Aliás, há 41 anos - Junho de 2014 -
Por Jorge Trabulo Marques – Jornalista
O tempo passa e quase nem se dá conta de
que passa – Contudo, há memórias que dificilmente esquecem e que o tempo não
apaga: nomeadamente da memória de quem as viveu. Tal é o meu caso e das muitas
pessoas que as presenciaram.
– Estas imagens que hoje aqui recordo, extraídas da revista Semana Ilustrada, de que era seu correspondente em S. Tomé, são do tempo colonial, junho de 1974, quase três meses depois do 25 de Abril, quando as liberdades democráticas, permitiam a liberdade de reunião e de expressão.
– Estas imagens que hoje aqui recordo, extraídas da revista Semana Ilustrada, de que era seu correspondente em S. Tomé, são do tempo colonial, junho de 1974, quase três meses depois do 25 de Abril, quando as liberdades democráticas, permitiam a liberdade de reunião e de expressão.
LIBERDADE DE REUNIÃO
Escrevia eu, então, para ilustrar duas imagens fotografadas junto ao fortim de S. Jerónimo "O grupo· não era grande. Concentrava-se num pequeno círculo. Notava-se que era bastante coeso, Como em família. O lugar era belo, idílico À frente o mar. Em redor coqueiros esguios e altaneiros. As personagens enquadravam -se perfeitamente no e ambiente, Que estariam fazendo?
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Junto à antiga Fortaleza S. Jerónimo |
E ali havia um grupo. Bastante homogéneo.
Era necessário, portanto, depois da fotografia, sabermos qual a sua intenção. E
o por quê da escolha de um sítio daqueles. Isolado. Meio clandestino,
meio às visitas. E resposta não tardou ••• e compreendemos, pois nós já a levávamos.
Era a confirmação da felicidade que se espelhava ante os nossos olhos.
Era o convívio fraternal e sincero Longe do bulício, Completamente desprendido
de tudo. O tal direito à liberdade de reunião, Daquele direito que alguns
aproveitam para a confusão… Ali havia apenas felicidade nos semblantes alegres.
Felizes. Imensamente felizes Como alegre e feliz era a brancura das suas
vestes.
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