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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Drama no Golfo da Guiné - Quem socorre os 6 pescadores de São Tomé desaparecidos há seis dias? -“A capitania dos portos disse ao Téla Nón, que neste momento o Estado são-tomense tem limitações para lançar uma operação de busca e salvamento” – “Só resta esperar”!?... – Mas que desumanidade é esta?!.Onde está a solidariedade dos países vizinhos? (ou de outros): Nigéria, Guiné Equatorial, Gabão, Congo, Angola...



Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador da origem do povoamento nas Ilhas do Golfo da Guiné


(atualizado - 05-08-2014)  - Afinal tínhamos razão - Graças a Deus, estão salvos -Foram deixados ao abandono mas quis Deus e a sua boa estrelinha que se salvassem - Todavia, ninguém os procurou - Não retiramos uma palavra ao que aqui escrevemos  "Os 6 pescadores da cidade de Neves que desapareceram no mar há 9 dias, terão sido levados pela corrente marítima para a Guiné Equatorial. -Pescadores desaparecidos chegaram a Bata | Téla Nón Mas o que fez a Capitania dos Portos para os procurar?... Limitou-se a esperar... Nove dias e nove noites no mar é muito sofrimento...Que fique para refelxão.


SALVEM AQUELES QUE SÃO A GÉNESE E A ORIGEM DAS ILHAS



 

 

 

 

 



 
A noticia não me causou espanto porque os naufrágios nas pequenas pirogas das ilhas de S. Tomé e Principe, são frequentes, além que também já passei pela mesma situação.  


 



O  mesmo não direi da incapacidade ou alegada impotência de se  lançar uma operação de salvamento –  

É intolerável  que, um país, pelo facto de não dispor de recursos,  cruze os braços – limitando-se a esperar. Se bem que já tenha efetuado buscas de salvamento num náufrágio de turistas (leia a noticia mais à frente)  Ou  entao que, os países vizinhos, a comunidade internacional, não lhe garantam ou confirmem  o indispensável apoio

 Do que foi noticiado: 

31-07-2014 "A capitania dos portos disse ao Téla Nón, que neste momento o Estado são-tomense tem limitações para lançar uma operação de busca e salvamento. Primeiro porque não se tem a localização dos pescadores desaparecidos, por que não levaram os materiais de navegação, nomeadamente o reflector de radar.

Uma operação de busca no mar aberto é desvantajosa, pelo facto das embarcações da guarda costeira, não terem autonomia para vasculhar o espaço marítimo nacional durante várias horas. Explicou a capitania dos portos.

Nesta situação segundo a capitania dos portos, a utilização de meios aéreos para fazer o reconhecimento da zona económica exclusiva era mais indicado. No entanto o país não tem meios aéreos para fazer tal operação.

Só resta esperar… Na capitania dos portos o Téla Nón confirmou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros, já emitiu um alerta aos países vizinhos, com vista a apoiarem na busca e salvamento dos 6 pescadores, que há 7 dias não regressaram a casa" - Mais adiante outros pormenores.




 De recordar que, no período colonial, as canoas que desapareciam eram simplesmente ignoradas - O facto  não passava da praia donde o pescador partira - Raramente eram notícia. As autoridades, se o sabiam, não o comunicavam -  

Tomei conhecimento direto de alguns desses naufrágios, mas por mero acaso.

 No desaparecimento específico dos 6 pescadores, pelo menos, quatro dias depois, soube-se que  a notícia chegou ao conhecimento público.


Imagem do.telanon.info/sociedade/2014/07/29/

29 de Julho de 2014  6 pescadores da cidade de Neves que se fizeram ao mar no último sábado, não regressaram a casa. Os familiares estão aflitos. Todos jovens na casa dos 30 anos, partiram para o mar em 3 canoas.

As autoridades competentes já foram informadas sobre o desaparecimento dos 6 pescadores. Sinal de alerta aos países vizinhos já terá sido dado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades.

O desaparecimento de pescadores é habitual em São Tomé e Príncipe, apesar do projecto de mudanças climáticas, ter distribuído sistemas de orientação marítima aos pescadores de diversas comunidades do país. 6 pescadores dados como desaparecidos |



 









Imagens ao lado - Piroga usada na travessia ao Príncipe pelo autor deste site -150 Km em linha reta. A outra, para a grande aventura  transatlântica - As canoas são frágeis mas nem sempre o mar é a maior ameaça - Agora é a pirataria - A norte da Ilha de Ano Bom, onde fui largado, também tive duas canoas a remos atrás de mim mas eu navegava à vela e safei-me.
 .
"Só resta esperar?!."..  - Ou será que a vida das populações africanas, desde as pessoas que desaparecem no mar, às que morrem vítimas da fome e da falta de assistência médica, continua a ser a de meros números e não a de seres humanos?!

Não me posso resignar ao “só resta esperar” A este intolerável fatalismo – Eu que vivi a angustiosa experiência de 38 dias à deriva numa piroga no Golfo da Guiné, sei quanto é angustiante a situação de um náufrago! – Se não foram vítimas de pirataria, acredito que ainda possam estar vivos – Porém, vivendo momentos de indiscritível angústia e incerteza


 SÓ O NÁUFRAGO CONHECE O DRAMA DA SUA SORTE - OS QUE MORREM LEVAM COM ELES OS SEGREDOS DO SEU TORMENTO PARA O FUNDO DOS ABISMOS - OS QUE SE SALVAM JAMAIS SERÃO COMPREENDIDOS



AINDA NÃO É TARDE DEMAIS

Vai para o sétimo dia, que os seis pescadores foram dados como desaparecidos. Mas não consta que um barco ou um avião tenha saído à sua procura.- E isto, além de extremamente preocupante, é profundamente desumano. Gastam-se milhões em bombas assassinas, em exercícios navais ou aéreos, com fins belicistas e não há um helicóptero, um barco ou avião disponível para ir em seu socorro. 

Bem basta quando não se sabe, quando não há notícia de que o desaparecimento foi no mar. Familiares e companheiros, viram-nos partir e ninguém ainda os viu regressar – e não são apenas seis vidas (se as águas ainda não os tragaram), que estão vivendo momentos  de incerteza e  afiliação mas, além dos entes queridos, também a  comunidade da praia donde partiram – Elevada ao estatuto de cidade, depois da independência, com  menos casas e habitantes de que muitas aldeias do litoral português. 

Em todo o caso, a angústia não é só vivida na local donde partiram e nao mais voltaram mas dificilmente deixa de se estender a toda a comunidade piscatória, a todos os pescadores de São Tomé e Príncipe.  Não se pense que o facto de  todos os dias lidarem com o abismo lado a lado que o deixam de temer.

NA GRAVANA - DE JUNHO A SETEMBRO - NAO É A ALTURA DOS GRANDES TORNADOS - O QUE NÃO SIGNFICA QUE NAO POSSAM OCORRER

Pessoalmente, na qualidade de jornalista (delgado da revista Semana Ilustrada, de Luanda - 1970-1974) conheci uma situação de dois pescadores, que, ao cabo de cinco dias, foram dar à costa do Gabão, depois de inarráveis dificuldades

 – Especialmente  depois de terem ali aportado, levados pelo tornado. Foi nos anos setenta. 

Mas o mar  não mudou e os “6 pescadores da cidade de Neves que se fizeram ao mar no último sábado,  não regressaram a casa. Os familiares estão aflitos. Todos jovens na casa dos 30 anos, partiram para o mar em 3 canoas.” – Ainda poderão estar vivos.

CAUSAS PROVÁVEIS

Ou surpreendidos por um ato de pirataria 15/07/2014A pirataria no Golfo da Guiné ameaça a soberania de São Tomé  E, se for essa a causa (sendo atualmente a mais grave das ameaças no Golfo da Guiné) dificilmente poderão ter ficado com vida – por roubo do pescado e das embarcações. 

Ou então surpreendidos pela noite - por demasiado afastados do perfil da ilha -  e, portanto, arrastados pelas correntes para parte incerta numa zona onde o crepúsculo é rápido e depressa deixa o mar tão inundado pelas trevas, como é o da cúpula dos céus.- Outra causa, a devida a fenómenos atmosféricos, agitação do mar ou eventual tempestade – 

Nesta altura, embora o mar se mantenha muito agitado, devido aos ventos frescos que sopram do sul, não são frequentes os tornados. Decorre o período da Gravana. Os tornados, são uma grande  ameaça das canoas, mas – nesta época do anos  – são raros, sendo mais frequentes no período das chuvas, que vai  de Setembro a Maio. 25/03/2013 --São Tomé pede ajuda contra pirataria e contrabando 

Uma oportunidade de Portugal mostrar a sua solidariedade - De passar das palavras aos atos - 18/06/2013  Portugal disponível para ajudar São Tomé e Príncipe no combate à pirataria

 Vamos de seguida enviar e-mails para vários jornais e embaixadas – Por nosso lado, não nos pudemos resignar a esperar que apenas dependam do fator sorte e não da generosidade humana.

 A CULPA NÃO É TANTO DOS PESCADORES TEREM, PARTIDO PARA O MAR- SEM O EQUIPAMENTO INDISPENSÁVEL DE NAVEGAÇÃO, MAS DAS AUTORIDADES QUE NÃO  EXIGEM  O CUMPRIMENTO DESSA OBRIGAÇÃO OU ELEMENTAR NORMA

Não vale a pena atirarem as culpas aos pescadores, que persistem em manter o mesmo tipo de faina ancestral – Partindo para o mar de peito descoberto e deixados à sua a sorte.


Num tempo de novas tecnologias – e algumas até bem simples de usar, como seja  uma simples chapa cruzada no topo do mastro, cujo sinal pode refleti-se no radar de uma operação de busca e salvamento ou até  livrar a pequena embarcação de ser abalroada por um barco maior – compete às autoridades imporem o cumprimento dessa norma, sob pena de impedimento de carta de pescador. 

Se estes factos acontecem, a responsabilidade deverá ser exigida a quem compete fiscalizar e não o fez.

TRADIÇÕES DESVIRTUADAS - E, PELOS VISTOS, NÃO PARA MELHOR


Aos pescadores, além de equipamentos de navegação, quase se lhe impõe o abandono das suas tradicionais pirogas pelas de fibra de vidro, que, se por um lado, poderão evitar o abate de árvores florestais (mas sempre  houve floresta, por que razão agora haverá de correr perigo? - Ou será que, nesse aspeto, estamos piores de que no tempo do colonialismo?), por outro lado, não se pense que possam ser mais seguras ou adaptadas aos mares dos tornados, que as do ocá. Além de lhes ensinarem  hábitos, do uso de balanceiro da Indonésia, que nada têm a ver com aqueles mares (menos expostos aos tornados) e as  tradições destas ilhas, uma vez  lhe roubarem reflexos  de equílibrio - Passando a confiar na dupla "piroga", ao balanço menos previsível, podem imediatamente ser projetados à água e não lograr apanhar a embarcação, que imediatamete é  arrastada pela força da corrente. A imagem, acima e do lado direito, foi extraída do site do  Telenon
 É COMPREENSÍVEL E RECOMENDÁVEL O USO DE EQUIPAMENTO - MAS AGORA HÁ VIDAS CUJO DESTINO INCERTO,  É URGENTE PROCURAR SALVÁ-LAS

Seja como for, com ou sem equipamento,      claro que essa é uma questão que deve ser objeto de análise de reflexão  mas o mais importante, por agora - é urgência de  se lançar  uma acção de busca e salvamento. Compreendem-se alguns desses argumentos mas o mais importante, de momento,  é não cruzar os braços  

Acrescenta ainda  mesma noticia que Os 6 pescadores da cidade de Neves no norte de São Tomé, que desapareceram no mar desde o último sábado, foram beneficiados com um kit de materiais de navegação marítima composto por Bússola, GPS, reflectores para radar, e bengalas luminosas.

Através do projecto de Mudanças Climáticas financiado pelo Banco Mundial, todas as comunidades piscatórias foram apetrechadas com materiais de orientação marítima.
No entanto, segundo a capitania dos portos, os 6 pescadores que desapareceram desde o último sábado, deixaram os materiais de navegação marítima em casa. Equipamentos caros, que o Estado são-tomense através do financiamento do Banco Mundial e no quadro do projecto de Mudanças Climáticas, entregou a todos os pescadores do país no sentido de evitar desaparecimentos no alto mar.

O Téla Nón apurou que para além de não utilizarem tais equipamentos, alguns pescadores prefere vende-los. As bengalas luminosas que deveriam ser utilizadas em situações de emergência no alto mar, como forma de solicitar socorro, acabam muitas vezes por serem objecto de brincadeiras nas praias do país durante a noite. Pescadores desaparecidos deixaram equipamentos

NÃO HÁ MEIOS PARA ESTES POBRES PESCADORES MAS JÁ HOUVE PARA TURISTAS

17 de Setembro de 2008 – Veja-se a diferença – para uns houve e para outros, o esquecimento: Dois pilotos da companhia aérea são-tomense, STP-Airways, disseram ao Téla Nón, que vão realizar voos de reconhecimento na zona do sinistro para tentar encontrar os passageiros dados como desaparecidos. São cerca de 14 pessoas que não foram resgatadas na operação de socorro da última noite. O Téla Nón registou também noporto de São Tomé, o lançamento ao mar de uma vedeta privada contratada pelo estado são-tomense para reforçar a busca. Por sua vez o Governo regional do Príncipe, pela voz de Carlos Gomes(na foto) já reagiu ao acidente, tendo responsabilizado os sucessivos governos da república como sendo os responsáveis por mais este desastre - Intensificam-se as buscas dos passageiros que desapareceram após o naufrágio do navio Therese na noite de terça-feira

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