De facto, há em Lisboa um azul que outras cidades não têm, que a distingue das grandes capitais – Vá-se a Londres e veja-se como a atmosfera, de um modo geral, é húmida e cinzenta. Isto para já não falar da gigante capital da China, onde o ar já mal se respira e é preciso andar de máscara, tais as névoas de poluição que toldam e enegrecem os ares - Felizmente que, em Lisboa, não há e nem nunca houve esse fenómeno atmosférico. Claro que há outros que a tornam mal cheirosa, quando não se procede à recolha do Lixo ou mesmo na hora em que é descarregado, em que se ouve aquele bater repetitivo e incomodativo dos caixotes nas traseiras dos camiões, numa espécie de orquestra severa e pestilenta. E nem é preciso estar na rua para se sentir a presença dessa caótica sinfonia, que fere o silêncio da noite, para que o cheiro nunca mais seja esquecido do nariz
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Excerto de Viajar!
Perder países! -
Eu não diria perder países, porque só se perde
o que se tem e não o que se vai descobrir mas poder desfrutar da reconfortante sensação de não ser de país
algum mas pertencer a todo o Mundo. Ou então sentir-se que, o país onde se nasce,
afinal, é fruto de um mero acaso: de que
todos os seres humanos. têm mais a uni-los de que a separá-los, porque unidos pelo mesmo sentimento de fraternidade
Universal
Ao sobrevoar Lisboa, a
meio da manhã de ontem e com destino a S. Tomé, longe de imaginar que poderia
abraçar esta cidade, das quatro colinas, mais o Tejo, num único olhar, numa única e vasta imagem.
Confesso que foi das mais belas surpresas, que poderia ter ao deixar a cidade onde habitualmente resido (a que nunca verdadeiramente me afeiçoei) e a caminho dos distantes mares do sul, onde agora me (re)encontro, numa ilha que, além de ser maravilhosa, se ergue no meio do Mundo.
Confesso que foi das mais belas surpresas, que poderia ter ao deixar a cidade onde habitualmente resido (a que nunca verdadeiramente me afeiçoei) e a caminho dos distantes mares do sul, onde agora me (re)encontro, numa ilha que, além de ser maravilhosa, se ergue no meio do Mundo.
Sim, vou começar por falar do azul de Lisboa, que inspira poetas e escritores, que é deleite de fadistas e outros cantores " - De um azul que apetece respirar e parece ter o sabor de uma tranquila e inexplicável doce maresia – Isto porque, Lisboa, é também o do azul do Tejo, que é o de um grande estuário que, antes de se encontrar com o mar. se alarga e espreguiça como que a fundir-se, vagarosamente, na mesma harmonia e maravilhosa simbiose.
Porém, se o azul é belo quando visto do alto de uma colina, agora, veja-se quando esse azul se olha do alto dos céus: quando essa fusão já se consumou numa
perfeitíssima harmonia! Quando a voz do silêncio dar se substitui a todas as palavras.
E foi a sensação que eu experimentei, limitando-me a não perder a oportunidade de fixar essas imagens em fotografias, na medida que mo permitiam esses fugazes instantes.
E, diga-se, com a rapidez própria de um voo de cruzeiro. Pois, quando mal me descuidava, em vez de estar a ver o azul do céu de Lisboa, estendido aos pés ou no teto do seu casario, com o azul do Tejo, a servir-lhe de magnifica tela, dava-me conta que, num quase abrir e fechar de olhos, já nem sequer me encontrava nesses amplos espaços mas já na despedia da ponta mais a sul de Portugal, onde o Infante D, Henrique fundou a Escola de Sagres. Pois também não tardou, que, velozmente, pudesse perder-me com renovados azuis, nalguns casos ainda mais imaculados, que haveriam de acompanhar-me ao longo de toda a viagem.
E, sem quase ter tempo de pensar, Oh Deus! Transposto que fora o braço do mar que separa a Europa de África, eis-me agora no alto das labaredas da maior fornalha da terra - sobre as dunas desse interminável deserto do Saara, donde irrompia. lá do fundo desse caótico brasio, manchas densas de uma quase impalpável poeira de um amarelo torrado, que, sucessivamente, iam ofuscando todos os azuis que pudessem contemplar-se debaixo dos céus.
E foi a sensação que eu experimentei, limitando-me a não perder a oportunidade de fixar essas imagens em fotografias, na medida que mo permitiam esses fugazes instantes.
E, diga-se, com a rapidez própria de um voo de cruzeiro. Pois, quando mal me descuidava, em vez de estar a ver o azul do céu de Lisboa, estendido aos pés ou no teto do seu casario, com o azul do Tejo, a servir-lhe de magnifica tela, dava-me conta que, num quase abrir e fechar de olhos, já nem sequer me encontrava nesses amplos espaços mas já na despedia da ponta mais a sul de Portugal, onde o Infante D, Henrique fundou a Escola de Sagres. Pois também não tardou, que, velozmente, pudesse perder-me com renovados azuis, nalguns casos ainda mais imaculados, que haveriam de acompanhar-me ao longo de toda a viagem.
E, sem quase ter tempo de pensar, Oh Deus! Transposto que fora o braço do mar que separa a Europa de África, eis-me agora no alto das labaredas da maior fornalha da terra - sobre as dunas desse interminável deserto do Saara, donde irrompia. lá do fundo desse caótico brasio, manchas densas de uma quase impalpável poeira de um amarelo torrado, que, sucessivamente, iam ofuscando todos os azuis que pudessem contemplar-se debaixo dos céus.
São Tomé à vista
Num voo de mais de 800 km hora, tudo surge como que a rapidez cinematográfica própria de um fantástico caleidoscópio sobretudo para quem viaja junto das pequenas janelas do avião, E. de facto, uma manhã de azulíssimo céu, outros azuis – não menos surpreendentes – e acima dos mares do oceano, se me haveriam de deparar por entre farrapos ou enormes castelos de nuvens brancas, que se abriam por baixo das asas da grande aeronave– Isto para já não falar do azul puríssimo acima do teto nublado, só possível aos olhos de um viajante a bordo dos gigantes pássaros, que, em escassas horas, atravessam longínquas distâncias: voam sobre mares, ligam países distantes e continentes, tornam as ilhas menos solitárias e isoladas .
Num voo de mais de 800 km hora, tudo surge como que a rapidez cinematográfica própria de um fantástico caleidoscópio sobretudo para quem viaja junto das pequenas janelas do avião, E. de facto, uma manhã de azulíssimo céu, outros azuis – não menos surpreendentes – e acima dos mares do oceano, se me haveriam de deparar por entre farrapos ou enormes castelos de nuvens brancas, que se abriam por baixo das asas da grande aeronave– Isto para já não falar do azul puríssimo acima do teto nublado, só possível aos olhos de um viajante a bordo dos gigantes pássaros, que, em escassas horas, atravessam longínquas distâncias: voam sobre mares, ligam países distantes e continentes, tornam as ilhas menos solitárias e isoladas .
E foi
realmente a sensação , que eu tive, na manhã de ontem. com o avião a aproximar-se da Ilha
de São Tomé, depois de uma curta paragem, em Acra, capital do Gana – Uma das maiores
cidade de África, que se estende por uma vasta planura de ruas geométricas, onde
a cor do barro do chão ainda não foi denegrida pela cor do asfalto ou da fita do alcatrão.praticamente quase só ladeadas por simples vivendas ou chalés de que pelos incaraterísticos gigantes arranha-céus de betão armado nas grandes metrópoles
Uma hora depois estava,
finalmente, a aproximar-me da linda Ilha
Verde do Equador, que, àquela hora, nem
era verde mas de um único perfil negro,
como que emergindo de um grosso mar de alvíssimas névoas, sobre as quais parecia flutuar, como que saída de um qualquer mundo original da imensa cúpula dos céus.
E, como é sabido, no
Equador, os crepúsculos são muito brevew: logo que o sol se esconde na perpendicular no horizonte a oeste, rapidamente anoitece; - salvo se o luar já começa a levantar-se do lado oposto a leste, – E foi realmente a sensação que, de novo, voltei a ter depois de
receber os carinhosos abraços de vários amigos, quando ainda mal havia descido as
escadas do avião da TAP, E lá tive, com muito gosto, de pegar na máquina fotográfica
e começar a díspar. Por certo, este o prazer
que me espera nos dias que se vão suceder durante a minha estadia - Obrigado Amigos - Nesta terra, também sou um dos vossos; nunca me senti estrangeiro.
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