Não
é fácil o livre exercício empresarial, religioso ou politico, que
não seja pactuado com o regime vigente – Mesmo assim, há sempre quem erga a
tocha da liberdade e diga não ao servilismo e à corrupção
Parece-nos ser o exemplo dado pelo cidadão da
pequena Ilha do Príncipe, conhecido como Nestor Umbelina, que, segundo é
divulgado no Facebook, deu “um bom exemplo de bom cristão, ofertando a
pintura integral da igreja NOSSA SENHORA DE CONCEIÇÃO.
De recordar, que este mesmo cidadão, que já fez parte da Presidência da
Assembleia Regional e do atual Governo Regional do Príncipe, dirigido por Tozé Cassandra, foi afastado pelo facto
de ter censurado, numa entrevista, o Governo
Regional do Príncipe, em que Nestor Umbelina se manifestava contra a construção
de um porto petrolífero na ilha são-tomense
Sob o pretexto de que.” a difusão da entrevista pela
Rádio Regional "podia atrapalhar a mentalidade das populações da
região", em relação ao projecto do porto petrolífero.
“Carlos Gomes acusa Nestor Umbelina de ter excedido as
suas competências ao atacar o projecto através dos meios de comunicação social,
uma vez que o Governo Regional tinha pedido apenas "por gentileza" um
parecer à Assembleia, que, adianta, foi até entregue depois do prazo, quando já
tinha sido remetido ao Governo Central o parecer final das autoridades da ilha,
favorável aos projetos do porto e do aeroporto. https://www.rtp.pt/noticias/mundo/governo-regional-do-principe-censurou-difusao-noticia-na-radio-estatal_n137301
Mais
tarde, em Julho de 2012, o então “secretário Regional do Ambiente,
Recursos Naturais, Infra-Estruturas e Ordenamento do Território,
Nestor Lopes Umbelina apresentou o pedido de demissão do cargo – Não
foram explicados os motivos, mas obviamente, não são difíceis de
compreender, num espírito que tem a coragem de cultivar
valores de solidariedade e de independência e não ser mera alavanca do
poder. https://nutixaye.wordpress.com/2012/08/01/secretario-das-infra-estruturas-nestor-umbelina-pede-demissao-do-cargo
NÃO É FÁCIL SER-SE LIVRE NUM PEQUENO PAIS LIDERADO POR
UM CORRUPTO-DITADOR - Que, pelo facto de dispor de maioria parlamentar,
que logrou através da fraude e banhos de votos, faz o que quer, restringindo a
liberdade de expressão
02/02/2018 Um dos principais
alicerces de qualquer Estado Democrático, é a Liberdade de Imprensa, e o acesso
nomeadamente pelas forças políticas da oposição aos órgãos de comunicação
social. EUA alerta o poder são-tomense para garantia da liberdade de
..
Não
é fácil o livre exercício empresarial, religioso ou politico, que
não seja pactuado com o regime vigente – Mesmo assim, há sempre quem erga a
tocha da liberdade e diga não ao servilismo e à corrupção
Parece-nos ser o exemplo dado pelo cidadão da
pequena Ilha do Príncipe, conhecido como Nestor Umbelina, que, segundo é
divulgado no Facebook, deu “um bom exemplo de bom cristão, ofertando a
pintura integral da igreja NOSSA SENHORA DE CONCEIÇÃO.
De recordar, que este mesmo cidadão, que já fez parte da Presidência da
Assembleia Regional e do atual Governo Regional do Príncipe, dirigido por Tozé Cassandra, foi afastado pelo facto
de ter censurado, numa entrevista, o Governo
Regional do Príncipe, em que Nestor Umbelina se manifestava contra a construção
de um porto petrolífero na ilha são-tomense
Sob o pretexto de que.” a difusão da entrevista pela
Rádio Regional "podia atrapalhar a mentalidade das populações da
região", em relação ao projecto do porto petrolífero.
“Carlos Gomes acusa Nestor Umbelina de ter excedido as
suas competências ao atacar o projecto através dos meios de comunicação social,
uma vez que o Governo Regional tinha pedido apenas "por gentileza" um
parecer à Assembleia, que, adianta, foi até entregue depois do prazo, quando já
tinha sido remetido ao Governo Central o parecer final das autoridades da ilha,
favorável aos projetos do porto e do aeroporto. https://www.rtp.pt/noticias/mundo/governo-regional-do-principe-censurou-difusao-noticia-na-radio-estatal_n137301
Mais
tarde, em Julho de 2012, o então “secretário Regional do Ambiente,
Recursos Naturais, Infra-Estruturas e Ordenamento do Território,
Nestor Lopes Umbelina apresentou o pedido de demissão do cargo – Não
foram explicados os motivos, mas obviamente, não são difíceis de
compreender, num espírito que tem a coragem de cultivar
valores de solidariedade e de independência e não ser mera alavanca do
poder. https://nutixaye.wordpress.com/2012/08/01/secretario-das-infra-estruturas-nestor-umbelina-pede-demissao-do-cargo
NÃO É FÁCIL SER-SE LIVRE NUM PEQUENO PAIS LIDERADO POR
UM CORRUPTO-DITADOR - Que, pelo facto de dispor de maioria parlamentar,
que logrou através da fraude e banhos de votos, faz o que quer, restringindo a
liberdade de expressão
02/02/2018 Um dos principais
alicerces de qualquer Estado Democrático, é a Liberdade de Imprensa, e o acesso
nomeadamente pelas forças políticas da oposição aos órgãos de comunicação
social. EUA alerta o poder são-tomense para garantia da liberdade de
..
Trovoada reprime o pvo à bastonada
PATRICE TROVOADA DIZ QUE VENCER ELEIÇÕES SEM MAIORIA ABSOLUTA É UMA DERROTA SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 11-10-2017 - O primeiro-ministro são-tomense e líder do partido no poder, a Ação Democrática Independente (ADI), Patrice Trovoada, disse esperar ganhar as eleições legislativas de 2018 com nova maioria absoluta, senão será uma derrota. A BOLA - Patrice Trovoada diz que vencer eleições sem maioriaa ...
Trovoada reprime o pvo à bastonada |
PATRICE TROVOADA DIZ QUE VENCER ELEIÇÕES SEM MAIORIA ABSOLUTA É UMA DERROTA SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 11-10-2017 - O primeiro-ministro são-tomense e líder do partido no poder, a Ação Democrática Independente (ADI), Patrice Trovoada, disse esperar ganhar as eleições legislativas de 2018 com nova maioria absoluta, senão será uma derrota. A BOLA - Patrice Trovoada diz que vencer eleições sem maioriaa ...
AINDA BEM PIOR QUE NO
TEMPO COLONIAL
Patrice
Trovoada, que quer atirar S. Tomé e Príncipe, para o extremismo
islâmico – Através do ensino primário, secundário, e universitário, ministrado
pela Türkiye Maarif Vakfı http://www.odisseiasnosmares.com/2017/09/o-muculmano-patrice-trovoada-quer.html move sórdidos ataques ao
bispo da dioceses, chamando-lhe pecador pela rádio e televisão, http://www.odisseiasnosmares.com/2017/09/sao-tome-assalto-da-tropa-ruandesa-ao.html privilegia
as relações com o islamismo e as seitas religiosas minoritárias. http://www.odisseiasnosmares.com/2018/02/s-tome-primeiro-ministro-patrice.html
AINDA BEM PIOR QUE NO
TEMPO COLONIAL
Patrice
Trovoada, que quer atirar S. Tomé e Príncipe, para o extremismo
islâmico – Através do ensino primário, secundário, e universitário, ministrado
pela Türkiye Maarif Vakfı http://www.odisseiasnosmares.com/2017/09/o-muculmano-patrice-trovoada-quer.html move sórdidos ataques ao
bispo da dioceses, chamando-lhe pecador pela rádio e televisão, http://www.odisseiasnosmares.com/2017/09/sao-tome-assalto-da-tropa-ruandesa-ao.html privilegia
as relações com o islamismo e as seitas religiosas minoritárias. http://www.odisseiasnosmares.com/2018/02/s-tome-primeiro-ministro-patrice.html
NÃO ERA DESEJÁVEL QUE SE VOLTASSE AOS TEMPOS DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
NÃO ERA DESEJÁVEL QUE SE VOLTASSE AOS TEMPOS DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
ILHA DO PRÍNCIPE E A INTOLERÂNCIA REPUBLICANA - LÁ E CÁ - Documento inédito prá história da igreja católica - Destruídas igrejas e capelas pela fúria anticlerical - Separação da Igreja do Estado, na 1ª República, também atingiu a mais primorosa Ilha Verde do Equador. - Na “Metrópole”: os dias santos passaram a dias de trabalho; dissolvidas confrarias e irmandades, perseguições ao clero e imposta a censura em jornais católicos – O Jornal Católico POVO DE FOZ CÔA , dirigido pelo Padre José António Marrana, também foi perseguido pelos republicanos, que lhe censuraram textos em várias edições , - A Cidade de Santo António, da Ilha do Príncipe, que já teve Igreja Catedral, Misericórdia e muitas Capelas e várias Confrarias e Irmandades de seculares tradições religiosas, viu os atos de culto da sua Religião, celebrados na dependência de um armazém que o Município, por favor, lhe cedeu
A separação da Igreja do Estado, na 1ª República, também atingiu uma das Ilhas Verdes do Equador, com a destruição de capelas e igrejas - Na “Metrópole”: os dias santos passaram a dias de trabalho; dissolvidas confrarias e irmandades, perseguições ao clero e imposta a censura em jornais católicos – É o do que lhe vimos aqui recordar
“Como depois do abandono e secularização da igreja, deixou de haver na cidade um templo para os actos do culto, arrumaram-se os objectos, que escaparam à fúria cristianicida da época, num armazém da Câmara, adaptando-se uma das dependências a capela.
Isto é, a Cidade de Santo António, da Ilha do Príncipe, que já teve Igreja Catedral, Misericórdia e muitas Capelas e várias Confrarias e Irmandades de seculares tradições religiosas, viu os atos de culto da sua Religião, celebrados na dependência de um armazém que o Município, por favor, lhe cedeu” – Mais adiante, retomamos a descrição.
Há quem diga, que “Não houve perseguição da I República à Igreja Católica” Que “essa foi uma ideia construída pela máquina de propaganda do Estado Novo e de Afonso Costa." In O Portugal católico da I República é um mito
Mas houve e vimos aqui revelar-lhe alguns exemplos, que se estenderam além-mar: porventura, não comparável aos dos Cruzados ou perpetrados pela Santa Inquisição, com a intolerância dos seus fanatismos ou hediondas barbaridades ( historicamente bem documentados) mas a verdade é que, a natureza humana, quando o ódio lhe ofusca a mente por via de paixões religiosas ou políticas, não difere substancialmente no seu comportamento e atitudes.
Separação da Igreja e do Estado em Portugal (Iª República) em vez de pacificar gerou conflitos
A separação entre a Igreja e o Estado foi decretada em Portugal em 1911 (20 de Abril), na sequência da instauração da República em 5 de Outubro de 1910. – Sem dúvida, uma media desejada e saudada pelas forças politicas mais progressistas e também por um significativo sector da população – Pois eram bem conhecidos os exageros a que, um tal poder absoluto e promiscuidade, vinha conduzindo; - ao misturar-se a religião com a politica - Que é, no fundo, o que atualmente acontece nos países muçulmanos – Só que, também naquele tempo, mais uma vez é a intolerância e o fanatismo a sobrepor-se ao bom senso, dando lugar às mais violentas perseguições
JORNAL DIRIGIDO POR SACERDOTE - CENSURADO PELOS REPUBLICANOS
Dantes, a Igreja de mãos dadas com a Inquisição, desunhava-se na caça às bruxas, a todo aquele que não professasse a sua doutrina, agora, eram os republicamos, na caça e no ataque ao clero, às suas igrejas, jornais e instituições:
O Jornal “POVO DE FOZ CÔA – do qual aqui lhe mostramos a primeira página de uma das suas muitas edições censuradas, pelos censores republicanos, instalados na capital, para onde tinha de ser enviado o jornal antes da sua publicação, sim, é um desses opressores exemplos – Isto ainda longe do golpe militar de 1926 ter desembocado na ditadura fascista de Oliveira Salazar, tendo como um dos seus pilares a aliança com a Igreja Católica.
Veja-se o desabafo do seu diretor, Padre José António Marrana, na edição de 11 de Dezembro de 1916, além de mostrar o espaço em branco que os censores lhes cortaram, a que deu o título: Da Capital - Culto à Censura
O desabafo
(…) Podemos atacar os republicanos nos seus maus actos, declará-los sob a alçada dos tribunaes civis ou criminaes.
Mas quando o fazemos, não atingimos com as nossas palavras ou escriptos a figura da Pátria tão espesinhada por excessos e intolerância de toda a ordem.
Não, a censura não é Intangível.
Assiste-nos o direito de recolhermos dos seus exageros.
Intangível até hoje é a lei da Separação.
Os srs. censores não podem ter sujeitas aos seus caprichos pessoaes o pão de muitas famílias que vivem d'um jornal.
AGORA OS ULTRA-LIBERAIS TAMBÉM QUISERAM AMORDAÇAR OS DIAS SANTOS
Contrariamente ao que defende uma certa cegueira tecnocrata, a produtividade do trabalho, não se consegue melhorar com a imposição de horários mais alargados ou com a supressão de feriados ou outros direitos adquiridos – pois o ser humano, não é uma máquina – mas com um trabalho menos stressante e mais humanizado
A supressão dos dias santos, mesmo para quem não professe a religião, constitui sempre um tempo de lazer, de retempero de forças e descontração – Contudo, assim não o entenderam , tanto os republicanos da 1º república, como os ultraliberais da atualidade . Mas ainda bem que o mal já foi sanado, com a reposição dos feriados
É referido que, ao dar-se a implantação da República, esta se fez logo acompanhar “de violências e ataques ao clero e às ordens religiosas, perpetrando-se mesmo, para além de assaltos e insultos, alguns assassínios” (…)Também os dias santos passaram a dias de trabalho, com exceção do domingo, mas este com um sentido puramente laboral. Foram dissolvidas as mesas administrativas das confrarias e irmandades, proibidas forças armadas de participar em solenidades religiosas, mas a maior polémica foi gerada talvez com as leis do divórcio (3 de novembro de 1910) e as da família, as quais consideravam o casamento como um "contrato puramente civil". Separação da Igreja e do Estado em Portugal (I República)
PARA A HISTÓRIA DA IGREJA CATÓLICA NAS ILHAS VERDES DO EQUADOR
Este o primeiro de um dos vários artigos, que contamos publicar, no nosso site, Odisseias Nos Mares:
É certo e sabido, que, a igreja católica, foi um dos mais fiéis aliados da expansão colonial, em que, numa das mãos, se erguia o crucifixo e na outra se brandia a espada. Mas seja como for, quer se realcem os aspetos positivos ou negativos, faz parte da história – Por certo, que, sem a sua intervenção, dificilmente, Portugal teria também dado ânimo aos bravos navegadores que sulcaram mares nunca dantes navegados, ou pelo menos desconhecidos dos nossos pilotos e marinheiros, indo a todas as partes do mundo – Dando a admirável lição de como, um pequeno país, com reduzido número de habitantes, logrou formar uma das mais arrojadas armadas da navegação marítima e, através dela, ser o pioneiro das mais extraordinárias descobertas – Pelo menos, trazê-las ao conhecimento da velha Europa
Quis um feliz acaso, que, numa das pesquisas, que a nossa curiosidade e paixão nos move pelo estudo da origem e do povoamento de S. Tomé e Príncipe – inicialmente através de travessias de canoas, entre as ilhas e o continente africano; depois vasculhando arquivos ou palmilhando a orla marítima, em demanda de vestígios arqueológicos – sim, que deparássemos, entre outra abundante informação, que, a seu tempo contamos divulgar (parte da qual, acreditamos nunca ter saído da confidencialidade de velhas prateleiras ou gavetas), como é a descrição que aqui hoje lhe trazemos - Imagem extraída de São Tomé e Príncipe: Ruínas na Praia
Sim, vimos falar-lhe, não apenas sobre o lançamento da primeira pedra da magnifica igreja, no dia 19 de Agosto de 1937, edificada no Largo Maria Correia, na cidade de Santo António, como também da vaga anticlerical, que atingiu esta maravilhosa ilha, vandalizando e destruindo os seus mais belos templos religiosos, obrigando o culto dominical a ser realizado num velho armazém da Câmara Municipal.
O texto seguinte é de um inspetor escolar, que, por sinal, também era sacerdote, numa vista que efetuou à Ilha do Príncipe, nos anos 30 – No texto, do relatório, batido à maquina de escrever pelo seu punho, a que tivemos acesso, não é referido o nome, terminando com uma assinatura, que não logramos descodificar.
COMO DECORREU O LANÇAMENTO DA PRIMEIRA PEDRA DA ATUAL IGREJA DA CIDADE DE SANTO ANTÓNIO – NO PRÍNCIPE – E POR VIA DE QUE NECESSIDADE
"Como depois do abandono e secularização da igreja, deixou de haver na cidade um templo para os actos do culto, arrumaram-se os objectos, que escaparam à fúria cristianicida da época, num armazém da Câmara, adaptando-se uma das dependências a capela.
Isto é, a Cidade de Santo António, da Ilha do Príncipe, que já teve Igreja Catedral, Misericórdia e muitas Capelas e Várias Confrarias e Irmandades de seculares tradições religiosas, viu os atos de culto da sua Religião, celebrados na dependência de um armazém que o Município, por favor, lhe cedeu .
Tornava-se pois necessária a construção de uma igreja, não só para acudir às necessidades dos que reclamavam, mas também para reparar de algum modo o desacato feito às crenças de uma grande maioria e tradições de uma civilização.
Os esforços da actual administração do concelho e a boa vontade de todos, decidiram levar a efeito esta tão suspirada obra, sendo escolhido o Largo Maria Correia
No dia 10 de Agosto, depois dos convites oficiais feitos pelo Senhor Capitão Curado, Administrador do Concelho, foi benzida e lançada a primeira pedra com as cerimónias do ritual
Em seguida foi celebrada Missa Campal, com guarda d’ honra, a que assistiram o Administrador do Concelho, toda a população europeia da Ilha, nativos, muitos serviçais, crianças da Escola, solados e presos, devidamente uniformizados.
Fiz uma prática alusiva ao acto, enaltecendo as glórias do nosso passado glorioso e as tradições cristãs do Povo Português que levaram a fé e civilização a todos os domínios , cujos estavam bem patentes na grandiosa manifestação de fé a que se assistia.
À tarde, pelas cinco horas, foi organizada uma procissão ao Cemitério, em que se incorporaram europeus e indígenas, entoando-se no trajecto o salmo “Miserere”. Ali cantou-se o R. Libera-me e as orações do estilo, tendo feito uma alocução sobre a caridade e os deveres que temos d éter para com os mortos.
Muitas pessoas com lágrimas, me respondiam responsos por alma dos seus entes mais queridos, benzendo muitas campas, sendo muito comovente este espetáculo de luto e de tristeza, mas consolador pela fé e sentimentos que os inspiravam
Era já noite quando a multidão evacuou o cemitério, deixando ali pedaços do seu coração retalhado pela saudade dos que lhes foram caros, mas que ali ficavam alumiados pelos clarões da sua Fé e conformados pela piedade das suas orações.
Por entre soluções e lágrimas, reorganizou-se o cortejo de volta à Capela, tendo-se feito o percurso com o mesmo cerimonial anterior, disparando todos depois, já na cidade, no mais profundo silêncio.
Foi uma das cerimónias mais comoventes que tanto impressionou os que a ela assistiram. Durante outros dias, realizaram-se também muitos baptizados e algumas confissões e comunhões. Também devo registar, com muito prazer, que na Roça Porto Real ouvi de confissão dois serviçais, muito conhecedores dos seus deveres cristãos.
Os dois dias que restaram, passeio-os em actos de culto e noutros deveres inerentes à minha função de Inspector Escolar.”
QUAL O PARAÍSO TERRESTRE ONDE O MISTICISMO – SEJA RELIGIOSO OU PAGÃO - NÃO AFLORA AOS CORAÇÕES?
“Capital durante cem anos, entre 1753 e 1852, a cidade está rodeada de indescritíveis belezas naturais, vegetação luxuriante e praias paradisíacas. Na verdade, o arquipélago é por muitos considerado como o Paraíso no Equador.” – Assim é reconhecido por estudiosos e visitantes
Mas retomemos de novo o texto do sacerdote- inspetor escolar, ao referir-se, no seu relatório, a dado passo, ao culto da religião, nesta maravilhosa ilha
“O povo do Príncipe, " - prossegue o mesmo relatório - "pode dizer-se, essencialmente religioso e cristão, embora as suas crenças tenham sofrido os efeitos da falta de cultura religiosa e da permanência de um eclesiástico. Crê em Deus, no culto dos santos, na vida futura, etc, etc. Mas também em muitas outras coisas…
A feitiçaria é uma praga daninha cujos efeitos desastrosos se sentem por toda a parte e têm , às vezes, uma influência decisiva nos destinos da vida das criaturas.
(…) Logo à minha chegada, notei um certo contentamento por parte da população, por verem padres, perguntando-me muitos: se o que ia comigo, ali ficaria. Este padre, é um missionário de Angola, que encontrei a bordo e desembarcou comigo, seguindo depois viagem para a Metrópole. - Imagem extraída de São Tomé e Príncipe: Ruínas na Praia
Logo no primeiro dia visitei a casa onde estão guardados os objectos de culto que conseguiram escapar à fúria da almoeda, e onde já tinha sido armada uma capela, onde celebrei muitas vezes e exerci todos os actos de culto. Embora acanha para a concorrência de fiéis, no entanto estava limpa e decente.
Todas as missas eram bastante concorridas, fazendo prática em todos os dias, notando em todos as maior satisfação por lá terem um padre.
No dia 15 de Agosto, domingo e Festa da Assumpção de Nº Srª, benzi a nova capela da Roça Esperança sob a invocação da Santa Joaquina e celebrei ali missa, fazendo em seguida 150 batizados, que, como ali se efetuaram nos dois dias seguintes, se e elevaram a 370. No mesmo dia, também celebrei na Capela da Cidade, onde havia muitos fiéis, ficando a maior parte na rua, por não caberem no recinto.
Logo a seguir, fui á Roça Sundy, propriedade do Senhor Jerónimo Carneiro, onde também celebrei, na linda Capela de Nª Srª Lourdes, a que assistiram, além do médico, esposa, administrador, empregados europeus, uma grande quantidade de serviçais, predominando os cabo-verdianos, tendo feito, no mesmo dia, 51 baptizados de serviçais.
Em todas as missas, fiz a prática do dia, tendo igualmente dirigido a palavra aos catecúmenos adultos sobre o acto que se realizava e os deveres que tinham de cumprir.
Na Sundy, despertou a minha atenção, quando no final da missa, rezava três Avé-Marias, todos os serviçais que assistiam, responderam ao coro, acompanhando-me depois na Salvé-Raínha, o que mostrava não só saberem estas duas invocações à Virgem, mas que também que não lhes era estranho o acto a que assistiam".
Foto ao lado - Capela de Nº Srª de Lourdes, na Roça Sundy -
extraída Igrejas em S. Tomé e Príncipe -
"Celebrei mais duas missas nesta capela, segundo as intenções do médico Doutor Vasconcelos e Esposa. A Capela da Suny é ampla e com um altar-mor espaçoso, formando no topo, uma linda e artística gruta sobre qual se venera a imagem de Nª Srª de Lourdes, padroeira da Capela e da Roça. Tem um coro, pia baptismal de mármore, uma sacristia ampla, todos os parâmetros e objectos necessários para o culto.
O alpendre dá-lhe um bonito aspecto exterior, fazendo lembrar muitas das capelas da Metrópole disseminadas pelos centros menos populosos, onde os fiéis, depois das labutas do dia, passam cheios de fé e devoção, descobrindo-se respeitosamente, agradecendo e implorando a proteção das imagens que ali se veneram.
Como depois do abandono e secularização da igreja, deixou de haver na cidade um templo para os actos do culto, arrumaram-se os objectos, que escaparam à fúria cristianicida da época, num armazém da Câmara, adaptando-se uma das dependências a capela.
Isto é, a Cidade de Santo António, da Ilha do Príncipe, que já teve Igreja Catedral, Misericórdia e muitas Capelas e Várias Confrarias e Irmandades de seculares tradições religiosas, viu os actos de culto da sua Religião, celebrados na dependência de um armazém que o Município, por favor, lhe cedeu .
Tornava-se pois necessária a construção de uma igreja, não só para acudir às necessidades dos que reclamavam, mas também para reparar de algum modo o desacato feito às crenças de uma grande maioria e tradições de uma civilização.
Os esforços da actual administração do concelho e a boa vontade de todos, decidiram levar a efeito esta tão suspirada obra, sendo escolhido o Largo Maria Correia
No dia 10 de Agosto, depois dos convites oficiais feitos pelo Senhor Capitão Curado, Administrador do Concelho, foi benzida e lançada a primeira pedra com as cerimónias do ritual
Em seguida foi celebrada Missa Campal, com guarda d’ honra, a que assistiram o Administrador do Concelho, toda a população europeia da Ilha, nativos, muitos serviçais, crianças da Escola, soldados e presos, devidamente uniformizados.
Fiz uma prática alusiva ao acto, enaltecendo as glórias do nosso passado glorioso e as tradições cristãs do Povo Português que levaram a fé e civilização a todos os domínios , cujos estavam bem patentes na grandiosa manifestação de fé a que se assistia.
À tarde, pelas cinco horas, foi organizada uma procissão ao Cemitério, em que se incorporaram europeus e indígenas, entoando-se no trajecto o salmo “Miserere”. Ali cantou-se o R. Libera-me e as orações do estilo, tendo feito uma alocução sobre a caridade e os deveres que temos d éter para com os mortos.
Muitas pessoas com lágrimas, me respondiam responsos por alma dos seus entes mais queridos, benzendo muitas campas, sendo muito comovente este espectáculo de luto e de tristeza, mas consolador pela fé e sentimentos que os inspiravam
Era já noite quando a multidão evacuou o cemitério, deixando ali pedaços do seu coração retalhado pela saudade dos que lhes foram caros, mas que ali ficavam alumiados pelos clarões da sua Fé e conformados pela piedade das suas orações.
Por entre soluções e lágrimas, reorganizou-se o cortejo de volta à Capela, tendo-se feito o percurso com o mesmo cerimonial anterior, disparando todos depois, já na cidade, no mais profundo silêncio.
Foi uma das cerimónias mais comoventes que tanto impressionou os que a ela assistiram. Durante outros dias, realizaram-se também muitos baptizados e algumas confissões e comunhões. Também devo registar, com muito prazer, que na Roça Porto Real ouvi de confissão dois serviçais, muito conhecedores dos seus deveres cristãos.
Os dois dias que restaram, passeio-os em actos de culto e noutros deveres inerentes à minha função de Inspector Escolar.
ILHA DO PRÍNCIPE E A INTOLERÂNCIA REPUBLICANA - LÁ E CÁ - Documento inédito prá história da igreja católica - Destruídas igrejas e capelas pela fúria anticlerical - Separação da Igreja do Estado, na 1ª República, também atingiu a mais primorosa Ilha Verde do Equador. - Na “Metrópole”: os dias santos passaram a dias de trabalho; dissolvidas confrarias e irmandades, perseguições ao clero e imposta a censura em jornais católicos – O Jornal Católico POVO DE FOZ CÔA , dirigido pelo Padre José António Marrana, também foi perseguido pelos republicanos, que lhe censuraram textos em várias edições , - A Cidade de Santo António, da Ilha do Príncipe, que já teve Igreja Catedral, Misericórdia e muitas Capelas e várias Confrarias e Irmandades de seculares tradições religiosas, viu os atos de culto da sua Religião, celebrados na dependência de um armazém que o Município, por favor, lhe cedeu
A separação da Igreja do Estado, na 1ª República, também atingiu uma das Ilhas Verdes do Equador, com a destruição de capelas e igrejas - Na “Metrópole”: os dias santos passaram a dias de trabalho; dissolvidas confrarias e irmandades, perseguições ao clero e imposta a censura em jornais católicos – É o do que lhe vimos aqui recordar
Há quem diga, que “Não houve perseguição da I República à Igreja Católica” Que “essa foi uma ideia construída pela máquina de propaganda do Estado Novo e de Afonso Costa." In O Portugal católico da I República é um mito
Mas houve e vimos aqui revelar-lhe alguns exemplos, que se estenderam além-mar: porventura, não comparável aos dos Cruzados ou perpetrados pela Santa Inquisição, com a intolerância dos seus fanatismos ou hediondas barbaridades ( historicamente bem documentados) mas a verdade é que, a natureza humana, quando o ódio lhe ofusca a mente por via de paixões religiosas ou políticas, não difere substancialmente no seu comportamento e atitudes.
O Jornal “POVO DE FOZ CÔA – do qual aqui lhe mostramos a primeira página de uma das suas muitas edições censuradas, pelos censores republicanos, instalados na capital, para onde tinha de ser enviado o jornal antes da sua publicação, sim, é um desses opressores exemplos – Isto ainda longe do golpe militar de 1926 ter desembocado na ditadura fascista de Oliveira Salazar, tendo como um dos seus pilares a aliança com a Igreja Católica.
O desabafo |
A supressão dos dias santos, mesmo para quem não professe a religião, constitui sempre um tempo de lazer, de retempero de forças e descontração – Contudo, assim não o entenderam , tanto os republicanos da 1º república, como os ultraliberais da atualidade . Mas ainda bem que o mal já foi sanado, com a reposição dos feriados
Este o primeiro de um dos vários artigos, que contamos publicar, no nosso site, Odisseias Nos Mares:
É certo e sabido, que, a igreja católica, foi um dos mais fiéis aliados da expansão colonial, em que, numa das mãos, se erguia o crucifixo e na outra se brandia a espada. Mas seja como for, quer se realcem os aspetos positivos ou negativos, faz parte da história – Por certo, que, sem a sua intervenção, dificilmente, Portugal teria também dado ânimo aos bravos navegadores que sulcaram mares nunca dantes navegados, ou pelo menos desconhecidos dos nossos pilotos e marinheiros, indo a todas as partes do mundo – Dando a admirável lição de como, um pequeno país, com reduzido número de habitantes, logrou formar uma das mais arrojadas armadas da navegação marítima e, através dela, ser o pioneiro das mais extraordinárias descobertas – Pelo menos, trazê-las ao conhecimento da velha Europa
Quis um feliz acaso, que, numa das pesquisas, que a nossa curiosidade e paixão nos move pelo estudo da origem e do povoamento de S. Tomé e Príncipe – inicialmente através de travessias de canoas, entre as ilhas e o continente africano; depois vasculhando arquivos ou palmilhando a orla marítima, em demanda de vestígios arqueológicos – sim, que deparássemos, entre outra abundante informação, que, a seu tempo contamos divulgar (parte da qual, acreditamos nunca ter saído da confidencialidade de velhas prateleiras ou gavetas), como é a descrição que aqui hoje lhe trazemos - Imagem extraída de São Tomé e Príncipe: Ruínas na Praia
“O povo do Príncipe, " - prossegue o mesmo relatório - "pode dizer-se, essencialmente religioso e cristão, embora as suas crenças tenham sofrido os efeitos da falta de cultura religiosa e da permanência de um eclesiástico. Crê em Deus, no culto dos santos, na vida futura, etc, etc. Mas também em muitas outras coisas…
Foto ao lado - Capela de Nº Srª de Lourdes, na Roça Sundy -
extraída Igrejas em S. Tomé e Príncipe -
"Celebrei mais duas missas nesta capela, segundo as intenções do médico Doutor Vasconcelos e Esposa. A Capela da Suny é ampla e com um altar-mor espaçoso, formando no topo, uma linda e artística gruta sobre qual se venera a imagem de Nª Srª de Lourdes, padroeira da Capela e da Roça. Tem um coro, pia baptismal de mármore, uma sacristia ampla, todos os parâmetros e objectos necessários para o culto.
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