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quarta-feira, 27 de março de 2024

S. Tomé e Príncipe - Professores exigem salário mínimo de 400 euros – Tem sido de cerca de 100 euros, ou sejam 2.500 dobras - Abrange cerca de 65 por cento de famílias são-tomenses - As reivindicações arrastam-se desde o principio do ano, com paralisações desde há 26 dias - Agora manifestaram-se nas ruas da capital envergando trajes de luto.

                                              Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

O PM Patrice Trovoada diz que o governo não tem dinheiro para pagar aos professores e educadores, como salário base.

Como é possível sobreviver com  100 euros mensais? - O que vale são os frutos da terra, que as ilhas produzem ao longo de todo o ano.  49 anos depois da independência, as condições de vida do grosso  da população, nem por isso conheceram substanciais melhorias.  

De luto e empunhando cartazes com várias mensagens, centenas de professores e educadores percorreram as diversas ruas da cidade de S. Tomé exigindo um salário digno. A manifestação pacífica acontece depois de 26 dias de greve que paralisa praticamente todas as escolas públicas do arquipélago.

Reclamam “o custo de vida muito alto, o nível de endividamento insuportável, stress profissional, pressão psicológica, transferências injustificadas, muitas vezes para outro distrito, falta de formação […] enquadramentos e promoções insuficientes, perda de direitos consagrados no Estatuto da Carreira Docente, desvalorização da atividade docente, congelamento de benefícios, estagnação da progressão na carreira, abandono forçado” e outras situações que “tornaram o exercício da profissão muito desgastante, difícil e particularmente desestimulante para integração”.

Existe neste momento atraso de pagamento de salários dos professores, de cerca de seis meses, incluindo os professores reformados que foram contratados. Há um descontentamento em quase todos os níveis, e que o ministério se preocupe com a solução destas questões", acrescentou o líder sindical

 

Nas condições em que nós vamos trabalhar não é possível garantirmos uma educação [de qualidade] às crianças de São Tomé e Príncipe e a nossa paralisação é exatamente para garantir que haja condições para que um professor consiga trabalhar, ensinar e que um aluno também vá para escola e consiga apreender, porque toda a gente sabe que o ensino está a degradar-se de ano para ano", disse o líder sindical

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