Saúdo calorosa e fraternalmente o Povo de S. Tomé e Príncipe, bem como os seus governantes e dirigentes políticos, atuais e fundadores do MLSTP e dos partidos que posteriormente se vieram a formar, a todos quantos se têm batido pelo bem-estar e progresso destas maravilhosas Ilhas, seja na politica ou socialmente, desejando que esta data seja vivida no mesmo ambiente de paz , de fraternidade e de alegria, que faz parte da matriz pacifista e acolhedora do povo santomense
O Movimento de Libertação de S. Tomé e Príncipe e o Governo Português acordam em que a independência de S. Tomé e Príncipe seja proclamada em 12 de julho de 1975 e o ato da declaração oficial da independência do Estado de S. Tomé e Príncipe coincidirá com o da investidura dos representantes eleitos do povo de S. Tomé e Príncipe e terá lugar na cidade de S. Tomé, com a presença ou a representação do Presidente da República Portuguesa, para o efeito da assinatura do instrumento solene da transferência total e definitiva da soberania... - Palavras que eu editei na revista angolana Semana Ilustrada
Era, então, desde 1970, correspondente da revista angolana, Semana Ilustrada, tendo dado o meu contributo para a divulgação às ações da Associação Cívica, pró-MLSTP, acompanhando as suas reuniões na sua sede, no Bairro do Riboque, bem como divulgando as primeiras imagens e testemunhos dos massacres de 3 de Fevereiro de 1953, conhecidos pelos massacres do Betepá
Graças à liberdade de expressão instaurada pelo movimento das forças armadas portuguesas, apesar das enormes dificuldades económicas com que me defrontei, nem assim deixei de escrever e de publicar o que tinha a publicar, mesmo quando alguns colonos, me colocarem uma forca de corda pendurada sobre a minha porta (ainda tenho a fotografia); pois não queriam que eu escrevesse sobre o direito do tão sacrificado povo destas maravilhosas ilhas verdes do equador, pudessem livrar-se do jugo colonial e ascender à independência, pelo que foi alvo de alvo de várias agressões e ameaças de morte
Por duas vezes, furaram os pneus do meu carro à navalhada, (ao ponto de ter que o estacionar junto à sentinela do palácio do governador), agrediram-me barbaramente.
Pior do que isso, quando uma multidão furiosa de colonos invadiu aquele palácio para exercerem coação e insultarem o então coronel Pires Veloso, ao verem-me, ali nas imediações, passei eu a ser o mau da fita e das suas frustrações, correram todos imediatamente atrás de mim, como loucos, para me lincharem.
Eram milhares a apedrejarem-me e a espalharem-se por todas as ruas para me apanharem. Ainda fui atingido com uma pedra na cabeça, que me provocou um ferimento grave. Por pouco não me mataram e fui esmagado. Por sorte, consegui entrar numa escada e lograr um esconderijo, num telhado, até ao anoitecer, com a cabeça e o rosto ensanguentado, sem poder tratar-me do ferimento.
Depois tive que me refugiar quinze dias no mato, em casa de um santomense amigo, o Constantino Bragança, um dos meus companheiros na escalada do Pico Cão GrandeAcabei por não ter outra alternativa senão a de me meter numa frágil piroga e partir para a Nigéria - Tal como fizera na travessia de S. Tomé ao Principe, cinco anos antes, uma vez mais parti sem dar a conhecer os meus propósitos, ao começo da noite, servindo-me apenas de uma simples bússola. Ao cabo de 13 dias chegava a uma praia ao sul deste país africano, tendo sido detido durante 17 dias por suspeita de espionagem, após o que fui repatriado para Portugal. Os jornais nigerianos destacaram em primeira página o feito.
Regressado a São Tomé, ainda no mesmo ano, e já com São Tomé e Príncipe independente, tentei empreender a travessia ao Brasil, com o propósito de reforçar a minha tese, evocar a rota da escravatura através da grande corrente equatorial e contribuir para a moralização de futuros náufragos, à semelhança de Alan Bombard. Segundo este investigador e navegador solitário, a maioria das vítimas morre por inação, mais por perda de confiança e desespero, do que propriamente por falta de recursos, que o próprio mar pode oferecer.
Era justamente o que eu também pretendia demonstrar. Navegando num meio tão primitivo e precário, levando apenas alimentos para uma parte do percurso e servindo-me, unicamente, de uma simples bússola, sem qualquer meio de comunicar com o exterior, tinha, pois, como intenção, colocar-me nas mesmas condições que muitos milhares de seres humanos que, todos os anos, ficam completamente desprotegidos e entregues a si próprios. Porém, quis o destino que fosse mesmo esta a situação que acabasse por viver.
Era, então, desde 1970, correspondente da revista angolana, Semana Ilustrada, tendo dado o meu contributo para a divulgação às ações da Associação Cívica, pró-MLSTP, acompanhando as suas reuniões na sua sede, no Bairro do Riboque, bem como divulgando as primeiras imagens e testemunhos dos massacres de 3 de Fevereiro de 1953, conhecidos pelos massacres do Betepá
Pior do que isso, quando uma multidão furiosa de colonos invadiu aquele palácio para exercerem coação e insultarem o então coronel Pires Veloso, ao verem-me, ali nas imediações, passei eu a ser o mau da fita e das suas frustrações, correram todos imediatamente atrás de mim, como loucos, para me lincharem.
Regressado a São Tomé, ainda no mesmo ano, e já com São Tomé e Príncipe independente, tentei empreender a travessia ao Brasil, com o propósito de reforçar a minha tese, evocar a rota da escravatura através da grande corrente equatorial e contribuir para a moralização de futuros náufragos, à semelhança de Alan Bombard. Segundo este investigador e navegador solitário, a maioria das vítimas morre por inação, mais por perda de confiança e desespero, do que propriamente por falta de recursos, que o próprio mar pode oferecer.
Ao longo da costa africana, já haviam navegado fenícios e árabes e o Infante D. Henrique, estava bem informado. A história nem sempre é um relato fidedigno dos factos. "Se o Infante D. Henrique e os dirigentes portugueses que se lhe seguiram proibiram a venda de caravelas ao estrangeiro, mandava a lógica que se opusessem igualmente à saída de capitães, pilotos, cosmógrafos(...) e com eles dos roteiros para as novas terras, das cartas de marear e de tudo que ensinasse a nova ciência da posição e da direcção do navio e, mais que tudo, da do sol ao meio dia." - In "DÚVIDAS E CERTEZAS NA HISTÓRIA DOS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES" Luís de Albuquerque
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