JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA Experiência do autor deste blogue, em https://canoasdomar.blogspot.com/2020/09/a-dificil-vida-nas-rocas-de-ma-memoria.html
O auditório J.J. Laginha
no edifício I do ISCTE, junto às instalações da Biblioteca, desta instituição,
em Lisboa, foi o palco escolhido para se
falar das roças de S. Tomé e Príncipe, sobre os mais diversos aspetos: desde o
seu passado histórico ao presente, nos domínios do seu património
arquitetónico, paisagístico, potencial
agrícola, cultural e turístico, bem como
das comunidades sociais, que nelas residem e vão resistindo, com vista
a fornecer contributos e soluções para um melhor aproveitamento dos seus
recursos
A interessantíssima exposição documental e fotográfica, intitulada “As Roças de São Tomé e Príncipe, o Lido e o Fotográfico", é organizada pela Biblioteca, a Escola de Tecnologias e Arquitetura (ISTA) e o Centro de Investigação em Ciências da Informação, Tecnologias e Arquitetura (ISTAR) do ISCTE. Instituto Universitário de Lisboa, vai decorrer de 2 a 31 de março de 2022 na Biblioteca do ISCTE
Teve como mote trazer “à
luz complexas dinâmicas sociais, culturais e económicas”, baseadas na partilha de experiências, recolhidas em visitas a várias dessas antigas propriedades da
colonização portuguesa, que ocorreram em Novembro de 2021, por um conjunto de
alunos do Laboratório Cidade Justa e inclusiva do 5ºano, debruçou-se sobre este património partilhado , visitá-lo e analisá-lo com vários intervenientes, no âmbito do
mestrado em arquitetura do ISCTE, que de
lá trouxeram “imagens evocativas de uma natureza exuberante, de gentes afáveis, e de edifícios imponentes, construídos ao estilo português, consumidos pela
floresta tropical e pelo tempo” -. Refere o catálogo, aliás, bem patente nos
vários testemunhos ali evocados, complementados através de excelentes fotografias e de
escritos
A sua apresentação, foi
presidida por Sara Eloy, Professora Auxiliar Departamento de Arquitetura e
Urbanismo (ISTA), contou com participação do fotógrafo Dário Paraíso e do
antropólogo Emiliano Dantas,
responsáveis pela curadoria da
exposição fotográfica .
Mereceu viva atenção, quer por parte de alunos e professores do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, quer pelo restante auditório, no qual se encontravam conhecidas figuras da comunidade santomense e até o antropólogo Gerhard Seibert, o prestigiado académico e investigador, autor de varridíssimos trabalhos sobre as Ilhas Verdes do Equador.
O núcleo documental é constituído
por uma seleção de 78 obras
(monografias, dissertações de mestrado e teses de doutoramento) da Biblioteca
do ISCTE, 3 obras oferecidas e uma
cedida por empréstimo.
No catálogo é ainda recordado que “as roças de São Tomé e Príncipe são assentamentos agrícola-industriais, em número
aproximado de 200, que se estendem pelo
território destas duas ilhas do Atlântico no Golfo da Guiné. Para além de uma
arquitetura de matriz portuguesa as roças albergavam as populações que desde o séc. XV
foram sendo trazidas para estes territórios e sujeitas ao trabalho árduo e
iníquo. São também locais onde eficientes máquinas de produção foram
construídas e colocaram São Tomé e Príncipe como um dos maiores produtores de
cacau do mundo no início do séc. XX.
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