Jorge Trabulo Marques
I
mpedido de partilhar pela censura do facebook -Facebook é a plataforma com mais reclamações sobre serviços
digitais - No 2.º trimestre de 2025, a ANACOM
recebeu 36 reclamações sobre serviços digitais, mais 23 reclamações do que em
igual período do ano passado, o que representa um aumento de 177% no número de reclamações
recebidas nesta Autoridade. https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1815503De regresso à censura do “ Portugal Amordaçado” Livro escrito por Mário Soares no exílio e
originalmente publicado em França, em 1972, tendo sido proibida a sua edição e
circulação em Portugal. A primeira edição portuguesa teve lugar em 1974, nunca
tendo sido reeditada e encontrando-se esgotada.
Sou jornalista desde 1970, possuidor da carteira
profissional. - Conheci a censura antes
do 25 de Abril. Impedido de partilhar a postagem sobre o termo da minha aventura no mar 38 dias numa piroga no
Golfo da Guiné.. Pergunto: qual a razão porque me limitam as partilhas?
-Estão-me constantemente a indicar grupos ou pessoas para adicionar e depois
mão permitem que se possam partilhar conteúdos?
Que critérios são os vossos. Indiquem-me, por favor, o que editei que
justifique a vossa censura: a
limitarem-me as partilhas a grupos, que me aceitaram? Além do impedimento a amigos, a que não posso
diretamente partilhar, desde há muito tempo.
Esta questão tem de ser colocada
Assembleia da Republica, é que vou fazer - Sempre que se aproximam
períodos eleitorais, lá está a tesoura do Facebook a funcionar, pelo que
depreende, mais para quem não tecer elogios ao regime.
Temos que voltar a estes dias? – Ao Portugal Amordaçado” foi
escrito por Mário Soares no exílio e originalmente publicado em França, em
1972, tendo sido proibida a sua edição e circulação em Portugal
28--11 1975 Prémio de uma aventura de 38 dias numa piroga - Encarecerado Black Beach -Guiné Equatorial.Os tubarões de terra ainda são mais ferozes e cobardes. Era preferivel ter sido engolido pelos do mar de que estar continuamente sob a ameaça de ser condenado à forca por me terem tomado como espião do criminoso regime ditatorial.
Não posso dizer que fosse agredido fisicamente, mas humilhado e submetido a uma incerteza psicológica terrível. É que, após ter dado entrada naquele maldito presídio de condenados à pena capital, contava sempre com o pior: de resto, os presidiários que me visitaram pela janela e me levaram comida, avisam-me logo, com esta pergunta: "És político?!..- A que eu respondi: "Não!" Diz um deles: "Então talvez te safes. Mas não digas mal do Presidente, senão... podem decapitar-te!
Eu tinha realmente informações de que não era aconselhável ir parar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), governada pelo então Presidente da Guiné Equatorial, Francisco Macías Nguema, sanguinário e déspota ditador, que dirigia então o país sob duríssima mão de ferro, tendo ordenado o espancamento e o assassínio de milhares de opositores, incluindo alguns familiares – Derrubado, em 3 de Agosto de 1979, pelo seu sobrinho, o actual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo através do chamado golpe daliberdade, que depois o condenou a um pelotão de fuzilamento a 29 de Setembro, desse mesmo ano.
PIOR DE QUE CELA, AUTÊNTICA LIXEIRA DE RATOS E DE CHEIROS NAUSEABUNDOS
Quem fornecia a comida aos prisioneiros, eram os familiares. Lá dentro não havia cozinhas nem refeitórios. Ao lado da minha cela, situava-se a casa de banho dos guardas prisionais, que me mandava um pivete insuportável, mas que eu não podia utilizar. Havia baratas e percevejos por todos os lados.
As ratazanas entravam na minha cela, chegavam a passear-se por cima de mim e a morder-me nos dedos dos pés, quando me deitava - Por vezes no chão, pois não conseguia estender-me e segurar-me no banco. Também nem sequer dispunha de uma torneira ou de um lavatório. Para beber um copo de água tinha de o implorar aos guardas, que só mo levavam quando lhes apetecesse.
Por outro lado, também tinha de levar com o cheiro das minhas fezes, pois, só de manhã eram recolhidas. Como se não bastasse o estado de desnutrição, que quase me arruinara, tinha agora que levar com os suores e cheiros do meu corpo, pois não tinha onde me lavar.
Daí que, quem ali desse entrada, não tardasse a que, ao fim de alguns dias, tivesse a sensação de que, em vez do prisioneiro se sentir um ser humano, se identificasse como um pária e ficasse assim mais propenso a aceitar a condenação como um castigo justo e inevitável. Felizmente, nunca me deixei abater, porque, as adversidades do mar, me haviam preparado para todo o tido de dificuldades, no entanto, a passagem por aquela prisão (breve é certo) constitui uma marca negra nas minhas recordações da Guiné Equatorial e na minha vida.
MAS QUE MAL TERIA FEITO EU? - Para, após 38 longos e exaustivos dias de incerteza e de sofrimento no alto mar, dar entrada num presidio dos condenados à morte?- Cheguei mesmo a pensar se não teria valido mais a pena ter ficado na barriga de um tubarão
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