casa de Vergilio Ferreira, no principio da década de 80, de quem ambos éramos também amigos
VIRGÍLIO FERREIRA, É UM DOS MAIORES VULTOS DA LITERATURA PORTUGUESA Autor de 23 livros de ficção, 12 ensaios, dez diários - Tive o grato prazer de ser seu amigo, de me receber várias vezes em sua casa e de o entrevistar, tendo-me até mencionado num dos seus diários da “Conta Corrente
Há dias a RDP passou-me à porta e um jovem subiu com uns aparelhos. Que é que pensava da carga que já me pesava?Ora. Que era uma «conta calada» e tão calada que já apelava em mim para o silêncio. Ouço o apelo e aqui me fico" In Conta-corrente Janeiro 1982
“Depois da morte não há nada” – Eu já pensei que a morte era uma a passagem para o além, para uma vida que se seguiria a esta…Aliás, quando pensei, tinha toda a aparelhagem para isso, nesse mesmo além… Haveria um céu, haveria um inferno, haveria um purgatório, etc -
ESCREVER "PARA TORNAR POSSÍVEL O MISTÉRIO DAS COISAS"...Vergílio Ferreira
"Escrever. Porque escrevo? Rescrevo para criar um espaço habitável da minha necessidade, do que me oprime,do que é difícil e excessivo. Escrevo porque o encantamento e a maravilha são verdade e a sua sedução é mais forte de que eu. Escrevo porque o erro, a degradação e a injustiça não devem ter razão. Escrevo para tornar possível a realidade, lugares, tempos, pessoas que esperam que a minha escrita os desperte do seu modo confuso de serem. E para evocar e fixar o percurso que realizei, as terras, gentes e tudo o que vivi e que só na escrita eu posso reconhecer, por nela recuperarem a sua essencialidade, a sua verdade emotiva, que é a primeira e a última que nos liga ao mundo. Escrevo para tornar possível o mistério das coisas. Escrevo para ser. Escrevo sem razão" - Pensar - Vergílio Ferreira 1992
Vergílio Ferreira nasceu em Melo do concelho de Gouveia na Beira Alta, a meio da tarde do dia 28 de Janeiro de 1916. Se fosse vivo, faria hoje, 97 anos. Mas morreu aos 80. Foi dos autores portugueses - através da leitura do livro Manhã Submersa - que mais cedo despertou a minha curiosidade e com o qual viria a manter um relacionamento amistoso, desde o principio da década de 80, até a escassos dias antes da sua morte - Já que, nessa mesma semana, lhe tinha telefonado para o ir visitar a Fontanelas, onde acabaria por falecer
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