Photo: Lobo Cabo Verde
Hoje vou-lhe aqui a oferecer mais algumas imagens, que amavelmente me tem enviado a jovem portuguesa, Rute Norte, que, depois de ter pedalado por vários países do mundo, quis também fazer o mesmo por veredas e caminhos das luxuriantes Ilhas Verdes do Equador, enfrentando copiosas chuvadas, encharcando-se em suor e água.
Hoje vou-lhe aqui a oferecer mais algumas imagens, que amavelmente me tem enviado a jovem portuguesa, Rute Norte, que, depois de ter pedalado por vários países do mundo, quis também fazer o mesmo por veredas e caminhos das luxuriantes Ilhas Verdes do Equador, enfrentando copiosas chuvadas, encharcando-se em suor e água.
Soá-Soá - Foto de Lopo Cabo Verde |
Na Ilha de S. Tomé, existem três espécies de cobras: a chamada Soá-Soá ou cobra chicote, que geralmente aparece nos cafezeiros para ali procurar algum pequeno animal, cobra longa e fina de corde verde e brilhante, tida por cobra peçonhenta, denominada, cientificamente, por Pthilothamnus thomensis, também classificada como a serpente de madeira, endémica de ambas as ilhas, descrita em 1882 por José Vicente Barbosa du Bocage - Embora tida como inofensiva, receia-se, que, ao ser tocada, possa dar chiocotada com acauda e provocar feridas.
Existe a cobra jita ou cobra rateira, inofensiva, Boaedon fuliginosus, também conhecida por cobra-africana, um género da de lamprophiids africanos, pertence a um grupo muito diversificado de cobras - Referem estudos que as duas espécies existemtes nas ilhas são distintas umas das outras e de parentes próximos do continente, com base em padrões e evidências moleculares. - No Ilhéu das Rolas toma o nome de Tiju
cobra preta - fonte Web |
Na Ilha do Príncipe, não consta que exista
a temivel Naja, há outras inofensivas, que podem ser pegadas à mão, tal
como a cobra jita, em S. Tomé, com a qual me divertia nos meus tempos de empregado de
mato na roça, que, segurada junto à cabeça, facilmente se enrola no pulso e sem qualquer risco de mordedura - Quanto à cobra Suá-Suá,
Pelos vistos, foi também esta a
experiência que, Rute Norte, nao quis deixar experimentar na Ilha do Príncipe, tal
como demonstra a imagem, que temos muito
gosto em reproduzir tal como as palavras
das suas calorosas crónicas
Tendo começado por diz que "Não fizemos mal nenhum à cobra, isto que fique
bem claro. Eu sinto-lhe a força, o Monuna deu-me instruções sobre como
agarrá-la bem. A passagem das suas mãos para as minhas foi uma operação
delicada. Eu tinha de agarrar exatamente onde ele estava a agarrar, na cabeça e
na cauda. Quem tirou esta foto foi o Deolindo.
Depois tive que soltar a cobra. Como é que
a solto?, perguntei ao Monuna. (Eu com uma cobra nas mãos sem saber como me
livrar dela…) É atirar para longe, respondeu-me. E eu atirei-a, com as duas
mãos ao mesmo tempo, para o meio dos arbustos. É preciso ter cuidado para ela
não ficar agarrada a nenhuma mão. Morder-me-ia apenas com o medo, para
defender-se. Mas correu bem, ela fugiu e escondeu-se.
Já tive várias vezes cobras vivas na mão,
e à volta do pescoço – e muito maiores do que esta, tão pequenita. Nomeadamente
na Austrália.
Questionei o herpetólogo Peter Uetz, da
Reptile Database, sobre esta cobra – perguntei-lhe qual é a espécie, mas ainda
não recebi resposta. Procurei todas as espécies em São Tomé e Príncipe, vi as
fotos uma por uma, mas não encontrei nenhuma igual a esta. Não sei que
bicharoco é este. https://rutenorte.com/cronicas-de-viagens/sao-tome-e-principe-550-km-de-bicicleta-sozinha-29-dias/31-60/#toggle-id-1
ENSOPADA EM CHUOR E CHUVA
Tenho a camisa toda molhada do suor, menos
no soutien, está visto!!! Existe a Miss Tshirt Molhada, e agora existe a Miss
Tshirt Seca!!!
E deixo a nota de que esta camisola é
científica. Inventam tudo. Isto tem um tecido qualquer científico, não é uma
fibra normal. Custou os olhos da cara, mas é uma coisa excecional. Faça frio ou
calor, mantém a temperatura corporal, e seca rapidamente. Deixa transpirar
livremente e seca rapidamente. Claro que aqui no meio das floresta húmida não
tem como secar, mas pelo menos mantém a temperatura corporal e é extremamente
confortável.
Atrás de mim está um dos picos do
Príncipe, mas ainda não é o nosso. Na foto de baixo vê-se melhor:
Este ainda não o Pico do Príncipe. Este
pico deve ser um primo afastado. E do lado esquerdo está um vizinho anão. O
Pico do Príncipe nem sequer consegui ainda vê-lo.
O Príncipe tem uma aparência extremamente
pitoresca, formada por picos em forma de agulha e massas de montanhas
inclinadas que se erguem abruptamente das terras altas do interior. As fortes
chuvas e a grande fertilidade do solo levaram a um crescimento de vegetação tão
alto que tornou a ilha insalubre. Existem vestígios de vulcões extintos em
muitas partes da ilha e grandes áreas são cobertas com pedras vulcânicas. A
parte norte da ilha, embora alta, não tem uma aparência tão grandiosa quanto a
parte sul, que consiste numa série de montanhas íngremes e acidentadas,
cercadas por vários obeliscos naturais gigantescos e com formas fantásticas.
Toda esta última massa culmina no Pico do Príncipe. Um pico proeminente que se
eleva a 947 metros de altura.¹
Picos do Príncipe. O mais alto, com 947
metros, é o Pico do Príncipe.
Imagem retirada de “Maritime Safety
Information”¹
O Pico do Príncipe é o que resta dum
vulcão que está inativo há 15,7 milhões de anos. Os vulcões desta ilha eram
inicialmente de basalto, mas depois o fonólito começou a intrometer-se nos seus
núcleos. O basalto foi profundamente erodido ao longo do tempo, deixando torres
espetaculares do fonólito mais duro subindo quase verticalmente da floresta
tropical.²
Quer o basalto, quer o fonólito são rochas
formadas a partir do magma, ou seja, a massa de rocha em fusão existente
debaixo da superfície da Terra.
A ilha do Príncipe – bem como a ilha de
São Tomé – faz parte da linha vulcânica dos Camarões, uma falha geológica ou
rifte caracterizada por um conjunto de cadeias montanhosas e vulcões. A linha
teve a sua origem há cerca de 80 milhões de anos quando a placa africana
efetuou uma rotação no sentido contrário aos ponteiros do relógio. O rifte
resultante abriu condutas magmáticas que permitiram a formação duma fileira de
vulcões. Nove destes são ainda considerados ativos, tendo a última erupção
ocorrido em 2000 no Monte Camarões. A porção do rifte que se estende pelo
Atlântico adentro, foi responsável pela formação de uma fiada de ilhas que
incluem Ano-Bom, Bioko e São Tomé e Príncipe.³
Tudo está molhado da humidade na floresta.
Ainda não choveu desde que começámos a caminhada. E sim, isto é um caminho. Não
há caminho em lado nenhum, mas o Deolindo vai orientado.
Os caminhos começam a cerrar-se cada vez
mais. Só à catanada. Sim, nós vamos passar por ali.
A ida ao Pico do Príncipe foi extremamente
dura e não recomendo a qualquer pessoa. As últimas duas ou três horas foram
feitas com um cansaço significativo. Mas a sensação final é de satisfação.
Grande satisfação. Fiquei muito contente comigo própria. Consegui. Se voltasse
atrás, faria tudo igual. Esgatafanharia a floresta e andaria de quatro. Mais pormenores e imagens em
https://rutenorte.com/cronicas-de-viagens/sao-tome-e-principe-550-km-de-bicicleta-sozinha-29-dias/31-60/#toggle-id-2
https://rutenorte.com/cronicas-de-viagens/sao-tome-e-principe-550-km-de-bicicleta-sozinha-29-dias/31-60/#toggle-id-2
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