Jorge Trabulo Marques - Jornalista
O PM Patrice Trovoada diz que o
governo não tem dinheiro para pagar aos professores e educadores, como salário
base.
Como é possível sobreviver com 100 euros mensais? - O que vale são os frutos da terra, que as ilhas produzem ao longo de todo o ano. 49 anos depois da independência, as condições de vida do grosso da população, nem por isso conheceram substanciais melhorias.
De luto e
empunhando cartazes com várias mensagens, centenas de professores e educadores
percorreram as diversas ruas da cidade de S. Tomé exigindo um salário digno. A
manifestação pacífica acontece depois de 26 dias de greve que paralisa
praticamente todas as escolas públicas do arquipélago.
Reclamam “o custo de vida muito
alto, o nível de endividamento insuportável, stress profissional, pressão
psicológica, transferências injustificadas, muitas vezes para outro distrito,
falta de formação […] enquadramentos e promoções insuficientes, perda de
direitos consagrados no Estatuto da Carreira Docente, desvalorização da
atividade docente, congelamento de benefícios, estagnação da progressão na
carreira, abandono forçado” e outras situações que “tornaram o exercício da
profissão muito desgastante, difícil e particularmente desestimulante para
integração”.
Existe neste momento atraso de pagamento
de salários dos professores, de cerca de seis meses, incluindo os professores
reformados que foram contratados. Há um descontentamento em quase todos os
níveis, e que o ministério se preocupe com a solução destas questões",
acrescentou o líder sindical
Nas condições em que nós vamos trabalhar não é possível garantirmos uma educação [de qualidade] às crianças de São Tomé e Príncipe e a nossa paralisação é exatamente para garantir que haja condições para que um professor consiga trabalhar, ensinar e que um aluno também vá para escola e consiga apreender, porque toda a gente sabe que o ensino está a degradar-se de ano para ano", disse o líder sindical
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