Cheguei ontem ao fim da tarde
a São Tomé, num voo da TAP, com escala em Acra, no Gana, mas, a bem dizer, hoje
é que foi o meu primeiro dia na capital desta maravilhosa Ilha, em mais um reencontro com uma terra que muito
amo, onde vivi os melhores anos da minha juventude, de 1963 a 1975 – Com aventuras e desventuras, que dariam
matéria para muitos livros, mas tenho-me dispersado por várias escritas e não
há meio de pôr mãos à obra – Pelo menos
a uma: espero que um dia aconteça.
Depois de aqui ter estado, em 20 de Outubro a 10 de Novembro , do ano
passado, ou seja, 39 anos depois de aqui ter partido numa canoa para tentar a
travessia do oceano atlântico, eis-me aqui de novo, agora para me associar às comemorações do 12 de Julho, entre outros objetivos
de natureza cultural, nomeadamente para dar a minha colaboração a um estudo mais
aprofundado de gravuras rupestres no litoral de São Tomé, apresentar às nova entidades
santomenses o projeto de regata a remos e à vela em canoas de pescadores,
assim como apresentar a minha exposição, que inaugurei no Padrão
dos Descobrimentos, de 10 de Março a 10 de Abril de 1999, inserida ainda no espírito
“dos Oceanos” da Expo 98, subordinada ao título “ Sobreviver no Mar dos
Tornados – 38 dias numa piroga. –
Questões que, no período da tarde, me foi concedida a honra e a gentileza de
poder abordar com o Dr. António Mendes, diretor do Gabinete do Ministro da
Educação, Cultura e Ciência., Dr. Olinto Daio, depois de uma visita ao Museu Nacional de S. Tomé e Príncipe - Um local que vale sempre a pena revisitar.
UM TEMPO DE GRAVANA MAGNIFICO
O dia, aqui começa cedíssimo, comparado
com os horários habituais em Portugal, pois o nascer do sol - por exemplo, o de hoje – decorreu às 05.32 e
o pôr às 17.40. o que significa que o período
de luz solar se reparte por igual tempo com as trevas da noite.
Nesta altura, para os
santomenses, é o tempo mais fresco, é a chamada época da Gravana – Um tempo
mais nublado que na época das chuvas, menos quente e com menores precipitações pluviométricas,
mesmo assim, com uma luz que não fica atrás dos melhores dias de Verão, nos
climas temperados, uma temperatura que não sofre as oscilações extremas de
outras paragens, já que os valores variam
entre 21ºC e 27ºC - Ontem, por exemplo, era dito, aos srs
passageiros, que, ao desembarcarem no Aeroporto
Internacional de São Tomé e Príncipe, iam encontrar uma temperatura de 26º - E
terá sido também esta do dia de hoje, ao fim do dia.
REENCONTRO COM O
ESCRITOR ORLANDO PIEDADE. - EM VÉSPERAS DO SEU REGRESSO A PORTUGAL ONDE VAI PARTICIPAR NA V EDIÇÃO DA FEIRA DO LIVRO DE S. TOMÉ
Sai da pensão, onde me encontro hospedado, a meio da manhã,, para dar um giro pela marginal – Um dos locais aprazíveis da cidade de
São Tomé – E qual não foi o meu espanto, quando, ao deambular ao longo desta
artéria, deparo com o escritor Orlando Trindade, justamente na véspera de
regressar a Portugal, onde reside Veio apresentar, na sua terra, no passado dia
17 de Junho, na
Mediateca do BISTP, o lançamento do seu segundo livro, "Os Meninos Judeus Desterrados",
um romance, baseado na história de duas crianças judias que juntamente com
outras, foram enviadas de Portugal por ordem de El-Rei D. João II, para povoar
as ilhas de S. Tomé e Príncipe.
Trata-se de um escritor talentoso, muito culto e de uma
pessoa simpática, comunicativa e afável. Naturalmente, que vai ser uma das presenças obrigatórias,
tal como aconteceu o ano passado, na V edição da Feira do Livro de São Tomé e
Príncipe em Portugal, sob o tema “Estórias da nossa História. O povo
Angolar” – Anen Ngue – Evento organizado pela Mén Non – Associação das Mulheres
de São Tomé e Príncipe em Portugal em parceria com a Plataforma Cafuka no
âmbito do 40º aniversário da Independência de São Tomé e Príncipe – A
decorrer nos dias 11 e 12 de Julho de 2015 no Instituto Português do
Desporto e Juventude, IP. Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo.
ARTESÃOS SÃO-TOMENSES FRENTE DO HOTEL
MIRAMAR
Quem passar frente ao Hotel Miramar ou até mesmo na avenida
marginal, dificilmente deixará de se aperceber da presença de um grupo de hábeis
artesãos de S. Tomé, ostentando as suas variadíssimas obras – São jovens simples, sempre de sorrisos nos
lábios, que, aproveitando-se da existência daquela unidade hoteleira do Grupo
Pestana, ali vão procurar vender as suas peças aos turistas. Pena que não
disponham um simples abrigo para as protegerem
nos dias de chuva – Muitas delas, ou estão no chão, encostadas à parede ou
nalgumas bancas improvisadas
O artesanato de S. Tomé e Príncipe é muito
rico e variado, muito dele inspirado em motivos tradicionais – rostos humanos, flores
e frutos, pesca, agricultura e costumes.
Vale a pena a paragem e admirar tão diversas como
maravilhosas obras de arte - De resto, não só ali, como noutros locais.
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