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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Morada celestial dos deuses, permitai que vos habite...Evocando o saudoso poeta e amigo, António Ramos Rosa , com um dos seus poemas proféticos

 

“Como se o esplendor queimasse a boca

profundamente nua e a palavra fosse

o tremor de uma pálpebra violenta.

Assim procuro a beleza que estremece

no deserto sobre a grande ferida.

Solitária, na sua porta de cinza

Vejo uma figura pálida de pedra.

Mas não traduzo o silvo sibilino

que sulca as duras têmporas do tempo"

António Ramos Rosa

In Dezassete Poemas

Compreendeu e visionou o drama que a grande ferida do tempo nos iria impor - Deus chamou-o e está, naturalmente, no limbo dos justos e profetas da Terra nos Céus - António Vítor Ramos Rosa, autor de uma vasta obra poética, critica e ensaística, conheceu a prisão política. Trabalhou como tradutor e professor, colaborou em diversas publicações, tendo sido um dos diretores de revistas literárias como Árvore e Cassiopeia, nasceu em Faro, a 17 de Outubro de 1924 e faleceu em Lisboa, 23 de Setembro de 2013



 

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