Dois dias antes de visita do Presidente, Manuel Pinto da Costa à China, já, em Lisboa, se davam vivas aos dois países, na Casa Internacional de S. Tomé e Príncipe, em Lisboa - Com a presença de duas importantes personalidades destes mesmos países asiáticos: da China e Taiwan
Foto - gentileza do coronel Conde Falcão |
Afinal, mesmo que os políticos,
não se entendam e criem fronteiras, onde elas até nem deviam existir, como é o caso da China e Taiwan, povos irmanados pelos mesmos laços ancestrais,
mas que, interesses externos, haviam separado da forma mais violenta e
belicista, há, no entanto, uma outra
realidade, a dos afetos e a da identidade cultural, que leva o seu tempo, tanto a criar
como apagar, e, pelos vistos, a China e Taiwan, têm mais pontos em comum de que
as separá-los.
E foi justamente o que ficou demonstrado, há dois anos, no dia 10 de Junho, Dia de Portugal, na festa que decorreu, em Lisboa, na Casa Internacional de S. Tomé e Príncipe, onde muitas pessoas da comunidade santomense, alguns portugueses, e, curiosamente, a que se juntaram duas importantes personalidades de Taiwan e da China: o Vice-presidente, desta instituição santomense, que é chinês e o Representante dos Negócios de Taiwan, em Portugal – A única entidade, através do Centro Económico e Cultural de Taipe que faz ponte entre os negócios dos dois países, uma vez que, em 1975, no então período revolucionário, foram rompidas as relações diplomáticas com Taiwan, por imposição da China Comunista para aceitar negociar a transição de Macau, na altura em que avançava o processo da descolonização com as outras colónias.
E, note-se a singular
coincidência, daquela festazinha: - isto a dois dias antes do Presidente, Manuel
Pinto da Costa, se deslocar em visita privada a China, diligência essa
encarada, na altura, com alguma apreensão pelos governantes de Taiwan, que receavam,
que, um tal encontro, ao mais alto nível, pudesse vir a comprometer as relações
diplomáticas, que mantinham, desde há 17 anos.
Mas, afinal, até se deu
um surpreendente facto histórico: o de um pequeno país, ter conseguido, o que,
até então, e até hoje, nenhum outro
país, conseguira: - O estabelecimento de
relações diplomáticas com Taiwan e a
China – Sem dúvida, uma grande lição diplomática ao Mundo – De um pequeno
país que logrou o milagre de juntar no seu território dois inimigos históricos,
em perfeita convivência, recebendo substanciais ajudas e apoios económicos de
ambos – Uma Embaixada de Taiwan e um
Escritório de ligação Comercial da China Popular. -Miguel Trovoada, em 1999, abria as portas à diplomacia taiwonesa e Manuel Pinto da Costa, em 2014, à chinesa
NESTE VÍDEO - Casa Internacional de
S. Tomé e Príncipe – A Embaixada Cultural ao serviço da Nação Santomense – A
dois dias da maior vitória diplomática mundial das Ilhas Verdes, em 10 de Junho
2014, já se davam vivas à China e a Taiwan
JANTAR DIPLOMÁTICO – COM UM UM CIDADÃO CHINÊS E OUTRO DE TAIWAN
Depois do registo da
reportagem, em vídeo (que aqui recordo) de tão alegre e
simbólica festazinha, alusiva ao Dia de Portugal, naquela instituição santomense,
“numa casa situada no 3º Esquerdo do número 40 da Rua de Assunção
em Lisboa, a dois passos de Rossio no itinerário para a Praça de Comércio, com
espaços para diversas valências, os intelectuais, estudantes, homens de
negócios, de arte e todo o público que queira conhecer, provar e navegar São
Tomé e Príncipe desde Lisboa, sim, longe de imaginar, que, outro
evento, iria seguir- se bem que este de carácter mais pessoal e privado.
Nessa mesma noite, o meu amigo Wang, a residir
em Portugal, há vários anos, muito antes do comércio chinês, se expandir no
nosso país, cujas gentes, cultura e paisagens muito admira, o mesmo sucedendo à
sua paixão com as maravilhosas Ilhas Verdes do Equador, nas quais, na sua análise empresarial e
cultural, acredita se reunirem excelentes condições para investidores, pois, na
sequência daquela festa, teve a gentileza de me convidar para um encontro de cortesia, ali para os
lados da Rua da Palma. Aceitei o convite, com muito prazer, e lá fomos os três
para saborear as delicias da cozinha chinesa..
É claro, que, há
sobremesa, além de várias iguarias, havia também como tema de convívio, a
visita, que se antevia fazer, dois dias
depois, em 12 de Junho, do Presidente
Manuel Pinto da Costa, à China –
Enquanto, para Wang, a visita era saudada, como uma excelente iniciativa,
já o seu amigo, de Taiwan, estava mais apreensivo,
admitindo a possibilidade de S. Tomé e Príncipe,
poder vir a romper com as relações diplomáticas, entre os dois países, e, como
eu havia dito, que pensava ir a S. Tomé, ainda nesse ano,, terra que tanto amo e que já
não via, desde há 39 anos, ele pedia-me para, no caso de me encontrar com o Sr.
Presidente Pinto da Costa, lhe pedisse para não cortar as relações com o seu
país.
“Mas, como assim?!...
Quem sou eu sou?!... Para lhe fazer esse pedido?!. “ – Respondia-lhe.
Bom, mas ele lá fizera os seus juízos e sabia da minha popularidade, nestas ilhas, quer do meu passado de aventureiro nos
mares e nas escaladas, como também jornalístico, aliás, muito por culpa de Danilo Salvaterra, o Presidente e dinamizador da Casa Internacional de S. Tomé (um diplomtaa, em Lisboa) que, naquela
noite, mesmo em breves palavras, me havia levado aos píncaros, e, por conseguinte,
no sentendimento daquele alto dirigente diplomático, via em mim, (aliás, faz parte da natureza oriental, que a
simpatia é a melhor forma de fazer diplomacia) um elo simpático para que pudesse vir a exercer, junto do Presidente
Manuel Pinto da Costa, algum tipo de
influência para que as relações, com o seu pais, não fossem rompidas.
Por
parte do seu amigo chinês, o pedido era diferente: ele já tinha a certeza de
que, o seu país, ia conhecer uma nova fase, com a República Democrática de São
Tomé e Príncipe, portanto, certo dessa ideia, o que pretendia é que eu lhe transmitisse outra coisa – Mas disso, não vou aqui a falar – Se bem que o tivesse
confidenciado, ao Presidente Pinto da Costa, quando lhe relatei este insólito episódio,
na altura em que me deu a honra de me receber na sua residência oficial na Trindade,
aquando da minha estadia, em S. Tomé, de 20 de Outubro a 10 de Novembro de
2014 - Audiência esta que aconteceu por mero caso - Ou seja, por sugestão do Coronel, Victor Monteiro, Diretor do Gabinete do PR, quando me reconheceu na cidade
“ENTÃO, SR
PRESIDENTE: COMO FOI POSSIVEL ESSE
MILAGRE?” REUNIR AS EMBAIXADAS NA MESMA CIDADE? A DA CHINA E A DE TAIWAN?!...
Esta uma
das várias perguntas, que fiz ao Chefe de Estado Santomense, durante a honrosa
audiência que me concedeu, de duas horas, sentados no belíssimo jardim, da sua
residência oficial – Sua resposta, não se fez esperar: Olhe… Esta foi a pergunta, que já me fizeram, num pais
africano, que visitei (agora, já não me ocorre, em que país e a quem se referia),
eu respondi-lhe, que não foi difícil” – E manifestava-me a sua grande
satisfação por o seu país ter conseguido
um feito diplomático, que nunca havia sido alcançado por outros países, com outra
dimensão territorial e económica.
Na verdade, quanto parti para S. Tomé, 39 anos
depois, no dia 10 de Outubro, unicamente o fazia como romagem de saudade: ia mesmo com o propósito de fazer uma visita, de carácter intimista, da forma o mais pacata e despercebida possível, aproveitando a boleia
do jipe alugado pelo empresário, Manuel Goncalves, um transmontano, meu bom
amigo, desde há vários anos, que tem uma loja de material fotográfico, onde, de
vez em quando vou comprar ou renovar algum
equipamento e com o qual havia combinado
viajar para esta maravilhosa Ilha, que ele já conhecia, em passeios anteriores.
E, na realidade, nos primeiros dias, ao fazermos mais percursos de viatura de que a pé, praticamente passei quase despercebido, embora,
nem sempre, uma vez. que, de volta e meia, quando me apeava, lá vinha um abraço
inesperado e amigo, de quem – mesmo passados, tantos anos – não se esquecera dos meus
traços fisionómicos e das minhas aventuras – desde as jornalísticas às viagens em canoas e também à histórica escalada do Cão Grande
STP chamado para o conflito entre Taiwan e
China por causa da Gâmbia - Notícia recente
Refere, o Téla Nón, que.”Em Taipei capital
de Taiwan, São Tomé e Príncipe foi apontado por alguns círculos políticos e
pela imprensa asiática como sendo o próximo país africano que vai cortar
relações com Taiwan para regressar ao convívio com a República Popular da
China.
Pessoalmente, não creio que, São Tomé e Príncipe,
venha a cometer esse disparate que é o de, após ter realizado a maior
vitória da diplomacia mundial, logrando juntar as diplomacias dos dois países, no
seu pequeno território, tirando partido
de ambos, venha a desfazer-se desse privilégio: que é o de relacionar-se, ao mais alto nível, entre dois colossos da economia oriental, que, desde 1949, e após uma guerra civil fratricida. e ainda periodicamente, saltam para a ribalta mundial, por força das
suas tensões conflituosas e belicistas, em que, ambos os lados, embora tendo sido integrantes
de um antigo império – nenhuma das partes reconhece a legitimidade da outra
POEIRADA PARA AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
Numa altura, em que se aproximam as
eleições presidenciais, é natural que se atirem estes fantasmas, ou de um lado
ou do outro, conforme as conveniências ou pontos de vista. Porém, na minha
modesta opinião, o atual Presidente da República Santomense, sendo ele, sem
sombra de dúvida, uma das figuras mais respeitáveis, digamos, a consciência da
Nação, entre os lideres históricos fundadores da pátria santomense, não estou a
vê-lo a criar problemas ao seu país ou a nível da sua Governação.
É certo que, aquando do início das relações,
com Taipé, tanto, Manuel Pinto da Costa, como outros destacados dirigentes do MLSTP – PSD,
não viram com bons olhos, a decisão de largar as relações com a
República Popular da China, que se mantinham, praticamente desde a independência.
Pois, tal como é recordado por analistas, “O reconhecimento de Taiwan gerou uma crise política em São Tomé e Príncipe: a decisão do então Presidente da República Miguel Trovoada não foi apoiada pelo então primeiro-ministro Raúl Bragança e pela maioria da Assembleia Nacional. Só em 1999 São Tomé enviou um embaixador para Taiwan mas, apesar do começo atribulado, as relações santomense-formosinas mantiveram-se estáveis ao longo dos anos seguintes, como testemunham as várias visitas estatais de santomenses a Taiwan e os vários projectos taiwaneses de ajuda técnica nos âmbitos da agricultura, pecuária e tecnologias da informação, medicina, construção, energia e de atribuição de bolsas para formação técnica e académica" - 2013 - Sucessos e incertezas: o papel da ajuda médica nas
Pois, tal como é recordado por analistas, “O reconhecimento de Taiwan gerou uma crise política em São Tomé e Príncipe: a decisão do então Presidente da República Miguel Trovoada não foi apoiada pelo então primeiro-ministro Raúl Bragança e pela maioria da Assembleia Nacional. Só em 1999 São Tomé enviou um embaixador para Taiwan mas, apesar do começo atribulado, as relações santomense-formosinas mantiveram-se estáveis ao longo dos anos seguintes, como testemunham as várias visitas estatais de santomenses a Taiwan e os vários projectos taiwaneses de ajuda técnica nos âmbitos da agricultura, pecuária e tecnologias da informação, medicina, construção, energia e de atribuição de bolsas para formação técnica e académica" - 2013 - Sucessos e incertezas: o papel da ajuda médica nas
Foto - Gentileza do Coronel Conde Falcão |
Diz, ainda o Téla Non, na mesma notícia, que,
Chen Junxian, alto responsável do departamento do ministério das relações
exteriores de Taiwan que se ocupa das questões africanas (..) disse para a
imprensa que, o Presidente de São Tomé e Príncipe pode ter saudades da
República Popular da China, mas «o Primeiro-ministro
tem fortes relações com Taiwan e tem mais poderes do que o Presidente da
República em matéria de Política Externa».
Referindo que “ a imprensa asiática e
alguns sectores políticos de Taiwan trouxeram o nome de São Tomé e Príncipe
para a contenda entre China e Taiwan por causa da Gâmbia, com o argumento de
que em Junho do ano 2014, o Presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da
Costa visitou a China Popular” STP chamado para o conflito entre Taiwan e China
MESMO SENDO UMA VISITA A TÍTULO PRIVADO, FEZ HISTÓRIA E FOI
O INICIO DE UM NOVO CICLO - Presidente de S. Tomé e Príncipe em visita
privada à China
De recordar que, segundo então noticiava a Lusa, foi em 12 de Junho, que “o Presidente de S. Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, líder de um dos raros países africanos que mantém relações diplomáticas com Taiwan, encontra-se na China em visita privada, indicou fonte oficial chinesa na quarta-feira.
É
a primeira visita de um presidente de S. Tomé e Príncipe à República Popular da
China em quase vinte anos, mas a porta-voz do ministério dos Negócios
Estrangeiros chinês, Hua Chunying, evitou valorizar politicamente a viagem,
afirmando que Pinto da Costa veio participar "numa atividade comercial e empresarial”.
Já em outubro passado, uma delegação são-tomense chefiada pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Natália Umbelina, também se deslocou à China, ilustrando a crescente aproximação entre os dois países. Presidente de S. Tomé e Príncipe em visita privada à China
E, então, não trouxe vantagens para o seu
país?... Não foi uma iniciativa, com resultados positivos? Quem o pode negar?..
O importante é que, os Governantes, saibam gerir as relações e não permitam,
que, a troco de uma morcela, se leve um salpicão.
JUSTIFICADA PERGUNTA: PARA ONDE VAI O DESTINO DAS ILHAS VERDES DO EQUADOR – QUANDO AS SUAS FIGURAS HISTÓRIAS, DEIXAREM A LIDERANÇA?
Em declarações aos jornalistas, o presidente do
Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata
(MLSTP- PSD), Guilherme Posser da Costa, considerou "politiquices" as
acusações feita sexta-feira por dois partidos parlamentares, nomeadamente, o
MDFM-PL e a coligação Uê-Kedadji. . MLSTP nega intenção de relançar relações com a China
JUSTIFICADA PERGUNTA: PARA ONDE VAI O DESTINO DAS ILHAS VERDES DO EQUADOR – QUANDO AS SUAS FIGURAS HISTÓRIAS, DEIXAREM A LIDERANÇA?
A
génese que deu alma ao movimento libertador de S. Tomé e Príncipe é já uma
imagem algo difusa do que foi – Também ela foi subvertida pelos homens do
FMI e de um neocolonialismo que já foi branco mas que agora é multicolor – talvez bastante mais perigoso,
porque, tal como o camaleão, logra disfarçar-se em todas situações e ambientes,
enquanto o branco, quando era só branco, dava mais nas vistas - E havia
uma cortina de ferro que impedia a sua proliferação pelo mundo inteiro.
Agora,
o planeta está irremediavelmente nas garras dos insaciáveis abutres do
liberalismo selvagem e não há ébola que os atinja. Se bem que a peste, que
também já lhe ronda a porta, mais cedo que mais tarde, acabe por lhe fazer
algum mossa.
Seja
como for, os tempos que aí vêm são de assombro e trazem o aviso de urgentes
mudanças. S. Tomé fica no meio do Mundo, oxalá escape dos escombros, mas
o problema é que quando uma maçã está podre, abre-se ao meio e não é
pelos extremos. Mas deixando de fora esses pessimismos, vamos pelo menos
imaginar que, ao longo da jornada humana, se umas civilizações acabam, outras
ressurgem das cinzas: “ Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, / Muda-se o
ser, muda-se a confiança/ Todo o mundo é composto de mudança, /Tomando sempre
novas qualidades. /Continuamente vemos novidades,/ Diferentes em tudo da
esperança; / Do mal ficam as mágoas na lembrança, /E do bem, se algum houve, as
saudades” - Camões
MLSTP - – NEGA INTENÇÃO DE RELANÇAR RELAÇÕES COM A CHINA
05-03-2015-O MLSTP-PSD,
partido no poder em São Tomé e Príncipe, negou hoje acusações da oposição,
segundo as quais estaria a preparar o relançamento de relações diplomáticas com
China, em detrimento de Taiwan.
Nenhum comentário :
Postar um comentário